Ops, Lacei o Amor! • JJK+PJM

By wooyjk

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「 EM ANDAMENTO 」 Após ser despedido do emprego, Kim Namjoon encontra uma maneira de recomeçar, ou melhor dize... More

⚠️AVISOS⚠️
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By wooyjk

Oii lindezas!!

A gente demora, mas a gente sempre chega! Como vocês estão? Espero que bem, hein?

Comentem muitooo!! Sério gente, não tenham medo de comentar, não sabem como um comentário incentiva. Usem a hashtag da fic no twitter se quiserem postar algo sobre a fic naquela rede, assim eu consigo achar vocês, belê?

É isso, boa leitura!👋🏻💜

#LacemOClementino

Hoseok passaria o sábado na mansão dos Kim, e no domingo à tarde iria embora com Jackson. Queria ficar para ir para a escola com os meninos no ônibus, mas devido à um compromisso familiar, teria que deixar para outro dia.

Ansiedade. Aquela seria uma boa definição para o que Namjoon estava sentindo.

Mal conseguiu dormir durante à noite, apenas pensando no evento do fim do dia com Seokjin. Primeiro, pensou em cancelar e dizer que não estava se sentindo bem, mas logo repensou a ideia e percebeu que seria muito injusto desmarcar algo tão em cima da hora. Algo que ele também queria fazer, então não teria sentido desperdiçar uma oportunidade tão boa.

― E para onde vocês vão? ― Jungkook perguntou, deitado de barriga para cima na cama espaçosa de Namjoon.

― Jantar ― Deu uma pausa ―, na casa dele.

Jungkook o olhou rápido, e Namjoon suspirou.

― Não é nada disso que você está pensando!

― Nem disse nada, pai! ― Gargalhou. ― Mas, olha, ele que te convidou para a casa dele?

― É, sim. Eu não vi problema. Meio que falamos bastante da Atena, a cachorra dele. Ele sempre fica empolgado quando o assunto é ela, então meio que foi uma oportunidade para conhecer ela.

― Ou uma desculpa.

― Jungkook...

― Pai, jantar na casa dele, no primeiro encontro? ― Arqueou a sobrancelha.

― Você precisa parar de ver malícia em tudo. Eu hein, é só um jantar.

― Na casa dele.

― Meu Deus! Não dá pra te contar nada! ― Riu sem graça e se aproximou da cama. ― Jungkook, eu acho que nem sei como se beija mais, quem dirá, você sabe.

― Na hora você se lembra de tudo, não se preocupa.

― Nossa, que vagabundo. ― Colocou a mão no rosto e suspirou, escutando Jungkook rir. ― Depois quero ver se vai continuar rindo quando eu estiver te zoando com o Jico.

A expressão de Jungkook mudou rapidamente.

― Não muda de assunto, pai! Mas, enfim, quero saber de tudo quando você voltar! Se foi romântico igual nos filmes, com velas, pétalas-

― Ninguém mais faz isso, Goo.

― Como não? ― indagou, sério. ― Negativo, papis! Quando for a minha vez de viver o meu romance, eu quero todas as breguices a que tenho direito!

― Vou falar isso para o Jico.

― Nem brinca. Mas eu estou ansioso por você! Depois você vai me contar a experiência de ter um encontro, ou pelo menos as partes que eu posso saber.

― Vai dormir, Jungkook! Pelo amor de Deus! ― Pegou o travesseiro e bateu no avermelhado, arrancando uma risada gostosa do garoto.

― Já escolheu o que vai vestir?

― Ainda não, estou em dúvida, mas decido isso daqui a pouco. E mais uma coisa: nada de bagunça enquanto eu estiver fora, ok?

― Até parece que eu faria algum tipo de bagunça. Hoseok e eu vamos nos comportar bem, e eu vou te esperar para me contar sua experiência.

― Falando em Hoseok, seu tio deve estar quase chegando com ele, melhor você ir esperar lá embaixo. ― Sugeriu com um sorrisinho.

― Que desculpa esfarrapada, papis. ― Se levantou da cama e alongou os braços. ― Mas eu vou, só porque você não está totalmente errado.

Jungkook saiu do quarto de Namjoon, e o mais velho riu com um sopro aliviado.

O dia estava quente, por isso Jungkook optou por usar um de seus croppeds e uma bermuda um pouco acima do joelho. Ele desceu as escadas sem pressa e olhou para o sofá, onde repousava Seungmin, entretido em algo que passava na TV.

― Que filme é esse? ― Jungkook perguntou, interessado e se aproximou.

― É uma série que encontrei por aí.

― Dorama? ― Arqueou a sobrancelha e olhou para Seungmin. ― Não imaginei que você gostava desse tipo de drama.

― Isso é dorama? ― perguntou surpreso, e Jungkook afirmou risonho. ― Caralho, o bagulho é bom mesmo! Mas estão demorando muito para ficarem juntos, credo!

― Eu gosto de doramas, se quiser, te recomendo alguns depois.

― Vou aceitar, viu? Eles são bonitos, não é? ― Apontou para os atores na TV. ― Aquela mulher nem parece real, meu senhor!

― Sim, eles são lindos. ― Analisou a cena da TV e suspirou. ― Achei que não curtisse filmes ou séries focadas em romance.

― Não é minha praia mesmo, mas achei a história desse aqui intrigante. ― Apontou, concentrado.

― E sobre o que é?

― É bem estranho na real― Se ajeitou no sofá. ― Meio que ele é um robô ou protótipo, coisa assim. Aí ela vê ele com esse óculos aí. Eu não sei como eles vão ficar juntos se ele não existe.

― Ou eles não ficam.

Seungmin olhou para Jungkook e o avermelhado riu.

― Mine, não vai fazer sentido se eles ficarem juntos, ele não existe.

― Independente! Não mandei eles serem shippaveis! Vai ficar com o robô, sim!

― Depois me conta se o final foi decepcionante. ― Soltou um riso e saiu dali, indo para a porta principal.

― Por que eles fariam ela ser shippável com um robô se eles não vão ficar juntos? Qual o sentido? Tudo bem que não faz sentido ela ficar com o cara que só existe por causa do óculos, mas, tipo, e aquela coisa de amor surgir de várias formas? Por que invalidar o amor deles? ― Seungmin prosseguiu falando sozinho, concentrado na TV.

Jungkook saiu de casa e fechou os olhos por causa do sol que recaiu em seu rosto,  andando pela calçada de maneira tranquila, focado nos próprios pés e com as mãos nos bolsos da bermuda.

Distraído nos próprios devaneios, começou a pensar no futuro, um onde o caso de Namjoon e Jin se tornasse algo sério o suficiente para fazer Namjoon cogitar uma possível nova mudança. Por outro lado, Jungkook tentava convencer a si mesmo que estava cedo demais para pensar ou se preocupar com aquilo, mas não deixava de ser uma possibilidade, afinal, Jin parecia ser um cara bom para se relacionar, e Namjoon parecia interessado.

