Arrebata-me se for capaz || J...

By trouxaporjk

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Park Jimin é um jovem inocente e batalhador que trabalha em uma floricultura. Após a morte do homem que ele s... More

Avisos + cast 🌺
{1} This damn disease
{2} The funeral
{4} My new brother

{3} Your real father

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By trouxaporjk

PARK JIMIN

🌺

Ou eu estava ficando louco ou a bebida que acabei de beber estava batizada. Porque por mais que eu tente, não consigo entender o que esse rapaz engomadinho acabou de me dizer.

- Me desculpe... mas o senhor poderia repetir o que acabou de me dizer? - perguntei, com as sobrancelhas arqueadas.

Kim Seok Jin sorriu.

-Mas é claro... Eu sou Kim Seokjin, advogado e representante de Kim Eun. O seu pai - ele repetiu, e mesmo que ele repetisse, repetisse e repetisse essa frase um milhão de vezes, ela não entraria de forma alguma na minha cabeça.

Respirei fundo.

- Desculpa... mas que merda é essa que você está dizendo? Quem diabos é Kim Eun? - perguntei, começando a sentir o meu sangue ferver.

A única coisa passa em minha cabeça é que este rapaz está querendo tirar uma com a minha cara, e eu me pergunto, como é possível uma pessoa ter coragem de debochar de alguém em um momento de extrema fragilidade?

- Isso só pode ser uma piada... O meu pai é Park, e ele está mor...

Eu tentei completar a frase mas não consegui, um nó do tamanho de uma bolinha de golf se formou em minha garganta. Ainda não consigo dizer em voz alta que papai está morto. Isso faz a situação parecer real, e eu não quero tornar ela mais real do que já é. Eu ainda tenho esperanças de que tudo isso que eu estou vivendo não passa de um pesadelo e que uma hora ou outra eu vou acordar e tudo estará normal.

Kim Seokjin, percebendo o meu estado de confusão, tirou um lenço do seu paletó e me entregou.

- O que? Para que isso? - perguntei.

Ele não disse nada, apenas apontou para o meu rosto e logo percebi que eu estava chorando, de novo. Cara... Eu só queria parar de chorar, parar com toda essa choradeira, parece até que eu sou uma criança de oito anos de idade, mas por mais que eu tente eu não consigo. Só de ter apenas um fragmento de memória do herói da minha vida sinto os meus olhos arderem.

Isso é tão patético.

- Obrigado - murmurei, pegando rudemente o lenço de sua mão e secando as minhas lágrimas.

Kim Seokjin respirou fundo.

- Eu entendo que este é um momento complicado para o senhor, mas... é preciso que saiba que Park Jung Lee não era o seu pai! - ele disse, alternando os pés com o calcanhar.

- Como assim ele não era o meu pai?

- Seu pai é Park Lee Eun.

Belisquei o meu próprio braço para ter certeza de que toda essa situação de merda da qual eu estou vivendo realmente não é um pesadelo.

- Me desculpe, mas... eu acho melhor o senhor parar com essa brincadeira e ir embora - murmurei, sentindo o chão sumir dos meus pés.

Kim suspirou fundo.

- Mas Park... é preciso que o senhor saiba que...

- Arranhou o disco, meu filho? Eu não quero saber de porra nenhuma caralho - gritei, e fiquei surpreso comigo mesmo por ter soltado este palavrão - eu só quero que você pare com essa brincadeira e vá embora.

- Mas Jimin não é brincadeira nenhuma...

- VAI EMBORA EU JÁ DISSE - gritei.

- Jim...

Eu sempre fui uma pessoa totalmente contra a violência, mas quando percebi que esse desgraçado ia continuar insistindo em debochar da minha cara tive vontade de quebrar a sua cara em milhões de pedacinhos. Meu sangue estava fervendo dentro de mim, se meu olhar matasse esse homem cairia morto neste chão agora neste exato segundo. Em um momento de fúria, eu olhei para o lado e percebi uma vassoura no canto da porta, não pensei duas vezes, peguei ela e avancei em cima do tal Kim Seokjin.

