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By LenaTwrtaro

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By LenaTwrtaro

Bem...

Desde o fim do verão passado minha vida iniciou sua pior fase, na verdade, a pior fase começou realmente a um mes, quando Susannah Fisher morreu.

Nunca imaginei que a morte de alguém não tão próximo assim me afetaria tanto mas, como deixei claro, me afetou. E muito. Em tudo.

Eu não faço ideia do que estou falando, Susannah era sim próxima e eu deveria saber bem que isso me afetaria tanto quanto qualquer outra pessoa que amo tanto morrendo.

Os efeitos colaterais desse falecimento foram péssimos em todos sentidos para todos, mas pra mim eles foram particularmente mais doloridos ainda.

Isso porque eu terminei com Jeremiah.

Mas por isso não posso culpar Susannah, fiz isso antes, especificamente um mês antes e, definitivamente, não me arrependo. Nem por um minuto.

As memórias dessa decisão que aperta meu coração inundam minha mente toda vez que fecho os olhos.

A pior parte é lembrar o antes.

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Era uma tarde comum de início de outono, algumas folhas caíam tapando minha visão na janela durante a tarde. Não estava esperando quando Jeremiah me ligou.

- Alô? - cheguei a achar que foi engano quando atendi

- Oi amor. - sua voz doce melhorou meu dia

- Jere? Oi, como vai você? - sorri pensando nele

- Melhor agora. - antes que uma conversa comum se iniciasse minha cabeça se encheu de preocupações

- Como ela tá? - cortei o clima calmo

- Melhorando aos poucos, fui com ela nessas primeiras sessões do tratamento. É um processo difícil mas eu acredito que ela vai conseguir, ela sempre consegue. - meus lábios mordidos foram os primeiros passos pra aquela maldita ansiedade me consumir

- É uma coisa boa você acreditar nela mas... - engasguei com as palavras, tremendo a boca arrependida

- Ainda tá aí? - um minuto de silêncio chamou sua atenção

- Eu só queria dizer que talvez você precise se preparar pro pior caso... - antes que conseguisse falar algo pior ainda ele me interrompeu

- Eu sei disso, mas por enquanto posso eu vou ficar otimista. E você não precisa ficar assim, ela vai melhorar. - sua voz me convenceria em qualquer outro momento, menos naquele

- Eu... Eu sei. - minhas palavras falsas não o convenceram

- Não parece tão certa assim, tá em casa? - antes mesmo da minha resposta escutei o barulho de chaves

- Sim, mas eu tô bem não precisa... - não tenho sequer certeza de que ele escutou algo que disse nesse momento

- Chego aí em algumas horas. Te amo. - a ligação foi encerrada

Nesse dia, a dúvida sobre minha decisão se iniciou quando Jeremiah apareceu na minha casa só pra me abraçar, mesmo com um olhar cansado de dirigir horas ele ainda estava disposto a ficar comigo. Isso me corroeu de dentro pra fora.

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- Katherine Roger, escutou algo do que eu acabei de dizer? - mais um apagão da minha mente me fez esquecer onde estou por alguns segundos
- Eu... Não Senhora Jersen, desculpa. - não perco tempo tentando mentir pra ela mais uma vez, a meses não presto atenção em seus discursos
- Você precisa se concentrar em aumentar essas notas de novo, você já tem opções reduzidas e vai piorar se não se esforçar. Katherine, você tem muito potencial, não quero te ver afundar seu futuro. Sei que você está melhorando mas isso precisa acelerar. Finch é uma ótima opção pra você se conseguir melhorar suas notas. - seu discurso me deixa com uma dor no coração, não deveria pôr a culpa dos meus problemas em Susannah, ela já me deixou, agora sou eu quem preciso superar tudo, sozinha
- Eu posso fazer trabalhos extras vou me esforçar mais. - me levanto da cadeira
- Não deixe de termina-los. - ela diz e abre a porta pra mim
- Obrigada por me ajudar Senhora Jersen. - agradeço com um sorriso
- De nada minha flor. - ela faz carinho em meu cabelo e saio de sua sala

Depois do colégio vou pra casa e encontro minha mãe já arrumada pra formatura de Steven sentada no sofá.

- Vai logo, quero chegar cedo pra tirar várias fotos com ele. - ela diz ajeitando sua maquiagem, certamente pela décima vez

Não demoro muito pra tomar banho, ponho o vestido azul que minha mãe separou e calço um salto branco para completar. Não me esforço numa maquiagem e só coloco um rímel.

- Minha flor! Já tá pronta? - desço as escadas em seguida
- Não chora quando ele fizer o discurso. - digo rindo ao ver ela já esboçando lágrimas ao sairmos de casa
- Já tá pedindo demais. - ela brinca e entramos no carro

<>

Chegamos no evento no momento em que Steven sobe ao palco, o trânsito nos atrasou mas conseguimos arranjar lugares ao lado de Laurel, Belly e Taylor.