― Se continuar andando assim, vai cair dentro da represa. ― A voz de Jimin invadiu a linha de raciocínio de Jungkook, o despertando.

Jungkook levantou a cabeça, visualizando o moreno escorado no apoio de madeira da ponte do quiosque, com um sorrisinho ladino.

― O que 'tá se passando por essa cabecinha para te deixar tão avoado assim? ― Se aproximou em passos calmos.

― Preocupações que não deveriam ser bem preocupações e não deveriam ser preocupações para me preocupar agora. ― respondeu rápido, e Jimin riu.

― Isso parece confuso, acho melhor não tentar entender, né? ― O outro afirmou, e Jimin sorriu. ― E então, o Hoseok já está vindo?

― Uhum, pode chegar a qualquer momento com o tio Jack.

― Ei, se anime mais! Sua alma gêmea está vindo passar o dia todo contigo, e de quebra, a noite também! ― cutucou a costela de Jungkook, o fazendo sorrir.

― Tem razão, vou me animar mais. ― Suspirou, admirando os olhos semiabertos de Jimin por conta do sol.

― Se animou mesmo, 'tá sorrindo igual um bobo.

― Eu sou um bobo.

Um bobo apaixonado. Mas é claro que não completaria a frase.

― Bobo? ― Soltou um riso.

Jungkook partiu os lábios e liberou um sopro suave, tentando espantar a tensão que se instalou naquele momento. Seu movimento atraiu a atenção dos olhos atentos de Jimin, que desceram rapidamente para sua boca, contribuindo com o caos que corria sem limites internamente em ambos.

Diferente da última vez, Jungkook não se apavorou ao ponto de fugir, mas engoliu seco e encarou os olhos entreabertos de Jimin de novo. Olhar com olhar. E, de repente, o silêncio não parecia desconfortável como antes, porque seus olhares expressavam mais do que qualquer simples palavra.

Com o coração quase pulando para fora, Jungkook abriu a boca e se moveu levemente para frente. Não conseguiu dizer nada, mas esperou por algum tipo de afastamento da parte de Jimin ou alguma atitude que indicasse que o moreno estava desconfortável. Mas não veio, e aquilo surpreendeu Jungkook.

Como se não fossem surpresas suficientes, Jimin, ainda incerto, tomou a iniciativa de se mover também, para ficar mais perto de Jungkook. O avermelhado sorriu minimamente, não parecendo crer nas próprias conclusões.

― Jico? ― sussurrou, ansioso.

― Oi? ― emitiu no mesmo timbre, um pouco nervoso.

Jungkook não tinha planejado nada, estava seguindo seus instintos, assim como Jimin parecia fazer também. Mas aquele momento foi quebrado de maneira brusca, com um barulho estridente: o berro de Clementino. Jimin se afastou primeiro ao olhar para o lado, reparando no bode que tinha se aproximado repentinamente.

― Ele parece um fantasma, aparece do nada ― Jungkook falou, tentando recuperar a normalidade do clima.

― Pelo menos ele não está destruindo nada. ― Jimin sorriu fraco e acariciou atrás da orelha do bode. ― Não é, Cleme?

Jungkook olhou para a porteira e sorriu ao ver a camionete de Jackson se aproximando.

― Hoseok chegou! ― Apontou.

― Vai lá receber ele com um abraço apertado, do jeito que vocês fazem em todas as vezes que se encontram. ― Jimin soprou um riso e se abaixou para ficar da altura de Clementino.

― Isso saiu bem irônico, viu? ― Riu e saiu dali.

Jimin voltou a olhar para Clementino e suspirou.

― Não sei se te agradeço ou sei lá, te vendo. ― Acariciou o pelo do animal e passou a mão livre no rosto, jogando os fios da testa para trás.

Quando a camionete parou, Hoseok abriu a porta da frente e desceu às pressas ao ver Jungkook se aproximando, também em passos rápidos.

― Vida! ― Abraçou e apertou o corpo de Jungkook com força.

― Eu estou tão feliz que você vai ficar esse tempo aqui! ― Jungkook falou ao se afastar.

― Né? Vim fofocando com o tio Jack no caminho. ― Soltou um riso e se virou para pegar suas coisas no veículo. ― Fiquei sabendo que o tio Namu vai sair com o veterinário.

― Hobi, seu linguarudo! ― Jackson ralhou e os outros dois riram. ― Em minha defesa, eu estava animado com o encontro daqueles dois.

― Fica tranquilo, tio Jack, não vou contar para o tio Nam! ― Hoseok passou os dedos nos lábios, como se estivesse zipando. 

Jackson cerrou os olhos, soltou uma risadinha e caminhou para dentro da mansão. Hoseok pegou duas mochilas e entregou uma para Jungkook.

― Trouxe pedra, Hoseok? ― Jungkook perguntou, estranhando o peso.

― Deixa de frescura, Goo, não está pesado nada. ― Pegou outra mochila e fechou a porta da camionete.

― Que isso? Está se mudando pra cá?

― Bobo. ― Riu e ajeitou a mochila nas costas. ― Essa é dos meus patins. Eu disse que iria trazer, lembra?

― Ah, verdade... ― Devolveu, pensativo. ― Vem, vamos para dentro, preciso conversar contigo.

― Fofoquinha? ― perguntou interessado na medida que entrava na casa ao lado de Jungkook.

― Não, deixa de ser assim!

― Não consigo! ― Olhou para Seungmin no sofá. ― Oi, Mine!

― Oi, Hoseok, vai entrando e ficando à vontade ― o mais novo respondeu sem olhar para os dois na porta.

― O que ele está assistindo para estar tão focado desse jeito?

― Dorama ― Jungkook respondeu, observando a expressão assustada de Seungmin. ― Vamos, ele vai surtar a qualquer momento, não quero estar perto.

Os dois subiram as escadas correndo e rindo dos resmungos de Seungmin no sofá. Deixaram as coisas de Hoseok em um dos quartos de visitas e foram para o quarto de Jungkook, Bibble estava deitado em cima da cama brincando com uma meia do seu dono. Hoseok se aproximou agitado, sentou no colchão e pegou o gato sem pensar muito.

― Ele deve gostar mesmo de você para não ter saído correndo. Se tem algo que ele odeia, é que peguem ele de surpresa ou desprevenido ― Jungkook informou e subiu na cama também.

― Ele me ama, não é, Bibble? ― Beijou a cabeça do gato, escutando felino ronronar. ― Mas e então, o que iria me contar?

Jungkook arregalou os olhos e se ajeitou na cama, como se fosse contar um segredo perigoso ou muito importante.

― Sobre o Jimin...

