The street of balance, uma boate de sucesso nas noites frias de Ligaham, sempre lotada de pessoas de varias etnias, orientação sexual, diferentes idades e diversas outras categorias denominadas. A musica boa e as drogas que rolavam atraia um publico sedento por uma noite de curtição, todos ali pareciam querer espantar algum tipo de inferno particular que enfrentavam, aproveitavam de tudo e de todos como se não houvesse um amanhã a ser vivido no proximo dia e isso era o que fascinava os olhos de Elyna
O olhar curioso varria o local enquanto seu corpo passeava dentre as pessoas agitadas e saltitantes. Um sorriso perverso não saiu de sua boca em nenhum segundo desde que entrou naquela boate, não tinha culpa afinal, qualquer vibe caotica a atraia de uma forma que ninguem nunca poderia explicar. Nem os proprios deuses da criação.
Se aproximou do bar, erguendo a mão esquerda para uma moça de olhos claros, essa que logo se achegou para atende-la, reparando bem no rosto peculiar de Elyna a fazendo encarar diretamente os olhos da barista o que a fez extremecer dos pés a cabeça.
– O que você gostaria? – Por pouco a voz não vacilou diante daquela intimidação não verbal
– Vodka, com bastante gelo – Sua voz saiu um pouco mais alta do que gostava de falar por conta da musica alta – E por favor, encha até transbordar. Não quero tornar a pedir, pois me estressa
– T-tudo bem
A pobre barista forçou um sorriso para Elyna que o retribuiu apenas com um curto aceno de cabeça, virando-se de costa para o bar e apoiando os cotovelos no batente de marmore. A mão direita foi lentamente ao cabelo, acariciando as mechas entre os dedos, jogando os fios de lado enquanto observava o rapaz bonito que tambem a olhava e que ao perceber tal ato, falou algo para os amigos e foi em direção da moça estranhamente atraente naquele bar
– Posso te pagar uma bebida?
Elyna podia morder o labio inferior ao ouvir aquela pergunta tipica de homens que não sabem chegar ao menos em uma mulher que esta claramente lhe dando mole. Quase revirou os olhos ao notar o olhar descendo para seu corpo, como se ela fosse uma presa indefesa que ele teria que bajular para enfim levar para a cama, mas não era bem assim, pensou ao sorrir para o jovem
– Posso muito bem pagar o que consumo, e eu ja pedi o que me agrada – Cortou friamente mas mantinha o sorriso intacto em seus labios. Foi o time perfeito para a barista colocar o copo lotado de vodka e muito gelo ao lado de seu braço, o que apenas a fez agradecer e lançar uma piscadela na direção da moça
– Bem, não foi a minha intenção ofender, apenas quis ser gentil – Quase gritou no ouvido de Elyna que apenas vincou a testa em desaprovação
– Gentil pra que? pra terminar a noite me comendo em algum lugar? – Sussurrou no ouvido do jovem que a olhou de cenho franzido – Não se preocupe… – Começou e mordeu o lobulo de sua orelha, vendo os pelos de sua nuca eriçarem – Eu não preciso ser bajulada para foder com um estranho – Tocou no volume que ja havia aumentado entre as pernas do rapaz e passou a lingua nos labios carnudos que logo jogaram uma lufada enorme de ar em seu rosto – Eu só quero gozar essa noite
Sorriu de lado e deu dois goles seguidos em seu copo, acabando rapidamente com o liquido transparente sem nem ao menos fazer uma careta para o forte gosto de alcool. Tirou uma nota de cem do meio de seus seios e se virou para o bar, chamando a barista que a atendeu com o dedo indicador, estendendo a nota de cem para ela que franziu o cenho
– Pegue – Viu a mais nova virar para provavelmente pegar o troco, mas isso logo foi impedido pela mais velha – É uma gorjeta por seu serviço, o copo estava no limite e isso me agrada. Obrigada, bonitinha
Colocou o dinheiro na mão da barista e acariciou seu rosto, descendo o dedo indicador até seu queixo, dando uma leve empurrada para cima e piscando para a pobre garota que só conseguia pensar no quão sexy aquela estranha mulher era. Elyna se virou para o rapaz que ainda estava ali, o pegando pela mão e guiando-o pelo meio daquela multidão até a saida dos fundos.
Assim que colocou os pés no beco escuro pode sentir a brisa gelada bater contra suas pernas desnudas o que a fez arrepiar completamente. Sentiu as mãos do rapaz em sua cintura e se virou de frente para ele, o empurrando fortemente para a parede atrás de si, segurando fortemente nos curtos cabelos do jovem musculoso
– Eu quero que você me chupe até eu gozar em sua boca
Os olhos estavam fixos nos dele, que apenas pensou no quão sortudo estava sendo por arrumar uma mulher como aquela que não exigia joguinhos, falava o que queria sem pudor algum e disso ele gostava. Sorriu diante do aperto que recebeu em seu cabelo, tentando beijar a mulher em sua frente mas logo ela se negou, virando o rosto na direção oposta
– Eu não estou mandando você me beijar – O olhou séria – Estou mandando você ajoelhar na porra desse chão e me fazer gozar logo
E assim ele o fez. Se ajoelhou completamente a mercê das ordens daquela mulher que nem conhecia, muito menos sabia o nome, elevando a barra de seu vestido e suspirando ao ve-la sem calcinha. Enfiou o rosto entre as pernas dela e começou o seu show, fazendo-a jogar a cabeça para tras. Não era um dos melhores, pensou Elyna, mas ao menos daria para aliviar o estresse aquela noite. Sentiu a lingua do rapaz tremer em seu clitóris e se afundou ainda mais em seu rosto, apertando e puxando o cabelo dele, o sentindo apertar sua bunda de leve.
