𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃𝐒 𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐃𝐄...

By sereiaxx-

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Alexandrine Mantovani era uma médica brasileira refugiada no Kansas. A Terra estava poluída, e somente os ri... More

▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙸𝙽𝚃𝚁𝙾𝙳𝚄𝙲̧𝙰̃𝙾
▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙲𝙰𝚂𝚃
▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙿𝙻𝙰𝚈𝙻𝙸𝚂𝚃
[OO1] ▬ Pilotar, Dirigir... (Piloto)
[OO2] ▬ Um Sonho Consciente
[OO4] ▬ Air Pandora
[OO5] ▬ 3 Meses Se Passam Muito Depressa
[OO6] ▬ O Passado de Alexandrine
[OO7] ▬ A Destruição da Árvore Lar
[OO8] ▬ Orações A Eywa (Toruk Makto)
[OO9] ▬ O Parto de Alexandrine
[O1O] ▬ Eywa Escutou Você!
ཻུ۪۪⸙͎ ▬ 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗡𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 ▋INTRODUÇÃO
⸙͎ ▬ 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗡𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 ▋CAST
⸙͎۪۫ ⊰ OO1 ➤ | Pandora
⸙͎۪۫ ⊰ OO2➤ | O Tempo Não Para
⸙͎۪۫ ⊰ OO3➤ | Spider
⸙͎۪۫ ⊰ OO3➤ | Antes do Eclipse
⸙͎۪۫ ⊰ OO4➤ | Coração com Eywa
⸙͎۪۫ ⊰ OO5➤| Metkayina
⸙͎۪۫ ⊰ OO6➤| Pérola
⸙͎۪۫ ⊰ OO7 ➤| Casca de Alna
⸙͎۪۫ ⊰ OO8 ➤| Senhor Payakan
⸙͎۪۫ ⊰ OO9 ➤| Vendaval Quaritch
⸙͎۪۫ ⊰ O1O ➤| Árvore dos Espíritos
⸙͎۪۫ ⊰ O11 ➤| Ale'xi te Manto Mari'ite

[OO3] ▬ Operação Noturna Não Permitida

979 95 45
By sereiaxx-

Eu sabia que Jake suspeitava de muitas coisas, durante o nosso casamento, ele sempre foi alerta em tudo, conseguiu impedir dois assaltos que eu jamais teria prestado atenção.

──Não precisa ficar nervoso. É apenas uma conversa. ── Trudy explicou para Jake.

──  Eu senti que estou sendo excluído de algum assunto. ──  o Sully empurrava a cadeira de rodas.

──  Logo você vai saber, a sua ex adora fazer um suspense. ──  a pilota sorriu mascando o chiclete. ──  Ela pilotava tudo isso aqui antes de virar cientista, eramos loucas enquanto viajavamos juntas.

──  E você sabe o porque exatamente ela abandonou tudo isso para entrar no Programa Avatar? ──  o ex-fuzileiro indagou.

A Chacon chegou perto da pequena academia do Coronel que empurrava um peso para cima de mais de cento e quarenta quilos.

──  Jake, eu gostaria muito de tirar todas as suas dúvidas, mas eu não sou a pessoa certa pra isso. ──  olhou para o Coronel. ──  É aquele cara ali, te vejo na área de decolagem.

Sully empurrou sua cadeira de rodas aproximando-se do outro homem.

──  Essa gravidade baixa vai fazer você ficar mole. E se você ficar mole... ──  colocou o peso no suporte e sentou-se para encarar o soldado a sua frente. ──  Pandora acaba com a tua raça sem nenhum aviso prévio.

Jake escutou atentamente.

──  Eu olhei a sua ficha cabo. Venezuela e Brasil são lugares de barra pesada. Mas não chega nem perto disso aqui. Você tem coragem de aceitar esse trabalho. ──  conversou.

──  É só uma missão como outra qualquer. ──  tão pouco, o norte-americano se intimidou.

