𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃𝐒 𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐃𝐄...

By sereiaxx-

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Alexandrine Mantovani era uma médica brasileira refugiada no Kansas. A Terra estava poluída, e somente os ri... More

▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙸𝙽𝚃𝚁𝙾𝙳𝚄𝙲̧𝙰̃𝙾
▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙲𝙰𝚂𝚃
▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙿𝙻𝙰𝚈𝙻𝙸𝚂𝚃
[OO1] ▬ Pilotar, Dirigir... (Piloto)
[OO2] ▬ Um Sonho Consciente
[OO3] ▬ Operação Noturna Não Permitida
[OO4] ▬ Air Pandora
[OO5] ▬ 3 Meses Se Passam Muito Depressa
[OO6] ▬ O Passado de Alexandrine
[OO7] ▬ A Destruição da Árvore Lar
[OO8] ▬ Orações A Eywa (Toruk Makto)
[OO9] ▬ O Parto de Alexandrine
[O1O] ▬ Eywa Escutou Você!
ཻུ۪۪⸙͎ ▬ 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗡𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 ▋INTRODUÇÃO
⸙͎ ▬ 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗡𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 ▋CAST
⸙͎۪۫ ⊰ OO1 ➤ | Pandora
⸙͎۪۫ ⊰ OO2➤ | O Tempo Não Para
⸙͎۪۫ ⊰ OO3➤ | Spider
⸙͎۪۫ ⊰ OO3➤ | Antes do Eclipse
⸙͎۪۫ ⊰ OO4➤ | Coração com Eywa
⸙͎۪۫ ⊰ OO5➤| Metkayina
⸙͎۪۫ ⊰ OO6➤| Pérola
⸙͎۪۫ ⊰ OO7 ➤| Casca de Alna
⸙͎۪۫ ⊰ OO8 ➤| Senhor Payakan
⸙͎۪۫ ⊰ O1O ➤| Árvore dos Espíritos
⸙͎۪۫ ⊰ O11 ➤| Ale'xi te Manto Mari'ite

⸙͎۪۫ ⊰ OO9 ➤| Vendaval Quaritch

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By sereiaxx-

Mistérios.

Eles estão presentes em todos os cantos, não importa em que planeta você esteja. Eles sempre existem.

Mas sabe o que é mais desesperador?

Não entendê-los. ❞

Tonowari estava conversando com Jake e Neytiri do lado de fora do marui. O casal escutava atentamente as palavras do Olo'eyktan, que os informava o que era tradição naquela semana, e é claro, a interpretação de Ronal.

— É importante que por esses dias, não saíam do recife. As tempestades costumam serem mais graves, é o tempo em que Eywa expressa a sua fúria desde que o Povo do Céu esteve em nosso território. — explicou Tonowari. 

— Graves como? — perguntou Jake assustado.

O céu estava nublado, acizentado em uma escuridão imensa, expressando a tristeza.

— Chuvas muito fortes, raios, trovões. Isso geralmente estava acontecendo no Sul, onde não há muita concentração de povos, na nossa interpretação, é que Eywa não quer que ocorra mais tragédias. Mas ela precisa expresar a sua fúria de alguma forma. — contou o líder da tribo. 

— Aconteceu algumas vezes na floresta, também. — afirmou Neytiri olhando para o seu marido depois para Tonowari. — Quanto tempo?

— Algumas semanas, não são diariamente, apenas quando o céu nos mostrar, Eywa costuma nos surpreende. — apontou a lança para o céu. 

— Onde estão as crianças? — perguntou Jake. — Está formando temporal, provavelmente esta noite.

— Não. Ao amanhecer. — Ronal afirmou olhando para Tonowari e a Toruk Makto. — Deixe as suas crianças em casa, sem permissão de mergulharem ou chegarem perto da água, o risco de serem sugadas é alto. 

— Lo'ak... Alexandra. — Neytiri olhou para o céu lembrando que eles estavam fora do recife. — Eles saíram para conhecerem mais a fora, e não voltaram.

— Droga. — reclamou Jake. — Ela não levou o comunicador?

Tonowari e Ronal se entreolharam.

— Não levei. — a voz de Alex os surpreendeu, ela estava ao lado de seu sobrinho confusa. — O que houve?

— Aconteceu alguma coisa? — Lo'ak perguntou assustado.

Jake e Neytiri explicaram a história contada do Olo'eyktan para eles sobre os futuros vendavais dos momentos de Eywa. 

Alexandrine, no entanto, por mais que respeitasse, sabia que Eywa estava também mandando um sinal a ela.

2 MÊS FALTANDO POUCO PARA COMPLETAR O TERCEIRO...

O eclipse de Pandora havia ocorrido. Eles haviam acabado de jantar, Neytiri estava terminando de limpar o marui, Jake a ajudava, junto com Lo'ak.

— Hum, barriga cheia, e sabe do que eu estou com vontade? — Neteyam bateu as mãos dos dois lados da barriga. — De ouvir uma história, da minha grande tia guerreira Alex!

— Não sabia que você gostava ainda das minhas histórias, cresceu tão rápido... — ela olhou para o seu sobrinho com a sobrancelha levemente arqueada.

— E tem idade pra ouvir histórias? — Neteyam questionou.

— É, mãe, faz tempo que não ouço suas histórias. — Kiri tocou o ombro da que estava sentada, que tocou a mão da filha com um sorriso.

