Meu Amado Caos (HIATUS)

By givevoldemortanose

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Harry só queria um pouco de paz, longe do mundo bruxo, mas também longe de seus parentes. Quando Dumbledore c... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6

Capítulo 4

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By givevoldemortanose

Harry teve algumas semanas cheias de emoções, após algum tempo mostrando seus reais poderes durante as aulas, ele descobriu seu novo apelido de Prodígio de Ouro da Grifinória. O garoto ficou com medo de que todo o drama de seu tempo viesse atormentá-lo nessa nova vida, e tentou diminuir a potência e ritmo de sua magia, se prendendo novamente. Contudo, seu plano foi por água abaixo em apenas dois dias, quando os professores perceberam o que estava fazendo e logo o diretor precisou chamá-lo para conversar. O homem o convenceu de não se segurar durante às aulas, além do mais, era bom ter alguém que pudesse rivalizar com o Riddle.

Tom Riddle, a última pessoa que o viajante do tempo gostaria de se relacionar, mas quanto mais o tempo passava, mais eles pareciam se aproximar. Eles não se tornaram amigos, de forma alguma, mas Harry podia ver um pouco da antiga atitude de Draco quando olhava para Tom, e isso não ajudou em nada para afastá-lo do moreno mais alto, fazendo-o desejar ter uma noite íntima com o sonserino para descobrir se ele era tão bom na cama quanto seu ex. Esse era outro grande problema para Harry em relação à Tom, o menino não conseguia segurar o desejo que tinha pelo monitor da sonserina, e isso o estava matando.

Harry não gostava de Riddle, ele sabia que o sonserino ainda não era Voldemort, e que ele não tinha assassinado seus pais, e ainda havia uma chance de impedi-lo de se tornar o Lorde das Trevas. Porém, Tom era uma fonte de problemas, não importava a situação, e Harry se sentiu como um mosquito sendo atraído pelas chamas de Riddle, porque realmente, o garoto era tão quente quanto o fogo infernal. Fosse o que fosse que atraía o jovem de olhos verdes ao sonserino problemático, estava deixando-o frustrado e mais que um pouco dolorido depois das sessões de provocações do sonserino.

E o pior, Tom sabia o que estava fazendo, ele sabia muito bem que Harry o desejava, e isso divertia o maldito sádico. Ele se sentia como uma criança que conseguiu seu doce favorito toda vez que provocava o mais baixo, e via o rosto de Harry ser tomado pela vermelhidão. A tensão entre os dois aumentava exponencialmente com o decorrer dos dias, chegando a um ponto em que as pessoas ao redor deles ficavam frustradas apenas de assisti-los.

Depois do primeiro mês de Harry em Hogwarts, ele estava caminhando pelo castelo para sua aula de poções; os gêmeos o flanqueavam como de costume, e Reynard e Wolfgang os seguiam, enquanto mantinham uma de suas acaloradas discussões sobre, literalmente, qualquer assunto aleatório. Chegando na frente da sala de aula, os sonserinos já esperavam em frente à porta, e não demorou para que um certo grupo de serpentes se aproximasse do grupo de Harry. O menino apenas revirou os olhos ao ver o sorrisinho de Riddle enquanto vinha em sua direção.

- Evans...

- Riddle. - ninguém falava mais nada nesse momento, todos concentrados na interação dos dois prodígios.

- Soube que conseguiu mais alguns pontos para Grifinória na aula da transfiguração, de novo. Me diga, qual é a sensação de ser o cachorrinho de Dumbledore?

Harry sentiu a raiva crescer em seu peito, ele nunca seria um dos cães de Dumbledore, nunca se deixaria ser enganado pelo homem de novo. - Eu não sou um cachorrinho de Dumbledore, Riddle, nunca fui e nunca serei. Eu consigo pontos com minhas próprias habilidades e méritos, você deveria tentar também. Além do mais, parece que o único professor que ainda lambe suas botas é Slughorn, não é? O que você precisou fazer para que ele te desse pontos a mais, Tommy? Um trabalhinho extra depois das aulas?