- Ele já vai começar. - Laurel sussurra para nós quando sentamos ao lado dela
- Por que você já tá chorando? Ele nem começou mãe. - pergunto assim que vejo lágrimas escorrerem em seu rosto
- Eu não sei! - ela usa um dos lenços que trouxe para limpa-las
- Podemos conversar depois? - Belly me cutuca e diz só pra eu escutar
- Claro, Bel. - digo em resposta e Steven começa sua discurso

É emocionante e descontraído, ele é a única pessoa que consegue juntar sua personalidade em só um texto e mesmo assim conseguir transformar isso em algo bom, que faz com que todos se vejam naquela posição; de medo do que vem e saudade do que veio.

Ao final do discurso todos já estão com os olhos encharcados, os lenços da minha mãe já se esgotaram na segunda estrofe e agora ela seca seu rímel a prova d'água borrado com sua roupa branca, é fácil imaginar essa catástrofe.

- Arrasou em! - nos encontramos fora do lugar e abraço ele assim que o vejo
- Fazer o que se sou maravilhoso? - ele debocha e rio
- Convencido. - digo com um sorriso e minha mãe se aproxima ainda aos prantos. - Daqui a meia hora você deve tá disponível. - brinco quando ela abraça ele em lágrimas
- Oi. - encontro com Belly logo que saio de perto de Steven
- Ah, oi. - estamos ambas desconfortáveis porque as duas se lembram da última troca de palavras entre nós, não houve nada demais nela, só foi um momento difícil
- Não nos falamos desde...
- O enterro da Susannah.

<>

Todas memórias desse dia são borradas, doloridas e desconfortáveis.

Não era como normalmente se sente dor, você só sentia o que todas a sua volta estavam sentindo.

O pedaço de sua alma que faltava estava sendo enterrado e você não podia fazer nada.

Diversos estranhos soluçavam, discursos de desconhecidos emocionavam, músicas irritavam os ouvidos, tudo naquele momento me incomodava. Se pudesse decidir, teriamos ficado todos em silêncio apenas aceitando nossa própria dor até que conseguíssemos imaginar nossa vida seguir a partir daquele momento.

A coisa que me deixava mais incomodada ali era que a pessoa mais sensível e emocionada que eu conhecia não chorava, três lágrimas escorreram por seu rosto durante o dia inteiro. Minha mãe fora a guerreira que eu queria ser.

Consegui passar pelo enterro sem muita dor, só me concentrando no que sentia e pararia de sentir. Mas a pior parte começou na casa dos Fisher, quando vi a dor de cada um de perto.

- Ah, oi Bel. - encontrei a morena fazendo alguns pratos no buffet, liguei os pontos pra saber que não eram só dela, a não ser que ela tivesse passado fome pra comer três pratos daquele
- Oi Kath. - foi um sorriso de educação, sabia bem como era isso, nem sequer esperava algo melhor na nossa situação
- Isso é pro Jeremiah? - perguntei apontando para um dos pratos, mesmo depois de tudo que passamos sabia diferenciar nossa relação passada pra nossa amizade sem dificuldade
- Sim. - ela disse me entregando o prato
- Obrigada. - agradeci subindo as escadas, sabendo que o encontraria lá, longe de todos

Entrei em alguns cômodos antes de acha-lo deitado encolhido em alguns travesseiros. Não sabia bem porque esperava o encontrar com alguém, não no sentido romântico mas pelo menos alguém que tinha chego antes de mim.

- Oi Jere. - não forcei uma aproximação, me sentando a mais de um metro de distância dele
- Oi. - vi ele limpando algumas lágrimas ao se sentar e aceitar o prato de comida que levei para ele
- Podemos pelo menos por hoje...
- Se quiser pode ficar aqui, tem água em cima da cômoda. - seu olhar dolorido me calou e então é assim que ficamos durante um tempo, em silêncio sofrendo, mas mesmo assim juntos
- Belly! - a voz de Conrad gritando me despertou e levantei do sofá rapidamente, seguindo a comoção até o andar debaixo, Jeremiah indo atrás
- Eu te odeio. - Belly estava com o rosto impestado de lágrimas

Ao empurrar Conrad para sair de lá ela acabou caindo no chão e antes que conseguisse me aproximar o Fisher ofereceu ajuda a ela, que negou e saiu da casa deixando o escândalo pra trás.

- Eu vou... - Jeremiah sequer precisou deixar eu terminar para subir as escadas sabendo que seguiria Belly

Não notei no momento mas quem precisava mais da minha ajuda ficou calado.