──  Eu fui do primeiro batalhão, alguns anos antes de você, quer dizer, bem mais do que isso. 3 dias a Nigéria, nenhum arranhão. Eu vim pra cá. ──  apontou para a cicatriz na cabeça. ──  Primeiro dia. Acha que eu ganhei isso me barbeando?

Jake o seguiu até prestando atenção.

──  Eles poderiam dar um jeito na minha cara se quisessem, me fazer bonitão de novo. Mas quer saber? Até que eu gostei. Me mantém alerta para o que me espera lá fora. ──  subiu em seu AMP. ──  O Programa Avatar é uma piada sem graça, um bando de cientistas que acham que sabe tudo.

Sully observou.

──  Um dos nossos homens em um corpo de avatar. Nossa. É uma mistura poderosa! Me dá até arrepios. Só um militar poderia me dar as informações que preciso, direto da fonte, direto do território inimigo. ──  olhou fixamente para o cabo. ──  Eu tentei isso com uma pessoa, e ela acabou se tornando cientista. Se deixou levar pela beleza desse planeta, isso não aconteceria com um ex-fuzileiro, aconteceria?

Jake ficou pensativo, respirou fundo fixando seu olhar para baixo, em seguida, levantou encarando o Coronel que já estava dentro do AMP.

──  Está falando da Alexandra?

Quaritch sorriu friamente como se tivesse acertado.

──  Soube que foram namorados no passado.

──  Casados. ──  corrigiu Jake.

──  Alexandra é uma mulher forte, independente, mas teimosa. Se deixa levar muito pela inocência em ver a bondade em tudo que há nesse planeta, até nos furos que está levando todos os dias para se prender em um corpo que não é dela. ──  girou a chave no AMP. ──  Não vale a pena esse sacrifício.

──  Compreendo, senhor.

──  Ainda não te contaram que o pai do filho que ela está esperando, sou eu, não é? ──  Quaritch fixou seus olhos claros no ex-fuzileiro.

O cadeirante sentiu seu coração falhar uma batida, era por isso que Alexandra escondia tanto e não gostava de mostrar sua gravidez para ninguém.

──  É, a ideia de ser promovido a papai do ano no começo me pareceu perigosa, você sabe o que seu filho pode enfrentar lá fora, e tê-lo aqui não era a melhor opção. ──  ajeitou o cinto em seu corpo. ──  Mas... aconteceu.

──  E o que exatamente o senhor espera que eu faça? ──  Sully foi direto ao ponto, pois sabia, como funcionava uma conversa com o Coronel.

──  Olha Sully, diferente do que a mãe do meu filho fez, eu quero que estude esses selvagens profundamente, quero que ganhe a confiança deles. Tenho que saber como forçar a cooperação ou destruí-los caso não aceitem. ──  explicou Quaritch.

──  Ainda estou com Augustine e Mantovani? ──  o cadeirante perguntou.

──  Na teoria. Vai se comportar como um dos cientistas delas, vai até falar como um deles. ──  ajeitou o equipamento em suas mãos e fitou o outro. ──  Mas vai se reportar a mim. Me faz esse favor, filho?

──  Faço, senhor. ──  confirmou Sully.

──  Então estamos combinados. ──  disse firme ativando seu AMP, socou o ar e andou virando-se colocando a mão na cintura para encarar o soldado. ──  Jake, eu cuido dos meus. Você consegue o que eu quero e eu consigo suas pernas de volta quando for para casa. Suas pernas de verdade.

──  Parece muito bom, senhor.

──  Ah, e outra coisa. ──  o Coronel deu mais um passo. ──  Não confunda seus sentimentos com a Doutora Mantovani, ela se rendeu a Pandora, mas você... eu tenho certeza que não.

──  Sim senhor.

Quaritch fechou o parabrisa de seu AMP, e andou rumo a algum destino deixando Jake pensativo.