Em um movimento mais rápido do que os olhos puderam ver, Riddle tinha sua varinha pressionada contra o pescoço de Harry, uma expressão furiosa em seu rosto perfeito. O sonserino parecia prestes a lançar um feitiço, mas parou ao ver a expressão vitoriosa de Harry e sentir uma varinha sendo pressionada contra suas costelas.

- Quem você acha que é para falar assim comigo? - Tom sussurrou para que só Harry pudesse ouvir, sua voz se arrastou de forma que beirava a ofidioglossia.

- Eu sou Harry James Evans, é um desprazer conhecê-lo. - o menino respondeu desafiador, no mesmo tom de voz que o outro.

- Digo o mesmo, Evans.

- O que foi Riddle? Eu sabia que estava apaixonado por mim, mas não achei que sairia enfiando sua varinha na minha garganta dessa forma. Não vai nem me pagar um café antes?

- Não.

- Haha, curto e grosso.

Riddle sorriu malicioso, a raiva já esquecida - Grosso sim, curto não, meu querido. E você não merece um cafezinho, Evans, putas como você merecem um bom-

- PELAS BARBAS DE MERLIM! ARRUMEM UM MALDITO QUARTO VOCÊS DOIS! ATÉ MESMO UM ARMÁRIO DEVE SERVIR, MAS LIDEM COM A TENSÃO SEXUAL DE VOCÊS LONGE DOS NOSSOS OLHOS E OUVIDOS! - Wolfgang gritou de repente, chamando a atenção de todos.

Harry corou furiosamente e se afastou de Riddle, que de repente parecia estar perto demais. O menino ficou extremamente envergonhado, mas se sentiu melhor ao ver que Riddle também parecia levemente corado e sem jeito. O sonserino se afastou e voltou para perto de seus seguidores, ele estalou a língua e olhou novamente na direção de Harry.

- Controle as línguas dos seus subordinados Evans, ou eu terei que arrancá-las fora.

- Apenas tente Riddle! - o menino exclamou apontando sua varinha para o maior.

Tom não se deixou abalar e logo tinha sua varinha apontada de volta, e em poucos segundos, ambos os grupos estavam armados e prontos para lançar feitiços a torto e a direito, sem se importar com quem fosse atingido. Os meninos então ouviram uma garganta sendo limpa e abaixaram as varinhas ao ver o professor de poções os observando, nada impressionado.

- Brigando na frente da minha sala de novo, senhores? Terei realmente que levar esse problema para o diretor?

- Não senhor, nos perdoe pelo incomodo - Harry e Tom falaram ao mesmo tempo, com sorrisos inocentes idênticos. Os meninos perceberam o que fizeram e logo se encaravam novamente, irritados.

- Hamm... - Slughorn suspirou e revirou os olhos - Vamos, entrem logo na sala para que eu possa iniciar a aula, ou diminuirei pontos de todos vocês.

O professor não precisou falar novamente e logo todos os alunos corriam para dentro da sala de poções, encontrando seus lugares e se preparando para a explicação. Harry começou logo com seu trabalho de ignorar o sonserino ao seu lado, e ficou muito aliviado ao perceber que o outro não estava com paciência para provocá-lo agora.

- Muito bem turma, como podem ver, eu deixei uma poção já preparada hoje. - todos os olhos seguiram paga o grande caldeirão borbulhante na frente da sala - Hoje a aula será teórica, então para começar, alguém consegue me dizer que poção é essa apenas olhando para ela?

Alguns braços se levantaram e os alunos começaram seus chutes, quando um finalmente acertou qual era a poção.

- 10 pontos para Grifinória. Como o senhor Longbottom disse, está poção é amortentia, a mais forte poção do amor existente. Alguém consegue me dizer o que acontecesse se uma pessoa beber desta poção?

- Hm, ela vai se apaixonar? - uma menina da Sonserina falou como se fosse a coisa mais óbvia. Slughorn riu levemente.

- Quase isso, alguém mais quer tentar?

Harry levantou a mão, Tom arqueou uma sobrancelha para ele enquanto Slughorn o pedia para falar - A pessoa que beber da poção se sentirá imediatamente atraída por quem criou a poção, porém, como o amor não pode ser reproduzido através de meios artificiais, os sentimentos que a poção cria são mais como uma obsessão do que um carinho.

