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By bwbepoetry

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onde elle nota o quão sujo é o apartamento do seu vizinho e decide limpar sem que ele saiba. ❝primeiro você i... More

OO1. grupo
OO2. elle
OO3. vinnie
OO4. elle
OO5. vinnie
OO6. elle
OO7. elle
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O1O. vinnie
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By bwbepoetry

Estou há quase uma hora sentado numa cadeira esperando o Aaron terminar de pintar o meu rosto, o que me fez desistir umas dez vezes dessa fantasia e inventar uma qualquer com roupas simples. Porém, a London me mataria se eu tivesse gastado o seu tempo procurando-a.

— Já acabou? — pergunto, sem ter noção de quantas vezes eu já a fiz.

— Nasceu de sete meses, porra!? — indaga impaciente e eu rio. Nasci de oito. — Já acabei, insuportável. — concluiu, e eu levantei animado agradecendo aos céus.

Me olhei no pequeno espelho que estava sobre o balcão, mas não foi suficiente e então, me direcionei para o banheiro.

— Como eu sou lindo. — me gabo, me admirando em todos os ângulos possíveis. — Podemos ir?

— Agora você espere eu terminar. — falou Liebregts e eu me sentei no sofá. Justo!

Enquanto ele termina, pego o meu celular e mando mensagem para a London, perguntando se elas já estavam prontas. Negou e eu bufei.

Porque as mulheres demoram tanto para se arrumar? Elas começaram primeiro e provavelmente serão as últimas a acabar.

— Como estou? — Maddy, apareceu na minha frente e deu uma voltinha, parou e alisou sua barriga.

— Comeu muito do fruto proibido, não acha? —  zombei, gargalhando e ela me mostrou o dedo. — Você está linda, cunha.

— Não quero mais saber do seu elogio. — virou, indo fazer a mesma pergunta para o resto dos meninos... e eles fizeram a mesma piada.

Ela e o Jordan se fantasiaram de Adão e Eva. Impossível não fazer o trocadilho. Foi de sua escolha, porque ela sempre gostou muito de se exibir e como a fantasia estava planejada desde antes de engravidar, ela não quis mudar, mesmo grávida.

Huxhold queria algo mais "macabro", por exemplo, sangue falso pela barriga da Maddy, mas a Crum disse que a sua filha, mesmo na barriga, não iria passar por algo terrível assim.

Ainda sim, eles estão perfeitos e são minha meta de casal. Queria eu passar combinando com alguém.

Minha fantasia foi totalmente planejada pela London. Ela se ofereceu e por não ter saco para procurar ou decidir uma, a deixei escolher por livre e espontânea vontade.

A pintura do Aaron em meu rosto, foi nada mais nada menos que uma caveira, ela é definitivamente o que dá vida a minha fantasia. O meu look completo é apenas uma roupa totalmente preta junto com uma capa, de cor vermelha por dentro e preta por fora. Algo simples. A maquiagem já a deixa bastante chamativa. Optei também por colocar alguns acessórios em meus dedos, pulsos e pescoço.

O "Vamos?" do Aaron, foi suficiente para todos se levantar do sofá e seguir até a porta. Antes de segui-los, peguei a minha capa. Tranquei a porta e descemos, avisando por mensagem para a London que já estamos indo.

Optamos por ir de Uber, já que queremos beber, exceto a Maddy, por estar grávida. E iremos encontrar as meninas no Devil 's.

Halloween é um feriado diferente. Eu simplesmente amo, principalmente pela estética. Ruas cheias, casas decoradas e pessoas com todo tipo de fantasia existentes. Das mais exageradas ou mais simples.

É uma época em que é impossível ficar em casa. Ou ao menos ficar triste. Tristeza é uma palavra que não existe no Halloween.

Desde que viemos parar aqui, temos a tradição de passarmos no Devil 's Bar. Fica lotado. Além das bebidas entrarem em promoção, você também pode ganhar um dinheiro pela melhor fantasia, ou então, pelo melhor cover no karaokê. A votação é entre os clientes.

Assim que chegamos no local, cumprimentamos os nossos amigos barmans e nos direcionamos para a mesa de sempre: na janela e próximo ao palco, tendo uma visão perfeita de fora e também de dentro.

Depois de pedirmos nossas bebidas, eu mando mensagem para a Elle e ela responde, de forma imediata, que estão chegando em dez minutos.

