Mason Thames.
— Brooke! - chamo pela garota que saiu com o meu celular em suas mãos.
Eu havia acabado de chegar depois de entregar o presente na casa dos Hepner's quando a garota me surpreende com mais uma de suas formas de me irritar.
Estávamos nessa a uns 3 minutos e eu já imaginava que alguma merda ia acontecer.
Ouço Brooke murmurar um "ai" assim que tropeçou no primeiro degrau do andar de cima, ela deixa meu celular escapar de suas mãos e ter um impacto com todos os degraus até o andar de baixo.
— Porra Brooke! - grito para a garota enquanto descia os degraus depressa.
— Desculpa Mason.. - ela desceu logo atrás. - Acho que torci meu pé.
— Vem sentar no sofá. - ofereço meu ombro para ela se apoiar e assim ela faz.
Ela se senta e eu vou em busca de encontrar o meu celular pelo menos ligando.
A decepção em ver o estado que ele se encontrava era trágico, o aparelho nem ligava e a tela estava destruída.
— Que maravilha. - digo com ironia.
— Tá tão ruim assim? - mostro o celular para ela e a mesma ri. - Puta que pariu.
— O que eu faço? - jogo meu corpo ao seu lado.
— Eu tenho uma ideia. - ela se ajeita no sofá sentindo dor. - Pega um gelo para sua irmã querida.
— E o meu celular? Isso foi culpa sua!
— Como eu ia imaginar que sair correndo com o seu celular pela casa iria ser um desastre?
— Já era óbvio.
Bufo indo atrás de gelo para a ruiva, ela agradece e apoia o gelo no lugar atingido, a mesma estremece de dor.
— Isso não tá nada bom. - digo e ela joga todo o seu corpo para trás.
— Quem precisa de gelo né? - ela me entrega o material gelado.
— Você precisa. - coloco novamente em seu tornozelo e a garota murmurou de dor. - A mãe volta daqui algumas horas, você consegue esperar né?
— Acho que sim.
— Ela te leva para o hospital, só fique quentinha ai. - digo me levantando.
— Para onde mais eu iria?
Fico na cozinha observando se a garota sairia do lugar, e deixei meu celular em cima da bancada imaginando as mil desculpas que daria para os meus pais.
Só sei que vou precisar de um celular o mais rápido possível, afinal que vive sem celular hoje em dia?
Hanna Hepner.
Liguei umas quatro vezes para Mason mas ele não atendeu, deixei até algumas mensagens mas ele só recebia mas não visualizava.
Rodei algumas vezes pelo quarto apenas para tranquilizar qualquer ansiedade indesejada.
Solto todo o ar que estava preso no meu peito assim que me deito na cama, olho o celular mais uma vez e nada.
Ouço alguém subindo as escadas e já imagino que seja do meu pai, assim que ele abre a porta me surpreendo ao ver o seu estado.
Sóbrio.
— Filha? - ele me chama. - Precisamos conversar sério…
Droga, ficamos duro.
— Pode falar.
— Eu espero que você seja uma boa garota e reaja da melhor forma possível.
— Pai você está me assustando..
— Papai conseguiu uma vaga de emprego muito melhor, mas vamos precisar nos mudar. - sua voz era firme.
— Nos mudar para onde?
— Texas.
— Texas? o que vamos fazer no Texas? Quando vamos?
— Sei que é uma mudança radical mas vai fazer bem para todos.. Iremos daqui 1 mês.
— Malia e Brady já sabem disso..?
— Por enquanto não, você é a primeira a saber. - ele suspira. - Eu sei que é muita coisa para processar, então vou deixar você pensar.
— Obrigada. - digo simples e logo ele sai.
Texas.. Suas palavras ficaram entaladas na minha garganta, foi até inevitável não imaginar tudo que aconteceria depois, e ficar longe das minhas amigas, da escola e do Mason..
Isso não pode estar acontecendo, não mesmo.
Meu pai já me fez muito mal, e se ele acha que vou me mudar.. ele está muito enganado, vou precisar fazer de tudo para que isso não aconteça.
Coloco os fones de ouvido que estavam em cima da cama e escolho uma das minhas músicas favoritas no último volume, eu não sei porque mas eu geralmente faço isso em momentos de estresse.
[...]