— Tia Alex, vamos! Vamos! — Tuktirey pulou animada. 

— Está bem... vocês que mandam. — puxou a mochila para perto de si pegando um álbum repleto de fotografias, e em cada página havia, uma memória de Pandora.

O livro tinha uma caligrafia moldada a sua capa em um recorte "MEMÓRIAS DE PANDORA", em português. Personalizado com várias folhas colagem de folhas de várias cores, desde folhas da natureza, rosa, azul, verde, contemplando a capa artistica que ela mesmo fez.

Tuk, sentou ao lado de sua tia, com um sorriso em seu rostinho, animada em ver as fotografias, era o passatempo preferido dela com Alex. 

Kiri sentou do outro lado, Lisa sentou ao lado de Neteyam, ambos sorrindo um para o outro, optaram por manter o "relacionamento", em segredo, esperando o melhor momento para dizer.

— Ok... vamos, qual história vocês querem? — folheou o livro, a primeira página, era uma foto da avatar de  Alex vestida com o avental verde, que todo o avatar, a ter a sua primeira conexão usava na enfermaria, ela fazia um sinal com os dedos de "me liga", ao ouvido, e estava com dois médicos um ao lado esquerdo e o outro ao lado direito.

— Hihihi, essa você 'tá engraçada. — Tuk apontou. — Porque você tá usando essa roupa estranha?

— Era só pra fazer alguns testes, não tinha uma roupa oficial ainda... — explicou sorrindo.

— O papai também usou uma dessa. — Lo'ak juntou-se ao grupo apontando para o pai.

— E deu o maior susto em todo mundo. — contou a tia sorrindo. 

— E essa aqui. — apontou Kiri para a fotografia.

A avatar de Alex estava sentada no chão repleta de lama no corpo, seus braços estavam cruzados, e avatar estava com uma expressão brava, no meio do campo da natureza de Pandora. 

— Este dia, foi o dia em que a tia de vocês, montou em seu primeiro Pa'li. — Neytiri disse sorrindo.

— É verdade, você só contou do Ikran, mas nunca contou do primeiro dia do seu Pa'li. — Lisa franziu o cenho. 

— Conta! Conta! — pediu Tuk animada. 

— Vamos lá...

O PRIMEIRO PA'LI DE ALEXA

A avatar de Grace estava segurando uma câmera tradicional, mesmo que a tecnologia fosse avançada, ela curtia viver no mais simples possível, onde seus dedos apertavam os botões de verdade, e estes botões fotografavam a botânica de Pandora, para a sua pesquisa.

Tá, se eu cair, eu vou me frustrar, e muito. E eu odeio ficar frustrada. Alexa observou o Pa'li , que chicoteou seu rosto com uma de suas atenas na cabeça.  Au, garota.

Pa'li é macho. — Tsu'tey a corrigiu. — Silstsan Pa'li, Silstsan.

— Foi mal, garoto. — se desculpou.

Grace sorriu para a amiga quando a viu acariciar o animal, Neytiri tinha o olhar curioso para saber como a sua "irmã" iria se sair.

— Olha, se eu te disser que não sei nem subir em um cavalo, vai soar estranho? — perguntou a mulher ao futuro Olo'eyktan.

— Nunca montou em um cavalo? — perguntou o guerreiro. — Hahahah!

— Tsu'tey. — repreendeu Neytiri.

Ansiosa, ela tentou subir no Pa'li, mas escorregou e caiu no chão.

— Ai meu Deus. — Grace disse preocupada. — Machucou, Alex?

Neytiri precisou virar para o outro lado, colocou a mão nos lábios, enquanto a outra segurava o arco, para não rir e atrapalhar a aula de Tsu'tey. Mas ela estava rindo muito por dentro.

— Ah professora, imaginei que era terrível, mas não tanto. — Tsu'tey gargalhou vendo-a no chão estendendo sua mão.

— Não, obrigada pela preocupação, Grace. — encarou a avatar, e depois o omaticaya ao seu lado. 

— Vamos, eu te ajudo... — o guerreiro segurou a mão para ela a ajudando a subir no cavalo, ela pegou impulso e conseguiu assentar. — É só praticar o que lhe foi ensinado, a tsaheylu. A ligação.

— Tá... é... — puxou sua trança de conexão. — Só conectar...

Quando as membranas do animal e a de Alex se uniram, ela arregalou os olhos ao cavalo ir para frente, para os dois a primeira vez. Ela sentia absolutamente tudo que o animal sentia, tanto que a respiração sua se tornou forte, e o coração se acelerou completamente.

— Tsu'tey, tô sentindo alguma coisa e não sei se é normal... — tentou controlar a respiração.

— É tsaheylu. Você sente tudo, que ele irá sentir, e você pode dizer mentalmente a onde tem que ir. — o guerreiro apoiou a mão no cavalo. — Diga, ou vai ficar parada esperando que ele ande sozinho?

— 'Simbora. — disse em português, Pa'li entendeu pois estavam conectados.

O cavalo avançou em uma velocidade praticamente, que ela caiu como uma jaca de uma árvore no meio do lago misturado a lama, seu corpo rodou várias vezes até parar, encharcando o corpo de terra.

— Hahahah!  — o guerreiro gargalhou divertido. — Boa, professora do céu!

Neytiri correu em direção a ela rindo também.

— Droga! — reclamou sentada no chão cruzando os braços irritada.