Dou uma passada em suas redes sociais para ver se ela postou fotos, porém a resposta é não. Eu tô doido pra ver como ela está, mas tenho total certeza que está perfeita. Ela não consegue ficar feia e esse adjetivo não combina com a mesma.

Direciono minha mão para o pratinho de fritas que acabou de ser colocado à frente da Maddy, mas a única coisa que consigo é um belo tapa na minha mão.

— Tire as patas! — ordenou, tapando com as duas mãos o seu lanche. — Sabia que não se tira comida de uma grávida?

— É só uma batatinha. — fiz bico. — Grosseira.

— Você quer? — pergunta e eu assenti, sorrindo. — Então compre, você tem dinheiro.

Rolei os meus olhos com um pequeno sorriso de lado e quando ela bobeou, roubei algumas batatas. Ela me xingou, mas não me importei e me deliciei com a minha cerveja.

— Quando a pirralha vai nascer? — Liebregts pergunta para a ruiva, depois de colocar a sua cerveja de volta à mesa.

— Mês que vem... daqui há algumas semanas. — ela suspirou e bebeu do seu suco. — Isso está me deixando aflita. — confessou e mordeu o lábio, franzindo a sobrancelha.

— Por que? — perguntou, Jett. — Vai dar tudo certo. — encorajou.

— Tudo pode acontecer, né!? — jogou os seus cabelos para trás e arrumou a sua postura. —Já falei pro Jordan... — ela o olhou.

— Amor, já falei que não quero pensar nisso. Por favor, para! — o loiro a interrompeu.

— Se caso tiver que escolher, é pra escolher a Rory. — concluí mesmo assim.

— Não vai acontecer isso. Vocês duas vão sair vivas do hospital e não aceito menos que isso. — segurei a sua mão e apertei. — Você está nas mãos dos melhores médicos. Isso não vai acontecer. — reafirmo.

Posso soar como egoísta, mas se, infelizmente, isso vir acontecer futuramente, eu escolherei a minha mulher. É uma decisão difícil, muito mesmo, e jamais quero passar por isso, mas ainda sim, seria ela.

Huxhold, implorou para mudar de assunto porque não quer ter a sua noite estragada por pensamentos negativos e acatamos. Começamos a relembrar o passado e como o nosso ciclo de amizade foi construído.

Me desliguei do assunto quando vejo a Elle e suas amigas entrarem. A dupla está fantasiada de "As Branquelas" e a Elle...puta merda! Ela está perfeita.

Elle está toda de preto. Um vestido cetim de alças finas e com um pequeno decote; o comprimento vai até acima dos joelhos com uma fenda aberta na sua coxa esquerda e consequentemente deixando-o mais curto na parte de trás. Além do vestido, ela também usa luvas que cobrem o antebraço e uma choker preta sem nenhum detalhe. Seus cabelos estão mais escuros que o normal e curtos, e sua maquiagem também não está nada leve.

It's halloween, bitches.

— Que demora! — Aaron, reclama. Jett e Jack fazem o mesmo.

Continuo encarando a Elle, encantando com tanta perfeição.

— Aaron, vaza! — London, ordena para o loiro ao meu lado. Ele se recusa, mas ela o tira mesmo assim.

— Qual o seu problema? — o moreno reclama e a loira não responde, apenas coloca a Elle para sentar ao meu lado.

— Olá, meu Grim Reaper  favorito, a sua Malaria chegou! — a de cabelos cacheados, que agora está liso por conta da peruca loira, diz.

Que safada!

— Você armou! — Rivera acusa a loira, que apenas sorri convencida. — London, eu vou te matar.

— Parabéns, London! Você fez um ótimo trabalho. — Maddy diz, batendo palmas e as duas se cumprimentam logo em seguida. — Aí, vocês são tão lindos e estão lindos. — elogia, nos olhando e sinto os restantes fazendo o mesmo.

Meu corpo começa a esquentar de vergonha e tenho a certeza que a Elle está com a mesma sensação.

Eu ainda estou sem reação. Eu realmente não imaginava isso.

Depois de todos estarem alocados e levemente confortáveis, finalmente pude me virar para o meu lado direito e olhar mais um pouco para a Elle.

— Não tive oportunidade antes, mas você está linda. — digo, levemente tímido. Ela olhou fundo em meus olhos, com um sorrisinho em seus lábios. Seu olhar se desviou por alguns segundos para a minha boca. — Sério, você está perfeita!

Ela me deu um toquinho com o ombro e sorriu sem mostrar os dentes.

— Você também está. Mesmo com essa maquiagem cobrindo o seu rosto. — tocou o meu nariz com leveza.