- Se você não vai embora por bem, vai ter que ir por mal - comecei a dar vassouradas nele.

O seu cabelo todo pomposo que parecia ter sido milimetricamente moldado por gel, foi o meu primeiro alvo, em minutos ele logo se desfez e se transformou em um ninho de passarinhos.

Ele tentou se proteger com sua maleta e foi descendo os degraus da entrada da minha casa resmungando.

- Calma Jimin, calma! Não culpe o mensageiro pelo conteúdo da mensagem. - gritou - Eu sou apenas o mensageiro - completou, entrando em seu carro chique.

Eu só parei com as vassouradas quando ele fechou a porta do carro e cantou os pneus.

- E não volte aqui nunca mais, se não vai ser pior - gritei e apontei o dedo do meio pra ele enquanto o carro sumia no horizonte.

Passados alguns segundos, assim que o meu sangue abaixou, eu finalmente caí em mim, e percebi que eu estava no meio da rua, todo descabelado, parecendo um mendigo, com uma vassoura na mão e com diversos vizinhos ao meu redor me encarando e cochichando um com os outros.

Do nada, eu comecei a rir de toda essa situação, eu ri como as mulheres que foram queimadas na fogueira riam antigamente.

- O que é? Nunca me viram não? O show já acabou, podem voltar a cuidar de suas vidas - disse, e em seguida parti para dentro do meu inferno pessoal.

🌺🌺🌺

- Jimin, Jimin, Jimin - o estardalhaço feito em minha porta me fez acordar.

Pela voz logo reconheci, é Choi Minji. Ela veio fazer a habitual vistoria e confirmar se ainda continuo respirando.

Demorei alguns segundos para abrir os olhos e me acostumar com a luminosidade que vinha das pequenas frestas da janela. Levantei do sofá meio zonzo e com uma puta dor de cabeça. Me levantei do sofá dei dois passos e sem ver acabei tropeçando e chutando a garrafa de bebida vazia, ela instantaneamente voou e se estilhaçou na parede.

- Droga - murmurei para mim mesmo, tomando todo cuidado do mundo para não pisar em nenhum caco de vidro - Eu ainda tive coragem de beber o resto desta merda?

Desacreditado, e com um gosto horrível de papelão na boca eu parti até a porta e a abri, meia sola como sempre, antes que Choi Minji a derrube. A luz do sol que invadiu a minha casa ardeu os meus olhos e eu tive que tapá-los com uma das minhas mãos. Esse momento de distração foi o suficiente para fazer Choi Minji empurrar a porta e entrar com tudo em minha casa sem o meu consentimento.

Merda.

- Não adianta, não adianta inventar desculpas - sua fala foi morrendo no decorrer que ela foi entrando na casa, e se deparando com o estado dela - Meu Deus Jimin, minha virgem santíssima, o que aconteceu com essa casa? Parece que um vendaval passou por aqui - ela colocou suas mãos na cintura e me encarou com um olhar repreensivo.

Eu dei de ombros e caminhei até o sofá, limpando uma parte dele e me sentando em seguida.

Abracei os meus joelhos e encarei o nada.

- Esse vendaval se chama vida Choi - murmurei, distante - e ele aconteceu em minha casa.

Choi Minji foi até a janela e a abriu fazendo uma claridade iluminar toda a minha escuridão. Por alguns segundos compreendi toda a angústia que papai sentia toda vez que eu insistia em abrir as suas janelas.

- A vida meu filho - ela pegou uma vassoura. Justamente a vassoura que eu usei para espantar aquele engomadinho da minha casa - Acontece todo dia, com muita gente. E você sabe o que essa gente faz? Essa gente reage! Você não pode deixar a vida te derrubar na primeira porrada, você tem que se levantar e dar um murro bem na cara dela.

Eu tive vontade de rir, porque isso que ela acabou de dizer era provavelmente uma coisa que eu diria a papai para consolá-lo em seus momentos finais.