──  Jake! Jake! ──  escutou uma voz feminina chamá-lo.

O soldado empurrava suas cadeiras de rodas e reduziu a velocidade ao ver uma doutora preocupada.

O Sully parou e encarou a sua ex-esposa.

──  Jake, o que o Quaritch disse a você? ──  perguntou receosa e temendo uma personalidade diferente do outro.

──  Me deu as boas-vindas, por que? ──  questionou com um leve tom de sarcasmo.

Com os olhos angelicais assustados e tensos, ela negou levemente com a cabeça confusa com o tom estranho que ele utilizou em respondê-la.

──  Ele te contou. ──  ela mais confirmou do que questionou.

──  Sim, e me contou que você é bem sensível. ──  deu de ombros. ──  Mas não se preocupe, não é algo que importe no momento.

Alex visualizou seu ex-marido dar as costas e empurrar a cadeira de rodas, olhando seriamente para ele, Alexandrine andejou em direção ao laboratório, com os olhos furiosos.

Houve breve momentos em minha vida em que eu estive furiosa, eu era uma pessoa calma, compreensiva até certo ponto, mas quando ultrapassam os limites, era impossível continuar calada❞.

──  Doutora? ──  Max a chamou. ──  Saímos em trinta minutos.

Grace franziu o cenho ao ver Alex configurando o sistema de sua cabine, após  aplicar a medicação em seu braço, em seguida, deitar.

──  Não está muito cedo? ──  Augustine questionou segurando a mão da brasileira que iria fechar a tampa da cabine.

──  Vou adiantar algumas coisas. ──  respondeu friamente a ex-pilota.

──  Eu te conheço Alexandrine, com a palma da minha mão. Caso não se lembre, eu que te criei nesse laboratório. Então, eu sei exatamente quando você está incomodada com algo. ──  a cientista olhou para ela. ──  Tem alguma coisa a ver com o que o Quaritch falou com o Sully?

Alexandrine engoliu em seco e olhou para cima.

──  Se for dar uma surra nele, se certifique que ele não irá ficar de pé por um bom tempo. ──  Grace piscou e fechou a cabine.

A avatar de Alexandrine caminhava pisando fundo, os soldados se assustaram quando aquele ser de 3 metros empurrou as portas andando em direção ao Coronel que treinava seus golpes em um saco firme de box.

──  Doutora! Doutora! Não pode entrar aí! ──  escutou um dos soldados gritarem.

Os braços enormes azuis da mulher empurrararam o AMP do Coronel para trás.

──  Seu desgraçado! ──  ela empurrou várias vezes.

──  Ei! O que significa isso? ──  o grisalho indagou furioso e surpreso.

──  Fala pra mim o que você falou pro Jake! ──  ela ia empurrá-lo novamente, mas sentiu o metal resistente segurar fortemente o seu braço direito.

O Coronel tinha o pior olhar para a face da Avatar, em anos que esteve em missão, não havia ficado tão perto dela naquela forma azul. Seus olhos claros mantinham-se sérios e sua boca semicerrada.

──  Se perdeu do caminho Doutora? Seu lugar não é aqui. ──  Quaritch manteve seu tom mais frio soltou o braço da Avatar.

──  O que você falou pro Jake? ──  seus caninos se mostravam enquanto seus grande olhos fitavam o outro completo de ódio.

──  O cabo te contou o que exatamente?

──  Ele não contou. É o suficiente para eu saber que você deve ter entrado na mente dele como fez com a minha. Feito um sociopata manipulador. ──  Quaritch parecia a presa de Alex que o olhava como tal.

──  Se você e seu ex-marido não tem mais confiança entre vocês dois, eu não posso fazer nada. ──  Miles cruzou os braços. ──  Acho que você está cada vez mais se parecendo com uma nativa.

Alexa não respondeu nada, os soldados que estavam a dois metros abaixo dela estavam assustados.