Grace não perdeu a oportunidade de tirar uma foto daquele momento.

— Então, foi a minha mãe que tirou a foto? — Kiri perguntou feliz.

— Isso mesmo. A sua mãe, adorava fotografar a botânica de Pandora. Eu fotografava outras coisas. — explicou. — E depois disso, a Neytiri me ajudou.

— Aprendeu certo, desta vez. — Neytiri sorriu.

— A primeira galopada sempre rende boas risadas. — Lo'ak brincou com a tia.

— Bom é isso, acho que não foi uma história fenomenal que nem a do Ikran, mas... fim. — fechou o álbum.

— Sensacional Tia Alex! — Neteyam disse. 

Tuk havia amado a história, mas estava dormindo no ombro da tia, pois a pequenina cansava muito rápido. 

Todos já estavam dormindo, ela não dormiu, passou a noite acordada fora do marui, seus olhos iluminados pelas estrelas dos céus, não a possibilitaram de enxergar a tempestade que teria aquele dia. 

Franziu o cenho quando observou uma atukirina boiando na água, ela brilhava como uma flor em neon, seus dedos mergulharam na água levando a plantinha em sua palma, ergueu-a da água deixando que respingos caíssem, a semente da Árvore Sagrada, começou a flutuar.

Mas ela flutuou apenas em frente a Alex, e ela tinha a mesma direção que as águas de Eywa a chamavam, sem necessidade de uma voz para direcioná-la.

Te interpretei, Eywa.

Havia em sua mão direita, o arco de Tsu'tey, enquanto as flechas estavam presas ao suporte em suas costas. Os olhos da avatar, encararam a sua família que estavam adormecidos, como anjos.

— Estão a salvos, não precisam se preocupar comigo. — sussurrou antes de sair.

— Tia Alex?

Ela se virou na velocidade da luz, suas orelhas se remexeram na direção da voz infantil. Quando os olhos se encontraram com a caçula de Neytiri, sonolenta enquanto coçava os olhos cansados.

— Tuk! O que faz acordada a essa hora? — andou em direção a pequenina em uma voz no tom baixo, segurou o bracinho dela com delicadeza. 

— É que eu tive um pesadelo... acho que é por causa das tempestades... — deixou  olhos acostumassem com a claridade. — E eu decidi vir aqui... porque tá saíndo? O papai disse que é perigoso.

— É eu sei, mas eu estou indo atrás do Spider. — explicou levando o toque do braço ao ombro dela. — Mas preciso que não conte a ninguém, Tuk. Não quero colocá-los em perigo, preciso que fique em silêncio e finja que não me viu sair, tá?

— Mas se você morrer? — os olhos de Tuktirey se encheram de água.

— Se morrer, vocês me enterram. — brincou sem querer, e percebeu a pequena se assustar. — Eu não vou morrer, TukTukTuk! 

Tuk abaixou a cabeça.

— Ah meu amor... — puxou-a para um abraço quando se agachou na altura dela. — Eu prometo voltar, tá? Se perguntarem alguma coisa, diga que você passou a noite toda dormindo, não teve pesadelo, e nem levantou no meio da noite.

Alex se soltou da pequena que ainda a olhava com receio de deixá-la ir.

— Eu tenho que ir. — tocou o coração da menina. 

— Tia Alex... — disse Tuktirey baixinho ao ver a sua tia seguir a atukirina que flutuava. 

O dia estava nublado ainda, quando amanheceu, eis que Alex não se desconectou nenhuma vez. 

A montaria de guerreiro a levava na direção que ela pedia, no meio do mar, em uma longa viajem apenas seguindo a única atukirina que flutuava em direção ao caminho. E depois de algumas horas, ela chegou, no local que necessitava.

Era as margens de uma floresta, a atokirina parou. Quando ela notou que estava trovejando e ventando muito forte, sabia que iria demorar, desfez a conexão com o Skimwing.

— Volte para o recife, é perigoso aqui. — acariciou o animal forte. 

O skimwing como uma criatura de Pandora, sabia que os sinais de tempestades eram frequentes, ele logo voltou para o recife. 

Em passos profundos, sempre atenta a qualquer ser que poderia atacá-la,  tinha os olhos a procura de sua presa, como um rastreador, na verdade, seu rastreador, era a semente do espírito puro que a indicava.

Os ouvidos se moveram para o leste, quando escutou frases em inglês, que com toda certeza, não eram de uma tribo da floresta.

Coronel, uma tempestade está chegando, o que acha de darmos uma pausa? — Lyle Wainfleet perguntou ao seu superior.

— Tem razão, cabo,  precisamos nos abrigar antes que essa tempestade nos pegue de jeito. — o Coronel concordou.

Tá, e como vamos montar um abrigo? a fuzileira Zdinarsk perguntou.

Alex escutou uma risada, uma risada que ela conhecia muito bem. Seu corpo estava camuflado entre as árvores de Pandora, avistou seu filho.

— Tá, legal, o que foi agora, menino mascote? — o Coronel se virou sem paciência.

— São denominados os "melhores soldados", e não sabem fazer um abrigo? Do que adiantou colocarem vocês em recombinantes se não sabem o básico de sobrevivência? — Spider de braços cruzados gargalhou.

— Aí, seu Tarzan, quer levar um peteleco de quem não sabe o básico de sobrevivência? — Lyle perguntou irritado.