Parece que eu estou precisando seguir os meus próprios conselhos.

- Mas é tão complicado - engoli em seco e mordi o interior da minha bochecha- Ainda mais quando as pessoas estão empenhadas em te colocar para baixo.

Choi Minji deu uma pausa em sua intervenção e se aproximou de mim.

- As pessoas? - ela se sentou ao meu lado - mas que pessoas são essas que querem te colocar para baixo meu filho? Se todo mundo que eu conheço dessa vinhaça só quer o seu bem...

Eu ri, já sentindo as lágrimas invadirem os meus olhos.

- Você acredita Choi... - eu encarei o chão todo embaçado por conta das lágrimas- Que um idiota veio aqui ontem, dizer que meu pai não é na verdade o meu pai e que meu verdadeiro pai era um tal de Kim não sei das quantas? Eu me pergunto o que é que uma pessoa ganha fazendo isso...

Choi Minji derrubou a vassoura que segurava.

- Choi? - eu olhei para ela e vi os seus olhos serem tomados por algo sombrio.

Ela engoliu em seco.

- O que aconteceu Choi? Que cara é essa? Parece até que viu um fantasma... - comentei.

Em completo silêncio, Choi Minji se levantou do sofá e caminhou até a janela.

- E quem era esse homem Jimin? - ela perguntou de costas para mim, encarando o sol da manhã acender no céu.

Assustado com a sua reação eu também me levantei do sofá e caminhei até ela.

- Era um tal de Kim Seokjin... um rapaz todo engomadinho - revirei os olhos e cruzei os braços - Você consegue acreditar nisso? Eu me pergunto como um rapaz que se diz advogado arruma tempo para fazer este tipo brincadeirinha... - comentei, como quem não quer nada, constatando o quão absurda essa situação é.

Parece até coisa de novela.

- Jimin... - ela suspirou - O que esse rapaz disse... não é brincadeira - murmurou Choi Minji.

- O que? - perguntei, rindo, porque não é possível que até ela esteja entrando nessa.

Ela respirou fundo.

- Não é brincadeira meu filho... O que esse rapaz disse é a mais pura verdade. - repetiu ela, e em sua voz havia um tom extremamente sério.

E Choi Minji não é de brincadeira e eu tenho certeza que ela nunca iria brincar com algo tão sério assim, e é essa certeza que faz o meu coração quase parar e aninha respiração acelerar completamente. O pânico começou a tomar conta do meu corpo.

- Porque a senhora diz isso? Eu juro que não entendo... como assim não é brincadeira o que esse rapaz me disse? - perguntei, me beliscando novamente para ter certeza de que tudo isso que estou vivendo realmente não é a droga de um pesadelo.

Choi Minji pegou a minha mão e me levou até o sofá. Isso tornou a situação ainda mais tensa, se ela quer que eu me sente é porque vem chumbo grosso por aí. Levei a minha mão que quase não tinha mais unhas até a boca, para justamente roer o que eu já não tinha.

- Você precisa ser forte filho... - ela massageou as minhas costas - o que eu vou dizer agora não vai ser fácil...

Eu olhei para ela e tive vontade de esganar la, por estar fazendo tanto suspense.

- Então diz logo Choi! Pare com esse suspense, você quer me matar? - arranquei uma pelinha do meu dedo indicador, que logo começou a sangrar.

Ela passou a mão no rosto e então começou.

- Jimin... seu pai me fez prometer que só iria lhe contar isso quando você estivesse pronto... mas as circunstâncias mudaram totalmente os planos dele... Ele me confidenciou Jimin que, ele não era o seu pai e sim o seu tio. Irmão de sua mãe. Que por um motivo que ele não se aprofundou, mas que disse que no momento certo você saberia, sua mãe o fez prometer que nunca diria a verdade para você... e que ele lhe criasse longe do seu pai verdadeiro. - Choi suspirou - eu sei que é difícil meu filho, mas ele mandou eu te entregar isso no momento que ele falecesse - ela arrancou um caderno dos seus seios e me entregou. Ele já estava meio gasto, parecia um diário - é o diário de sua mãe, ele disse que toda a verdade está aqui.