──  Mas não se esqueça para quem você trabalha, e que eles não vão pensar duas vezes em te matar lá fora, se você não estiver nessa... ──  fitou-a enojado. ──  Forma.

Arrepiando-se por inteira, abaixou sua cabeça, Quaritch continuou a dar socos no saco que estava a sua frente.

──  Escuta, Mantovani, eu não preciso que você goste de mim. Eu só preciso do seu respeito quando estou na sala.

Ela levantou a cabeça.

──  Você não é o tipo de pessoa, que mereça meu respeito. ──  disse fria e se retirou.

──  Soube que você quase arrebentou o Quaritch. ──  Trudy que estava na aeronave pilotando questionou a Alex.

──  Ele ia virar papinha na minha mão. ──  a brasileira olhava a paisagem sentindo o vento passar pelos seus cabelos.

──  A Doutora aí tá doidona. ──  Wainfleet disse.

──  Wuuuhuuuh! ──  Jake gritou na euforia do momento ao ver a paisagem.

Mantovani e Trudy se viraram e gargalharam. A pilota pousou no solo, e os avatares logo desceram.

Pandora era um planeta extraordinário, repleto de beleza em cada detalhe, desde o solo que você pisava a onde seus olhos procuravam focar.

──  Pode desligar, meu bem, a gente vai ficar um tempinho. ──  Alex bateu de leve no ombro de Trudy que assentiu e desligou a aeronave.

──  Norm! A sua mochila! ──  Grace avisou.

──  Mochila... ──  Norm repetiu a si mesmo esquecido.

Mantovani entregou a ele a hora que estava descendo.

──  Fica na aeronave. Um idiota armado é o suficiente. ──  Grace ordenou a Wainfleet.

──  ‘Cê que manda, doutora.

Alex escutava os rugidos dos animais de Pandora, inspirou o ar puro do planeta profundamente, caminhava na floresta ao lado de Grace, Norm e Jake não se intimidando com qualquer animal que aparecesse.

Inclusive os Prolêmuris que os encaravam sabendo que não eram Na’Vi de verdade.

Jake apontou sua arma para um deles.

──  Prolêmuris. Não são agressivos. ──  explicou Grace.

A mão de Alexandrine pousou sobre a arma do Sully o abaixando.

──  Relaxa. O invasor aqui somos nós. ──  olhou-o repreendendo dizendo em voz alta. ──  Até parece com a história do meu país.

──  Como eles vão saber que estamos aqui? ──  Norm indagou.

──  Devem estar nos observando agora. ──  respondeu Augustine.

Enquanto Grace e Norm pegavam amostras dos galhos, Jake se afastava rumo a onde seu coração o mandava, e seu coração o levou a uma velha escola.

──  Aqui era nossa escola. Agora só ficou para armazenagem... ──  recordou-se a Doutora Grace pegando um livro. ──  Você se lembra, Alex? As crianças eram tão espertas... ansiosas em aprender. Aprendiam a nossa língua mais rápido do que eu ensinava.

──  É claro que sim. ──  Alex se agachou e pegou alguns papéis que estavam no solo. ──  Teria sido tudo tão perfeito...

Jake franziu o cenho curioso com a situação em sua volta, mexia em tudo como criança.

──  Ainda tenho esperança que eles voltem aqui para aprender. ──  comentou Grace.

──  E por que eles não voltam? ──  Norm perguntou.

──  Os Omaticaya, aprenderam tudo que precisavam sobre a gente. ──  explicou Grace. ──  Uma troca, assim como aprendemos o suficiente sobre eles.

Sully percebeu os buracos de tiros atravessar a madeira.

──  O que houve aqui? ──  o ex-fuzileiro indagou.

Alex e Grace o olharam.

──  Vai ajudar com o equipamento. A gente tem muito o que fazer. ──  Augustine desconversou.

Alex ainda pensativa encarou firmemente Jake.