— Eu sou lindo de todo jeito. — quebro a timidez e ela rolou os olhos segurando o riso.

— A London não vale nada. — diz, bebericou da sua cerveja e voltou a me olhar.

— É... mas eu gostei de estar combinando com você.

Ela ficou em silêncio.

— Não vou negar... eu também! — suspirei aliviado com a concordância.

— Cortou o cabelo mesmo? — perguntei, depois de alguns minutos em silêncio e analisando-a.

Ela negou rindo.

— É peruca. — respondeu tocando-na. Apenas balancei a cabeça e voltei a focar no assunto do pessoal.

[...]

Já passam das meia noite e eu estaria mentindo se dissesse que estamos sóbrios. Acho que estamos alcoolizados o suficiente para ser incapaz de dirigir, se estivéssemos que fazer isso. Maddy e Huxhold ainda continuam com a gente, mais felizes e dispostos que nunca.

Passo por cima da Elle, recebendo reclamações da mesma, e antes de concluir o meu objetivo, roubei um beijo seu, saindo sorrindo depois. Aaron me acompanhou.

Quando chegamos em cima do palco, que se encontrava apenas com a banda do próprio bar, atraímos olhares de quase todos, mas em especial da Elle e dos nossos amigos. Pude perceber que a London e Cindy, falaram algo para a Elle, que ficou visualmente envergonhada.

Eu tô' muito nervoso. Me sinto até sóbrio.

Aviso a música que iremos cantar e dou três batidas no microfone para ver se está funcionando perfeitamente, e o Liebregts faz o mesmo. Me sentei no banco e o moreno continuou de pé.

Respirei fundo, baixando o meu olhar e no momento em que a música começou, batuquei na minha própria coxa no ritmo da mesma.

Oh, oh, just as sure as the stars in the sky  — comecei, levemente nervoso e sentindo a minha voz falhar a cada palavra que saia. —, I need you to shine in my life. Not just for the meanwhile, for a long long time... — continuei, segurando o microfone com as duas mãos e de olhos fechados. — better believe it...

Em devida parte da música abri os meus olhos e olhei diretamente para a Elle, que é notável o quanto ela tenta segurar o sorriso.

Enquanto canto, recordo todos os momentos possíveis com a Elle e os meus olhos vidrados nos seus, fica ainda melhor.

Definitivamente ela é uma das minhas pessoas favoritas. Meu coração dói se de pensar que a qualquer momento podemos nos separar, ou sequer conseguir algo mais a sério com ela. Não sei se é isso que ela quer, mas com toda certeza, é exatamente isso que eu quero. Entretanto, morro de medo de deixar essas palavras saírem e acabar me frustando.

You're the only girl I see — esbocei um sorriso involuntário enquanto a olhava. —, from the bottom of my heart, please believe. You're all that matters to me, yeah, yeah.

Fechei os olhos, sentindo apenas o restante da música e batendo o meu pé no ritmo dela, enquanto o Aaron duetava junto comigo.

You're all that matters to me. — Liebregts e eu nos olhamos, cantando a última estrofe suavemente.

Aplausos, aplausos e mais aplausos assim que terminamos. Reverenciamos em agradecimento e descemos do palco.

— Acho que perdemos um soldado. — Jordan Huxhold diz, quando nos sentamos junto deles novamente. — Cantaram muito bem, até. — ele riu.

— Perdeu pra quê? Viajou, foi só um música. — ri sem graça.

Abri outra garrafa de cerveja e dei um gole.

— Você canta muito bem, já pensou em investir? — Elle diz, chamando a minha atenção para ela.

— É só por hobby, o que eu quero mesmo está fora de cogitação. — assumo e ela me encara confusa.

— Mas você já não cursa engenharia? Não é isso que você quer? — pergunta. Desvio o meu olhar e respiro fundo, tomei um gole da minha cerveja e volto a olhá-la.

— Não quero falar sobre isso. — falo firme e ela assente.

Peço licença para a mesma e me direciono até o bar, me sentando em um dos bancos e pedindo um copo de uísque com gelo. Cansei da cerveja. Assim que o copo está em minhas mãos, me viro para frente sem sair do lugar, beberico enquanto fixo o meu olhar para a mesa dos meus amigos. Elle me encara com um pequeno sorriso de vez em quando e eu retribuo com outro.

