FEENTINA

By ManuAraujo3

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Mapa
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo Extra

Capítulo 42

12 1 4
By ManuAraujo3

A princesa apurou a audição com a ajuda do elemento ar e fez sinal para que Darlan ficasse em silêncio.

— Sim. Em uma ronda pelo início da Grande Floresta, Connor e sua equipe disseram terem se sentido vigiados — dizia Mildran, sua voz e passos se tornando cada vez mais altos à medida que se aproximava da porta.

Darah imediatamente reforçou as técnicas de ocultação sobre si e o companheiro.

— Nenhum sinal de quem fosse? Ou se realmente tinha mais alguém ali, escondido, os observando? — questionou a voz angelical de Annecy Jeans, a professora de Pirocinese com quem a Darah passara a ter aulas desde o semestre anterior, quando manipulou o elemento fogo publicamente.

Com o barulho de chave contra a fechadura, a princesa se apressou em fazer um campo de ar ao redor da escrivaninha para bloquear o barulho que fez ao jogar os papéis que tinham posto sob a mesa de volta para a segunda gaveta. No instante seguinte ao qual fechou a gaveta, a porta se abriu.

Darah desfez o campo de ar ao redor da escrivaninha e enquanto os dois professores se aproximavam da mesa, a garota se afastava dela. Darah pôde ver os olhos fundos de Mildran quando passou por ele, se aproximando de Darlan que já estava no outro canto da sala.

— Mesmo as fadas do ar e da terra que estavam com ele não conseguiram detectar um corpo a mais — respondeu Mildran puxando uma chave do bolso da calça e a encaixando na terceira gaveta da escrivaninha.

Os dois jovens – escondidos no canto oposto ao que os professores estavam – olharam para a chave que parecia tão comum quanto qualquer outra.

— Estou com a sensação de que estamos sendo observados — cochichou Annecy, duas linhas retas se destacavam entre suas sobrancelhas. — Use as habilidades do ar.

Darlan deu um risinho ao lado da princesa.

— Vamos ver se você consegue nos esconder do seu professor — provocou ele.

Darah deu um sorriso para tentar parecer descontraída, mas logo mordeu o lábio inferior internamente, reforçando as técnicas de ocultação de som, cheiro e matéria. Não queria perder o desafio e nem ser descoberta.

Durante alguns segundos que mais pareceram uma eternidade para ela, Mildran manipulou uma corrente de ar por toda a sala, detectando cada objeto presente ali.

— Nada! — disse Mildran por fim. Annecy olhou ao redor da sala, desconfiada.

Darah paralisou durante os dois segundos em que o olhar da professora de Pirocinese passou pelo local onde eles estavam escondidos, e quando a atenção da professora se voltou para o objeto que Mildran puxava de dentro da gaveta, a princesa soltou a respiração que nem sabia que tinha prendido.

— Boa — elogiou Darlan com um sorriso orgulhoso. Darah devolveu-lhe um sorriso exibido, contente por estar em um nível bom o bastante para que a magia do professor não se sobrepusesse à dela.

— São documentos dos alunos? — Os olhos da fêmea adulta estavam fixados na capa azul-marinho da grossa pasta que Mildran acabara de puxar de dentro da gaveta.

— Sim. A Sra. Berty nos pediu para dar uma olhada. — O macho alto folheou algumas páginas. Annecy esticou o pescoço para espiar.

— Por quê? Ela desconfia de algum aluno?

— Não sei, mas ela quer que os investiguemos. Tanto os atuais como os antigos. — A outra assentiu. Mildran fechou a grossa pasta e trancou a gaveta. — Vamos indo.

No exato momento em que Mildran deu o primeiro passo para se afastar da escrivaninha, Darlan agarrou no pulso da princesa e a puxou para fora da sala, puxando-a rapidamente para o outro lado do corredor para dar espaço para que os dois professores andassem livremente.

Em silêncio, os dois jovens observaram Mildran e Annecy trancar a sala da diretora e se afastar até desaparecerem pelo corredor. Darah franziu a testa pensando sobre o que acabara de ouvir, tentando fazer uma ligação sobre Connor e sua equipe terem se sentido vigiados com o fato de Gaia querer investigar os alunos.

— Você acha que a Sra. Berty suspeita que algum dos alunos estava na floresta observando os guardiões?

— Era um grupo de guardiões. Eu não acho que qualquer aluno daqui conseguiria fazer isso, com exceção de dois — respondeu Darlan voltando sua atenção para a garota, soltando devagar o pulso dela. — Você eu já sei que não foi, já Edgar... não duvido que ele conseguiria.

Ela piscou desviando o olhar para nenhum ponto específico, se dando conta que a acusação de Darlan poderia fazer sentido. Se a magia dela tinha conseguido escondê-los dos professores segundos atrás, Edgar era totalmente capaz de se esconder de um grupo de guardiões.

— Vai ficar aí?