Alexandrine levantou sua flecha apontando em direção a um soldado que estava atrás de Lyle.

— Tá, além de interprete oficial, vai se tornar instrutor de sobrevivência. — indignado, o Coronel colocou as mãos aos lados dos quadris. — Vamos, nos ensine a fazer um abrigo.

— Eu não vou ensinar nada, vocês que se virem. — Spider deu de ombros os olhando de cima a baixo. — Quem teve essa ideia idiota de se tornar um Na'vi foram vocês.

— Não vai, é? — Quaritch questionou desafiando-o.

Um dos soldados recombinantes, estranhou quando pensou ter visto alguns galhos se mexerem. E era o soldado que exatamente, Alex mirava a flecha.

— NA'VI! — gritou um dos soldados.

Alex disparou a flecha. 

Eles começaram a atirar, mas com sua experiência de combate, ela sabia bem mirar em pontos fatais deles, a cabeça era seu alvo principal, todas as suas flechas os atingiram. 

A guerreira pulou entre eles, golpeando-os com o seu arco, todos os soldados caíram no chão, quando ela puxou uma das flechas atrás de seu corpo, e se virou mirando bem no meio da cabeça do Coronel.

Seu corpo estava ofegante, o ar entre seus dentes era exalado. Os olhos claros do recombinante, Quaritch estavam assustados, temiam completamente a morte, pela segunda vez, pela mesma flecha.

— Mãe! — gritou Spider atrás dele.

A atokirina que guiou Alex, a única, pousou sobre a flecha dela. A doutora não acreditou.

— Eywa, você só pode estar de brincandeira. — sussurrou sem acreditar no que estava vendo.

A semente da Árvore das Almas depois de algum tempo ali, passou por cima de Quaritch, indo embora.

Alexandrine olhou para o filho, e golpeou Quaritch com seu arco, onde ele caiu no chão pelo impacto em sua cabeça, a cientista puxou seu filho pelo braço, o colocando em suas costas, começando a correr velozmente na floresta.

Os raios se formaram no céu, o som dos trovões ecoaram.

— Meu filho! Meu filho! — colocou-o no chão quando estavam em uma distância considerável, e o abraçou olhando para cima. — Obrigada Grande Mãe! Obrigada! 

— Mãe! Mãe! — Spider abraçou sua mãe que estava ajoelhada, e deitou sua cabeça no ombro dela. — Mãe... você tá aqui.

— Meu filho, eu 'tô aqui. E você tá aqui. — segurou com as duas mãos nos dois lados do rosto dele, ou o que podia, já que estava coberto pela máscara. — Te machucaram? Meu filho, olha só pra você...

— Eu 'tô bem mãe. Você veio, você veio. — o filho tinha lágrimas em seus olhos. 

— Me desculpa por ter demorado, está bem? Agora a gente precisa ir, precisamos sair daqui. — dizia ansiosa, enquanto segurava as duas mãos dele. 

Spider abaixou a cabeça, procurando forças para negar aquele pedido, procurando o inferno em seu corpo pra contar a verdade.

— Mãe, eu não posso.  — ele negou.

— O que? — perguntou surpresa. 

— Eles... eles colocaram um GPS na minha máscara mãe. — explicou derrubando lágrimas que escorreram em suas bochechas. — Se você me levar, a onde quer que você estejam se escondendo, eles vão me encontrar, vão encontrar você e o Jake.

Ela negou com a cabeça, negou porque sabia que o Povo do Céu eram podres, e baixos, não queria nem imaginar o que eles haviam feito para seu filho, porque iria matar pessoalmente cada um.

— Droga! Droga! — ela socou o chão furiosa assustando Spider. — Aqueles desgraçados...

Seus olhos se levantaram, quando avistou uma arma apontada para ela e Spider, Alex abaixou, puxando seu filho para si, protegendo-o em seus braços.

— Vamos! Vamos! — ela o chamou para correr, pois sabia, que se a pegassem, poderiam matar Spider, pois estavam muito perto um do outro.

Começaram a correr por Pandora, ela levantava Spider no ar, em algumas vezes, para ajudá-lo ir mais rápido. Para um corpo humano, não era a toa, que seu apelido traduzido para o português era "aranha", era veloz como uma, e escalava como uma.

Spider, escorregou na lama da floresta quase despencando no penhasco de uma cachoeira.

— Javier! — ela gritou por seu filho, puxando-o pelo braço, também escorregando, e o que ela segurou, foi um galho que estava preso a raiz no solo de Pandora.

— Mãe! — ele estava com seu corpo esticado no ar, suas pernas remexiam.

— Não solta a mão da mãe, filho! Não solta! — gritou ainda afundando sua mão no galho. 

O céu se movia rápido, se escureceu rápido, as primeiras gotas de chuva começaram a molhar o corpo dos que ali, estavam. 

— Segura a minha mão. — escutou uma voz rouca.

Quando ela deu atenção, a quem estava ali o braço esticado a ela, com o braço oferecendo ajuda, com os olhos pareciam sinceros em não enganá-la, hesitou.

Um raio caiu em uma das árvores de Pandora, facilitando com que ela estivesse prestes a cair.

Olhou para a mão do recombinante, e depois olhou para seu filho que estava por um fio para cair e morrer.

— Não abandonou o defeito de teimosia, não é Doutora? — Quaritch insistiu.