Observo as pessoas entrando e saindo do estabelecimento, e uma delas me chama a atenção quando se aproxima da Elle. Seu porte é masculino, mas não dá pra ver o rosto por conta de uma máscara de pânico. Estreito o olhar para enxergar melhor.
Aperto firmemente o copo da minha mão direita quando o indivíduo mostra o seu rosto retirando o plástico.

Jordan Powell. A porra do Jordan Powell.

Tento manter a calma, mesmo de longe. Mas o meu sangue ferve ainda mais quando ela permite que ele se sente ao seu lado. Ela sorri com felicidade para ele. Puta que pariu.

Peço que o barman coloque mais uísque em meu copo e dou um gole de uma vez antes de voltar para o meu lugar.

— E aí, mano. — o imbecil diz sorrindo, quando nota a minha presença parado ao seu lado. Ele levantou e estendeu a mão, em vez de apertá-la, dei um tapa.

Sinto o olhar repreensivo da Elle, mas não me importo.

— Vaza daqui, seu merda! — sussurro em tom ameaçador próximo ao seu rosto. Ele riu e estendeu as duas mãos em rendição.

— Não vim aqui pra arrumar briga. — ele disse. — Tchau, Elle. — ele se esticou, dando um beijo na sua bochecha. — Já falei pra não se meter comigo! — ameaça, novamente, em um sussurro baixíssimo quando passa por mim.

Em vez de ir pra bem longe, ele sentou uma mesa depois da nossa junto com mais três homens, tendo uma visão perfeita da Elle. Desgraçado!

— O que foi isso? — Maddy perguntou, mas não respondi.

— Não vamos arrumar confusão hoje, por favor. — Huxhold pediu, apenas assenti.

Chamei o garçom e pedi um copo de uísque.

— Por que você o tratou assim? Ele estava na paz. — Electra perguntou em um sussurro. A olhei revirando os olhos.

— Eu não sou burro, Elle. Não vou cair na atuação dele.

— Você está me chamando de burra?

— Entenda como quiser.

Respirei fundo e foquei no meu uísque. Não sinto mais descer rasgando.

Encaro a mesa e batuco as pontas do dedo na mesma, cantando mentalmente a música que toca no fundo. Depois de longos minutos, me levanto para ir ao banheiro e encaro firmemente o Powell enquanto passo por sua mesa.

Tudo que ele disse a respeito da Elle invade a minha cabeça, me fazendo ficar com mais ódio da sua cara e também da inocência da Elle. Sei que ela não faz ideia do que ele falou, mas é muita inocência depois de tudo. Eu jamais ficaria de amizade com uma pessoa que mentiu sobre ter uma família... que traiu o marido comigo.

No momento em que saio do banheiro e me direciono de volta para mesa, observo ainda de longe o Jordan Powell novamente ao lado da minha vizinha.

Se controla, Vinnie. Se controla... Não obedeço o meu consciente, fecho o punho e apreço os meus passos.

— Qual a parte que você não entendeu que é pra ficar longe dela, seu babaca? — indaguei, furioso batendo a minha mão contra a mesa e olhando fundo para os seus olhos escuros.

— Vinnie, para com isso. — Elle se manifesta e eu ignoro.

Ele riu, negando com a cabeça.

— Qual é, cara! — ele levantou. Me analisou e suspirou. — Você é dono dela? Eu estou aqui na paz e no amor, apenas curtindo com a minha amiga.

— Eu não caio na sua atuação, porra. — espalmei o seu peitoral, ele deu um passo para trás com o empurrão. — Você acha que eu esqueci das suas palavras?

— Parece que sim. — riu. Voltou a dar um passo para frente. — Eu disse pra não se meter comigo, loirinha. — falou bem próximo ao meu rosto.

— Vinnie, para! — agora foi a vez da Maddy pedir. Também não me importei.

Novamente, tudo que ele disse da Elle invadiu os meus pensamentos, triplicando a minha raiva.

O meu punho se fechou e acertou em cheio o seu rosto.

— Qual o seu problema, merda? — a mão da morena segurou o meu braço, mas me soltei.

Na tentativa de revidar o soco, Jordan foi segurado e impedido de concluir por dois seguranças. Mas também fui segurado por outros dois e arrancado para fora, só não fui jogado no chão porque consegui me equilibrar. Não demorou muito para acontecer o mesmo com o babaca do Powell, no mesmo instante voltei pra cima dele e o acertei com outro soco.

Dessa vez, ele conseguiu revidar. Socos nos rostos e estômagos foram depositados em ambos; seguramos um ao outro e também acabamos parando nas paredes.