Depois de alguns longos minutos naquele ritual o rapaz parecia estar impaciente, mas ela apenas o mantinha entre suas pernas e ja sentia que se aproximava de seu orgasmo. Apoiou-se com a mão esquerda na parede e com a direita tornou a puxar o cabelo curto, abrindo a boca em um perfeito O ao sentir aquela conhecida sensação chegando.
Seu orgasmo veio forte mas o gemido foi cortado de sua garganta e logo sorriu ao sentir as pernas tremerem. Olhou para baixo e sorriu ao ter os olhos negros do rapaz embaixo de si, acariciou seu rosto com a mão esquerda e com a direita pegou algo no bolso de seu vestido, colocando na testa do rapaz e apertando o gatilho sem nem ao menos deixar ele ter alguma reação
O sorriso perverso tornou a aparecer em seu rosto ao sentir algumas pequenas gotas de sangue se espalharem no mesmo, dando mais tres tiros, se abaixando na altura do rosto do rapaz e beijando sua bochecha
Enfiou a pequena arma em seu bolso e pegou seu mp3 do outro bolso, colocando os fones calmamente em suas orelhas, selecionando a musica Happy Together da banda The Turtles, dançando sob os calcanhares enquanto se afastava do rapaz caido no chão
– I can’t see me lovin’ nobody but you for all my life
Cantarolou o incio do refrão, sorrindo e dando pulinhos enquanto acompanhava a melodia da musica com o corpo. Abriu os braços quando sentiu a brisa forte contra seu corpo, sentindo como se o mundo fosse perfeito para ela e em sua cabeça realmente era. Sentia como se a majestade do mundo fosse feita sob medida para que apenas ela aproveitasse e se vangloriasse da maneira correta.
Seu caminho para o hotel que estava hospedada foi calmo regado apenas de boa musica e danças peculiares de sua parte. O sorriso que rasgou seu rosto ao adentrar o quarto e ver aquela cama enorme era indescritivel, amava mais do que tudo o conforto de uma enorme cama, quer dizer, havia apenas uma coisa que amava mais. Matar.
Pegou o celular na gaveta do criado mudo e discou um numero dos dois que ali tinha, para Elyna ter apenas esses contatos era de grande tamanho para ela, não gostava da ideia de qualquer outra pessoa ter contato com ela desse jeito tão mais intimo. Depois de dois toques o telefone foi atendido
– Está feito? – A voz aveludada se fez presente do outro lado da linha
– Sim, James está morto
– Certo, irei depositar em sua conta
– Tem mais algum serviço?
– Estou conversando com um cliente que está ponderando ainda, mas fique na cidade que pelo que sei é por ai que o alvo mora
– Certo. me ligue quando estiver tudo certo
O telefone foi desligado e Elyna logo se jogou na cama de braços e pernas abertos, o sorriso intacto rasgando por seus labios. Uma coisa era certa, nada mais a fazia tão feliz do que esse seu trabalho
Naquela mesma madrugada um dos empregados da boate saiu para jogar o lixo fora, quase caindo de joelhos ao ver aquele corpo largado no chão, completamente ensanguentado. Logo acionou as autoridades que não tardaram a chegar e ali se tornou a tipica cena de crime lotada de policiais, investigadores e alguns curiosos que se formaram para olhar o que havia ocorrido. Os policiais tomaram depoimentos de todos os funcionarios, tendo como o principal a de uma barista que disse ter visto uma mulher saindo da boate com o mesmo rapaz
– Você se lembra de como ela era? – O chefe de policia perguntou paciente para a moça
– Magra, cabelos negros até a altura de seus ombros e os olhos de duas cores, o direito castanho e o esquerdo verde
– Obrigada. Isso serve de muita ajuda para nós
– Chefe, conseguimos as filmagens das cameras de segurança
– Certo, analisem até acharem ele com uma moça magra e de cabelos negros
– Sim senhor
– Acharam algo ai? – Perguntou para os forenses que tratavam de analisar o corpo
– Achamos algo em abundancia em sua boca, iremos recolher um pouco para a analise
– Quero o resultado dessa analise ainda hoje. Vasculhem as areas proximas da boate e tirem essas pessoas daqui – Disse serio enquanto dirigia-se para seu carro
Um ‘sim chefe’ foi falado em unissono e logo começaram a seguir suas ordens, tentando ao maximo dispersar aquelas pessoas sem que uma confusão se formasse
…
Elyna foi despertada por volta das onze da manhã com batidas insistentes em sua porta, resmungou tapando os ouvidos e bufando quando apenas intensificaram as batidas. Levantou-se da cama e vestiu seu robe, abrindo a porta sem nem ao menos se importar em checar quem era antes, se deparando com tres policiais em sua frente
– Uh, eu não me lembro de programar uma orgia para hoje – Sorriu sacana lançando uma piscadela para a unica policial mulher
– Senhorita Florence, você está sendo intimada a comparecer na delegacia. Tem dez minutos para se vestir adequadamente
– Nem um café antes? A autoridade nessa cidade está ficando cada vez pior – Zombou fazendo com que o policial em sua frente suspirasse
– Nove minutos.