──  Eu sei que parece tedioso, que não é como os campos de guerra da Venezuela, mas... tenta se conectar um pouco. ──  Alexa leu algumas coisas em seu aparelho digital.

Era a quinta vez que ela escutava o Sully respirar incomodado e fadigado. Revirava os olhos impaciente escutando as “baboseiras” de Norm e Grace sobre ciência, biologia. O que para ele não passava de um monte de conversa fiada e sem objetivo.

──  Me conectar a o que, exatamente? ──  andou observando as flores.

──  A natureza de Pandora. ──  o seguiu ainda fitando seu tablet. ──  Assim você não surta.

Jake tocou em uma das plantas que se recuou.

Mantovani guardou seu aparelho na bolsa.

──  Isso? ──  questionou ele tocando em mais uma.

Alex não sentiu uma sensação boa, e tornou a expressão preocupada e confusa quando mais flores sumiram.

──  É... não é isso, mas...

O campo inteiro de plantas que estava tampando a visão deles, sumiu.

Uma das criaturas chamada Cabeça de Martelo Titanotheres rugiu.

Só quem era surdo não escutou aquele rugido.

──  Não atira, vai deixar ele irritado. ──  Grace ordenou vendo a gravidade da situação ao se aproximar.

──  Ele já está irritado, Grace!  ──  Jake temeu sua vida por um instante ali apontando o armamento que carregava para a criatura.

──  É um ‘Angtsik. ──  explicou a ex-pilota ao lado do ex-marido.

──  O que? ──  ele indagou.

──  Um Titanotheres.

──  Foi a mesma coisa de não ter explicado. ──  Jake não abaixou a arma em suas mãos.

──  É como se fosse um elefante com tubarão martelo. ──  foi direta. ──  Tem que mostrar que você é o alfa, que o território é seu.

──  Mas você também está aqui! ──  ambos se afastaram ao ver que o animal se aproximava.

──  Mostrem a ele, que o lugar é de vocês. ──  Augustine ordenou.

A brasileira encarou firmemente o animal a sua frente, e Jake se apressou em correr gritando contra a criatura que recuou rapidamente.

──  Cai dentro! O que tá pegando? Quem é o bom aqui? Fala pra mim! Sai daqui seu amarelão! É volta correndo pra saia da mamãe! É, você não é de nada bicho feio! Volta com seus amiguinhos pra vir nos pegar.

Alex escutou um rosnado e se virou.

──  Jake... ──  a cientista já olhava para a outra criatura que estava a sua frente.

Escutaram um rugido muito mais alto, e mais feroz, quando outra criatura pulou a frente dos dois.

──  E esse aqui, o que eu faço? Corre? Não corre? ──  indagou Sully.

──  Corre! Com certeza corre! ──  gritou  Augustine.

Alex e Jake começaram a correr o mais rápido que podiam, ambos se desviaram de seus caminhos, ela escutava os tiros de Sully metralharem a criatura que tirou a arma da mão do Avatar.

Os passos de ambos eram rápidos, era impossível de se esconder de uma criatura tão enorme, ainda mais quando ela sentia o cheiro de Avatares, e estava faminta, quanto mais faminta, mais raiva sentia.

As vezes não era nem tanto pela fome, e sim, pelo fato de você ser o inimigo.

──  Jake! ──  ela caiu antes que a criatura a segurasse no ar.

A criatura havia o pegado pela mochila e o sacudia, o avatar soltou-se de sua mochila e continuou a fugir, quando deram de cara a um enorme penhasco a frente de ambos.

──  Ou morre, ou morre. ──  Jake disse a ela.

Ambos deram as mãos e pularam o penhasco se soltando, e abraçando os próprios corpos para não caírem com tanta força na água.

Seus avatares mergulharam, e voltaram a superfície, nadando até um dos galhos expostos para se apoiarem.

Jake e Alexandrine estavam ofegantes, molhados e assustados, olharam para cima e visualizaram a criatura desistir de ir atrás deles.