― E eu achando que você tinha, sei lá, ressuscitado o One Direction. Porque, porra, você ficou de um jeito que meu Deus do céu. Mas é interessante de certa forma, prossiga.

― Minutos antes de você chegar, a gente tava conversando ali fora, né? Aí de repente ficou um clima estranho, mas depois ficou bom, eu não sei explicar. Hoseok, a gente tava tão perto... ― Sorriu grande e apertou os olhos. ― Eu não sei se iria acontecer algo, porque, bem, alguém poderia ver e ele, bom, é ele! Mas é aí que as coisas explodem. Ele não fugiu, Hoseok! Ele não fugiu como sempre faz, e-eu fiquei tão... Eu não sei explicar! Hoseok, ele não se afastou nem quando me arrisquei a me aproximar mais.

― Meu Deus...

― POIS É! ― Respirou fundo. ― E depois, a gente 'tava se olhando, ele se aproximou também e meu coração quase parou. Hoseok, pelo amor de Deus! Eu estou tendo uma crise! Ele não se afastou!

― Ele quer muito te pegar também, puta que pariu... ― Concluiu, pasmo.

A barriga de Jungkook gelou com a fala de Hoseok.

― Mas o Cleme apareceu depois e ficou um climinha estranho, sabe?

― Meu Deus! Esse bode não para, não?!

― Ele é terrível. ― Soltou um riso e encolheu as pernas na cama. ― Mas, sei lá, foi um momento meio louco pra mim e eu ainda não processei direito. Pensar na possibilidade dele estar querendo, talvez, algo comigo, me deixa birutinho! Por um lado foi bom, se tivesse rolado alguma coisa ali, seria interrompido bem no meio com a sua chegada, e, bem, eu imagino o nosso primeiro beijo em algum lugar mais apropriado.

― E você imagina o primeiro beijo de vocês? ― Hoseok riu.

― Todos os dias. ― Soltou um riso e se deitou na cama. ― Não fica me julgando assim, Hoseok. É normal pensar nisso quando se gosta de alguém, não?

― É, acho que é ― Sorriu. ― Mas você está confiante então?

― Eu não diria confiante, mas, sim, emocionado. E se eu já estava emocionado antes, agora eu estou pior. Você me conhece, Hoseok, eu sou todo bobinho nesse assunto e crio um conto de fadas na minha cabeça.

― Me conte seu conto de fadas. ― Se deitou ao lado de Jungkook e colocou Bibble sobre sua barriga.

― Nada muito fora do padrão de uma pessoa emocionada. Se um dia der certo, não vou desgrudar dele, porque eu vou poder dar cheirinho no pescoço dele, fazer cafuné no cabelo dele, abraçar ele quando me der vontade e beijar ele. Beijar o rosto dele todinho toda vez que ele inventar de dizer as coisas bonitinhas que ele diz. Beijar a boca dele, Hoseok! Imagina que sonho?!

― Eu vou continuar na torcida para dar certo e você realizar toda essa lista de desejos.

― Vai dar certo.

― Vai sim.

― Estou sonhando muito alto ou me iludindo em níveis preocupantes? ― Virou o rosto para Hoseok.

― Que nada, acho que ainda está leve. ― Os dois riram. ― Ei, vamos dançar hoje?

― Uhum! Eu iria sugerir.

― Ótimo! Estou viciado em dançar uma música nos últimos dias, vou te mostrar depois.

― Beleza! ― Libertou um suspiro. ― Mas vamos parar de falar da minha vida emocionada e vamos falar da sua.

― Eu não sou emocionado.

― Não mesmo, você gosta de bancar o sonso. ― Provocou e sorriu quando Hoseok virou o rosto com uma expressão indignada.

― Sonso?! Como assim sonso, Jungkook?!

― Hoseok, todo mundo sabe que você é doidinho pela Soraya.

O loiro ficou em silêncio, e Jungkook gargalhou.

― Quem cala consente.

― Só queria saber como isso aconteceu. Eu nem deixo tão na cara assim! Quer dizer...

― Você deixa, às vezes.

― Que caralho, viu?

― Mas e aí? Não vai pra frente?

― Como você mesmo disse, Goo, todo mundo sabe, incluindo ela, e tipo, às vezes ela parece demonstrar interesse e às vezes não, é como se nem tivesse acontecido. Eu nunca sei o que pensar ou o que esperar, mas também não tenho coragem para ser tão direto com ela, sei lá, não consigo.

― Mas acho que nesse caso seria bom, viu? Assim você não fica nessa confusão. Acho que vocês estão perdendo tempo, está na cara que vocês dois querem se pegar faz tempo.

― Da minha parte eu posso afirmar que sim. ― Soprou um riso. ― No começo era mais um crush, sabe? Eu já era mais amigo do Jico, conversava com ele e naquela época ainda rolavam as especulações que eles ainda se gostavam. Eu não queria ser o amigo fura olho.

― Ele disse que vocês combinam.

― Disse? ― sorriu, e Jungkook afirmou. ― Hoje em dia, eu sinto que desenvolvi um sentimento a mais pela Soso. A gente se entende, temos muita coisa em comum e sempre foi assim. Então, percebi que estava ficando ansioso demais para chegar na sala de aula e ver ela. Olho pra ela quando algo engraçado acontece só para ver ela rindo e isso é tão bom, sabe? Eu gosto de ver ela sorrindo. Enfim, liguei um ponto no outro e percebi que tomei no cu.

Jungkook gargalhou alegre.

― A declaração estava tão linda, aí chega no final e você mete isso.

― Mas eu não menti.

― Chega de suspiros apaixonados. ― Se levantou em movimento rápido. ― Vamos fazer algo.

― O quê? ― deixou Bibble sobre a cama e se levantou também.

― Ainda está cedo, dá pra fazer um monte de coisa. Podemos começar indo na cozinha para você cumprimentar a Aninha, ela está fazendo o almoço pensando em você.

― Ela é um amor, meu Deus! ― sorriu e seguiu Jungkook para fora do quarto. ― Me sinto tão à vontade com isso, sabe? Vocês se preocupando com a minha alimentação.

― Lógico! Eu não iria trazer você pra cá para passar fome, né?

Os dois entraram na cozinha, notando Ana Lourdes concentrada em cortar alguns pedaços de abóbora. A mulher deixou a faca de lado quando ergueu os olhos para os dois recém-chegados e sorriu para Hoseok.

― Oi, tia Ana! ― Se aproximou e abraçou Ana Lourdes com precisão.

― Você é tão doce, Hoseok. ― Riu e apertou o corpo do garoto. ― Como você está?

― Com fome ― Os três riram. ― Estava com saudades, Aninha.

― De mim ou da comida?

― De ambos! O cheiro está incrível, aliás.

― Espero que o sabor esteja incrível também.

― Vai estar! ― Se sentou em um dos bancos. ― E como você está, tia?