Pela vida de seu filho, a mão da avatar entrelaçou seus dedos na enorme mão do Coronel Miles, que puxou-a sem nenhum esforço.

Entretanto, a árvore em que o raio havia atingido, despencou no solo fazendo com que este impacto, tanto quanto Quaritch soltasse a mão de Alex, ele também caiu no solo, escorregando.

— Javier! — ela gritou.

Alex abraçou o corpo de seu filho, pois estavam despencando a cachoeira, aquilo dali iria impedir do impacto na água, o atingir e estourar seus órgãos internos. 

Seus corpos caíram em cheio na água, essa água estava insuportávelmente gelada, posicionou o seu filho em suas costas, por cima do arco, e as flechas, Spider e  suas mãos humanas rodearam o pescoço da mãe.

Como havia aprendido a nadar bem no recife Metkayina, não foi difícil para que ela voltasse a superfície.

Nadou em direção a uma rocha, onde depositou o corpo do humano sobre ela.

— Filho, filho! Fala com a mãe! — levou os dedos a carótida localizado no pescoço, e sentiu que estava vivo. — Javier!

Spider começou a tossir cuspindo a água, que voltou de seu pulmão, ela não precisou fazer nenhuma manobra. Ele estava abatido, a máscara manchada pelas gotículas de água.

 Os corpos dos dois estavam molhados. 

— Mãe... eu tô legal. — respondeu. — Só estou com frio.

— Ah, obrigada Grande Mãe! — olhou para cima respirando aliviada, mesmo que o céu resplandecesse a fúria de Eywa. 

Atrás dela, havia um Coronel também apoiado na rocha, ele estava machucado, devido aos ataques anteriores, respirava procurando fôlego após ter caído na cachoeira. 

— Lyle? Zdinarsk? Tão na escuta? — perguntou ao comunicador.

Spider e Quaritch escutaram um forte som agudo insuportável, uma conexão interrompida, uma conexão que não existia mais.

Apoiada também na rocha, ela estava com a boca aberta normalizando a respiração, olhava para Quaritch.

— Perdemos a conexão, com o Coronel. Sem rastreadores, não temos conexão com a RDA, com ninguém. — Wainfleet dizia aos seus colegas que ainda estavam vivos, após se levantar, ainda com dificuldade. — Vamos ter que esperar.

— Como assim, vocês não viram pra onde ela foi? — Jake perguntou aos seus filhos. — Lisa, ela não se desconectou da avatar?

— Não, minha mãe disse que já faz mais de vinte e quatro horas. — respondeu preocupada. — Não se pode interromper uma conexão brutalmente depois de vinte e quatro horas conectado, o piloto pode sofrer lesões cerebrais, vão precisar esperar ela mesma se deconectar.

— Pai! — Kiri chamou seu pai com lágrimas. — Minha mãe tá correndo perigo, ela pode morrer. Eywa está em fúria, eu sinto isso.

— Droga! — ele gritou furioso. — Vocês realmente não tem certeza a onde ela foi?

Tuk engoliu em seco, havia prometido pra sua tia, não queria desapontar ninguém. 

— Pai, ninguém aqui sabe de nada. Ela saiu de madrugada. — Neteyam respondeu. 

Lo'ak também sabia o que a sua tia havia feito, e não queria revelar, pois como ela escondeu o segredo do Payakan, ele também esconderia o segredo dela.

— Vocês dois. — Neytiri apontou para Tuktirey e Lo'ak. — Estão muito quietos.

— A gente não sabe a onde ela tá, mãe. — Lo'ak se defendeu antes que fosse boca aberta o suficiente.

— Tuk? — Neytiri encarou sua filha.

Tuktirey olhou para cima, desviando o olhar de sua mãe, que conhecia muito bem a filha que tem. Jake começou a prestar a atenção.

— Eu não sei, mamãe. Eu passei a noite dormindo, não tive pesadelo e nem levantei por causa dele. — colocou as mãos para trás, olhando para Kiri.

— Tuk. — Kiri tocou o ombro de sua irmãzinha. — Se você sabe de alguma coisa, fala, por favor.

Lo'ak olhava repreendendo a irmã, enquanto negava disfarçadamente para que ela não respondesse.

— Desculpa Lo'ak. — Tuktirey não conseguia mentir. — A Tia Alex foi atrás do Spider.

Neytiri fechou os olhos desapontada, e colocou a mão na cabeça. 

— Tuk! Ela falou a onde ela iria procurar? — Jake se agachou na altura da filha caçula. — Isso é muito importante minha filha.

— Não... mas ela seguiu uma das florzinhas flutuantes que ficavam perto da Kiri quando a gente morava na floresta. — respondeu.

— Ma Jake! O que vamos fazer? — perguntou a filha de Mo'at desesperada com os olhos lagrimejados. — E se aqueles demônios tiverem matado ou sequestrado ela?!

Jake tocou o ombro da esposa, e negou com a própria cabeça abaixando o olhar, quando percebeu Lo'ak em silêncio.

— Eu e você vamos conversar depois. — o Sully apontou para Lo'ak.

Era noite, os rúgidos dos animais ecoavam pela floresta que era iluminada pelas brilhantes plantas de Pandora, o vento forte que balançavam as árvores, a chuva caía sem parar preenchendo a cachoeira onde a mãe e seu filho já estavam a quilômetros dali.

Alexandrine estava andando, com Spider em suas costas feito um macaquinho abraçado a mãe. Ela tinha o arco em sua mão.

