Uma Droga Chamada Amor.

Per Gabrieldavi_

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+18 (Revisado e completo) Após conseguir uma bolsa de 60% na área de psicologia em uma das melhores universid... Més

Dedicatória
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Nota do Autor

Capítulo 15

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Per Gabrieldavi_

Amanhecer na praia.

Os anfitriões da festa - João, Matheus e Joana - anunciam o fim da festa às 5h da manhã. As pessoas começam a esvaziar o lugar e lembro do meu tempo. Meus olhos estão quase fechando de sono. Não bebo desde às 2h da manhã, então não estou bêbado, mas não estou sóbrio. Saio com Amanda, que está sóbria, já que está dirigindo. Pedro está meio bêbado, mas não muito. Me ofereço para levar Pedro, já que temos que conversar sobre algo. Pedro parecer ler minha mente; por isso, puxa Larissa de canto. Eles têm uma conversa rápida e logo ela abraça ele e o deixa sozinho. Nossa, que término mais calmo e repentino. Eu estranharia.

— A gente vai conversar um pouco, mas obrigado pela carona e cuidado, hein? — Me despeço de Amanda que apenas sorrir e assente.

— Se cuidem também. — Fala e dá partida no carro.

Não está frio, está um vento agradável. Caminho com ele até Av. Atlântica, que não é tão longe, de onde estávamos. Caminhamos em silêncio, um ao lado do outro. As ruas estão vazias. A praia, devido ao alargamento, está uma parte interditada, por isso seguimos até a barra sul, onde já está pronta. Não sei como iniciar a conversa e quebrar o gelo com ele, por isso tiramos nossos sapatos calados e pisamos na areia. Nos sentamos na areia e observamos a lua no céu e ouvimos o barulho das ondas quebrando no mar. O céu está tão lindo.

— Já tenho a resposta. — Decido quebrar o silêncio. — Eu aceito.

— Obrigado, cara. — Ele me abraça sorridente. Seu corpo está um pouco gelado, devido ao frio. — Quanto você cobra dos caras? — Pergunta me soltando. Me sinto desconfortável com a pergunta, mas é necessário. Demoro um pouco, para responder.

— Depende do cliente e da quantidade de horas. — Falo e respiro fundo. Sinto meu peito doer, por fala disso com ele. — Mas no geral... 2 mil. — Respondo. Falo a verdade e sinto meu peito doer mais. Por que com Amanda não me senti assim?

— Pago 4 mil e você não precisa nem me beijar, nem fazer sexo... — A última parte é um sussurro. Engulo em seco e sinto meu estômago se revirar. — Nem vai precisar você fazer mais isso.

— Pedro... — Tento falar.

— Esse é o acordo. — Sentencia. Encaro seu rosto e nossos olhares se cruzam e sinto meu estômago se revirar novamente, mas de uma forma boa. — Nada de outro caras. Apenas fingiremos e assumiremos aos poucos. Ninguém pode saber que é de mentira, ok? — Fala.

— Tudo bem, por mim. — Apenas concordo.

Ele sorrir e volta a me abraçar. Ficamos abraçados e observando o horizonte. O céu fica alaranjado com os primeiros raios de sol. Sorrio vendo a perfeição que é o nascer do sol, visto dá praia. Pedro elogia e eu faço mesmo. Algumas pessoas começam a surgir. Algumas correndo. Outras apenas andando. O fluxo de carro e bicicleta vai aumentando os poucos. Em pouco tempo o sol está completamente exposto. Guardo o celular que tirei algumas fotos de Pedro e do pôr do sol. Tiramos selfies sorrindo e outras abraçados. Os abraços são sinceros e não parte do acordo.

— Bom dia, namorado de aluguel. — Ele brinca e eu sorrio.

— Bom dia, senhor que paga namoradOs de aluguel. — Brinco de volta e ele me dá um soquinho no braço.

— Quer ir para sua casa ou a minha? — Pergunta. — A gente pode tomar banho e assistir a um filme ou só dormir. — Sugere se levantando.

