ZERO - Katsuki Bakugo

By samespacial

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Sobre quando Katsuki encontra alguém difícil de superar. Katsuki Bakugo x fem!oc More

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XLII
ESPECIAL - Sobre o dia em que Kiara foi visitar Bakugo.
ESPECIAL II - Sobres as histórias que ninguém nunca ficará sabendo.

X

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By samespacial


- Vamos lá, bonitinha! Levanta!

O incentivo animado e meio insano de sua tutora foi a primeira coisa que escutou quando se recuperou da tontura e do torpor que acontece quando se ganha um chute certeiro da heroína Mirko.

Kiara olhou para a direção onde estava a sua tutora e infelizmente amiga do seu irmão e não viu muita saída a não ser acatar o que ela havia pedido. Mais de uma semana havia se passado desde o dia em que o acampamento foi encerrado, e nesse meio tempo ela estava passando com a tutora já que seria cansativo voltar para casa para passar dois ou três dias, isso sem falar que sabia que a rotina dos pais era corrida e realmente não queria atrapalhar.

Não que eles fossem ver dessa forma, sabia que se decidisse passar o resto daqueles dias em casa, sua família se contorceria em mil partes para arranjar tempo para passar com ela e exatamente por esse motivo decidiu ficar.

Mas é claro que ficar significaria ser massacrada por Rumi, não que ela esperasse coisa diferente vindo dela.

Então, mesmo que a contragosto, ela levantou.

E treinar com ela, apesar de moer todos os seus ossos, era ótimo já que a forma como Rumi lutava era compatível com a sua, e a heroína não escondia quando dizia que ensinaria a ela o máximo que pudesse para que a garota pudesse um dia ser tão boa quanto a heroína. Já havia conseguido adaptar alguns golpes da tutora para que ela pudesse usar com conforto, mas ainda se negava a dar nomes aos ataques e menos ainda anunciá-los antes de bater, Kiara achava aquilo algo sem sentido nenhum.

Em que ajudaria avisar ao seu oponente como iria atacá-lo? Havia o discurso voltado ao marketing de deixar uma marca ou coisa parecida, mas ela não estava interessada nisso quando decidiu que se tornaria heroína.

- É isso aí! - ela gritou animada e avançou com tudo na sua direção.

Kiara se preparou para defender e contra-atacar quando algo chamou sua atenção, Mirko, como profissional que era, também reparou algo diferente no ambiente.

- Mas que programinha bacana para as férias, hein? - brincou o herói número dois entrando na sala de treinamento.

- Hawks, tá fazendo o que aqui? - perguntou Rumi ignorando a fala do loiro.

Ele levantou as duas mãos em sinal de rendição e soltou um sorriso preguiçoso.

- Ah, você sabe como é... - brincou. - Estava passando e decidi matar um pouco o tempo. - o loiro olhou para a menina no canto e acenou. - Olá... Kiara, certo?

A garota correspondeu com um olhar muito desconfiado.

- Certo.

Hawks se convidou e entrou na arena preguiçosamente, acompanhado pelos olhares das duas ali dentro. Ela não era burra, não mesmo, e entendeu no segundo em que Hawks lançou um olhar pra lá de estranho para a sua tutora que eles tinham algum assunto complicado para conversar, o tipo de assunto que certamente ainda não era para os seus ouvidos.

- Tá legal, entendi, eu to vazando. - disse ela dando meia volta para buscar sua garrafa de água.

Hawks olhou para a garota com a sobrancelha arqueada.

- Não, tudo bem, eu não quero atrapalhar o seu treinamento. - disse o loiro de forma descontraída, a fim de tentar disfarçar, afinal, não poderia haver nenhum burburinho sobre uma possível nova ameaça.

As pessoas daquele país ainda se lembravam do evento em que All Migth encerrou sua longa carreira, o sentimento de insegurança ainda era algo bastante presente, então eles deveriam evitar ao máximo que aquela notícia vazasse.

Mesmo que tudo ainda não passasse de um boato e suspeitas ainda sem fundamento.

- Na verdade eu só queria uma desculpa para ir embora, então se não se importa... - a garota deu de ombros, olhando para a sua tutora logo em seguida.

Ela estalou a língua, cedendo.

- Vai dormir garota, amanhã te levo para a escola.