— Vinnie, por favor! — escutei Elle implorando, assim como a Maddy.

Os meninos tentam separar, mas o meu ódio me tornou mais forte.

— PARA COM ESSA PORRA, SEU IDIOTA! — Huxhold me puxou de cima do Powell e me acertou um soco, me fazendo cair no chão. — Qual a porra do seu problema? — perguntou, segurando a minha camisa.

A minha visão está turva pela porrada e a luzes dos postes e da lua dificulta ainda mais enxergá-lo. Coloquei a mão no meu rosto e senti o meu coração apertar. Merda, merda!

Jordan... — ele foi chamado, mas preferiu continuar me xingando. — JORDAN! A MADDY! — o último nome citado o fez olhar para o lado e sair de cima de mim de forma imediata.

Olhei também, com muita dificuldade, para ver o que estava acontecendo. Não pensei duas vezes e levantei, totalmente desesperado ao vê-los desesperados.

— Chama a porra de um Uber, pelo amor de Deus. Rápido! — o loiro gritou aflito.

Encarei a Maddy das cabeças aos pés e embaixo deles está uma pequena poça de água. A ruiva chora, enquanto a Elle pede pra ficar calma.

É tudo culpa minha, puta merda.

Olho para o outro lado e o Powell está com os seus amigos em volta dele. O moreno me olha com ódio, mas eu não me importo.

Encaro o chão sem reação e ergo a minha mão na altura da minha visão, a minha palma está com um pouco de sangue junto com maquiagem e então, toco o meu rosto com dois dedos e eles ficam mais sujos ainda.

— Isso é culpa sua, seu babaca do caralho. — eu grito, me aproximando e apontando o dedo para Jordan Powell, que está sentado no chão.

Os amigos dele não perdem tempo em entrar na frente do mesmo.

— Chega dessa porra, Hacker! Você já fez demais. — Jett me puxa. — Vamos pra casa.

— Não vou, vou ficar com a Maddy. — me solto dele e me aproximo da ruiva.

— Você vai ficar bem longe dela, isso sim. —Huxhold entra na frente. — Como o Ashford disse: Você já fez demais. E se der algum problema com a minha filha ou com a minha mulher, eu juro que te mato. — apontou o dedo para mim.

— Jordan, para! — Maddy implora. — Deixa ele. Ele é o padrinho e independente de qualquer coisa, eu o quero comigo. — fala e o loiro assente.

— O Uber chegou. — Aaron avisa.

— Aí, tá doendo muito. — a ruiva reclama e chora. Ela aperta firmemente a mão da Elle.

Enquanto eles andam até o carro, fico apenas acompanhando-os com o olhar. Jack e Jett ficam comigo, enquanto Elle, Maddy, Huxhold e Aaron entram no veículo.

— Vamos, o nosso chegou também. — Wright disse.

Fomos para o carro e eu não me contive em olhar mais uma vez para o Powell. Ele sorriu debochadamente para mim.

— O que você fez hoje foi uma tremenda babaquice. — Jett disse e o Jack concorda. Fico em silêncio, concordando mentalmente. — Fazia tempo que a gente não saía e você estraga tudo na primeira oportunidade.

— Ele merec-

— Fodase, Hacker. Não me interessa o problema que você tem com ele, mas ele não fez nada e você foi pra cima de graça. — me cortou.

— Desculpa!

— Não é pra gente que você deve dizer isso. — Jack disse e eu apenas balancei a cabeça.

Fiquei em silêncio e encostei a cabeça na janela, observando a paisagem passando rapidamente.

Como eu fui deixar aquele idiota entrar na minha cabeça? Eu tive tantas oportunidades de fazer isso e escolhi na pior possível: quando estava se divertindo com os meus amigos.

Parece até que eu fui o errado, mas só eu sei o quanto eu estava me segurando, o quanto tudo o que ele disse a respeito da Elle me doía e vê-lo agindo como se nada tivesse acontecido me deixa enfurecido.

E sim, prefiro continuar sendo o errado do que contar a ela ou a qualquer outra pessoa o que saiu da boca dele.

Chegamos ao hospital. Corremos para dentro e encontramos apenas Elle e o Aaron.

— A Maddy entrou em trabalho de parto. — nos responderam com rapidez nossa dúvida.

Decido ir ao banheiro para limpar o meu rosto. Minha situação não está nada agradável para um hospital.

Pego o meu celular e vejo diversas mensagens da London, e percebi só agora que elas não vieram com a gente. Pergunto onde estão, mas ela não responde de imediato.