— Acho que eu só vou dormir e ouvir você roncar. — Faço uma careta. Ele gargalha e me ajuda a levantar.

— Já aviso que durmo pelado. — Ele brinca.

— Ótimo. — Sorrio e dou um tapa em suas costas. — Menos trabalho para tirar suas roupas!

— Nossa, que prático. — Ele gargalha.

Seguimos para sua casa a pé mesmo, já que é perto. Mando mensagem para casa avisando, que estou na casa de Pedro e volto mais tarde para casa. Subimos de elevador e sinto meus olhos pesarem de sono e cansaço. Pedro boceja e eu faço o mesmo. Entramos sem fazer barulho, para não acordar o pai dele. A casa está escura, já que as janelas estão fechadas. Ele é quem me guia pela casa escura. Segurar a sua mão me causa vários sentimentos diferentes. Entramos em seu quarto e ele fecha a porta e acende a luz. Está organizado e limpo. Ele tira a camisa e joga no cesto sujo e avisa que está indo tomar um banho.

Tiro meus sapatos cheios de areia e coloco em um canto. Coloco o celular para carregar e vou no armário dele, procurar algo para vestir e já aproveito e cato uma cueca nova. Escolho uma roupa para ele, já que não vi ele pegar roupa, apenas a toalha. Ele deixa a porta do banheiro aberto. Jogo as roupas para ele, assim que sai do banheiro todo molhado. Ele agradece e eu reviro os olhos e entro para me banhar. A água morna relaxa meu corpo ao ponto de quase dormir no box. Me seco e visto a roupa que peguei em seu guarda-roupa. A roupa ficou perfeita em mim, já que temos praticamente a mesma altura e peso. Só a cueca que fica um pouco mais apertada, já que eu tenho mais bunda que ele. Saio do banheiro e encontro o cara que falou que íamos assistir filme, dormindo e rocando só de cueca na cama, pelo menos não é pelado.

Não perco a oportunidade e tiro uma foto dele assim. Até gravo ele roncando, para mostrar a ele. Tento não admirar seu corpo, mas é impossível. Apesar de ter apenas 17 anos, Pedro já tem um porte de adulto, talvez seja genética. Não que eu pareça uma criança, mas minha altura e meu porte, me deixam um pouco mais novo, assim como meu estilo. O empurro para o lado e o cubro. Me deito de bruços, já que ele está de peito para cima. Deito a cabeça no travesseiro e apago.

Acordo primeiro que Pedro. Ele está todo aberto na cama e uma de suas pernas, está jogada em cima de mim. Seu rosto está tão sereno. Tão lindo. Queria que tudo isso fosse verdade. Queria poder beijá-lo quando quiser. Queria poder ficar feliz com esse pequeno gesto, que é sua perna em cima de mim. Ele se movimenta e eu fecho os olhos. Ele tira a perna de cima de mim e sou enlaçado em um abraço quente. Não me movo, apenas sinto seu corpo quente junto do meu. Sua respiração está próxima do meu rosto e seus braços me apertam com força. Volto a abrir os olhos e observo seu rosto, sentindo um frio na barriga.

— Hora de acordar, princesa. — Brinco e mexo com seu nariz. Ele tira minha mão e abre os olhos preguiçosamente.

— Para com isso. — Ele me solta e parece prestar atenção que está excitado e me abraçando. — Desculpe... Bom dia?

— Boa tarde, isso sim. — Sorrio e me levanto da cama. — Dormir de conchinha tá no acordo? — Brinco e ele sorrir envergonhado.

— A não ser, que queira algo duro encostando em você. — Ele coça os olhos. Engulo sem seco.

— Olha, não me provoque, que quando entro em uma briga, não saio como perdedor. — Brinco, mas com um toque de provocação, e ele sorri.