― Bem, graças a Deus. ― Ana sorriu e voltou a cortar os legumes em cima da tábua. ― O que pretendem fazer hoje?

― Acho que o Jungkook planejou tanta coisa que não está sabendo por onde começar. ― Hoseok apontou para o amigo, Ana riu.

― Hoje o dia está bonito, poderiam fazer um passeio a cavalo, nadar na piscina ou no lago.

― Tenho medo de andar a cavalo e cair ― Hoseok expressou pensativo e piscou rápido, voltando a consciência. ― Aqui tem piscina?

― Tem, no jardim ― Jungkook respondeu. ― Mas quem usa é meu pai e o tio Jack. Eu não sei nadar, apesar de não ser funda, prefiro não ficar me arriscando sozinho.

― Ele é um frouxo, hein? ― Hoseok sussurrou para Ana e recebeu um tapinha nas costas.

― Não fala assim dele, Hobi, coitado.

― Me defende mesmo, Aninha! ― Jungkook suspirou. ― Vamos dar uma volta lá fora?

― Vamos! ― Hoseok se levantou e seguiu Jungkook para a porta dos fundos da cozinha. ― A gente volta agorinha para o almoço, Aninha!

Ana Lourdes não teve tempo para responder, pois os dois já tinham saído às pressas. A mulher apenas negou com a cabeça e voltou a se concentrar no próprio trabalho.

― Eu amo isso aqui, sabe? ― Hoseok proferiu assim que saíram de casa.

― Isso? ― Jungkook olhou confuso para o amigo. ― Isso o quê?

― Esse espaço grande, a grama verdinha. ― Apontou com a cabeça. ― Me dá vontade de voltar para a época que eu tinha oito, dez anos, onde brincava de pique-pega com meus amigos da escola. Sempre alguém se machucava, mas era tão bom.

― Nunca brinquei de pique-pega com amigos ou colegas. Não conseguia me enturmar, então brincava com meu pai, mas minhas pernas eram curtas. ― Soltou um riso, olhando para um ponto em específico na paisagem.

― Mas você cresceu, não brincou mais de pique-pega com ele para se vingar?

― Meu pai está em ótima forma, mas para esse tipo de brincadeira, ele dispensa mesmo. E, bom, como você mesmo disse, eu cresci. Nem lembro a última vez que brinquei de pique-pega ou pique-esconde. Pensando assim, percebo que o tempo passou tão rápido... ― emitiu, pensativo. ― Tive uma infância boa, em partes, mas acho que deveria ter aproveitado mais as oportunidades.

Os dois ficaram em silêncio. Hoseok virou o rosto para olhar Jungkook e sorriu.

― Beleza. ― Suspirou. ― Está com você! ― Tocou no ombro do avermelhado e saiu correndo.

― O quê? ― Sorriu confuso e deu alguns passos.

― Lero Lero Lero! Você não pega! ― Apontou a língua.

Jungkook chutou os chinelos dos pés e saiu correndo para alcançar Hoseok em meio de gargalhadas alegres. Não demorou muito para Jungkook tocar nas costas de Hoseok e dar a volta para fugir.

― CORRE MAIS DEVAGAR! NÃO VALE! ― Hoseok pediu ao parar um pouco para respirar, apoiando as mãos nos joelhos.

― Você que começou, vida. ― Jungkook sorriu, colocou as mãos na cintura e balançou de um lado para o outro.

― Pois espere aí ― Hoseok puxou o ar e soltou levemente. ― Vou te pegar!

Hoseok voltou a correr, automaticamente fazendo Jungkook correr também. Os dois passaram entre as árvores, onde Jungkook deu voltas, tentando despistar Hoseok.

― 'Tá me deixando tonto, caralho! Sai daí! ― Hoseok ralhou.

― Hobi, olha lá! O Clementino pulando! Meu Deus! ― Jungkook apontou.

― Hein? ― Hoseok olhou para trás, dando a oportunidade para Jungkook sair dali apressado. ― Nossa, que filho da mãe!

Taehyung que estava passando por perto com um quadro e seu kit de pintura, parou rapidamente ao reparar em Jungkook se aproximando correndo, desesperado.

― Goo? O que foi?

― Estou brincando com o Hoseok de pique-pega! Quer brincar? ― falou rápido.

Taehyung piscou confuso e olhou para Hoseok que se aproximava cada vez mais. O moreno deixou suas coisas no chão, tirou as crocs dos pés e começou a correr também em uma direção ao lado oposta de Jungkook.

― VOU TE PEGAR, TECO! ― Hoseok avisou antes de dar um leve tapa na cintura do moreno.

― Qual é? Eu mal entrei na brincadeira! ― riu e olhou para os lados. Sorriu ao reparar em Jimin se aproximando calmo também.

Jimin analisou a situação e riu desacreditado.

― Estão brincando de pique-pega? ― perguntou para confirmar.

― Aham, e está com você! ― Taehyung avisou antes de encostar no ombro do primo e sair correndo.

Jimin precisou processar a informação por alguns segundos, para, enfim, tirar os chinelos e começar a correr atrás de Taehyung.

― Jimin não pega ninguém! Só pega coco de neném! ― Taehyung e Hoseok cantarolaram juntos, mas correram apressados ao notarem a aproximação de Jimin.

Jimin mudou a direção, surpreendendo Jungkook, que acabou sendo pego assim que o moreno encostou em sua nuca. Jungkook não pensou muito ao começar a correr atrás de Jimin, o escutando gargalhar.

― Jungkook! Goo! Para! Cherry! ― Jimin parou de correr, tentando se recuperar das risadas enquanto se afastava em passos para trás, notando Jungkook se aproximando no mesmo ritmo. ― Cherry, não enxergo nada se continuar rindo! Como vou saber para onde estou indo, porra!

― Jico, você é uma graça. ― Soltou um riso cansado, sentindo seus fios grudados na testa e o coração acelerado. ― Mas não pode me enrolar. Começa a correr ou vou te pegar!

― Cherry...

― Um... 

― Não vale! 'Cê fica fazendo essas caras e eu fico rindo!

― Dois...

― Trapaceiro!

― Corre logo, Jico molenga! ― Taehyung gritou do outro lado.

― Três! ― Jungkook anunciou e Jimin correu.

Não deu nem dez segundos para Jimin voltar a rir, atrapalhando totalmente sua visão. Jungkook alcançou o moreno quando o segurou por trás com força, o puxando para o chão.

― Cherry, você é muito trapaceiro, na moral ― Jimin proferiu com dificuldade por conta das risadas.

― Desculpa, mas você fica realmente engraçado e fofo tentando não rir enquanto corre. ― Soltou Jimin e se deitou na grama.

― Meu Deus, eu não sirvo para brincar disso! Não mais... ― Respirou com calma e soltou um riso frouxo.