Darah ergueu o olhar. Darlan já estava a vários passos de distância e olhava para ela com uma sobrancelha arqueada. Ela piscou novamente, com força, estremecendo com o frio, e balançou a cabeça para afastar o pensamento. Também tinha a possibilidade de ser um guardião atuante ou mesmo algum ser da floresta.

— Se realmente tinha alguém observando os guardiões e se realmente for alguma fada, então talvez devamos palpitar que era ou uma fada do ar, ou uma fada da terra, já que ambas teriam mais vantagens para se ocultar na floresta — sugeriu o garoto assim que ela se aproximou e começou a andar ao seu lado em direção às escadas. — A não ser que tivesse um lago próximo a eles para aumentar as chances de ser uma fada da água. Mas se tiver sido algum ser da floresta...

— Aí fica difícil tentar palpitar — disse Darah e estremeceu novamente. Por que havia saído do quarto em plena noite de inverno apenas com o vestido da farda que ia até a metade da coxa e deixava seu pescoço e braços expostos?

— Uhrum — murmurou Darlan, que em seguida bocejou subindo os degraus. — Faltam quarenta minutos para o meu turno — comentou se aproximando do segundo andar. —, acho que ainda dá tempo de tirar uma soneca antes da vigia... — O garoto interrompeu a frase ao ouvir a mesma voz grave que ouviram quatro minutos atrás na sala da diretora.

— Eles também não estão no terceiro andar. — A voz de Mildran vinha do topo da escada.

Darah e Darlan pararam no último degrau do segundo andar e se entreolharam alarmados.

— Estão nos procurando? — perguntou a garota com os olhos arregalados, no mesmo instante Mildran e Annecy apareceram acima deles, descendo as escadas do terceiro andar.

— Quantos alunos faltam? — questionou a professora de Pirocinese.

— Tirando os trinta e quatro que devem estar em seus turnos de vigia, dois — respondeu Mildran.

— Parece que sim — disse Darlan respondendo à pergunta que a princesa tinha feito. Com os professores a apenas alguns degraus acima deles, o garoto não tardou em pegar na mão de Darah e puxá-la para dentro da primeira sala que estivesse com a porta aberta. Sem se preocupar em examinar a sala ou mesmo em fechar a porta, ele a puxou por entre as cadeiras até parar na frente de uma mesa. — Tire as técnicas de ocultação.

— Como? — Darah franziu a testa com incompreensão. Sua respiração estava ofegante e por algum motivo seu coração estava mais acelerado.

— Tire logo as técnicas e coloque as mãos no meu pescoço — ordenou com urgência, se virando para ela.

Darah franziu ainda mais a testa sem entender qual era o plano dele, mas percebendo que a respiração do garoto estava tão ofegante quanto a dela e com a pressa que a situação exigia, ela obedeceu. Ela retirou as técnicas que ocultavam seus corpos, sons e cheiros e passou os braços em volta do pescoço de Darlan.

Pront...

Ela interrompeu a palavra que mandava para a mente de Darlan quando sentiu as mãos do garoto apertar sua cintura e erguer seu corpo, colocando-a sentada na mesa de aluno, derrubando vários pequenos objetos que eles não se deram ao trabalho de olhar. As pupilas se dilataram dentro das íris laranja-amareladas da princesa. O canto direito da boca de Darlan se repuxou para cima quando o mesmo enviou a seguinte mensagem para a mente dela:

Siga o papel.

Sem saber quando a mão de Darlan havia chegado em seus cabelos, ela sentiu o coração parar quando os dedos do garoto seguraram em sua nuca por entre os fios sedosos, inclinando sua cabeça um pouco para o lado. Imóvel e com os olhos arregalados, ela se concentrou em tentar formular uma mensagem para mandar à mente dele.

Que merda de plano é esse?

Em pé, posicionado entre as pernas da princesa sentada na mesa, Darlan se inclinou para depositar um beijo demorado no pescoço exposto. Darah sentiu as batidas do coração voltarem com toda a força e quando sentiu o aperto na cintura pela mão que ainda permanecia ali, ela não pôde evitar em fechar os olhos, se xingando mentalmente pelo contato ter surtido um efeito totalmente contrário ao que ela esperava.

Um novo beijo foi depositado em seu pescoço e ela mordeu o lábio inferior com um crescente frio na barriga. Darah apertou a mão em volta do pescoço de Darlan, por um momento se permitindo esquecer que eles eram amigos de infância e melhores amigos e de que ela estava saindo com um garoto, até que a porta da sala se abriu por completo em um movimento rápido lembrando a ela do que eles estavam fugindo.

Darlan ergueu o olhar com uma expressão de surpresa, e Darah com o coração acelerado e os olhos arregalados agradeceu mentalmente por estar sentada de costas para a porta quando ouviu Mildran fingir tossir. Deslizando as mãos pelo peitoral de Darlan coberto apenas pelo fino tecido branco da camisa de manga curta enquanto descia da mesa, ela sentiu as batidas do coração dele. Parecia tão acelerado quanto o dela.