Kiara deixou a sala logo em seguida depois de desejar boa noite aos dois heróis profissionais, Hawks acompanhou o percurso que Kiara tomou para sair do lugar através da penas que havia deixado espalhadas por aí para evitar possíveis escutas ou apenas um curioso eventual.

Quando teve certeza de que a garota já estava longe o suficiente, ele falou.

- Já ouviu falar de uma vilã chamada Beladona?

A pergunta era desnecessária até, provavelmente Mirko era a única pessoa que conhecia aquele nome entre o TOP 10.

- O que tem ela? - perguntou trocando o peso do corpo para a perna direita.

Hawks olhou para a porta por onde Kiara havia passado minutos atrás e falou:

- Ela pode estar aqui.

Como havia prometido, na manhã seguinte Mirko deixou Kiara na U.A., já que o acesso dos alunos aos prédios dos dormitórios havia sido liberado no fim de semana que antecedia o retorno das aulas.

Ela havia percebido que a mais velha parecia um pouco tensa, mas era difícil de ter certeza, já que Kiara não sabia de nada capaz de pôr medo na heroína, então poderia não ser nada ou poderia ser algo relacionado a conversa que teve no dia anterior com Hawks. De qualquer forma, não perguntou, não gostava de se meter nesse tipo de coisa porque sabia que sua posição era de aluna no momento.

Agradeceu a si mesma quando entrou no seu quarto e o encontrou arrumado, fez aquilo no dia anterior ao acampamento porque não queria ter trabalho quando voltasse e talvez aquela tenha sido a melhor decisão que tomou em toda a sua vida.

Ela desfez a pequena mala que havia levado e desceu para a área comum. A escola e os dormitórios estavam completamente vazios e duvidava que mais alguém decidisse aparecer naquele dia, certamente seus colegas voltaria no domingo, ou quem sabe até mesmo na segunda-feira pela manhã.

Então foi com surpresa que ela reagiu quando se deparou com Izuko na sala, debruçado por cima do seu caderno de anotações.

- Kiara! - exclamou animado. - Nossa, que surpresa! Pensei que não encontraria ninguém aqui.

- Bom, eu também. - comentou ela adentrando a área comum. - Tá fazendo o que? - perguntou se aproximando e sentando do outro lado da mesa, em frente ao rapaz.

- Ah, só repassando algumas informações que andei estudando durante o acampamento. - comentou folheando algumas páginas do caderno gasto. - Todo mundo evoluiu bastante desde o ano passado.

O garoto virou o caderno na direção da ruiva apontando algumas observações que havia feito nas semanas que passaram no acampamento, Izuko tinha mesmo a mania de falar sem parar, e ela tinha a impressão que talvez aquilo o ajudasse a entender melhor as coisas que anotava, e não era de todo ruim, ele tinha ótimas noções das individualidades que não eram dele.

- Ah, eu descobri o motivo do Bakugo render mais quando energizado. - ela disse assim que Midoriya começou a falar do loiro explosivo.

O garoto arregalou os olhos verdes e sacou o lápis, fazendo Kiara rir com a reação quase automática.

- Ela funcionou nele como um tipo de analgésico. Então ele não sente dor e consegue usar a individualidade normalmente.

O que era impressionante na opinião dela, não conhecia muitas pessoas que conseguiam liberar explosões como aquelas, na verdade, além do loiro só conhecia outro que era realmente bom.

Midoriya ficou pensativo por um instante antes de começar a murmurar.

- Então isso significa que ele continua tão forte quanto antes... - constatou. - Na verdade, pode estar muito mais forte já que vem treinando muito mais. Isso significa que a lesão foi curada? Não, não... Se a sua energia ameniza a dor no corpo dele talvez só tenha perdido a tolerância, mas isso ainda é ruim já que a dor em excesso desgasta o corpo da mesma forma e além disso, pode causar estresse nos músculos... - a voz dele foi ficando cada vez mais baixa conforme ele mergulhava em suas divagações.

Kiara até mesmo pensou se não seria educado sair e deixar ele com seus próprios pensamentos quando ele levantou a cabeça novamente.

- O Kacchan sabe disso? - perguntou ele.

- Sabe sim, eu contei assim que percebi. - não disse como chegou a aquela conclusão, é claro.