― Cansei, socorro!

― Não vão brincar mais? ― Taehyung se aproximou e se deitou também.

― Talvez mais tarde, deixe eu me recuperar. ― Jungkook soltou um sopro exausto. 

― Também estou mortinho, sem condições, ― Hoseok se jogou ao lado de Taehyung.

Jimin respirou fundo e tombou a cabeça para o lado, tendo a visão única de Jungkook de olhos fechados, respirando pesado com os lábios entreabertos e os fios vermelhos úmidos colados na testa. Jimin liberou um sopro pela boca, entretido em assistir o peito de Jungkook subir e descer lentamente.

Como era possível alguém ser tão bonito apenas respirando? E ainda por cima com os cabelos bagunçados, o rosto vermelho e suado?

Ao notar Jungkook abrir os olhos, Jimin olhou para o céu azul cheio de nuvens brancas de diferentes formas. Ele prendeu os lábios para ocultar um sorriso ao sentir que estava sendo alvo dos olhos atentos de Jungkook.

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― Eu acho que com a jaqueta está mais bonita. ― Jungkook opinou pela quarta vez, tentando ajudar Namjoon.

― Sem jaqueta! Nem está tão frio! ― Hoseok negou, tomou a jaqueta das mãos do amigo e jogou em cima da cama. ― Confia em mim, tio Nam, apenas a camisa com as mangas erguidas está ótimo.

― Então abre mais dois botões. ― Jungkook se aproximou e levou as mãos para a roupa de Namjoon.

― Não quero exagero, meninos. ― Namjoon alertou receoso, concentrado em assistir Jungkook arrumar a gola de sua camisa.

― Pronto, está lindo! ― Jungkook se afastou, sorridente.

― Ele vai se apaixonar, tio! ― Hoseok assegurou. ― Quer dizer, vai se apaixonar MAIS!

― Ninguém está apaixonado! ― Namjoon se virou para se olhar no espelho.

― Não pode afirmar por ele. E se ele estiver? ― Jungkook arqueou a sobrancelha.

― Não acho que esteja. ― Expressou com convicção. ― É muito cedo para se falar em paixão.

― Confesso que não sou fã do slow burn. ― Hoseok fez uma careta. ― Gosto da facilidade.

― Teremos que discordar ― Jungkook protestou e cruzou os braços. ― Gosto de me atentar aos detalhes.

― Não é atoa que está aí, perdendo tempo.

― Pode até ser, mas como você explica a sua perda de tempo ainda? ― Jungkook sorriu de canto, se divertindo com o olhar cerrado de Hoseok.

― Chega meninos, obrigado pela ajuda com a roupa e pelos conselhos que certamente vou ignorar, com todo respeito do mundo. ― Namjoon pegou o casaco em cima da cama e caminhou em direção a porta. ― Não dêem trabalho, eu volto mais tarde.

― Mande uma mensagem se não for voltar, por favor! ― Jungkook bradou, quase podendo visualizar o revirar de olhos de Namjoon.

Com a saída de Namjoon, Jungkook e Hoseok saíram do quarto e desceram apressados para a sala, onde edredons e travesseiros esperavam no sofá.

― O que vamos assistir? ― Hoseok pulou o sofá e se aconchegou debaixo do edredom.

― Poderíamos começar a assistir uma série juntos. Tipo, só continuar vendo ela quando estivermos juntos, o que acha?

― Sou ansioso, não aguentaria esperar ficar do seu lado para saber o desfecho.

― Pior que também sou ansioso... Cancela essa ideia! Vamos assistir um filme mesmo.

― Estou afim de ver um desenho, coisa mais infantil ― Hoseok sugeriu, concentrado em desenrolar o edredom para cobrir Jungkook também.

― Podemos assistir "Os Smurfs"? Gosto bastante.

― É uma boa! Posso ignorar que eu tenho um pouco de medo do Gargamel até hoje ― admitiu pensativo, e Jungkook gargalhou.

― Como assim? Ele é tão engraçado, Hoseok!

Hoseok não respondeu, ao invés daquilo, lançou um olhar incrédulo para Jungkook.

― Enfim, poderíamos chamar os meninos, manda uma mensagem para seu namoradinho, vê se ele está afim. Vou mandar 'pro Teco.

Jungkook não retrucou o fato de que Hoseok tinha se referido a Jimin como seu namorado, apenas pegou o celular no bolso e decidiu mandar a mensagem, animado com a ideia, ansiando por uma resposta positiva.

||você: eii

||você: já dormiu?

A mensagem foi visualizada de imediato. Aquele era uma das qualidades que Jungkook gostava em Jimin.

||agroboy fav🌾♡: Nop

||agroboy fav🌾♡: Pq? Bibble fugiu de novo?

||agroboy fav🌾♡: Ele não tá aqui não hein

||você: não é esse gato que estou procurando

||agroboy fav🌾♡: Isso foi um flerte? Mandou mensagem para flertar comigo?

||agroboy fav🌾♡: Confirmado: você não tem limites.

||você: KKKKKKKKKKKKKK

||você: na real vim te fazer um convite

||agroboy fav🌾♡: Opa! Manda a braba!

||você: Hoseok e eu vamos assistir um filme agora. Quer vir? Chamamos o Teco também.

A resposta demorou a vir e aquilo deixou Jungkook ansioso, temendo que o convite fosse recusado.

||agroboy fav🌾♡: Já vou, calma aí

||agroboy fav🌾♡: Só fui avisar a minha mãe pra ela não se preocupar

||agroboy fav🌾♡: Chego em cinco minutos, aguenta aí

||você: ta boo

― Teco disse que só vai terminar de vestir uma roupa decente e já vem ― Hoseok avisou e bloqueou a tela do celular.

― Jimin disse que chega em cinco minutos.

― Ótimo, podemos fazer algo para comer enquanto assistimos ao filme.

― Tem pipoca para estourar e o que sobrou dos brigadeiros que a Aninha fez pra você.

― Vamos pegar os dois! ― Eles se levantaram agitados e foram para a cozinha.

Enquanto resolviam a questão da comida, o som da campainha soou na sala, fazendo Jungkook ir às pressas abrir a porta para receber Jimin e Taehyung.

― Entrem e fiquem á vontade. ― Deu espaço e os dois entraram sorridentes.

― E o Hobi? ― Jimin perguntou.

― Na cozinha terminando de ajeitar a pipoca. Podem sentar aí, eu já volto. ― Sorriu e voltou para a cozinha.

― Nunca pensei que iria assistir um filme na sala da mansão. ― Taehyung expulsou um riso e se acomodou no sofá.

― Meu Deus, Teco. ― Balançou a cabeça negativamente com um sorriso e se sentou do outro lado do sofá. ― A tia deixou você vir de boa?

