De Repente Princesa.

By LunaeHermione

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Grace Stewart e Julie Juliats nunca tiveram uma vida fácil, mas sempre enfrentaram as divergências da vida de... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 18

Capítulo 17

75 6 11
By LunaeHermione

Arriscamo-nos a perder

quando queremos ganhar demais.

Jean de La Fontaine

Pov James

Pov James.

Grace se despediu de Julie e seguiu para a área restrita da biblioteca. Nunca fui muito fã de bibliotecas, mas parece que qualquer lugar onde Grace está parece bom, certo, estranho isso né?

Ela pega o mesmo livro que estava lendo ontem no mesmo lugar que havia deixado e foi para a mesa que tem escondida entre as prateleiras.

-Será que eu já tenho os pontos necessários para saber o porque que vocês procuram sobre esse Nill?- Perguntei em um tom divertido.

Mas na realidade esse assunto me tirava o sono. Porque será que tanto ela procura por ele? Sei que são loucas mas acho que irem atrás de um feminicida é um pouco demais, até para elas.

Ela suspirou e por um momento achei que somente iria me ignorar, mas ela começa a dizer:

-Nós suspeitamos de que ele seja o assassino dos pais da Julie, no dia em que saímos escondido, acabamos nos perdendo e encontramos um senhor, ele parecia meio em transe, fora de si, chamou a Julie de Lisa, era nome da mãe dela e disse que não era para ela ficar na rua sozinha, que o Robert, nome do pai dela já tinha alertado sobre ela, porque o Nill tinha sido solto e estava procurando eles. Queremos saber se esse Nill realmente matou os pais da Julie e se sim, o porquê.

E o clima ficou pesado...

-Caramba... os pais da Julie mortos... como vocês cresceram? Nunca me contaram sobre o passado de vocês, a senhorita Wilson encontrou vocês?

-É... mais ou menos isso.-E voltou a ler.

GRR, eu queria saber sobre o passado delas, mas ela sempre corta o assunto e isso me deixa extremamente curioso, e às vezes me faz criar teorias mirabolantes sobre o assunto.

Será que ela não confia em mim? O que será que eu posso fazer para ela sentir que quero ajudar de verdade? E tive uma ideia brilhante, me levantei, peguei um livro e comecei a procurar sobre o tal Nill.

Não sei quanto tempo se passaram mas o barulho do trovão tirou a minha atenção do livro e automaticamente olhei para Grace mas ela estava sorrindo, um sorriso lindo, sincero e encantador.

Senti meu coração bater um pouco mais forte.

Não, James...

Mas esse sorriso.

-Qual o motivo desse sorriso?-Perguntei

-Eu amo a chuva, quando eu era pequena sempre que chovia eu corria para fora e ficava brincando e dançando na chuva, ficava 3 dias doente depois, mas valia cada segundo, e quando me recuperava ia de novo... eu me sentia viva... completa.

Sorri com a ideia que eu tive.

-Então porque não vamos lá fora e tomamos um banho de chuva?

-Quem chegar por último é a mulher do padre.-E sai correndo.

Alcanço ela muito rápido e chego no final do último corredor primeiro que ela.

Não quero me gabar... mas eu até esperei um pouco.

-Acho que você é a mulher do padre.-Disse

-Dependendo do padre eu ainda saio no lucro.

Não posso dizer que não fiquei surpreso ao ouvir isso.

-Que pecado.

E sem me responder ela saiu correndo em direção a chuva. A cena era perfeita...

James! Não...

Mas ela sorrindo, a chuva... a cena parecia estar em câmera lenta, parecia que eu podia ouvir as batidas do meu coração que batia tão rápido que poderia até dizer que estou tendo algum tipo de ataque cardíaco.

Não James, você não pode.

Fala alguma coisa, você deve estar com cara de idiota olhando para ela agora.

-Está muito gelado?-Perguntei tentando me manter em sanidade.

-Essa é a melhor parte, esfria a nossa alma e nos faz somente sermos gratos e nos lembrar que em alguns momentos vale a pena estarmos vivos.- E o meu coração de repente dói com o que ela diz.

-Você precisa de um lembrete para saber que é bom estar viva?-Perguntei querendo fazer com qualquer dor que ela sentisse cessasse, querendo matar em que a fez mal, querendo fazer com que ela se sinta tão especial quanto ela é.

-Senti vontade de não estar mais vezes do que gostaria de assumir.-Um soco no estômago doeria menos, eu quero fazer com que ela se sinta viva, amada e extraordinária.

Ah, não... estou perdido... acho que não tem mais volta.

Flashback on

-Muito obrigado, meu filho, você é bom demais conosco. Poderia mostrar mais esse lado para as pessoas.