- Perfeito senhor Evans, 10 pontos para Grifinória. Agora, o que acontece quando se cheira esta poção? - dessa vez foi Tom quem levantou a mão.

- Amortentia não tem um cheiro específico, na verdade, ele irá mudar de pessoa para pessoa, soltando os aromas do que mais atrai quem a está cheirando. Geralmente é comum que o cheiro de sua pessoa amada se misture entre os outros aromas, mas é facilmente identificável.

- Perfeito senhor Riddle, 20 pontos para Sonserina - o homem falou animado e mais de um grifinório revirou os olhos para a diferença de pontos - Então, a tarefa de hoje será sentir o cheiro da poção e fazer um relatório sobre isso. Vocês devem pesquisar sobre a amortentia e me entregar um pergaminho de 20 centímetros sobre os ingredientes utilizados na poção, e quais as consequências que ela pode gerar em pessoas dosadas frequentemente. Agora, venham por duplas para o caldeirão e sintam os aromas da poção.

De dois em dois, os alunos foram até o caldeirão; alguns voltavam com expressões de surpresa ao perceberem quem era sua pessoa amada, enquanto outros saíam com o rosto fumegante, Ignatius foi um dos que ficou extremamente corado e Tiberius não perdeu um segundo para atazanar seu irmão. Quando finalmente chegou sua vez, Harry e Tom foram para frente, cada um ficou de um lado do caldeirão e abaixaram suas cabeças ao mesmo tempo para sentir os cheiros.

Tom, que esteve carrancudo desde o começo da aula, se deixou relaxar ao sentir os aromas que já lhe eram conhecidos: livros novos, livros em geral eram ótimos, mas Tom apreciava ainda mais o cheiro dos recém comprados; o cheiro do mar, que ele sentia quando visitava a praia nos passeios do orfanato; e também havia o cheiro das tortas de cereja, que ele provou em seu primeiro banquete em Hogwarts. Havia um outro cheiro ali, bem mais fraco que os outros, era diferente e um que Tom não conseguia apontar de onde poderia vir, parecia ser cheiro de perfume masculino, mas era bem diferente dos perfumes dos caras com quem ele já ficou. Ele balançou a cabeça e resolveu deixar isso de lado.

Harry também não se surpreendeu com o que sentiu da poção de início, ele pôde sentir o cheiro de torta de melaço, o cheiro de madeira de uma vassoura de quadribol, e o cheiro de terra molhada depois da chuva. Ele também podia sentir com certo divertimento, misturado com uma pitada de aborrecimento, o cheiro do xampu de baunilha que Draco usava. Mas havia mais algo lá, um cheiro forte de perfume aquático e fresco, cheirava como a maresia, talvez com um toque de chá preto? Era incrivelmente desconcertante o quão forte e reconhecível era aquele aroma, e ainda assim, Harry não tinha ideia à quem pertencia.

Os dois meninos voltaram para seus assentos com a cabeça cheia de perguntas, mas nenhum se concentrou nelas e ambos começaram suas atividades sem nem mesmo se olharem. A aula se passou rapidamente, e logo os alunos seguiam para a sala de DCAT, a professora não cometeu o mesmo erro da última vez e deixou os dois prodígios longe um do outro. Harry ficou sem par, e simplesmente passou a aula perambulando por entre os alunos da Grifinória e ajudando com suas posturas e os movimentos de varinha; Tom o viu fazendo isso e começou a fazer o mesmo com os sonserinos.

Quando a aula terminou, Harry foi com seus amigos para o almoço, e em seguida, ele foi para a biblioteca. Onde ficou feliz em encontrar um certo sonserino sorrindo em sua direção.

- Harry! Aqui.

- Orion! Achei que demoraria mais tempo.

- Ah não, eu não perderia a chance de passar mais tempo com você por nada - ele falou sorrindo malicioso e se sentiu triunfante ao ver o menino corar - Mas enfim, estava pesquisando sobre o que o Slughorn pediu, sobre as pessoas dosadas constantemente com amortentia. Eu achei bizarro, sinceramente.