Após usar o banheiro, tiro meu celular da tomada e me atualizo sobre minha família e minha amiga. Estão todos bem e não tem polícia atrás de mim, o que é bom. Logo ele sai do banheiro, pega seu celular e olha as notificações. São 16h, ou seja, seu pai está quase chegando em casa. Pedro não me deixa sair sem almoçar/lanchar com ele. Pedimos pizza e enquanto aguardamos a pizza colocamos um filme para assistirmos. Eu coloco love, Simon sem Pedro ver. Ele não reclama da escolha do filme. Deita a cabeça no meu colo e levo minhas mãos à sua cabeça, iniciando um cafuné.

— Eu vou lá pegar! — Ele se levanta, quando a campainha toca.

— Eu nem ia me levantar mesmo. — Sorrio.

Comemos a pizza assistindo ao filme. Pedro está bem interessado no filme, já que não desgruda os olhos da tv. Quando o filme termina, ajudo ele a limpar o que sujamos e me preparo para enfim ir para casa, mas seu pai aparece e eu congelo. Nossos olhares se cruzam. Não sei o que falar ou o que dizer. O meu Pedro toma a frente e fala antes de mim ou de seu pai. O cumprimento apenas com um sorriso.

— O senhor já conhece Isaac como meu amigo. — Ele Fala. Eu respiro fundo para o que segue. — E agora estou te apresentando como meu namorado.

Namorado? — Ele parece não acreditar. Nem eu. — Pera... e a Larissa? — Ele parece confuso. Joga sua maleta de qualquer jeito no sofá.

— Terminamos e eu já estava ficando com Isaac... eu nunca assumi nada com ela. — Ele explica com naturalidade. Seu pai me olha novamente, ele parece com raiva.

— Quanto ele está te pagando? — Sua pergunta é direcionada a mim. Travo e não consigo responder.

— O quê? Você está ofendendo meu namorado, pai! — Ele tenta me defender. — Ele não é esse tipo de pessoa.

— Hahaha, isso é uma brincadeira, né? E de péssimo gosto. — Se recusa a acreditar. Não me movo, nem falo nada. — Quanto está cobrando? — Pergunta novamente.

— Você está me ofendendo. — Consigo falar e olhar nos seus olhos. Ele passa a mão no rosto ao ver que estou sério.

— OK! — Diz. — Desculpa... não foi minha intenção, não sei nem o porquê de eu ter feito essa pergunta, é só que... esquece. — Ele se atrapalha com as palavras. Pedro não entende a reação do pai. — Precisamos conversar, Pedrinho. Posso ter um momento a sós com meu genro? — Ele pergunta. Pedro aperta minha mão e sorrir, nos deixando a sós.

Volto a me sentar no sofá e encaro ele. Ele continua em pé e confere se seu filho já se foi. Ele começa a roer as unhas. Seus olhos verdes, estão mais escuros hoje, talvez pela falta de luz do apartamento. Não faço a mínima ideia do que ele quer falar comigo. Vejo-o tirar o paletó, ficando apenas de camisa e gravata. Afrouxa a gravata e tira seus sapatos, jogando-os em um lugar qualquer. Mesmo de blusa é possível ver seu porte físico. Eu toquei cada parte de corpo. Senti os sabores até de onde eu não posso e não vou falar.

— Por que ele? — É sua primeira pergunta. — Eu te ofereci uma vida boa...

— Porque eu o amo... — As palavras saem automáticas e sinceras.

— Ama o dinheiro, ele não. Não machuque ele. Eu amo meu filho e não quero ver ele magoado por sua causa. — Suas palavras são sinceras e me sinto mal. Eu magoar ele? Você, que estava obrigando-o a namorar uma garota, sobre ameaça de tirá-lo do país.

— Não me ofenda, Pedro. — Me defendo. — Eu posso amar o dinheiro e amar ele também. Eu sou humano e amo.

— Seja lá quanto ele estiver pagando, eu pago triplo. — Oferece. Até meu lado ambicioso, se ofende com a proposta. — Eu posso te dar o prazer que ele não pode...

— Já chega! — Encerro a conversa.

Eu te amo, não está claro? ELE NÃO É HOMEM PARA VOCÊ. — Segura meu braço e olha no fundo dos meus olhos. — Me escolhe e eu te darei tudo que quiser.