― Escutei um breve discurso do que não fazer enquanto estiver aqui. Preciso voltar antes das onze pra casa e voltar em silêncio para não acordar a vó. E você?

― Avisei minha mãe que vinha e ela só disse um: "ok, toma cuidado e olha 'pro chão quando sair de casa."

― Cara... Como pode? ― Taehyung passou as mãos no rosto, um tanto indignado. ― Se você passar a noite aqui, a tia Rosinha nem briga! Mas se sou eu.... E não tem esse negócio "de maior" pra minha mãe, não. Ela disse que enquanto eu morar debaixo do teto dela, vai continuar mandando em mim, sim.

― É só o jeito dela, Teco, ela se preocupa. Não que a minha mãe não se preocupa comigo, a questão é que...

― Uma irmã é liberal e a outra só falta colocar um rastreador no filho. 'Tô ligado. ― Soltou um riso. ― Estou reclamando mas não é sincero, porque reconheço que sou muito dependente da minha mãe ainda.

― Menos mal.

Os dois ficaram em silêncio por um curto período até Taehyung soltar outro riso sem força.

― Eis aí a oportunidade para encenar a típica cena dos filmes de romance. Sentar lado a lado, pegar na mão do outro discretamente enquanto os outros estão entretidos com o filme.

Jimin piscou confuso e virou o rosto para olhar Taehyung.

― Você e o Hoseok?

― Certamente não estou me referindo a mim e o Hoseok, afinal, meu coração pertence a um único cara, e ele não é o Hoseok. ― Sorriu de canto, com os olhos presos na tela da TV.

Aquilo foi um soco em Jimin.

Pasmo, Jimin piscou repetidas vezes e abriu a boca para questionar, mas ao escutar as vozes de Hoseok e Jungkook, ficou quieto e se encolheu no sofá.

― Trouxe pipocas e brigadeiro vegano! ― Hoseok anunciou e se sentou ao lado de Taehyung.

Logicamente, só restou um lugar do outro lado de Hoseok ou de Jimin. Jungkook não pensou quando se sentou ao lado de Jimin e arrumou o edredom para os dois.

Jimin olhou para Taehyung ― talvez um pouco rápido demais ― e gelou internamente quando o outro deu uma piscadela.

― Quero experimentar o brigadeiro ― Taehyung pediu assim que Hoseok apertou o play para dar início ao filme.

― Que filme é? ― Jimin perguntou para Jungkook.

"Os Smurfs".

― Ah, sim.

― Gosta?

― Uhum. ― Sorriu sem mostrar os dentes e pegou uma pipoca da tigela que o avermelhado segurava.

Jungkook levou a pipoca até a boca e mastigou de maneira desconfiada, analisando o comportamento estranho de Jimin.

🍒🐐

Já tinha seis minutos que Namjoon tinha estacionado o carro do outro lado da rua da casa de Seokjin. Naquele curto prazo, pensou em muitas coisas e, por um breve momento, novamente, ele quis fugir. Não entendia porque estava tão nervoso, era só um encontro. Já tinha tido outros encontros antes, mas nada tão sério como o que estava prestes a ter com Seokjin.

― Não posso ficar aqui a noite toda, ― Suspirou e abriu a porta do carro.

Pegou a sacola que estava no banco do passageiro, desceu do carro e trancou o veículo. Não queria chegar de mãos abanando, suas paranóias afirmavam que seria rude de sua parte, mesmo que não fizesse muito sentido, afinal, era Seokjin quem tinha feito o convite.

Parou em frente ao portão e tocou a campainha, tentando não pensar demais. Demorou alguns segundos para Seokjin abrir a porta da casa e correr para abrir o portão.

―Você chegou! ― enunciou feliz ao destrancar o portão e dar espaço para Namjoon entrar. ― Na realidade, já estava pensando que você não vinha.

― Me atrasei? Desculpa! ― pediu aflito e o outro riu.

― Não, não se preocupe! Você chegou cedo até, eu ainda nem coloquei a mesa. Mas estava com a paranóia que você não viria mais. 

― Ah, entendi. ― Expulsou um riso aliviado.

Atena apareceu repentinamente, vindo de dentro da casa e pulou em Namjoon, apoiando as duas patas na barriga do castanho.

― Oi, menina linda! Que bom finalmente te conhecer, hein? ― Sorriu e acariciou as orelhas da cachorra. ― Ela é linda, Jin, meu Deus.

― Sou suspeito para dizer isso, mas concordo plenamente, viu? Ela é uma graça... ― expressou, admirando a cachorra. ― Bem, vamos para dentro, hm? Aqui está ficando um pouco frio.

― Ah, eu trouxe... pra você. ― Ofereceu a sacola e Seokjin pegou de imediato com um sorrisinho. ― Não queria vir de mãos vazias, sei lá, nem sei se você bebe-

― Eu amo vinho, nossa, você acertou em cheio! Vamos beber esse hoje, vem!

Os dois entraram na casa junto com Atena. Seokjin fechou a porta e se direcionou para a cozinha com rapidez. Namjoon ficou na sala, averiguando os arredores e admirando em silêncio a decoração do lugar.

― Se você quiser esperar na sala, fique à vontade. Eu só preciso colocar a mesa, beleza? ― avisou assim que voltou, com os pratos e alguns talheres em mãos.

― Posso ajudar? Assim termina mais rápido.

― Vou aceitar. ― Sorriu, observando o outro se aproximar. ― E então, como o Goo está? Aliás, ele sabe que você veio?

― Ele está bem, sendo o Goo de sempre. E sim, ele sabe que eu vim. Ficou animado com a ideia de me ver saindo, sabe, com você.

Seokjin sorriu, satisfeito.

― Ele é um amor! Da próxima podemos fazer algo com ele, o que acha? Gosto muito da companhia dele, alegre o ambiente de um jeito inexplicável. Ele sempre foi assim?

― Sempre, sempre! ― afirmou, se sentindo mais confortável com o assunto enquanto arrumava os talheres na mesa. ― Ele foi a melhor coisa que me aconteceu. Na época eu estava passando por um dos meus piores momentos, sofrendo com a rejeição dos meus pais, problemas com a faculdade, meu amigo morrendo no hospital, sério, eu tinha tudo para desistir. Miguel morreu e aquilo foi um baque pra mim, mas prometi que cuidaria do Jungkook. Naquela altura do campeonato, eu já estava ciente que seria difícil tirar o Goo das mãos da mãe dele, porque, afinal, ela era a mãe, mas não agia como uma. Eu queria ter conseguido agir mais rápido para evitar o sofrimento que ele teve que passar, mas depois de muita luta, eu consegui a guarda dele e a puta da mãe dele foi presa-... desculpa, estou falando muito, né? ― Sorriu sem graça.

― Não, pode continuar! ― assegurou interessado. ― A mãe dele foi presa? Foi tão grave assim?!