Elyna sorriu e levantou ambas as mãos em rendição, se desfazendo de seu robe debaixo do olhar dos tres, tornando a piscar para eles ao estar seminua os fazendo desviar os olhos de seu corpo.
Se vestiu o mais lento que conseguiu, sendo levada pelos policiais que fingiam que ela nem existia enquanto ela soltava piadinhas dentro do carro, se dirvertia com os olhares irritados que recebia do policial que dirigia atraves do retrovisor. O carro foi estacionado frente a delegacia e ela logo desceu, sendo guiada para dentro e colocada em uma pequena sala inteiramente cinza com alguns detalhes minimos em branco, com uma mesa e tres cadeiras postas como complemento
Sentou-se de frente para as outras duas cadeiras vazias, cantarolou algumas musicas enquanto ninguem aparecia para entrete-la mas logo um policial e uma mulher adentraram o comodo se sentando de frente para ela
– Sou Ethan, chefe de policia dessa unidade e creio que saiba o porque de estar aqui agora
– Não faço ideia, mas sempre tive fetiches com policiais então não quis pestenejar muito ao vir pra ca – Lançou seu sorriso cínico e observou a mulher anotar algo em seu caderno de porte medio
– Na madrugada de hoje encontramos o corpo de James Hamilton, um empresario sucedido no ramo de imoveis. Seu corpo estava largado em um beco, dois tiros na cabeça e dois em seu tronco, mas acho que você ja sabia disso ja que foi a ultima pessoa a ser vista com ele
– Quem é você? – Direcionou a pergunta para a moça que logo retirou os oculos de grau que descansava em seu rosto
– Fiorella Bianchi, psicanalista e…
– Esse não é o foco aqui – Interrompeu Ethan, fazendo Elyna fechar os olhos e travar os musculos da mandibula
– Você não sabe que é uma falta de respeito e falta de educação interromper uma mulher enquanto ela fala? – Tornou a abrir os olhos, se curvando um pouco em cima da mesa apenas para olhar o chefe de policia nos olhos – Deveria ter bons modos e saber se portar diante de situaçoes como essa, afinal você não é melhor que ela para achar que pode cortar sua fala desta maneira
– Eu sou o chefe aqui, então eu posso fazer o que bem quero
– Você ser o chefe não significa que ela seja inferior e eu aposto que ela é bem mais inteligente do que você, e daria uma otima chefe caso algo de ruim sem querer acontecesse com você – Sorriu de lado para Fiorella que a observava mais atenciosamente agora
– Está me ameaçando?
– Não, apenas estou dizendo que possibilidades de coisas ruins acontecerem existem – Ethan travou a mandibula e bufou irritado, arrancando mais um sorriso de Elyna
– Encontramos vestigios na boca de James e o DNA nos levou até você
– Bem, até onde eu saiba transar não é um crime e acredite, ele estava bem vivo quando seu rosto estava no meio de minhas pernas
– Mantenha o respeito! – Bateu na mesa e a olhou nos olhos – Você se acha esperta não é?
– Sinceramente eu me acho sim – Sorriu ao ver Fiorella tornar a anotar algo – O que está escrevendo ai?
– Nada de importante – Tornou a colocar os oculos
– Você fica sexy com eles
– Ja chega garota – Ethan voltou a chamar a atenção de Elyna que apenas se levantou e jogou algumas mechas de cabelo para o lado
– Como eu posso imaginar, vocês não tem provas contra mim, se não eu estaria algemada agora e já que não vão me prender, algo que eu adoraria se fosse ela que o fizesse, eu vou embora. Tenho muita coisa para fazer como passar o dia na piscina, então com licença
– Eu não te dei permissão pra sair
– E desde quando eu recebo ordens de você? – Sorriu e enfiou as mãos no bolso da jaqueta que usava – Até mais Bianchi, foi um prazer te conhecer e irei retornar a te ver em breve – Sorriu para a mulher que a olhava compenetrada
Saiu da sala deixando Ethan irritado quase soltando fogo pelos olhos. Se dirigiu para fora da delegacia e logo colocou seus fones de ouvido, dançando timidamente acompanhando a melodia lenta da musica