— Nem tudo é sobre dinheiro, Pedro...

— É, quando se trata de Isaac Roberto. — Ele acusa acariciando meu braço.

— Aí que você se engana.

— O que ele tem que eu não tenho? Sou eu quem banco ele...

— Ah para, né? Eu o escolhi pelo amor que sinto. — Falo e ele sorrir descrente.

— Não seja idiota e deixe seu lado ambicioso falar. Viver comigo é ter todo o luxo que você merece. — Morde o lábio e aproxima o rosto do meu.

— Ele vai ser sempre minha escolha. — Digo.

— Eu nunca saio como perdedor, Isaac... — Ele sussurra antes de me soltar. Eu senti calafrios nessa última parte.

Somente fora do apartamento consigo respirar. Chamo um Uber e sigo para casa. Hoje o dia foi bem... nem sei como descrever. Tudo que eu queria, está se tornando "realidade". Eu tenho noção de que as coisas com Pedro, não é de verdade, mas ainda assim eu tenho alguns privilégios, tipo: eu disse em voz alta, para o pai dele que o amava e isso é algo que eu não diria. É uma liberdade, que tem um preço e limite.

>><<

Após o fim da aula, Amanda segui para sua casa e eu e Pedro, seguimos para minha casa. Hoje vim a pé, porque precisava pôr a cabeça no lugar. Andam acontecendo coisas demais para se raciocinar em um dia só. Esse namoro de aluguel só está me dando dor de cabeça e isso, repito: não é bom! Entro em seu carro, que agora tem seu cheiro e não de seu pai. Ele abre a janela e deixa o vento entrar. Diferente das outras vezes, eu não me sinto tão confortável. Ele parece perceber. Fecho os olhos e encosto a cabeça no encosto do banco.

— Você tem que ser mais relaxado, Isaac! — Ele fala e sinto sua mão aperta de leve minha coxa. — Você está bem?

— Mais? Como? — Brinco e sorrio, sem abrir os olhos. — Não sei se é boa ideia continuar com isso. — Mostro meu desânimo.

— Por quê? — Ele questiona. Minha cabeça formula mil resposta, mas nenhuma sai. — Mas tudo bem se quiser desistir. Até sobra mais dinheiro para mim...

— Nada de psicologia reversa comigo, Pedro. — O corto. Ele gargalha e eu faço o mesmo. — Tudo bem, eu aceito continuar. Mas se quiser andar de mãos dadas ou fotos é mais caro. — Brinco. — Uma brotheragem, eu ainda faço de graça. — brinco para descontrair, mas talvez eu tenha escolhido a brincadeira errada.

— Beijo é de graça, né? — Pergunta. Não consigo distinguir se é brincadeira ou se é sério. Meu coração acelera.

A pergunta fica no ar. Óbvio que a resposta é um grande NÃO. Te beijar é de graça. Eu poderia te cobrar só beijos, sem precisar de dinheiro. Ele para de frente a minha casa. Ele tentar descer, para conhecer meu pai e eu não permito. Dou alguns argumentos falhos e ele acaba desistindo. Minha despedida dele seria, apenas, um aperto de mão, mas ele me pega de surpresa e me abraça. Retribuo meio sem jeito.

Meu pai questiona quem me trouxe, por isso invento que é Uber e óbvio que ele acredita. Hoje tenho um cliente marcado para a noite. Não é porque estou fingindo um namoro, que não vou continuar meus trabalhos extras. Meu corpo precisa liberar a testosterona. Às vezes acho que sou viciado em sexo, já que estou sempre fazendo isso e quando não faço, fico estressado. Mas deve ser só o estresse diário. Almoço com meu pai, conversando sobre o jantar com Cristal, no final do mês. Arrumo a casa, enquanto escuto uma playlist de MPB do youtuber.