- O que você descobriu?

- Aqui - Orion puxou seu pergaminho e colocou em uma posição que o menino mais baixo pudesse ver melhor - Achei um livro sobre maldições consequentes de poções e ele dizia isso: "As pessoas sob influencia de poções do amor de pequena duração não costumam apresentar qualquer contra efeito, além das memórias vergonhosas do que elas fizeram enquanto drogadas. Porém, se uma pessoa for dosada continuamente, em um período de pelo menos dois meses, no momento em que a poção sair de seu sistema, esta pessoa estará amaldiçoada a perder qualquer sentimento romântico que já possuiu.

"São poucos os exemplos encontrados, entretanto, foram descobertos casos de pessoas que ficaram tão indiferentes e depressivas após o efeito da poção passar, que elas machucaram todos ao seu redor, e algumas até mesmo cometeram suicídio. É de vital importância lembrar que os efeitos em uma pessoa sob poções do amor, não diferem muito dos efeitos em alguém sob a maldição imperius. Por isso, muitos bruxos já levantaram argumentos para maior restrição sobre as poções do amor no ministério da magia, contudo, até hoje, nenhuma restrição maior foi imposta"

Após a leitura, um silêncio tenso recaiu sobre os meninos, e só foi cortado com uma risada sem humor do sonserino. Ele olhou para Harry com uma falsa expressão de divertimento e tentou falar algo para quebrar o clima.

- Bem... Eu realmente espero não ser dosado com essa poção tão cedo, e também não gostaria de algo assim acontecendo nem mesmo com meus inimigos... - ele então parou e sorriu maroto - Bom, talvez eu deseje um pouco para meus inimigos sim.

Harry riu e o clima logo amenizou, as atividades foram feitas em um ambiente pacífico, e logo, mais amigos de Harry se juntaram a sua mesa. Ao final do tempo livre, a mesa de Harry e Orion já estava cercada de outros quintos anos fazendo suas atividades, os amigos de Harry na Grifinória estavam todos próximos dele, concentrados em suas redações de poções. O bruxo de olhos verdes foi o primeiro a notar o fim do horário e se levantou primeiro, acenando para seus amigos e seguindo para seu dormitório, a fim de obter os materiais para a próxima aula.

Enquanto caminhava pelos corredores de Hogwarts, a mente de Harry vagou novamente para as palavras no pergaminho de Orion. O menino fechou os olhos e tentou imaginar qual seria a sensação, quão horrível era viver sem nunca mais amar ninguém, não amar nem a si mesmo... Em sua distração, Harry notou tarde demais quando outro corpo se chocou contra o seu. Ele se desequilibrou, mas logo foi socorrido por um par de mãos segurando sua cintura.

- Opa, cuidado. - uma voz familiar falou sobre ele e Harry se forçou a abrir os olhos, dando de cara com a visão mais inesperada - Eu não quero lhe ofender, mas eu realmente aconselho a olhar por onde anda.

Uma cópia de James Potter falava com um sorriso maroto acima dele, Harry só podia abrir a boca como um peixe fora d'água, enquanto olhava para aquele estranho que era obviamente um Potter. Mas não poderia ser seu avô, já que Fleamont Potter já tinha terminado Hogwarts mesmo antes de Tom nascer.

- Hm... Você está bem? - o Potter desconhecido perguntou preocupado. Finalmente Harry reganhou seus sentidos e se afastou corando.

- Ah, sim, estou bem. E-eu sinto muito, eu não deveria estar andando com os olhos fechados. A culpa foi minha, eu-

- Ei, calma aí - o maior colocou as mãos nos ombros de Harry e olhou em seus olhos com gentileza. Harry encarou os olhos cinzas - Respira tá bom? Não foi nada demais. Além disso, acho que devo me apresentar, não é? - o menino então endireitou as costas e segurou uma das mãos do menor - Sou Charlus Potter, é um prazer conhecê-lo.