──  Você tá bem? ──  perguntou Jake a brasileira.

Ela assentiu ainda recuperando o fôlego.

──  Teria sido melhor ter ficado escutando o Norm e a Grace, né? ──  questionou sarcástica.

Jake revirou os olhos.



Operação noturna não permitida, ordem do Coronel.

Teriam que aguentar até de manhã.

Grace se perguntava, se aquela altura da noite, eles ainda estariam vivos, apesar da brasileira conhecer bem o campo da qual estava, mas as criaturas ainda não simpatizavam com eles.

O som estridente dos animais assustava Jake, mas não assustava Alexa que ainda sim, parecia confortável no ambiente em que estava. O soldado havia feito uma lança e acendido o fogo com um galho que havia encontrado no solo.

──  Fica atrás de mim. ──  Jake disse.

──  É mais fácil você ficar atrás de mim. ──  a avatar encarava tudo ao seu redor.

Suas orelhas pontudas se mexeram escutando os ruídos.

──  Falando assim, parece até que já esteve aqui antes. ──  com a lança apontada em qualquer alvo que fosse, ele questionou.

Ela abaixou o olhar.

──  Já esteve aqui antes? ──  ele parou incrédulo.

──  Já sim. ──  respondeu.

Jake apontava a lança com fogo tentando afastar os inimigos de chegarem perto deles, inimigos que vinha das árvores e dos solos.

──  Então o que a gente faz com eles? ──  afastou as criaturas que avançariam para cima deles. ──  Hein?!

──  Eu fiz uma promessa, de que se a natureza de Pandora tentasse me sucumbir, eu respeitaria o espaço. ──  ainda afastando das criaturas ela olhava ao redor.

──  Então porque correu daquele grandão lá de cima? ──  o ex-marido da brasileira indagou.

Quando as criaturas pularam em cima de Jake, escutaram um bravo grito.

Uma nativa atirava com seu arco e flecha para todos os lados, seus golpes bravos de guerreira surpreendiam Jake, boquiaberto o soldado estava, escutava os rosnados da Omaticaya.

Após a nativa salvá-los, escutava suas falas em Na’Vi reclamando, a fúria ao ver o clarão do fogo em seus olhos, fez com que a brava guerreira jogasse o objeto na água.

──  Fayvrr tep! (Esses demônios!) Faysawtute! (Essas pessoas do céu!)

──  Não faz isso não! ──  Jake implorou, tarde demais. ──  Maravilha.

Alexandrine ficou de costas, e olhou de canto para Na’vi.

Jake foi buscar sua lança, e quando voltou, visualizou a beleza noturna dos brilhos em neon do local, derivados de sua natureza e de suas plantas que eram como uma luz iluminando a noite do planeta.

E ele observou algo que o chamou mais ainda a atenção.

Alexandrine e Neytiri se encaravam profundamente.

──  O que está acontecendo? ──  Jake perguntou.

Neytiri parecia rodear seu adversário, enquanto Alexandrine estava se afastando.

──  Nga pänuting ‘upe kawkrr fitsenge. (Prometeu que jamais voltaria aqui). ──  a Na’vi vociferou a Avatar. ──   Nga srer, ‘upe nìn len. (Você apareceu, e olha o que aconteceu).

──  O que ela está falando, Alex? ──  indagou Jake.

Alex apenas tinha o olhar dolorido e culpado escutando as palavras de Neytiri.

──  Agradece ela Alex, ela nos salvou. Obrigado, aquilo foi incrível. Se você não aparecesse a gente ia acabar morrendo. ──  Jake agradeceu abismado.

──  Ke nì’ul. (Não voltem mais). ──  Neytiri parou no meio do caminho olhando de lado para a brasileira.

A Na’vi começou a andar.

──  Espera! ──  Jake pediu e Alex segurou fortemente o braço dele que ficou surpreso pela força da médica. ──  Uh, quando foi que você ficou tão forte assim?