-Um momento desse e ainda ganho sermão?-Ela me deu um tapa no braço e eu ri.-Sou um soldado, mamãe, as pessoas não podem descobrir que tenho um coração mole.

-Um dia você vai achar alguém que você possa ser você mesmo, com coração mole e tudo, e ela vai ver todo o seu valor,mas me promete uma coisa?

-O que quiser mamãe.

-Valorize ela também.

Flashback off

-E isso passou?

-As vezes é mais fácil pensar que o mundo seria melhor sem mim, mais fácil, mais certo. Sinto que não encaixo em lugar algum, sinto como se fosse um ponto fora da curva, sinto como se eu não tivesse propósito, como se a minha vida não fizesse sentido e que o melhor seria que eu não existisse.

Pobre gafanhoto, pare de criar monstros em sua cabeça e se permita enxergar o quanto a vida é bela porque você está nela.

Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.

Sim, pode ser a maior burrada, mas eu quero fazer isso.

-Eu não vejo um mundo sem Grace Stewart, você traz alegria e luz para o mundo... para o meu mundo. Ser um ponto fora da curva pode ser bom, você tem uma visão privilegiada do mundo e das pessoas... não sei como foi o seu passado e tudo bem se não quiser me contar, mas sei que o seu coração é o mais doce, puro e sincero que eu já conheci. Talvez seu propósito seja fazer meu coração bater, bater bem mais forte do que eu achava ser possivelmente saudável para um ser humano, você não deveria achar que sua vida não faz sentido, quando pensar isso lembre que você faz a vida de muita gente fazer sentido, a da Julie, sua mãe... a minha.

Sim, eu vou fazer isso! Dane-se o restante.

Vou valorizá-la,mãe, eu prometo.

Me lembrei de que esse será o primeiro beijo dela, então preciso fazer direito.

Acariciei a sua bochecha, beijei a sua testa, beijei a sua bochecha e a olhei nos olhos, se tivesse algum sinal de relutância neles eu me mudaria para a Polônia, mas nunca, jamais, avançaria sem o consentimento dela.

Ela fechou os olhos.

Acaricio os seus lábios para ter a certeza que de isso é real e me aproximo muito mais devagar do que gostaria... quero que tudo seja calmo e tranquilo, quero que ela se sinta à vontade.

Estou prestes a selar nossos lábios quando ouço:

-James! Docinho, finalmente te encontrei.-Não, não, não!

-Merda- eu deveria ter ido rápido! Completei em pensamento.

Olhei em direção a voz e eu não podia acreditar. Porque ela? Porque agora?!

-Docinho, sai da chuva, vai ficar gripado, vou ai.-Ela disse vindo em nossa direção.

Não, não, não! Não teria momento pior para essa louca chegar!

Ela me dá um selinho.

Não, não, não.

Eu só devo ter jogado pedra na cruz, não é possível.

Hannah falava algo que eu não prestava atenção, na verdade eu ainda estava em choque por ela estar aqui, por ter chegado no momento em que criei coragem...

Será que isso é um sinal para eu deixar isso quieto e não insistir?

Não! Meu pai me ensinou a lutar pelo o que eu quero. E se isso fosse mesmo um sinal, quem seria a pessoa certa? Hannah? Hahaaha, não!

Lembrei novamente das palavras da minha mãe pedindo para eu valorizar a garota.

Eu não sei se essa garota é a Grace, mas eu quero que seja ela.

Mas ela deve ter entendido tudo errado! Como vou me explicar agora?

Então vou correr atrás! Não vou desistir! Preciso falar com a Grace.

Mas... cadê a Grace?

Hannah já tinha me arrastado sem eu perceber.

-Docinho, estou tão feliz de estar aqui com você.-E me deu mais um selinho.

-Hannah, para com isso, tá legal? Você sabe que terminamos.

-Não precisa se envergonhar docinho, eu já sei de tudo.

Do que ela está falando?

-Tá, olha... não posso lidar com isso agora, seja lá o que for,eu preciso encontrar a Grace.

Voltei para o jardim, mas ela não estava lá... fui à biblioteca também não... bati na porta do quarto dela.

Calma, James, você vai explicar tudo para a Grace e vai ficar tudo bem.

A porta se abre.

-O que você fez, hein?! Logo agora que estava começando a gostar de você, você vai e estraga tudo?!- Nunca tinha visto Julie tão furiosa.

-Julie, por favor, deixa eu entrar e explicar

Merda, James, merda!

-Não falar que tem namorada?! Não sabia que era tão baixo!

-Julie, por favor...-E ela fechou a porta.

Eu vou esperar aqui, uma hora ela vai ter que sair e eu estarei aqui para explicar tudo para ela.