- Eu... - Harry travou, ele nunca tinha ouvido esse nome antes. O garoto, não, o homem era um Potter, sem sombra de dúvidas, mas não poderia ser do mesmo ramo da família de Harry. Ele então se lembrou da árvore genealógica dos Blacks, existiam vários ramos de uma mesma família, primos e mais primos, próximos e distantes. E dentre estes, Charlus Potter aparecia, era marido de Dorea Black e um tio-avô de Sirius e Narcissa por casamento, se não lhe falha a memória.

Mas por que Harry nunca conheceu a família de Charlus em seu tempo? Por que ele precisou viver com os Dursleys se ainda existia um ramo, mesmo que distante, da família Potter ainda vivo? Talvez os descendentes de Charlus morassem nos Estados Unidos em seu tempo, ele já ouviu que alguns Potters eram grandes aurores na América. Mas por que não o enviaram para lá então? Não era melhor do que deixá-lo com trouxas abusivos? Seria esse mais um dos esquemas de Dumbledore?

- Você? - o homem perguntou novamente, dessa vez realmente preocupado que Harry tivesse batido com a cabeça e agora não conseguisse mais formular frases completas.

- Ah! Sinto muito. Eu me perdi em pensamentos de novo. Eu sou Harry Evans, um novato do quinto ano da Grifinória.

- Ah sim! Eu já ouvi falar de você, mas nunca tinha te visto antes, até por que não é surpresa, com um castelo gigante como esse e esse sendo meu ano de N.I.E.M.s e seu ano de N.O.M.s, ambos somos extremamente ocupados, não é verdade? Mas de qualquer forma, você é bem interessante Evans.

"Eu já estava curioso para saber mais sobre o Prodígio de Ouro da Grifinória, mas estou muito mais interessado em você agora que te vi pessoalmente. Diga-me Evans, você não teria nenhum Potter em sua linhagem sanguínea, teria? Quer dizer, é quase impossível que ainda existam Potters na Grã-Bretanha além do meu ramo familiar e o do primo Fleamont. Mas existe alguma chance de você ser um descendente dos Potters americanos?"

Agora Harry se sentia realmente desesperado, o que ele poderia responder a esse homem? Que história mirabolante ele poderia inventar agora? Talvez... Bem, dizem que as melhores mentiras têm um fundo de verdade.

- Eu sou filho de James Potter, um bruxo sangue-puro, descendente dos Potters americanos, que se mudou cedo para a Alemanha e estudou em Durmstrang. Quando meu pai se casou com minha mãe, Lily Evans, uma bruxa nascida-trouxa britânica, que foi terminar seus mestrados em poções na Alemanha, ele mudou seu sobrenome e adotou o dela. Pouco depois que eu nasci, meus pais decidiram se mudar para a Inglaterra, voltar para a terra da minha mãe.

"Mas quando eu tinha um ano de idade, eles foram assassinados por seguidores de Grindelwald e eu acabei indo morar com meus tios, a família da irmã da minha. Eles são trouxas." se um sonserino estivesse ouvindo, ele com certeza já teria notado boa parte das mentiras ali, mas por sorte, Charlus era tão grifinório quanto todos os outros Potters antes dele.

- Você vive com trouxas?! - Charlus falou chocado, ele então corou envergonhado e coçou a nuca, forçando uma risada - Quer dizer, sua história é bem trágica. Eu... Sinto muito pelos seus pais Harry. Posso te chamar assim? Já que somos família.

Harry parou de pensar na reação do homem ao saber que ele vivia com trouxas e ficou estático com o que ele disse a seguir. "Somos família", sim, eles eram família, algo que Harry nunca teve antes, no seu tempo real, não até que se encontrou com Sirius e conheceu os gêmeos Weasley. Antes disso ele viveu sozinho, um estranho mesmo entre aqueles que ele deveria chamar de parentes, mas agora ele tinha uma família, aqui, no passado. E pensar que tudo o que ele deveria fazer para ter uma família real era entrar em uma missão suicida para assassinar a versão jovem do futuro Lorde das Trevas...

- Hm, sim. Pode me chamar de Harry, e sim, nós somos família - ele sorriu docemente e viu o outro sorrir também, contente que o menor não tenha ficado chateado com sua reação.