— A onde você vai? — Quaritch perguntou tentando alcançá-la, ela já o ignorava, ou pelo menos tentava. — Devagar! Quando começou a andar tão rápido assim, doutora?

O recombinante, desviou de um galho que quase o atingiu na cabeça de uma das árvores. 

— Aí! Tô falando contigo! — chamou-a novamente.

'Esse demônio não vai me deixar em paz'. — resmungou em Na'vi.

— Pra onde você tá indo? — o Coronel novamente perguntou.

Alex em uma velocidade, que nem Spider conseguiu acompanhar, se virou e disparou uma flecha na direção da perna do Coronel que, propositalmente, passou de raspão, mas rasgou a panturrilha dele.

Quaritch gemeu de dor, caindo e levando a mão ao local do sangramento.

— A próxima vai ser no seu coração, demônio. 

Spider arregalou os olhos, surpreso pela frieza da mãe. Os cabelos dela estavam úmidos pela úmidade do ar, além do fato de que, havia passado um bom tempo na água.

— Tá bom! Tá bom! — choramingo Quaritch. — Cheia de mágoas, eu sei.

— São mais de que mágoas, seu otário. — os olhos eram frios, iluminados pelos diversos pontos que brilhavam em sua pele.

— Mas você poderia ter feito o seu trabalho lá, atrás, porque não fez? — perguntou surpreso.

Engoliu em seco, dando um passo para trás fitando o solo iluminado.

— Vamos, filho. — Alex se virou andando com o arco em sua mão.

Spider encarou o Coronel de cima a baixo.

Quaritch rasgou uma parte de sua regata com as próprias mãos, amarrou-a no local do corte, e depois, apalpou um dos galhos que estavam largados, apoiou seu peso nesse galho, e usou-o como uma muleta.

Alexandrine fez um abrigo com um teto das enormes folhas, apoiados em galhos, e presos em cipós. Fez uma cama de palmeiras para seu filho, e o deitou. A manta que um dia protegeu Tuk do frio, agora estava protegendo Spider que tinha os lábios roxos.

— M-mãe... — o filho de Alex grunhia de frio, os dentes estavam tremendo. Ela sabia que ele estava com hiportemia. — Você tá b-bem?

— Não tem que se preocupar comigo. — ela acendeu o fogo. — Fica um pouco mais perto. 

Apesar do vento, havia feito um abrigo forte o suficiente para o vento não derrubar, a chuva havia se cessado e só restava os raios na noite. 

— Posso ficar aqui? — Quaritch perguntou. — Não tenho rastreador, não vim aqui como um perigo.

Com apenas o olhar frio, ela não disse nada, Quaritch entendeu que aquilo havia sido uma permissão e sentou-se. 

Spider estava deitado e coberto, o vapor do fogo o esquentou por algum tempo. Alex sentou-se ao lado dele.

— É uma planta comestível, como se fosse um tomate... — entregou na boca do filho, uma das plantas que ela havia esquentado. — Um pouco de comida quente, pode fazer seu sangue subir a temperatura corporal.

Spider mastigou a planta e engoliu. 

— Eu queria t-ant-o conver-sar mãe... — ele tremia.

— Descansa primeiro. — beijou o topo da cabeça de seu filho. 

Spider fechou os olhos, cansado ele estava, e a hipotermia era terrível para ele. Ele deitou a cabeça no ombro dela.

Algumas horas depois, Quaritch estava decidido que iria dormir, mas tinha medo de ser surpreendido por uma flechada no coração. Spider já dormia.

— E você... não vai dormir? Quer dizer... se desconectar ou... sei lá. — questionou antes de se virar para o lado ao contrário.

— Se você se sente tranquilo em não ser acordado com uma faca no pescoço. — respondeu ela decidida a continuar acordada. 

— Você disse que não ia me matar. — ele retrucou. — Você vai?

— Não posso. — ela encarava o fogo a sua frente. 

— Argh... — resmungou o recombinante sentando-se, decidiu que não iria dormir, pelo menos, não por enquanto. 

Silêncio veio, e foi interrompido por ela.

— Até em que ponto da sua vida, você se lembra? — perguntou ainda que séria, mas curiosa.

— Ah... eu me lembro de... antes da guerra do Toruk Makto, me lembro de ter visto o vídeo dessa ferinha aí, recém-nascida. — olhou para Spider. — Mas eu sinto tudo que ele sentiu, lembro de você, lembro quando me contou que estava grávida.

— Esse detalhe, não precisa dizer em voz alta. — olhou para os próprios dedos.

— Achei que queria saber, doutora. — ele a observava. — Mas então, só 2 filhos? A que ficava o tempo todo orando pra deusa de vocês, é desse avatar seu?

— Não, ela não é, e você está querendo saber demais. Por que? Vai correndo para a General Ardmore que nem um cachorrinho pra fofocar, se não ela te deixa sem ração? — pela primeira vez, ela se virou para encará-lo.

Quaritch tinha o olhar sério, ele se calou, preferiu não responder.

No amanhecer, ainda estava nublado o céu, a chuva ainda caía, mas não era tão forte e assustadora. Spider estava melhor, a temperatura corporal havia voltado ao normal, era óbvio, ele havia afundado em uma cachoeira extremamente fria para um ser humano como ele.