Observo que o meu rosto está começando a inchar e ficar levemente roxo. Amanhã estará pior, eu tenho certeza.

Volto para a sala de espera e me sento, porém, me levanto com rapidez ao ver Huxhold vindo em nossa direção. Meu coração acelera, me fazendo sentir dores leves.

Que tenha ocorrido tudo bem... é a única coisa que eu peço.

— Ela nasceu! — anunciou, com a voz falha. Eu suspirei levemente aliviado. — Ela está bem. Muito bem. A Maddy também. — garantiu e eu finalmente esbocei um sorriso tranquilo junto com uma respiração.

Me atrevi a ir aos seus braços e abraçá-lo. Ele aceitou e eu apenas desejei boas coisas e parabéns. Peço desculpas em outro momento.

Dei espaço para o restante abraçar o mesmo e fazer o mesmo desejo, dizendo algo a mais. Volto a me sentar e agradeço imensamente a Deus.
Quando levantei a minha cabeça ele já tinha saído. Elle me encarou por alguns segundos e depois se aproximou do Aaron, que a acolheu com um abraço.

— Sei que não é o melhor momento... — me aproximo da morena.

— Ainda bem que sabe! — responde ríspida, interrompendo.

— Mas podemos conversar? Por favor...

— Tanto faz! — ela se afastou do Aaron. Eu andei em direção para a saída e ela me seguiu.

Meu coração não para de palpitar.

— Quero pedir desculpas, sei que agi muito errado e espero que me perdoe.

— Era pra isso? Podemos conversar depois. — cruzou os braços. Tento rebater. — Caralho, eu odeio esse tipo de atitude. Eu odeio brigas, ainda mais sem motivos. — expôs e eu abaixei a cabeça.

Olho para o lado e mordo o meu lábio, passo os dedos pelos meus cabelos e respirei fundo. Volto a olhá-la e dou um passo para frente, ficando mais perto do seu corpo.

— Elle, você achar que tudo que fiz foi sem motivo, é um direito seu. — asseguro, olhando fundo para suas íris castanhas. — Mas saiba que não foi. — ela ergueu uma sobrancelha em dúvida. — Tudo que eu fiz ali foi por você.

— Conta outra. — riu, sem acreditar.

Ignoro seu comentário.

— Você não pode acreditar ou apenas não quer acreditar, mas eu não sei mais o que fazer pra você entender que eu gosto de você, que eu quero estar com você e que tudo que eu penso futuramente, eu imagino você comigo. — ela arregala os olhos. — Puta que pariu, Electra, e-eu amo você.

Isso saiu na velocidade da luz.

— Porra! Eu não aguento mais guardar isso pra mim, não aguento ter que te olhar, te tocar, te beijar e todas as outras coisas, e não poder dizer isso. Ter que esconder. Isso é uma puta tortura e eu preciso me libertar.

— V-vinnie.. — ela gagueja, olha para os lados, passa as mãos em seu rosto e continua dizendo o meu nome com falhas.

— Não precisa dizer o mesmo, não falei isso pra receber algo em troca... — explico. — Eu só precisava colocar pra fora o que estava prestes a me matar.

— I-isso é efeito do á-álcool. — ela continua passando a mão no rosto. Observo o quão trêmula ela está. — A Rory acabou de nascer, precisamos focar nisso. — ela gesticulou com a mão, fechou os seus olhos e respirou fundo.

— Desculpa, você tem razão! — concordo e balanço a cabeça, apressando os meus passos de volta para dentro e a deixando no mesmo lugar.

Onde eu estava com a cabeça? Não era pra eu dizer isso agora. Que saco! Tanta coisa acontecendo...

Volto para o hospital vendo tudo em minha volta embaçado e as vozes distantes, sigo diretamente para o banheiro com um pouco de dificuldade. Sinto minha garganta fechar, dificultando a minha respiração, e meu corpo esquentar. Levo minhas mãos até o colarinho da camisa, tentando abri-la.

Chego ao banheiro e vou direto para a pia, lavo o meu rosto, mas não consigo melhorar. Encaro o meu reflexo no espelho e continuo embaçado. Meu estômago se revira e vou o mais rápido possível até o reservado, no momento em que consigo alcançá-lo, vomito tudo que ingeri.

Vai ficar tudo bem... é o que digo pra si mesmo mentalmente.

nem sei dizer que como me senti
com esse capítulo. ESTÃO VIVXS?

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