──  Ela está pedindo para não a seguirmos. ──  fechou os olhos se sentindo culpada. Jake massageou o próprio braço. ──  E é melhor assim, ela já nos ajudou.

──  O que? Não! Temos que agradecer, vem! ──  Jake a puxou com toda força seguindo Neytiri. ──  Muito obrigado! Eu só queria agradecer por ter matado aqueles bichos...

Enquanto ele seguia a Na’vi que andava rápido, ela se virou golpeando-o com seu arco, e com o impacto ele jogou no chão.

──  Não agradeça! Você não agradece por isso! Isso é triste. É tristeza somente. ──  Neytiri vociferou fitando o avatar no chão com receio.

Alexandrine ficou em silêncio olhando para Neytiri.

──  Me desculpe, eu não sei o que a gente fez, mas... desculpe. ──  Jake se desculpou.

──  Tudo isso é culpa de vocês. Não precisavam morrer!

──  Culpa nossa? Eles nos atacaram... ──  Alex colocou a mão na boca de Jake para ele parar de falar.

──  Culpa de vocês! Culpa de vocês! ──  avançou apontando seu arco para eles. ──  São como bebês, fazendo barulho, não sabem o que fazer.

──  Mawey! Mawey! (Calma! Calma!) ──  implorou Alex.

Neytiri olhou-a.

──  Eu disse, que se me visse novamente, poderia me matar. Mas não fez isso. ──  Alexandrine olhou-a. ──  Por que?

──  Por que salvar você? ──  ela repetiu a pergunta engolindo o nó em sua garganta.

──  Vocês... se conhecem? ──  o Sully estava literalmente flutuando sua mente no meio das duas.

Neytiri e eu tivemos uma história muito antes de Jake aparecer.

Era a época em que sua irmã, Sylwanin, era viva. A época em que ambas, eramos jovens, ela era mais nova que eu, ambas inocentes no mundo. E fomos corrompidas pela maldade do povo do céu.

Grace sabia de tudo, sabia do coração puro que Neytiri havia, e sua irmã também.

E era por esse coração puro, que Neytiri era incapaz de fazer qualquer mal para mim.❞

──  Pela Sylwanin. E porque... vocês tem um coração forte. Você tem coração frágil, mas guerreiro. Puro. E ele, um coração forte, sem medo. ──  respondeu firme. ──  Mas ainda, estúpidos! Ignorante como crianças.

Jake soltou um riso, Alexandrine repreendeu-o com o olhar.

──  Se eu sou como uma criança... então, você... pode me ensinar. ──  começou a segui-la.

──  Jake! ──  repreendeu a Mantovani.

──  Já tentei ensinar Povo do Céu. Não podem aprender, nem ver. ──  Neytiri continuou andando.

──  Jake não era pra a gente estar correndo, nem entrando aqui. ──  reclamou Alex correndo atrás do outro.

──  Então me ensina como ver! ──  ignorou a mulher atrás dele.

──  Ninguém pode ensinar você a ver! ──  Neytiri praticamente o ignorava.

Ela continuava avançando seus passos para eles não conseguir alcançá-la. Jake quase caiu se não fosse Neytiri e Alex o segurarem.

──  Não devia estar aqui.

──  Me leva com você. ──  ele implorou.

──  Não. Volta! ──  ordenou a Na’vi parando por um tempo continuando a andar.

──  Não. ──  insistiu.

──  Já chega! ──  Alex vociferou.

Neytiri olhou para cima, visualizaram os flocos de Eywa pousarem sobre os membros de Jake que imediatamente bateu no floco.

──  Ftang nga!  ──  Neytiri segurou o braço dele.

Alex arregalou os olhos.

Outro floco tentou pousar e ele bateu novamente.

──  Não! ──  Neytiri bradou. ──  Atokirina! Atokirina...