Limpo meu quarto e somente às 18h vou tomar banho para meu trabalho noturno. Continuo vendendo packs, mas não mostro meu rosto. Sinto que necessito começar a malhar, para ganhar mais massa muscular. Coloco minha jock dourada e o colete também dourado. Visto uma camiseta branca manga longa e uma camisa preta estampada por cima. Uma calça preta curta com rasgos nos joelhos e curto nas pernas. Calço meias estampadas de xadrez preto e branco e meus vans - limpos, ok! -, pego meus fones sem fio e coloco nos ouvidos. Coloco minha choker de coleira e meus brincos de cruz, que eu tanto amo. Coloco um elástico nos cabelos e faço um afro Puff. Passo perfume e saio do quarto.

>><<

O que é isso vermelho, em seu pescoço? — Pedro questiona passando a mão em mim.

— O quê? — Pergunto de volta. Maldito Rafael!

— Você continua saindo com caras? — Ele pergunta sério. Me faço de desentendido.

— O quê? Não! Isso foi Natali que me beliscou. — Minto sem olhar nos seus olhos. Levanto a gola da camisa para cobrir.

— Porra, Pedro! Desse jeito, você vai sugar o Isaac todinho, hein? — Amanda brinca e eu acabo sorrindo. — Como que você me deixa ele fazer isso?

— Tenho que marcar território, né? — Ele entra na brincadeira e beija meu rosto, no exato momento que viro para encará-lo e sai um selinho.

— Que fofos! — Amanda grita e bate palminhas.

Pedro fica tão sem jeito, quanto eu. Entramos os três junto para a sala de aula. Nós estamos nos mesmos lugares e ficamos focados no que o professor explica. Pedro ainda me olha desconfiado, por isso subo mais a gola da camisa, para esconder o chupão. Não é porque estou em um namoro falso, que não vou transar com outros caras. Além de ganhar algo, eu ainda me divirto e me alívio, já que não posso fazer isso com Pedro. Tento dar um perdido em Pedro, para não voltar para casa com ele, mas ele consegue me achar e pede para me levar para casa, na frente de Amanda e eu não recuso.

Entro no carro - que já estou habituado a fazer isso -. O silêncio reina dentro do carro, até eu ligar o som do carro. Ele desliga e eu ligo de novo. Ficamos nisso, até ele segurar minha mão e olhar nos meus olhos. Puxo minha mão e a coloco dentro do moletom. Ouço ele respirar fundo e dá partida no carro. Fecho a janela e ele abre. Isso já está me irritando. Por que ele está com raiva? É só um namoro de aluguel, por que ele está assim? Ele não segue para a minha casa, nem para a sua. Não digo nada, apenas fecho os olhos e me perco nos pensamentos.

Acordo, apenas, quando sou chacoalhado. Ele me trouxe para a praia brava. Encaro a imensidão azul de água. As pessoas deitadas na areia, como se não houvesse mais nenhuma preocupação no mundo. Não descemos do carro. Pedro é quem quebra o silêncio.

— Por que você ainda continua saindo com cara? — Ele volta a insistir no mesmo assunto.

— Pedrinho, não é porque estamos fingindo um namoro, que eu não posso beijar outros caras. — Omito as informações.

— Quer mais dinheiro? — Ele entende errado. Sorrio.

— Nem tudo é sobre dinheiro, Pedro. — Comento desviando do seu olhar.

— Sério... eu me preocupo com você... eu gosto de você, sabe? — Ele fala e eu engulo em seco. Em que sentido você gosta?

— E... eu preciso transar também, né? — Deixo escapar. Me arrependo assim que sai da minha boca.

— Uai, mas você não disse que oferece a brotheragem de graça?

— Oi? — Me finjo de desentendido.

— Não... quer dizer... — Ele parece se dar conta do que disse e cora. — Será que não consegue ficar alguns meses sem fazer sexo? Até parece um viciado! — Reclama.

— E se eu for? Vai fazer o quê? — Me estresso e fico cara a cara com ele. Nossos rostos estão tão próximos.

Um beijo feroz acontece. Nossas línguas parecem conversar entre elas. Sua mão me puxa mais para si, do mesmo modo que sua outra mão percorre meu peito. Me deixo ser totalmente rendido e aproveito o máximo.