- Bem, agora que estamos mais íntimos. Por que não me conta mais sobre seus... Parentes. Eles me parecem ser trouxas adoráveis.

- Você não gosta de trouxas, não é? - Harry perguntou arqueando uma sobrancelha e sorrindo ladino, vendo o outro corar furiosamente e abaixar a cabeça envergonhado.

- E-eu sinto muito Harry, não queria agir assim. É só que... - ele suspirou e passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais - Eu não tenho nada contra trouxas e nascidos-trouxas, mas eu sou um sangue-puro que segue os antigos costumes, entende? Os nascidos-trouxas que chegam estão destruindo nossas tradições, os bruxos estão esquecendo quem são a cada geração que passa, e estão adotando as comemorações trouxas. Isso me incomoda, entende?

- Sim, eu entendo. Eu também não gosto disso, e também sigo os antigos costumes - os olhos da maior brilharam ao ouvir isso e Harry não conseguiu evitar sorrir - Mas você tem que entender também que os sangues-puros não estão se dando muito ao trabalho de ensinar os nossos costumes aos novos integrantes do mundo mágico, estão? - ele levantou uma sobrancelha e o maior teve a decência de parecer envergonhado

"Eu tenho amigos sonserinos, já ouvi essas mesmas falas antes, então eu me decidi. Eu quero me tornar o Bruxo Chefe do Wizengamot, quero trazer a justiça para o mundo mágico, tirar a corrupção e trazer os antigos costumes de volta. Precisarei encontrar um bom ministro, alguém que trabalhe com as mesmas intenções e sem preconceitos, para tornar o mundo bruxo um lugar melhor para todos os seres mágicos, mas por mais difícil que isso pareça ser, não vou desistir desse objetivo."

Charlus o olhava com grandes olhos, brilhando de orgulho, ele colocou uma mão no ombro do menor e falou sem pestanejar.

- Eu irei apoiá-lo, conte comigo e com os contatos da minha família para ajudá-lo a alcançar seus objetivos Harry. E tenho certeza que se você usar as palavras certas, conseguirá muitos sonserinos influentes para guiá-lo até o topo também. Seus parentes com certeza têm orgulho de você. - o homem viu o sorriso de Harry murchar e perguntou - O que foi primo? Qual é o problema.

- Não é nada, só... Hm, meus parentes trouxas, eles... Não são muito fãs de magia.

- Não são fãs de magia? - a expressão de Charlus obscureceu e ele olhou o menino dos pés a cabeça, parecendo agora notar sua altura baixa demais para alguém da idade - Eles abusaram de você, Harry?

- Hmmm... - o menino olhou para os lados procurando uma resposta, mas nem mesmo Charlus era tão burro para não entender o que estava havendo.

O maior puxou o braço de Harry e começou a escoltá-lo para um destino desconhecido. Harry não resistiu muito, sabendo que podia confiar em seu parente distante, mas ainda assim, sua curiosidade era muito forte para aceitar ser puxado pelos corredores sem um rumo aparente.

- Espera Charlus, para onde vamos?

- Escritório do diretor.

- O quê?! - agora o menino realmente se libertou das mãos do maior e se afastou. Charlus franziu o cenho confuso.

- O que foi?

- O que vamos fazer no escritório do diretor?

- Falar sobre sua situação. Ele obviamente não irá deixá-lo vivendo com trouxas abusivos.

- Você é mesmo tão inocente assim?...

- Do que está falando Harry?

- Acha mesmo que não existem outros como eu? Alunos que vivem com pais religiosos que não aceitam sua magia. Ou órfãos que vivem cercados de pessoas de mente fechada, que os enxergam apenas como monstros e tentam isolá-los do mundo, achando que eles podem contaminar os outros com sua magia satânica. Eu não sou o único Charlus, e eu já vi isso acontecer antes, já tentei pedir ajuda antes, não vai funcionar.