Quaritch não resistiu em dormir, ele estava deitado com os olhos fechados, sentiu algo fazer cócegas em seu rosto, expressou uma careta em seu rosto incomodado, e começou a estapear o próprio rosto pensando que fosse algum inseto.

O Coronel se levantou irritado profundamente.

— Hahahah! — Spider gargalhou. — Bom dia, Bela Adormecida! 

— Seu... — iria xingá-lo, mas respirou fundo, era apenas um peixe fresco que Spider estava passando no rosto dele. — Eu dormi, é?

— Você me acordou com seu ronco, seu skxwang. — bateu novamente com o peixe no rosto dele. 

— E a sua mãe? — perguntou olhando ao redor ao ver que ela não estava ali.

— Ela foi pescar, olha pra isso aqui. — levantou um peixe balançando. — Comida. E não é pra você.

— Pescou só pra você? Quanto egoísmo garoto, sua mãe não te ensinou a dividir, não? — se levantou dando uma coça na cabeça do menino. Sentiu a barriga roncar de fome.

— Ela me ensinou a correr atrás das coisas, e não ficar nas costas dos outros. — Spider olhou para o peixe preso em sua flecha. 

— E cadê ela? — perguntou.

O corpo da avatar Alexandrine havia acabado de sair da cachoeira, as gotículas de água escorriam pela sua cintura moldada, os cabelos estavam para trás molhados, em seus braços, as águas faziam trilhas e escorriam pela mão que ali, segurava a flecha presa com um peixe.

O velho ditado de Jake Sully: mas o problema é que em Pandora, você acaba se apaixonando demais.

O recombinante estava boquiaberto, sua orelha se remexeu, e sua cauda parou, os olhos estavam apaixonados pela mulher a sua frente, como se estivesse diante de um dos seres mais bem feitos do universo. 

— Bom dia, Coronel. — ela tinha um sorriso brilhante.

— B-om dia. — gaguejou. — Ei, você não gosta de mim. Por que está me dando bom dia?

— Por que você irá caçar. — levantou o peixe e colocou por cima de uma das folhas grande verdes escuras estendidas no solo. 

— Ah? — perguntou bobo.

— A propósito, de nada. Eu não gosto de você, mas eu curei sua ferida. Seria um inútil com ela, mais do que já é. — limpou as mãos. — Fiz um arco pra você, você irá pescar.

— Eu nem sei usar isso. — pegou o arco nas mãos que Spider o entregou. 

— Então vai passar fome, porque eu não vou te ensinar. — olhou para o céu. — E se eu fosse você, me apressaria, parece que Eywa irá chorar de novo, mais tarde.

Quaritch respirou fundo, Spider foi quem observou o recombinante tentar atirar a flecha no lago formado pela cachoeira, ele mirou várias vezes, tentou achar uma posição certa.

Spider riu das tentativas fracassadas do recombinante, que virou para ele abaixando o arco.

— Isso não tem graça. — disse sério.

O cheiro do peixe assado já inundou as narinas do recombinante, que sentiu mais fome ainda.

— Tá, e me conta mãe, como é lá? — perguntou Spider.

— A todo momento, eu só sabia imaginar você lá comigo. Você ia amar, as águas, os Ilus especialmente. E... a Kiri sente muito a sua falta, você é o irmão dela. — Alex jogava os espinhos fora. — Mas e você? Estava todo machucadinho quando te encontrei.

Spider abaixou a cabeça.

— Eles me machucaram mãe. Muito. — Spider olhou para o fogo que assava os peixes. 

— E ele? — apontou para o Coronel com o nariz que ainda tentava atirar com o arco. 

— Esse aí? — arqueou a sobrancelha também o observando, depois, riu. — Ele de fato, passou esse tempo todo, tentando agir como um pai. Mas eu sei que ele e eu, não somos nada.

— Vocês passaram quase 3 meses junto, você não teve uma figura paterna, presente, é normal que comece a sentir um pouco de compaixão por ele. — pegou um pedaço do peixe assado e o levou a boca.

— Argh! — reclamou Quaritch.

Alexadrine revirou os olhos. Se levantou e andou em direção ao recombinante. Deu um tapa em sua barriga.

— Encolha, enche o peito. — ordenou.

— Mais? A qualidade desse avatar é a cinturinha fina. — respondeu.

Alex deu outro tapa no braço dele, e apoiou sua mão o ajudando a manter no ângulo certo.

— Aquele ali. — encarou a mesma cena que ele. — Lembrando que só estou te ensinando, porque não quero que seja inútil enquanto estivermos convivendo.

Quaritch se virou e ficou prestando atenção na forma que ela ensinava. Ela se afastou ainda olhando para a frente.

Os dedos de Quaritch se deslizaram, atingindo o peixe.

— Ah! — ele correu em direção mergulhando seus pés na água, largando o arco atrás, e pegou o peixe. — É isso aí! 

Um micro sorriso no canto de sua boca, se formou. Spider gargalhou surpreso.

Eles "almoçaram", naquela tarde ainda fria.

— Quando você for embora, você vai levar ele? — Quaritch perguntou olhando para Spider.

Ela se virou.

— Quando o Sol aparecer, eu irei embora. — tocou o ombro do seu filho. — Mas ele já me contou do rastreador.

— Não estão funcionando. — Quaritch defendeu.

— Mas uma hora vão funcionar. E eu não consigo prever se eu terei conseguido destruir essa máscara a tempo. — segurou na mão de seu pequeno. — Porque, você se importa?