Ela se afastou do corpo dos Avatares, os flocos de Eywa pousaram sobre o corpo de Jake. Os olhos do ex-fuzileiro observavam curiosos aquelas sementes que tanto buscavam seu corpo.

──  O que é isso, Alex? ──  Jake perguntou em atordoado.

Alexandrine estava admirada com a experiência incrível que seu corpo presenciava, não ouviu a pergunta de Jake pois seus olhos estavam hipnotizados pelas sementes da árvore sagrada.

──  São semente da árvore sagrada. Espíritos muito puros. ──  respondeu Neytiri.

Os flocos rodearam por inteiro o corpo de Jake, e depois voaram em direção ao corpo do Avatar de Alexandrine. Quando as sementes pousaram no corpo de Mantovani, seus olhos se fecharam sentindo a energia, e parecia até escutar risos alegres vindo das sementes, espíritos puros.

As sementes ligeiramente se retiravam dos corpos dos Avatares, foi quando a cientista olhou para Neytiri.

──  Foi por isso que não nos matou. ──  sussurrou Alexa.

Neytiri olhava admirada para aquilo, e depois, com um outro olhar para a humana no corpo do Avatar.

──  Venham. ──  ordenou Neytiri.

Enquanto andavam, Jake questionava ansioso qual era o nome daquela mulher, como que Alex e ela se conheciam. Era o próprio peixe fora da água.

Uma corda praticamente fora lançada nas pernas do Avatar que tropeçou e caiu alguns metros a baixo do que estavam.

──  Jake! ──  gritou Alex desesperada.

Neytiri parou no meio do caminho.

Viu Alex pular na altura em que o seu ex-marido estava, quando avistou os Omaticaya se aproximarem em seus cavalos apontando flechas para ela.

Como uma onça selvagem protegendo seus filhotes, Alexandrine pulou a frente do corpo de Jake o protegendo, a avatar rosnou mostrando suas presas caninas, impondo sua raiva no momento e que faria de tudo para protegê-lo, não se intimidando com as flechas.

Jake arregalou os olhos amarelos assustado não pela ameaça em si, mas da ação da mulher a sua frente que até então, ele só havia visto em animais da Terra.

──  Mawey, Na’viya! Mawey! (Calma, gente! Calma! ) ──  Neytiri pulou implorando por calma aos guerreiros em sua linguagem Na’vi.

Tsu’tey encarou friamente os Avatares.

──  Ma Tsu’tey! Kempe si nga? (O que está fazendo, Tsu’tey?) ──  perguntou Neytiri em Na’vi.

──  Fayvrrtep fìtsenge lu kxanì! (Esses demônios são proibidos aqui.) ──  Tsu’tey respondeu.

──  Aungia lolu! Tsahikur txele lu! (Um sinal foi nos dado. Isso é um assunto para os Tsahik). ──  Neytiri fora bravamente contra.

Alex não saiu da sua posição, rosnou mais uma vez, a faca ela apertava firmemente em sua mão, seu rabo tremeu. Tsu’tey encarou-a.

──  Pot zamunge! (Tragam-os). ──  ordenou Tsu’tey.

Puxando a faca da mão da Avatar, ela foi empurrada pelos Omaticaya como se fosse uma prisioneira.

──  O que houve? ──  indagou Jake. ──  Já que você fala o idioma deles o que houve?

──  Fica quieto e só obedece, se não você morre. ──  ela sussurrou enquanto era empurrada.

Chegaram a árvore escutando os gritos dos Omaticaya, assustados em ver pessoas novas no meio de seu povo, os chamados “demônios”.

ALGUMAS FALAS DE NEYTIRI QUE NÃO ESTÃO NO FILME, SÃO DA LÍNGUA NA'VI, BUSQUEI NO DICIONÁRIO ONLINE E TENTEI ENCAIXAR CONFORME AS FRASES ERAM MONTADAS.

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