<>

- Como vai você? - seu sorriso me tranquiliza
- Poderia estar pior. - respondo. - E você?
- Nem sei se vou conseguir entrar numa faculdade mais. - ela murmura, sem sorriso
- Vai sim, minha Bel sempre consegue o que quer. - adiciono humor para melhorar seu ânimo
- O problema é que eu não faço ideia do que quero. - simpatizo com tudo que ela sente no momento
- Você vai saber o que fazer, não se preocupa. - digo a acalmando
- Só queria saber como você tava mesmo. - aceito o abraço que ela me dá em seguida
- Bom saber de você. - sorrio ao nos afastarmos
- Precisamos ir pra casa, infelizmente. Nos vemos muito brevemente. - minha mãe diz, agora sim sem chorar
- Falamos por telefone. - falo pra Belly indo em direção ao carro, moramos em outra cidade então não podemos sair muito tarde de lá
- Gostou? - minha mãe questiona a mim na metade do caminho
- Sempre é bom rever as pessoas que a gente gosta. - digo feliz
- Verdade. - ela concorda. - Sei que você não vai ligar mas a Laurel me chamou pra ir pra Nova Iorque com ela depois de amanhã pra uma coisa do livro dela, não lembro o nome mas sei que é importante pra ela então eu aceitei. Espero que não se importe. - ela diz e nego rapidamente
- Aproveita bastante. - digo e ela sorri aliviada
- Tenho sorte de ter uma filha tão boa sabia? - ela diz me dando um beijo na testa
- Para de ser idiota, você é a melhor mãe do mundo. - digo beijando ela de volta

<>

Tempo ósseo é algo que não posso ter. Sempre que estou com um longo periodo de tempo livre acabo entrando num buraco fundo de dor. Dessa vez decidi olhar meu diário antigo, que ótima idéia Katherine, mais alguma coisa que é de alguma forma relacionada aos Fisher.

❝ Querido Diário,

Não faço ideia do que escrever, acabei de ganhar esse presente da Susannah e adorei mesmo não sabendo o que fazer com isso, vou escrever mais tarde, agora preciso ir brincar com Jeremiah, meu melhor amigo de todo mundo inteiro.

Beijos, KitKat ❞

Como alguém pode ser tão idiota ao ponto de destruir sua vida perfeita por causa do seu altruísmo ridiculamente correto.

Foda-se o correto, eu amo ele.

Pego meu telefone e ao discar seu número me lembro da noite em que tranquei meu coração.

<>

- Você me chamou aqui? O que houve amor? - a neve cobria toda rua e puxei Jeremiah para dentro de casa
- Não quero que isso seja doloroso... - meu suspiro fundo claramente o deixou nervoso
- Nossa, fala logo amor, me deixou até nervoso. - ele deu uma risada
- Bom.. - e então o discurso que inicio me dá calafrios.

- Quero que você comece a ficar em casa, com a sua mãe. Chega de uma viagem de duas horas até minha casa toda vez que eu não estiver bem ou estiver cansada. Não. Nada disso. Você vai ficar com Susannah enquanto pode e me deixar completamente de lado. Não vou fazer você adiar sua dor só por conta da minha. - lágrimas escorriam por meu rosto mas isso não me impedia de continuar

- É inevitável que vamos precisar um do outro mas quero que você se priorize e esqueça de mim. Essa coisa de aparecer quando eu preciso me deixa mais completamente apaixonada por você mas isso não é o que ela precisa. Se algo acontecer durante esse seu tempo fora de casa vai demorar até que a notícia chegue até você. - as palavras saiam de minha boca como programadas mas minha dor era algo que surpreendia de tão forte

- Não. Nem tente dizer algo contra Jeremiah. Você não deve ser sugado por esse buraco de minhocas, e enquanto eu puder evitar, você não vai. Sim, eu te amo e é por isso que estou te afastando. Você merece mais do que consigo te oferecer agora, e nesse momento você precisa de alguém que esteja completo e não despedaçado pra você catar os pedaços. - a noite do dia 7 de janeiro então me despedaçou tanto quanto fez com Jeremiah, mas sabia que era ao certo e não me arrependo de ter feito quando necessário

<>

- Alô? - não tenho esperanças de ser atendida
- Kath? - a lágrima de alegria que escorre de meus olhos é incontrolável quando escuto sua voz doce
- Oi Jere. - não controlo o sorriso bobo em meus lábios
- Você ouviu do Conrad esses dias? - rapidamente me dou conta de sua preocupação
- Na verdade não, por quê? Aconteceu algum coisa? - fico preocupada
- Eu não tenho notícias dele a dias e ninguém pra quem eu ligo sabe dele. - uma ansiedade crescente surge
- Já tentou ir na Brown? - é a primeira coisa que passa pela minha cabeça
- Acho que vou amanhã. - ele diz
- Encontro você lá. - antes que ele diga algo, me imponho. - Liga pra Belly pra saber se ela sabe de algo, amanhã a tarde eu estou lá. - desligo a chamada tremendo por não deixar com que ele me impeça

Não sei se estou preparada para vê-lo, agora é tarde pra se arrepender.

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