Quaritch se importava, ele via o garoto como filho, ele não tinha família, e viveu pelo menos um pouquinho, tendo a experiência.

— Ele só se importa porque eu sou útil. — Spider brincou com a sua mãe e riu.

Alexandrine observou a expressão do Coronel, pensativa e entristecida.

— Eu sei que você é um recombinante. O Quaritch morreu. Você é um corpo com memórias implantadas, com personalides prontas. Mas tem a sua própria alma, se alguém te perguntar como foi a sua infância, você não saberia responder porque a sua alma Na'vi não teve. — semicerrou os olhos.

Ela era a única que estava compreendendo-o.

— Mas enquanto você não mudar isso, não posso confiar em você, e nem te tratar com o respeito que você exige. — explicou a cientista. 

A luz no céu de Eywa, resplandeceu depois de uma grande temporada de fúria, as nuvens que remetiam choro e lágrimas de desgraças, agora, levavam um grande e brilhante azul. 

— Ma Jake! — Neytiri o chamou. — Não posso mais esperar, já fazem mais de dois eclipses. 

— Mãe! — Neteyam a chamou vendo-a pegar o seu arco. — A onde você vai?

— Crianças, vamos atrás de sua tia. — informou o Toruk Makto.

— A fúria de Eywa se foi. — Tonowari os avisou.

— Mãe, e se você não voltar que nem a Tia Alex? — perguntou Tuk preocupada, sendo amparada por Kiri que também pensou.

— Mãe, eu não vou aguentar perder duas mães. — Kiri já havia lágrimas em seus olhos. — Eu não posso, não consigo.

— Ma Kiri, não vai perder nenhuma de nós. Eu volto logo, tá? — Neytiri segurou no braço de cada uma. — Cuidem de si, e prometam pra mim, que não vão nos seguir.

Os olhos de Alex olhavam para o céu. 

O som agudo ecoou na máscara de oxigênio, de Spider, e nos comunicadores de Quaritch que levou a mão ao microfone no pescoço.

— Mãe! Mãe! Não, não! — Spider correu em direção a ela, e chamou-a. — Eu não quero que você vá!

Os olhos da avatar já inundaram de vez, umedeceu os lábios, seus joelhos se chocaram no chão. 

— Eywa me deu a chance de saber que você está vivo, Ela me deu a chance de cuidar de você, de te abraçar, de matar as saudades. — tocou o rosto do seu filho. — Foi por isso que em meio a fúria Dela, Ela me trouxe aqui.

— Mãe... — ele abaixou sua cabeça.

— Me dói muito, meu coração está despedaçado, meu filho. — o abraçou com força.

Quaritch tinha seus olhos tristes, olhando a cena.

Coronel? Na escuta? Estamos rastreando o garoto e o senhor. — a voz de Lyle chamou a atenção do Coronel.

— Eles estão chegando. Se quiser fugir, é melhor que se apresse. — avisou Quaritch. — Eu sinto muito.

Chorando ela assentiu.

— Meu filho, coração forte. Coração com Eywa. — tocou o próprio peito e depois o dele. — Eu sempre vou estar com você.

— Mãe. — soluçou. 

— Eu irei protegê-lo, no que depender de mim. — o Coronel encarou-a. 

Os Ikrans sobrevoavam a floresta mais próxima. 

— Tchau, meu filho. — se despediu Alex.

— Mãe... — ele assistiu sua mãe ir embora.

Alexandrine tinha o coração arrebentado, a visão embaçada por conta das lágrimas, seus passos pela floresta eram rápidos, ela corria, na tentativa de se livrar da dor.

O Coronel sentiu muita pena da situação.

— Garoto, você e sua mãe irão se reencontrar de novo. — tentou passar algum tipo de conforto pra ele.

— É, e como exatamente isso vai acontecer sem que ninguém tente a matar? — retrucou irônico. 

A brasileira iria mergulhar, quando escutou o som de um Skimwing nas águas, e um rúgido Ikran nos céus.

— Alexandra! — a voz de Neytiri a chamou atenção.

Ela fechou os olhos aliviada.

fala meu povo amado, acharam esse capítulo triste? o próximo vocês desabam.

como vai você? :)

o coronel nos rende ódio, mas nos rende uma boas risadas também, ele bem gado da alex, será que ele muda de ideia sobre viver as sombras de um soldado morto, ou ele vive como a sua própria alma?

honestamente? acredito que ele terá um arco de rendenção no 3 filme, mas me parece (NÃO SEI SE É CONFIRMADO), que ele será vilão no 4 e 5, é real ou fake? 

minhas paixões, obrigada por ler até aqui, pelo seu apoio, e me perdoe por capítulo grande, obrigada pela sua presença, te espero no próximo hein? ;)

esse é o lo'ak, ele está tentando se comunicar com o cão demônio (vulgo jakesully), que ele se apaixonou por uma leitora (ou leitor), que deixou uma estrelinha nesse capítulo.

SESSÃO ESPECIAL | MEMES

o coronel quando a alex ensinou ele a pescar com flecha e arco:

o quaritch vendo o spider do lado da alex:

o coronel não sabendo pescar e tendo que passar fome

alex e spider:

a tuk escondendo dos pais que a alex vazou de lá de madrugada pra ir atrás do filho:

a eywa nesse capítulo:

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