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- Lara Narrando -
Hoje a minha sessão de fisioterapia foi na água e era algo que eu odiava, dificilmente conseguia completar os exercícios e isso me irritava muito, a sensação era que não estava adiantando nada e que nunca voltaria a ficar 100%. Um pouco depois que a fisioterapia se encerrou as minhas amigas chegaram e foi bom para distrair.
- A sua irmã está aí? - Elisa perguntou e eu neguei
- O Lipe veio trabalhar aqui no escritório - contei - E ela aproveitou para levar a Ana Clara no dentista
- Evitar certos assuntos - Elisa fez careta - Assim não temos constrangimento
- É uma boa - Letícia falou e eu percebi que algo não estava certo
- Lembrou de mais alguma coisa? - Elisa perguntou e eu dei de ombros
- Nada interessante - suspirei - Porém descobri que o Gabriel não pretende ter filhos
- Que bom, né? - Letícia me olhou - Vocês são novos
- Não - ri fraco - Ele não tem vontade de ser pai, tipo nunca
- E você quer ter no mínimo dois - Letícia completou e me olhou curiosa - E aí?
- E aí que ele me prometeu que assim que tiver uma resposta definitiva sobre o assunto me contaria e aí deixamos o assunto de lado - expliquei
- Pelo menos os dois se posicionaram sobre - Letícia falou e eu assenti - Assim não tem surpresa na frente e nem enganação
- Verdade - Elisa concordou - Eu mesma avisarei pro futuro boy que pretendo ter três filhos
- Eu fugiria ao ouvir isso - falei e ela me deu língua
- Eu também - Letícia riu e um celular tocou, quando ela pegou ficou mais branca que o normal e com uma cara de assustada
- O que foi? - perguntei preocupada
- Acho que é o João - sussurrou e desligou o celular
- Ele está te perseguindo? - Elisa perguntou séria e a Letícia negou com a cabeça
- Eu estou com essa sensação - explicou - Recebi uns telefonemas e quando atendo a linha fica muda e daí já fiquei desconfiada, né? Troquei de número porém as ligações continuaram - deu uma pausa - E acabou a confiança de ficar em algum lugar sem medo, já até passei um monte de matéria pra online
- Você deveria andar com seguranças - falei olhando pra ela
- E falar o quê para o meu pai? - falou baixo - Que eu confiei em um cara que enfiou a porrada em mim? O auge da vida dele descobrir que a filha foi uma idiota
- A culpa não foi sua, Lê - Elisa sussurrou - Não fala assim
- Mas é assim que eu me sinto - suspirou - Pior ainda quando lembro de algumas coisas e percebi que tudo estava na minha cara e eu não quis perceber
- Com licença - me levantei e segui até o escritório do meu pai, abri a porta e o Lipe se assustou de leve por estar concentrado em alguns papéis
- Bater na porta nunca mais, né? - falou irônico mas em seguida abriu um sorriso de lado - Tá precisando de algo? E nesse algo não está incluso o meu cartão - acrescentou e eu revirei os olhos rindo
- Depois te digo o que você pode me dá de presente e então resolvemos a problemática de você não me dá presente há séculos - falei simples e ele riu negando com a cabeça - Mas preciso da sua ajuda
- Só falar - falou e eu apoiei a mão na cadeira
- Quando o Gui ajudou a Letícia ela ficou na sua casa e obviamente ele contou o que aconteceu, né? - falei e ele assentiu - Você se envolveu, Lipe?
- Larinha - tentou falar mas eu não deixei
- Eu sei como a nossa família é - falei simples - Você jamais deixaria o que aconteceu passar, né? O papai ou o Uan faria algo - dei uma pausa - Você fez algo - afirmei o óbvio
- Fiz - confirmou - Por que?
- A Letícia acredita está sendo perseguida - falei e ele ficou sério na hora - Recebeu ligações estranhas e ela não se sente segura na rua - dei uma pausa - Ela tem as coisas dela pra fazer, né? Faculdade e tudo mais, o máximo de matéria que ela podia colocou pra online. Mas, Lipe, isso não é justo! Ela está vivendo cheia de medo e se privando de um monte de coisas por causa de um babaca que não aceita o fim?
- Não é - concordou - Ela não tem seguranças?
- Não - neguei e ele pareceu irritado
- Porra! Era pra ter colocado depois do que rolou, se o filho da puta tenta algo? - perguntou irritado
- Ela teria que explicar pro pai e não quer isso - falei e ele ficou quieto por alguns segundos
- Ela está aí, né? - perguntou me olhando
- Está - confirmei
- Manda ela vir aqui - falou e eu assenti
- Seja educado - pedi e ele revirou os olhos
- Vai lá - falou e eu saí do escritório
- Felipe Narrando -
Depois que a Lara saiu do escritório o tempo passou e nada da Letícia aparecer, provavelmente negou e a amiga estava tentando convencê-la. Resolvi deixar o trabalho de lado e abri o arquivo que tinha o dossiê do ex da Letícia, reli e dessa vez foquei no que tinha sobre o pai dele e fiz uma anotação mental, precisava de um dossiê sobre o senador. Escutei uma batida na porta e mandei entrar, quando ouvi o barulho olhei e vi a loira entrando.
- Queria falar comigo? - perguntou e fechei o arquivo
- Me dá o seu celular - falei direto e ela arregalou os olhos
- Que isso? Um assalto? - perguntou confusa
- Senta - indiquei a cadeira com a cabeça - Acho que a nossa conversa vai demorar - completei e depois de alguns segundos se sentou
- O que você quer com o meu celular? - perguntou e parecia ter vergonha de está ali, desde que aconteceu o incidente com o ex ela se fechou completamente e aquela que era a amiga mais louca da Lara se tornou uma versão mais envergonhada e quieta da Elisa
- A Lara me contou sobre as ligações e sobre o fato de você não se sentir segura - falei sério - Eu vou descobrir quem está fazendo as ligações para você
- Nunca é do mesmo número - falou baixo - Já tentei retornar mas não consigo
- Eu consigo resolver isso - falei sério - E você pode voltar a sua vida normal, colocarei seguranças para tomarem conta de você e eles serão capaz de darem a própria vida por você
- Você não precisa fazer isso - falou baixo - Naquela noite você e o Gui já me ajudaram muito
- Eu preciso - me levantei - É melhor eu cuidar para que nada aconteça a você do que eu ser preso - falei e fui até o mini bar, abri a garrafa de whisky e enchi o copo
- O quê? - perguntou assustada
- Se ele tentar fazer alguma coisa com você não darei outra chance pra ele - dei um gole na bebida e olhei pra ela que me olhava assustada - Eu vou matá-lo, Letícia
- V-você não precisa fazer isso e também não pode se prejudicar por minha causa, a culpa foi minha e caso alguém tenha que sofrer sou eu - disparou a falar e a observei, ele fudeu completamente com a cabeça da garota - Você realmente não precisa fazer nada - se levantou e eu terminei de beber
- É uma promessa, Letícia - me aproximei e peguei o celular da mão dela - Eu vou matá-lo - falei e mostrei o celular pra ela - Te devolvo mais tarde
- Você não - tentou falar mas eu não deixei
- Uma promessa - repeti e voltei a me sentar, ela me olhou por tempo e saiu em silêncio do escritório