― Ela deixava ele sozinho em casa diariamente, gritava com ele e às vezes machucava fisicamente. Meu coração se parte em vários pedaços toda vez que vejo as cicatrizes que ele tem na cintura e na bochecha. O pior é que isso assombra meu garotinho até hoje. Até pouco tempo atrás, a desgraçada estava perturbando ele através de ligações e mensagens, mas parou quando eu e meus irmãos fizemos uma denúncia. Porém, não tivemos retorno sobre o que aconteceu com ela, aparentemente, ela fugiu.

― Meu Deus... não consigo imaginar que alguém possa querer e fazer mal para alguém como o Jungkook. Simplesmente não entra na minha cabeça!

― Penso o mesmo, sinceramente.

― E sobre seus pais? ― perguntou, curioso.

― Fui expulso da família quando me assumi gay, até tirado do testamento eu fui. Me mudei para São Paulo, não falei com meus pais depois daquilo, mas mantive contato com meus irmãos. Meu pai adoeceu alguns anos depois, acho que o arrependimento bateu, me colocou de volta no testamento e foi só. Mas um pedido de desculpas mesmo, nunca recebi. Não guardo mágoas, mas ainda dói quando lembro. Já a minha mãe, se fechou totalmente e morreu pouco tempo depois também, jack fala que foi de tristeza. Meus irmãos não aprovaram a atitude dos meus pais em relação a mim e isso afastou eles, mesmo convivendo diariamente. Na falta do meu pai, minha mãe não tinha mais o mesmo carinho dos meus irmãos, apesar deles terem cuidado dela sempre.

― Sinto muito por tudo isso, Nam ― emitiu sereno e sentido com a dor do outro.

― Já passou, está tudo bem. Minha vida voltou a ter cor quando o Jungkook chegou. ― Um novo sorriso surgiu nos lábios de Namjoon. ― Sempre quis ser pai, sabe? Então foi uma realização! Ele completou o espacinho vazio que eu estava sentindo. Olho ele hoje, um homem já e fico satisfeito. Acho que estou cumprindo bem a promessa que fiz para o Miguel.

― Com certeza está! ― Assegurou, sorridente. ― De onde ele estiver, deve estar feliz e agradecido por você cuidar tão bem do Goo.

Namjoon sorriu e se afastou ao terminar o serviço da mesa.

― Me espera só tirar esse avental? Pode ir se sentando aí! Eu volto já. ― Seokjin saiu correndo em direção a cozinha, não dando tempo para que o outro respondesse.

Com um riso, Namjoon se sentou em uma das cadeiras e suspirou. Seokjin voltou rápido, sem o avental e com duas taças nas mãos. O veterinário se sentou à frente de Namjoon e colocou as taças na mesa.

― Eu deveria ter te perguntado qual era sua comida favorita ou coisa assim, mas como não aconteceu, espero que te agrade. ― Discorreu nervoso, apontando para a comida na mesa.

― Tudo parece incrível, Jin. Está tão caprichado e eu nem acredito que mereço tudo isso.

― Merece, acredite. ― Os dois se olharam em silêncio e Jin sorriu. ― Vou te servir, hm?

― Eu coloco o vinho então. ― Pegou a garrafa na mesa.

Com a comida no prato e o vinho na taça, Namjoon levou a primeira garfada até a boca, sendo observado atentamente por Seokjin, que esperava por uma reação positiva.

― E aí? Está bom?

― Perfeito, sério! ― afirmou e apertou os olhos, fazendo Seokjin rir.

― Que bom! Posso dormir em paz hoje!

O papo se estendeu durante o jantar sobre diversas coisas. Coisas felizes e descontraídas, que vez ou outra arrancavam risadas de ambos. Quando terminaram, Namjoon ajudou Seokjin a lavar a louça, mesmo com o veterinário assegurando que não era necessário, mas não foi levado em consideração.

Resolveram tomar mais vinho na sala, enquanto se entretiam com outros assuntos.

― Juro pra você! Acontece cada coisa louca no meu trabalho! É cada situação única que parece que vai te deixar louco. Mas eu gosto, admito. ― Seokjin soltou um riso e deu mais um gole na bebida.

― Eu imagino, viu?

― Você chegou a terminar a faculdade, Nam?

― Sim, sou formado em Administração. Minha irmã também terminou a faculdade dela, é formada em Engenharia Química. O Jack fez alguns cursos, mas faculdade mesmo, não.

― Jisoo é engenheira química? Caramba...

― Ela mesma faz os produtos dela às vezes, testa ela mesma e faz meus irmãos e eu usarmos também.

― Ela deveria ter uma marca dela.

― Era o sonho dela. Hoje em dia ela não fala sobre, mas quem sabe em um futuro, não é?

Os dois ficaram em silêncio, observando Atena dormindo no tapete felpudo da sala.

― Falamos só de mim até agora. E você? ― Namjoon indagou. ― De onde veio? Já era daqui?

― Nasci em Goiás, mas morei quase a minha vida toda em Pernambuco. Completei meus estudos por lá, me formei e depois voltei pra cá. Meus pais ficaram lá, mas tento manter contato sempre e visitar quando eu posso.

― Pernambuco? Caramba.

― Pois é. Gosto de lá, mas meu lugar é aqui e eu estou feliz.

― Seus pais, eles sabem que você, sabe...

― Sobre eu gostar de homens também? Sabem! Me assumi bi com quinze anos mais ou menos. Foi um choque, mas eles aceitaram bem.

― Nossa, que bom!

Seokjin deixou a taça vazia sobre a mesa do centro da sala e voltou a se escorar no sofá.

― Estou muito feliz em estar passando esse tempo contigo, Nam ― admitiu sincero. ― Faz tempo que não tenho um momento assim, tão confortável.

― Eu também estou gostando muito. Acho que eu estava precisando disso mesmo, uma pausa em toda a correria dos últimos tempos para aproveitar um momento assim.

― Será que podemos fazer isso de novo depois? ― pediu, com os olhos fixados na face do outro.

― Acho que sim.

― Que bom, porque realmente já estou ansioso para o próximo. ― Liberou um riso frouxo.

― Eu ainda nem fui embora e você já está ansioso pelo próximo?

― Que culpa tenho eu se você é alguém legal que quero manter por perto?

― Está me deixando sem graça, pare agora mesmo. ― Os dois gargalharam.

Quando as risadas cessaram, Seokjin se ajeitou no sofá e se arrastou para perto de Namjoon. O veterinário soltou um suspiro e pegou uma das mãos do castanho.

― Corro o risco de foder com tudo se te beijar agora? ― perguntou, sincero.

Namjoon precisou respirar fundo e piscar umas três vezes.

― Ainda não me acostumei com a sua transparência, meu Deus...

― Isso seria um não? ― Tombou a cabeça para o lado e ofereceu um sorrisinho.