O garoto sorriu.

- Ele deve ter ficado feliz. - comentou com um breve sorriso no rosto. - Acho que o Kacchan ficou um pouco inseguro depois do acidente, mesmo não tendo razão para isso, mas acho que eu também ficaria com um pouco de receio.

- Bom, sinto muito mas ele não pareceu acreditar em mim.

Izuko ficou visivelmente desanimado, o rapaz passou algumas páginas e comentou cabisbaixo.

- Acho que nada nunca o atingiu com tanta força quanto aquele incidente.

O garoto ficou em silêncio novamente e Kiara pensou que seria muito bom desaparecer naquele segundo, ela não era muito boa em lidar com esse tipo de sentimento e tinha uma péssima tendência de ser insensível, não era de propósito, mas... bom, ela falava o que pensava e era só isso.

Mas para a sua felicidade, o colega acabou mudando de assunto.

- Ei! Você conseguiu melhorar o seu desempenho? - perguntou um pouco alto demais, como se tivesse acabado de lembrar de algo.

Kiara fez uma careta.

- Não, ainda estou nos 50%. - respondeu com um muxoxo.

Izuko assentiu.

- Eu consegui não quebrar o meu braço usando 70%, mas não consegui mexer ele depois disso.

Kiara não entendia direito como Midoriya ainda se arrebentava tanto com a própria individualidade, pelo que ficou sabendo dos colegas, no primeiro ano ele vivia na enfermaria mais do que passava tempo em sala de aula. Braços e dedos quebrados eram uma rotina para o rapaz. Mas aquilo era algo que ela entendia um pouco, lógico que não vivia se quebrando como o garoto, mas ela ainda não conseguia usar 100% do que tinha armazenado.

A verdade é que a individualidade de Kiara exigia uma precisão quase cirúrgica. Diferente de Iida, ela não havia nascido com um corpo de um velocista, então além de precisar aumentar a velocidade, precisava também aumentar a resistência dele de maneira equilibrada para que seus músculos e pele não se desprendessem dos ossos quando corresse, e acima de tudo, precisava aumentar a velocidade do seu processamento mental para não correr o risco de atropelar alguém sem querer.

E também precisava evitar de machucam gravemente, por mais que conseguisse recuperar lesões graves em poucos segundos, era algo que demandava uma quantidade considerável de energia.

Se identificava bastante com Izuko, já que ele também quantifica sua força em porcentagem, era mais fácil conversar com ele sobre isso já que o rapaz entenderia com mais facilidade como sua individualidade funcionava.

A diferença era que Izuko se arrebentava quando excedia seu limite, já Kiara apagava.

Ela logicamente conseguia liberar mais de 50%, mas a individualidade se tornava tão instável que se dissipava com uma facilidade assustadora. Não facilitava o fato da sua individualidade ser naturalmente instável, como a eletricidade em todas as suas formas.

- Bom, você está bem mais perto de conseguir chegar ao 100% que eu, então, parabéns. - disse ela com sinceridade.

Ele sorriu conforme corava um pouco.

- Obrigado, mas eu preciso continuar me esforçando. - murmurou fechando o caderno recebendo um olhar desconfiado da colega.

No início do ano letivo, quando Kiara chegou a U.A., Izuko havia levado cerca de uma semana para perceber que a garota era bem forte, lógico que ele não era tão íntimo dela quanto Ochako ou Mina, na verdade só começaram a conversar por um erro, quando os dois sem querer agendaram o mesmo horário na mesma arena para treinar sozinhos, com a confusão acabaram decidindo por fazer isso juntos.

Izuko lembrava de estar desanimado no dia por um motivo qual não se lembra mais, e por uma razão que ele não foi capaz de entender na época, Kiara havia ficado irritada devido o baixo astral do garoto, então ela perguntou, sem um pingo de paciência se ele ficaria feliz em ver quão forte ele conseguiria ser um dia.

A arena precisou ser interditada para reformas depois de Izuko, com um golpe, ter posto metade do prédio no chão. Izuko ficou sabendo depois daquele dia que a garota havia tomado uma bela de uma bronca, e quando foi se desculpar, ela não aceitou, informando que sabia quais seriam as consequências e estava tudo bem, que fez aquilo porque não tinham muita paciência para lidar com pessoas que são claramente fortes, mas não são capazes de perceber isso.