Já era tarde da noite mas eu não conseguia dormir, eu não conseguia parar de pensar na mudança.
Minha porta se abre devagar e me assusto com o ato acontecer em meio a noite, mas meu coração se tranquiliza quando vejo Brady e Malia entrando.
Ambos se sentam na cama, era difícil analisar as suas feições porque a única iluminação que tinha era da lua clareando um pouco o quarto.
— Vocês já sabem né? - pergunto.
— Sim.. - Malia diz cabisbaixa. - Acho que não é a hora certa para mudanças.
— Não é a primeira vez que isso acontece. - digo firme. - Nosso pai também nos fez mudar depois que nossa mãe morreu.
— Da primeira vez foi muito difícil, não quero ter que lidar com
outra mudança. - a morena se ajusta ao meu lado na cama.
A garota entrelaçou nossos braços um no outro, e logo apoiou sua cabeça no meu ombro, era nítido seu desconforto com a "novidade".
— Se quisermos ficar vamos ter que pensar em algo juntos. - Brady diz a primeira coisa desde que chegou.
— O que vamos fazer? uma greve? - ironizo e Brady ri.
— Claro que não, mas podemos pensar em algo que não afete nem o pai e nem a gente.
— É uma pena a gente ainda não poder morar sozinhos. - Malia resmunga.
— Mesmo se um de nós fosse de maior, sabemos que não iríamos cuidar de nós mesmos. - O loiro diz afastando uma mecha que caia sobre seus olhos.
— Você tem razão. - minha irmã concorda.
— Podemos pensar em algum tutor. - digo.
— Mas quem?
— Eu não sei.. algum parente talvez. - apoio minha cabeça na cabeceira tentando pensar. - Talvez a tia Glória.
— Nem pensar, ela só sabe se importar com os 12 gatos dela. - Malia intervêm.
— Tio Billy? - Brady joga na roda.
— Não é ele que tá com câncer? - pergunto. - Tio marco?
— Mora muito longe, ele não iria vir de tão longe só para cuidar de nós três. - A morena diz. - Tia Megan?
— Nem pensar. - eu e Brady dizemos em uníssono.
Boatos que ela é doida, tipo doida mesmo, ao ponto de fazer qualquer coisa por uma moeda de vinte e cinco centavos, talvez na primeira oportunidade iria nos vender para estranhos.
— Tio Scott? - minha voz se sobressaltou um pouco.
Era óbvio, o tio Scott é um dos poucos tios que ainda temos contato, ele vem em todos os natais e seus presentes de aniversário é sempre um envelope com 100 dólares.
Ele era responsável mas sempre teve o sonho de viver uma vida em uma kombi, então ele leva essa vida a um bom tempo, mas tenho certeza que se pedimos para ele ficar com a gente ele iria aceitar, afinal ele sempre quis ser mais próximo da família.
Tio Scott é irmão gêmeo da minha mãe, o típico tio incrível que faria de tudo por pessoa importantes, aquele que vê a vida muito além e mais colorida do que realmente é, em poucas palavras ele é super tranquilo.
— Claro o tio Scott. - Brady concorda. - acho que consigo falar com ele, prometo fazer o possível.
— Espero que dê certo. - Malia se levanta da cama. - fim da reunião entre irmãos, foi ótimo ter uma conversa com vocês.
— Boa noite meninas. - O loiro diz e sai.
Ambos saíram e eu finalmente coloco a cabeça no travesseiro, talvez depois dessa eu consiga ter uma noite mais tranquila de sono.
Mais uma vez eu vou em busca de uma resposta de Mason mas o garoto parecia estar me ignorando.
Ótimo, então agora ele também vai ser ignorado.
Talvez ele se arrependeu de ter escrito todas aquelas coisas e foi tarde demais para voltar atrás, ou talvez ele só quer um tempo para processar, e eu respeito isso.
Afinal quem precisa de um tempo sou eu também, depois de tudo o que ele fez..
Uma última vez antes de fechar os olhos, vejo a câmera nova em cima da escrivaninha, e um pensamento me vem a cabeça.
Mason é tão louco, e tão impulsivo que pode ser que ele se arrependeu de ter me dado esse presente.
- Cliquem em votar por favor! 🥇-
(Eu não morri gente 😭)
(Acharam que a merda ia acabar? surpresa!)