- Mas você fez isso em Durmstrang, tenho certeza que o diretor Dippet será muito mais gentil com relação a isso. - ele falou esperançoso, sem ter noção de que Harry na verdade tinha pedido ajuda a Dumbledore várias vezes em seu tempo, para tirá-lo da casa dos Dursleys. Mas tudo o que o homem dizia era que o menino estava exagerando e ele precisava continuar naquela casa para sua própria proteção. Harry suspirou.

- Tudo bem... Vamos lá, mas não crie esperanças.

Charlus acenou em concordância e ambos seguiram em um silêncio tenso até a gárgula que dava acesso ao escritório do diretor, Charlus se aproximou e sussurrou a senha. Harry olhou para ele com uma sobrancelha arqueada, mas apenas recebeu um sorriso maroto como resposta. Ambos subiram as escadas e antes que pudessem bater na porta, eles escutaram o "Entrem" abafado e prosseguiram adiante.

Dippet não parecia surpreso com a presença deles, e Harry percebeu que isso deveria ser algo que todos os diretores faziam, já que Dumbledore era da mesma forma. O velho acenou para as duas poltronas na frente de sua mesa e os garotos se sentaram. O silêncio continuou por algum tempo, até que Charlus limpou a garganta e começou.

- Diretor Dippet, acredito que você possa ajudar com a situação de Harry.

- Ora, ora meu rapaz. E o que seria essa situação?

- Hm... Harry tem vivido com seus parentes trouxas e... Eles não são muito, hm, fãs de magia. Então, nós gostaríamos de saber se o senhor poderia ajudar a tirá-lo de sua casa.

- Isso é verdade, senhor Evans? - Dippet se dirigiu diretamente para Harry agora, e o menino envergonhado apenas acenou com a cabeça, sabendo o que viria a seguir - Bem, isso é uma pena realmente, porém, não há muito o que eu possa fazer.

- O quê? - Charlus perguntou pasmo.

- O que você espera que eu faça, meu menino?

- E-eu não sei, talvez, deixe ele ficar na escola durante as férias de verão até que ele complete dezessete anos.

- Eu não posso fazer isso.

- Por que não?

- Se eu deixasse que ele permanece aqui durante as férias, teria que abrir espaço para todos os outros alunos que vivem com trouxas "não fãs de magia", como você disse.

- Mas-

- Eu sinto muito senhor Potter, mas não há nada que eu possa fazer.

"Eu sinto muito Harry, não há nada que eu possa fazer" ele ainda se lembrava daquelas mesmas palavras, ditas ano após ano, sempre que os Dursleys pioravam em seus castigos e ele pedia ajuda ao diretor. Charlus estava furioso, ele levantou de sua poltrona e discutia cara a cara com o diretor, quando o homem levantou a mão para agarrar as vestes do velho, Harry o interrompeu.

- Vamos Charlus.

- Mas Harry-

- Eu te disse que isso iria acontecer. - ele falou inexpressivo e viu o maior desinflar, completamente sem forças agora. O menino se virou para o diretor e falou mais por educação - Obrigado por nos dedicar um pouco de seu tempo diretor, agora, se nos dá licença.

- Claro meu menino, vou deixar seus professores saberem que estiveram comigo nesse período, então não se preocupem por ter pedido uma aula. Voltem para seus dormitórios e descansem, tudo bem?

- Sim senhor, obrigado.

Os dois saíram e voltaram para a comunal da Grifinória em silêncio, Charlus parecia completamente derrotado agora, e Harry gostaria de poder ajudar. Talvez se ele contasse que tinha fugido da casa dos tios e agora morava na Travessa do Tranco durante as férias? É, isso pode funcionar. Enquanto se aproximava do maior, Harry colocou uma mão em seu ombro.

- Sinto muito, eu sei que você só queria ajudar, mas não tinha mais nada a fazer. Mas-

- Ainda tem uma coisa... - Charlus murmurou

- O quê? - o menino perguntou confuso e arregalou os olhos ao sentir uma mão sobre a sua. Ele olhou para o rosto de Charlus e viu seus olhos brilharem em determinação.

- Harry. Venha morar comigo durante o verão.

Oh droga.

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4551 palavras. Fazia tempo que eu não escrevia essa história, tava devendo.

Enfim, curtam e comentem 😁

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