- Todo mundo precisa continuar se esforçando. - comentou ela passando o dedo em um nó de madeira da mesa. - O professor Aizawa ainda precisa de um emprego.

Midoriya levou um tempo para entender que ela havia basicamente havia dito: Você não é fraco, só está crescendo. E ele pensou que talvez aquele fosse um dos motivos dela ser tão forte, a paciência de esperar o seu próprio tempo era algo que ele nunca havia respeitado em si mesmo, e ainda não o fazia, mas estava tentando.

E o fato de estar tentando levou ele a perceber algumas coisas que até então ele nunca havia reparado sobre si mesmo, algumas dessas coisas tinham o hábito de tirar o sono do garoto em algumas noites. 

Nunca havia conversado sobre aquilo com ninguém, mas depois do acampamento estava quase explodindo para compartilhar aquela angústia com alguém.

- Hm... Kiara, você sabe guardar segredo?

Ele viu quando os olhos da garota foram diretamente para o seu rosto, o anel dourado que adornava a pupila da garota faiscou por um ínfimo instante, e ele já a conhecia o suficiente para saber que ela havia ativado a individualidade por um instante para pensar mais rápido.

- Se eu não precisar mentir para guardar esse segredo, então sim. - disse ela logo em seguida.

O garoto assentiu pensando na resposta e chegou a conclusão que não haveria problema algum em falar sobre esse assunto com Kiara.

Então ele respirou fundo reunindo coragem e falou:

- Como você sabe quando está gostando de alguém? - perguntou num fôlego só.

Kiara olhou para ele arqueando a sobrancelha ruiva, ele não viu ela usar a individualidade de novo, mas a resposta chegou bem rápido e de maneira sussurrada.

- Você tá falando do Shoto?

Izuko sentiu o rosto esquentar rapidamente e sabia que estava corando, por reflexo, disfarçou olhando para o lado como se isso fosse o suficiente para disfarçar.

- P-p-porque vo-você disse isso? - perguntou se embolando em todas as palavras possíveis.

Kiara deu de ombros.

- Sei lá, é meio na cara.

O rosto do garoto voou na direção do dela.

- O que! Como? Porque? Quem mais sabe?

Kiara soltou uma respiração longa e levantou as mãos enumerando enquanto respondia as perguntas.

- Bom, eu tenho olhos. - disse levantando o primeiro dedo, e depois outros dois conforme explicava. - Por que quando vocês estão juntos parecem estar em outro planeta, e ninguém sabe, mas todo mundo desconfia.

Essa simples resposta fez com que ele ficasse ainda mais vermelho, de um jeito que Kiara achava humanamente impossível.

- Olha, você parece estar à beira de um colapso, eu não sei lidar com isso. - apontou.

O garoto pareceu não ouvir e continuou falando.

- Será que o Shoto sabe? - divagou. - Ai meu Deus, é claro que ele sabe, como eu vou olhar na cara dele depois de hoje.

- Ah não, ele não sabe. - respondeu Kiara com uma certeza inabalável. - Se ele for como eu, e certamente deve ser até pior, ele não vai perceber até que você desenhe.

A observação dela foi capaz de fazer Midoriya respirar novamente.

- Então quando você percebeu? - a pergunta dele deixou Kiara visivelmente confusa, então ele explicou melhor. - Quando e como você percebeu que gostava do seu ex-namorado?

A garota arregalou os olhos brevemente.

- Minha nossa, vocês realmente ficam sabendo de tudo muito rápido. - comentou. - Eu não acho que possa servir de exemplo, não tenho certeza se realmente gostei dele em algum momento e com certeza nossa interação não se parecia com a sua e a do Shoto.

- Ah... - murmurou ele em compreensão. - entendo.

Kiara apoiou o cotovelo em cima da mesa e descansou o rosto na palma da mão.

- Não sei se ajuda, mas meu irmão disse uma vez que não existem regras pra esse tipo de coisa. - comentou tomando novamente a atenção de Midoriya. - Só acontece e a melhor coisa que você pode fazer é deixar as coisas fluírem.

- Como?

- Ah, eu não faço a menor ideia. - disse em meio a um sorriso.   

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