― Não é um não.

Seokjin soltou um riso e avançou na direção de Namjoon, repousando primeiramente as mãos na nuca do castanho para puxá-lo para perto do próprio rosto, e então, juntar suas bocas com precisão.

O movimento rápido de Seokjin se desenvolveu mais devagar no raciocínio de Namjoon, que depois de alguns segundos, sorriu e se inclinou para frente também, passando suas mãos para a cintura de Seokjin. A iniciativa de Seokjin começou calma, onde ambos aproveitavam a sensação satisfatória de ter seus lábios unidos, partilhando o gosto de vinho quando suas línguas começaram a vasculhar a boca um do outro.

Namjoon não sabia da necessidade da boca de Seokjin até senti-la, tão quente e macia, beijando a sua com o mesmo desejo. Percebeu aquilo quando Seokjin se afastou minimamente, soltando um sopro sereno e quente contra o seu rosto.

Seus olhos se encontraram em meio a suas respirações cansadas, que era o único som no ambiente. Aproveitando-se da proximidade, Seokjin examinou cada detalhe do rosto de Namjoon e deixou um beijo prolongado sobre a covinha que apareceu na bochecha do castanho.

Namjoon fechou os olhos e apertou o corpo de Seokjin quando os lábios do moreno alcançaram seu pescoço, marcando sua pele com selares delicados e causando ansiedade em seu interior. Não previu os próprios movimentos quando puxou Seokjin para seu colo com agilidade, dando um leve susto no outro. Seokjin apenas sorriu e se agarrou nos ombros de Namjoon, voltando a beijá-lo.

Por minutos, trocaram amassos no sofá, até Namjoon se lembrar do horário, que provavelmente já não era tão cedo. O castanho se afastou com cautela, ainda anestesiado com os toques de Seokjin.

― Já está tarde. Eu preciso ir... ― proferiu quase sem voz.

― Ah, é mesmo, você precisa ir. ― Riu fraco e se afastou.

Namjoon se levantou e olhou para Seokjin escorado no sofá, com os lábios vermelhos e os cabelos desalinhados.

― Eu... gostei muito da noite. Espero que possamos fazer algo de novo em breve ― falou rápido, um pouco nervoso.

― Eu estou torcendo por isso. ― Seokjin sorriu.

― Obrigado mais uma vez.

― Eu te acompanho. ― Se levantou e caminhou na frente.

Seokjin abriu a porta e o vento gélido encontrou Namjoon. Naquele momento, o castanho quis voltar para dentro, para os braços de Seokjin.

Namjoon encarou seu carro do outro lado da rua, Seokjin segurando o portão e o celular que estava em sua mão. Vencendo as incertezas, Namjoon desbloqueou o celular e entrou no aplicativo de mensagens, causando curiosidade no outro ao seu lado.

||você: Goo, não me espere acordado para me perturbar, não volto hoje

||você: E se me zuar apanha

||Filhotinho❤: AAAAAAAAAAAAAA

||Filhotinho❤: TIRO COM SUA CARA AMANHÃ, NÃO SE PREOCUPE!👋🏻👋🏻👋🏻

||Filhotinho❤: boa noite, papis! te amo, obrigado por avisar💗

||você: Também te amo, dorme bem💞

Com aquilo feito, Namjoon guardou o celular novamente e olhou para Seokjin, que continuava com a mesma expressão curiosa. Namjoon tomou o portão das mãos do outro e o fechou novamente.

― Acho que eu vou ficar ― anunciou depois de alguns segundos em silêncio.

Seokjin sorriu largo e verdadeiramente com a notícia. Não esperou para puxar Namjoon para dentro da casa novamente com euforia.

🍒🐐

Durante o filme na mansão, Jimin evitou contato visual com Jungkook e com Taehyung. Estava pensando demais e olhar para os outros dois citados o deixava ainda mais nervoso. Quando o filme chegou ao fim, Jimin foi quem tomou a iniciativa para arrastar Taehyung para irem embora. Precisava sair dali.

Jungkook quase questionou a partida tão rápida do moreno, mas não o fez, apenas se despediu brevemente e os dois primos foram embora.

Jimin não quis pensar muito quando chegou em casa. Ao invés disso, se enfiou debaixo das cobertas de sua cama e buscou dormir o mais rápido possível enquanto tentava pensar em outras coisas para pegar no sono.

Já era de madrugada quando o primeiro suspiro escapou dos lábios de Jimin no quarto com pouca iluminação. Ele se contorceu no colchão de maneira inquieta, apertando os lençóis sem consciência em meio a respiração dificultosa. Logo começou a suar e seu corpo ficou quente.

Aquela relutância durou o suficiente para fazer Jimin acordar assustado. Olhou para os lados, mas a escuridão não o permitia ver muito, contribuindo para seu nervosismo. Tocou o próprio rosto, notando a umidade em sua pele e desceu os toques para seu peito, onde reparou seus batimentos cardíacos fora de controle.

Mas como se tudo já não estivesse confuso e alvoroçado demais, algo mostrou que não.

― O-o quê? ― Jimin emitiu fraco ao descer as mãos e sentir um incômodo mais abaixo.

Estava duro, e concluir aquilo o apavorou.

Jimin voltou a respirar pesado na medida que jogava as cobertas no chão para conseguir se levantar da cama. Seu desespero parecia apenas crescer cada vez mais que sentia a situação tão real.

― Não... ― sussurrou, sentindo um nó doer em sua garganta ao reparar o volume tão notário em seu short.

Desesperado, Jimin saiu do quarto às pressas, entrou no banheiro e trancou a porta. Ao acender a luz, encontrou seu reflexo no espelho, derrotado. O limite chegou quando Jimin apertou os olhos, permitindo que as primeiras lágrimas rolassem pelo seu rosto, dando início a um choro silencioso. Não queria acordar seus pais para o encontrarem naquela situação tão vulnerável.

Ainda com os soluços baixos, Jimin ligou o choveiro e ficou ali, torcendo para que aquilo passasse o mais rápido possível. Não controlou os próprios impulsos quando se sentou no chão, deixando a água fria cair sobre seu corpo quente e se misturando com suas lágrimas que escorriam uma atrás da outra.

Se encolheu no chão, apertando o próprio corpo e escondeu o rosto entre seus braços. Era aquilo que queria fazer; se esconder até que não sentisse mais a sensação desesperadora que estava o consumindo.

🍒🐐🍒🐐🍒
#LacemOClementino

Betagem cheirosa por: sartluv (@/laliescreve) obrigada, mia vida👋🏻💜

GENTE (*&^%$! TÁ VINDO HEIN!! E aí? Gostaro? Deixem tudo aqui!!

Tenham mais um tico de paciência com o Jico, tudo bem?

Acho que é só! Até o próximo capítulo!💕

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