— Hm... sentimos muito em atrapalhar, mas já passou de uma hora da madrugada. — Annecy deu um sorriso simpático. A princesa respirou fundo discretamente antes de se virar para os professores.

— Senhor Wang e senhorita Monroe, vocês deveriam estar descansando para os seus turnos de vigia — advertiu Mildran mantendo uma expressão neutra.

— Desculpe — Darah e Darlan pediram juntos. Os dois se entreolharam por um momento antes da garota morder o lábio inferior e voltar a olhar para as fadas adultas paradas na porta.

— Nós estávamos... — começou Darah, mas Mildran ergueu a palma da mão aberta como um sinal para que ela parasse.

— Não precisa dizer o que estavam fazendo.

— A culpa foi minha — afirmou Darlan olhando de soslaio para a princesa que pressionava os lábios em um ato de nervosismo.

— Não queremos saber quem é o culpado, apenas voltem para os seus quartos — disse Annecy intercalando o olhar entre os dois jovens.

— Professor Mildran e professora Annecy, vocês poderiam não contar para a Sra. Berty e nem para os nossos pais? — Darah brincava nervosamente com os dedos. — Seria... — Ela olhou para Darlan e engoliu em seco sentindo as bochechas esquentarem. Ela então voltou sua atenção para os professores, mas o que queria de verdade era enterrar a cabeça no primeiro vaso que encontrasse. — Seria desconfortável se eles soubessem.

Annecy se virou para Mildran, franziu a testa e perguntou:

— Você viu algum aluno fora do quarto?

— Não — respondeu Mildran ao compreender o objetivo da colega de trabalho. — Estavam todos em seus devidos quartos ou em seus turnos de vigia.

— Ótimo, então acho que é hora de nos retirarmos — comentou de forma bastante casual a fêmea adulta. — Espero que os alunos cumpram as regras e não saiam de seus quartos de forma indevida após o horário limite de se recolher.

— Também espero — concordou o professor de Aerocinese. — Seria desconfortável encontrar os alunos depois da meia-noite, principalmente dentro da sala de Magia Híbrida — dito isso, os dois adultos começaram a se afastar sem olhar para trás.

Eles já se foram? – A pergunta de Darlan soou na mente da garota alguns segundos depois. Darah ergueu a palma da mão aberta para ele em uma indicativa para que ele aguardasse mais um pouco, quando ela não sentiu mais a presença de Annecy e Mildran no segundo andar, suspirou com alívio.

— Pronto. — Com a saída dos professores, ela olhou ao redor para evitar o olhar do garoto, percebendo que eles realmente estavam na sala de Magia Híbrida. As duas fileiras de velas apagadas postas sob as várias mesas continuavam intactas, exceto as da mesa na qual Darlan a pusera.

— Você parece ter gostado. — Um sorriso malicioso tomou conta dos lábios do garoto de olhos puxados. — Quer que eu a use para derrubar as velas das outras mesas?

A proposta causou uma batida errática do coração de Darah, mesmo assim ela não olhou para ele, não enquanto usava telecinese para colocar as velas de volta na mesa.

— Eu apenas segui o que você disse: entrei no papel — disse com o máximo de indiferença que conseguiu, por fim ergueu o olhar para ele e deu de ombros. — Vou descansar, essa noite foi longa até demais.

— É uma pena que eu não possa acompanhá-la até a cama. — O sorriso malicioso permanecia nos lábios do garoto mesmo enquanto ela se afastava.

— É, é realmente uma pena — concordou Darah com ironia. Ela parou na porta e olhou para trás, para o garoto que permanecia em pé atrás da mesma mesa posta no centro da sala. — Mas eu tentarei dormir mesmo sem o seu abraço.

Darlan colocou as mãos dentro dos bolsos laterais da calça, seu sorriso passou de malicioso para um divertido.

— Desejo sorte.

— Obrigada. — Darah sorriu de volta para ele e por fim saiu da sala. Enquanto subia para o quarto, ela relembrou o que havia acontecido naquela noite, dava para fazer uma lista:

  

1° Lionel desenhou o macho que ela vira nas lembranças do falecido prisioneiro seguindo as descrições dadas por ela, descobrindo, assim, que o macho era o pai do amigo;

2° Encontraram Darlan se agarrando com a quartanista loura quando foram contar a notícia para ele;

3° Foram pegos pela diretora;

4° Ela e Darlan invadiram a sala da diretora; e

5° Para escapar de serem pegos em flagrantes pelos professores de Aerocinese e Pirocinese, ela e Darlan fingiram se agarrar.

  

Darah tinha certeza que quando fosse contar para Arabelle durante no dia seguinte, a amiga ficaria triste e preocupada no início, mas acabaria rindo com o final da história e faria vários comentários sem sentido. Aliás, o que aconteceu foi por necessidade, para que eles não fossem pegos cometendo um ato digno de expulsão, como invadir a sala da diretora. O que rolou com Darlan na sala de Magia Híbrida foi ela apenas seguindo o papel como uma verdadeira intérprete.

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