No momento que Choi Minji parou de falar eu senti o chão desaparecer de meus pés, dessa vez por completo. Eu não consegui acreditar em nada do que ela acabou de me dizer.

- Mas como... Você... o que é isso? - Senti as lágrimas começarem a brotar em meus olhos, e minha voz ficou embargada - Mas que diabo de história é essa? Que tipo de brincadeira você está querendo fazer ? - me levantei do sofá, não estava suportando olhar a cara de Choi Minji.

Isso não pode ser verdade.

Deus se isso é um pesadelo eu imploro para que você me acorde logo porque eu não estou mais aguentando, e se for a realidade Deus me mate de uma vez porque não posso suportar.

- Não tem brincadeira nenhuma meu filho - ela murmurou, também com a voz embargada.

Eu me virei para ela.

- Como você pode me dizer isso? - passei a mão em meu rosto completamente desacreditado - isso é um pesadelo, ou você está ficando louca?

Choi Minji se levantou do sofá e me entregou novamente o diário que eu havia jogado.

- O seu tio disse que esse diário ira sanar todas as suas dúvidas meu...

Peguei grosseiramente o maldito diário de sua mão e o arremessei na parede. Avancei em Choi e a segurei pelos braços, olhei bem no fundo dos seus olhos brilhantes.

- Cala boca! Para de me chamar de filho! - gritei, enquanto as lágrimas desciam como enxurrada de meus olhos - Você tem que me dizer que rudo isso é mentira Choi! É MENTIRA. Que você está inventando tudo isso vai FALA, FALA que isso é mentira...- Eu implorei.

Mas ela não falou.

Ela ficou em silêncio e então eu a soltei.

- Que é isso! O que você está querendo fazer com tudo isto? - Fiquei de costas para ela arrancando os meus cabelos - você está querendo me enlouquecer, é isso?

Eu não podia acreditar, na verdade eu não conseguia acreditar.

Como?

Como pode minha vida estar dando tão errado assim?

É uma desgraça atrás da outra... se isso for verdade, minha vida inteira foi uma mentira.

Desabei, fiquei de joelhos e chorei.

- O que é que eu te fiz Deus? Porque? Porque você me odeia tanto? - senti Choi massagear os meus ombros.

Eu me afastei de seu toque, não a estava suportando.

- O que é que eu te fiz Choi? - me virei para ela - Como você é capaz de tramar contra mim? Porquê você quer me fazer tão mal, se eu nunca te fiz nada?

Choi limpou uma lágrima da minha bochecha.

- Você nunca me fez nada meu filho, eu te amo! Você é incapaz de fazer mal até a...

Eu a segurei pelo colarinho novamente.

- ENTÃO ME DIZ, DIZ PRA MIM QUE TUDO isso é mentira Choi - Comecei a chacoalha-la - Então porque você está inventando tudo isso? Porque você veio com essa história de diário? Você quer me ferir? Quer me matar? - Eu a soltei e peguei um caco de vidro da garrafa, pelo mal jeito, acabei me cortando com ele. O coloquei em sua mão - Então me mata de uma vez, me mata, anda Choi.

Choi Minji estava tremendo, ela abria e fechava a boca tentando dizer algo que não saia.

- Me diz que isso é mentira Choi - chorei - ou então me mata de uma vez.

Ela limpou as lágrimas do rosto com uma mão enquanto segurava o caco de vidro com a outra.

- Não, não, não - ela falava baixinho, quase inaudível.

- Fala Choi, fala que toda essa história é mentira - implorei.

Ela mordeu os lábios.

- Não - gritou ela.

- Então essa história não é mentira?

- Não - repetiu ela, se debulhando em lágrimas.

Sem pensar duas vezes, eu avancei no vidro que estava em sua mão, fazendo ele perfurar a minha barriga.

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