Me sentei, me levantei, andei de um lado para o outro.

Era a hora da troca dos soldados.

-Billy, Sam, podem ficar tranquilos, eu tomo conta do posto até a próxima troca.-Disse mais eles pareciam relutantes.-Podem ir, eu não vou sair daqui.

Eles se entreolharam e saíram.

Mais algum tempo se passou e aquela porta continuava fechada.

Vamos, Grace, por favor...

-James?-Era a rainha.

Me levantei depressa, fiz uma reverência desajeitada.

-Majestade.

-Está tudo bem?-Ela perguntou.

-Sim... está tudo bem.

-Mesmo, querido? Você parece triste.

Então, acho que eu posso ter me apaixonado pela sua filha e ter estragado tudo, foi só isso.

-Meu...meu pai... estou sem notícias dele e estou preocupado.

-Você é filho do Tenente Jones, certo? Sinto muito... seu pai é uma das pessoas mais gentis que eu já conheci, me mantenha atualizada, por gentileza e se precisar de algo ficarei feliz em poder ajudar.

-Obrigado, Majestade, sua bondade é notória.

-Com sua licença, vou ver como uma certa princesa está. Não se alimentou hoje e estou preocupada.

Disse e bateu na porta do quarto da Grace.

Grace abre a porta e quando a vejo me preocupo, ela parece... doente.

Ela olhou para mim também mas não senti raiva no seu olhar como eu esperava, mas isso me preocupou ainda mais, porque eu não via sentimento nenhum em relação a mim no olhar dela...

Meu coração se partiu.

-Oi, mãe, está tudo bem?Entra...

Não demorou muito e a rainha abre a porta do quarto me chamando:

-James, por gentileza, poderia ir a enfermaria e pegar um termômetro, um antitérmico e o necessário para uma compressa gelada?

-Sim, Majestade.-Disse já obedecendo os comandos.

Fui o mais rápido que eu consegui.

Bati na porta e a rainha abriu.

-Aqui está majestade, ela está doente? Posso ajudar?-Perguntei

-Obrigada meu rapaz, mas pode ir descansar, eu cuido dela.-Ela sorriu e fechou a porta.

Mas como eu sairia daqui sabendo que ela está doente?

Voltei para o lugar onde eu estava.

Demorou um pouco e a rainha saiu do quarto.

-Majestade, como ela está?-Perguntei tentando conter o meu afobamento.

-Querido,ela dormiu... está com 39 de febre, dei o antitérmico e venho mais tarde para ver se baixou. Ela não se alimentou e isso me preocupa, amanhã de manhã pedirei para trazerem uma sopa para ela. O que será que deixou ela doente?

-Não faço ideia, majestade.-Disse me lembrando que Grace disse que sempre ficava doente depois de pegar chuva.

-Bom... eu vou indo. Tenha uma boa noite, querido.

E saiu andando pelo corredor.

Eu queria entrar e poder cuidar dela, mas e se alguém me visse? Se a rainha voltasse? O que eu explicaria? E se Grace acordasse? Ela iria me bater? Ela falaria comigo?

GRR, James, seja corajoso, seja o que Deus quiser.

Respirei fundo e abri a porta do quarto dela.

Estava um silêncio absoluto. Me aproximei da cama e Grace dormia tranquilamente.

-Queria que hoje tivesse terminado de outro jeito...-Eu disse tirando uma mecha do cabelo dela do rosto.-Eu só espero que isso não seja um sinal que não devemos...-Não consegui terminar a frase.- Nos filmes os mocinhos tem tanta certeza e convicção do que fazer... eu estou perdido, só quero que você me escute e que não me odeie pelo meu passado.

Depositei um beijo demorado na sua testa.

-Eu acho que o meu coração mole é todo seu...

Me levantei e fui embora. Ao fechar a porta pude ver Hill adentrando o corredor.

Haja naturalmente...

-Jones? O que está fazendo aqui?-Perguntou Hill surpreso.

-A princesa está doente.-Disse sério.

-Hm, cadê os guardas? Se não me engano Sam e Billy estavam escalados.

-Estavam sim, eu disse que queria fazer a patrulha pessoalmente caso a princesa precisasse de algo.

-Muito atencioso, Jones, sabia que era ideal para o cargo.-Ele disse em um tom estranho.

Eu apenas sorri.

-Mas você merece descanso meu rapaz, pode ir descansar, chamarei os meninos e pedirei para uma enfermeira vir ficar com a princesa. Amanhã você precisa estar disposto.-Disse Hill.-Eu insisto, pode ir, bom descanso.

Eu fui embora sabendo que não adiantava relutar contra o meu superior.


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