— Nada... desculpa eu me alterei. — Pedro volta a olhar para a frente e me tira do meu sonho. Foi só coisa da minha cabeça, novamente. — Eu só me preocupo com você, entende?

— Tudo bem... eu me alterei também. — Assumo. Bufo de frustração, por ser apenas imaginação. — E obrigado pela preocupação, isso deve ser só acúmulo de testosterona. — Brinco e ele sorrir, indignado.

Pedro me deixa em casa e dessa vez o apresento a meu pai, mas não como namorado e sim como amigo. Torço para meu pai, não dá com a língua nos dentes e dizer que sou apaixonado por Pedro. Os dois se dão super bem, já que Pedro é super educado. Meu pai o convida para o jantar aqui em casa e antes que eu diga algo, Pedro aceita e diz que virá com certeza. Droga, pai! Meu pai pisca o olho para mim, quando acompanho Pedro até meu quarto, que ele quer conhecer. Seu argumento é que eu já conheço o seu, então é justo ele conhecer o meu.

Pedro fica encantado com meu quarto. Elogia a organização. Elogia os bordados pregados na parede. As cores do quarto, até o plano de fundo do meu notebook. Sorrio, com os detalhes que ele elogia. O entrego um bordado que havia feito, para ele meses atrás, mas sempre esquecia de levar. Sei que ele é fã de The neighbourhood, o bordado tem o nome da banda e o nome de sua música preferida Sweater Weather, além de ter o símbolo da banda. Eu acho lindo o emblema da banda - uma casa de cabeça para baixo, um coração e um triângulo com um olho dentro -, ele sorrir e me abraça agradecido.

— Você é o melhor namorado, que qualquer um poderia ter... — Tampo sua boca, antes que meu pai ouça.

— Sh... meu pai tem os ouvidos bem apurados. — Alerto-o e ele se desculpa sorrindo.

— Me empolguei com o presente. Me ensina a bordar também?

— Sobre bordar, eu ensino sim, ou talvez...

— Seja fácil para mim. — Ele começa a fazer cócegas em mim e eu começo a rir, sem parar. Peço para parar, mas ele continua até eu dizer sim. — Ótimo, só marcar o dia para me ensinar a bordar.

Ficamos nos encarando e sem assunto para conversa. Meus olhos vacilam e desce até os lábios carnudo de Pedro, ele percebe e cora, só então viro o rosto com vergonha. Porra, está cada vez mais difícil resistir. Ele se deita na cama e eu me deito do seu lado.

— Eu gosto de você. — Ouço ele falar, mas não sei se é real ou coisa da minha cabeça, por isso não respondo. — Nunca fui de ter muito amigos. — Continua e eu viro para encará-lo e ele está de olhos fechados.

— Como não? Um riquinho igual você? — Pergunto indignado e ele solta uma gargalhada.

Nem tudo é sobre dinheiro, sabia? — Ele repete minha fala e eu sorrio.

— Idiota! — Belisco seu peito.

— Ai, caralho! Doeu. — Ele passa a mão onde belisquei. — Bem no meu mamilo? Olha que eu sinto muito tesão, hein? — Ele sorrir de lado.

— Depois eu que sou viciado em sexo, seu pervertido. — Brinco e nesse exato momento, a porta se abre. Nati encara nós dois deitados na cama. Pedro com a mão sobre meu peito e eu com a mão em sua coxa.

— Olá, Pedro! — Ela sorrir. Eu conheço esse sorriso de canto dela.

— Ah, oi! — Ele sorrir.

— Educação mandou lembranças. — Digo e me sento, ao perceber que continuávamos na mesma posição.

— Para de ser idiota garoto. — Ela rola os olhos.

— Não sei como você suporta esse chato. — Pedro fala para Nati. Ela sorrir.

— Oi? Você na minha casa e me ofendendo? — Coloco a mão sob o peito indignado. Os dois sorriem. 

Continua llegint

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