A Guerreira da Eternidade (Pe...

By JadonValdez

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A ilha de Nova Crimeia, afastada de qualquer civilização, abriga poucos dos Titãs restantes no mundo superior... More

* NOTAS DA HISTÓRIA *
Prólogo: Qual seu nome, garotinha?
1. Capitã
2. A Ilha Principal
3. A Selva de Hipérion
4. Dia Do Julgamento
5. O Seu Maior Inimigo
6. Angústia
8. Punhos e Espadas

7. Despertar

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By JadonValdez

Atalanta se sentiu renovada em forças. Era como se Ingrid fosse uma parte de sua alma. Sentia-se completa e pronta para atacar.

- Como se acaba com essa coisa? - Taylor berrou, do outro lado. O Troll-Esquelético se virou para ele, arrastando seu enorme braço com toda força pelo chão.

Mesmo que desesperada com a situação, Atalanta ficou feliz em ver que Taylor estava totalmente focado na luta agora. Seu exemplo de batalha tinha forçado o garoto a lutar contra seus próprios demônios.

Mas bem, sobre a pergunta... Ela ainda não tinha muita ideia. Para falar a verdade: não tinha nenhuma.

- Apenas... vamos tentar colocar pressão. - ela disse para Taylor, que recuava tentando escapar daquele vasto golpe.

- Argh. - respondeu ele, arfando. - Vamos precisar de algo melhor do que isso.

Você também podia ajudar com isso. Atalanta pensou. Já estava exigindo demais daquele garoto assim.

Aproveitando o foco em Taylor, ela avançou.

Aos golpes, tentou deixar o máximo de dano possível antes da criatura virar sua atenção para ela. 

Como se matava algo que já estava morto? Era a questão principal no momento.

A criatura obedecia a mesma regra que os esqueletos menores. Seus ossos eram fáceis de quebrar e desprender do corpo, mas, de alguma maneira, eles acabavam sempre voltando, o que tornava o esforço bem desgastante e inútil com o tempo.

Da primeira vez, tinham ganhado porque tinham conseguido um golpe de grande impacto e de grande alcance repentinamente. Agora, aquilo não parecia muito possível. Atalanta não conseguiria ganhar tempo sozinha para Taylor derrubar mais uma árvore ou algo do tipo. Mesmo tendo características semelhantes, o Troll tinha ataques bem mais fortes e letais.

Atacava. Recuava. Desviava por um triz. Era um looping infinito e sem objetivo. Todos os seus ataques se tornavam em vão no momento em que recuava.

- É inútil. - Atalanta disse. Estava ofegante. - Completamente inútil.

- Precisamos... golpeá-lo! - Taylor disse, tentando acertar o máximo de socos possível. 

Repentinamente, o monstro esticou seus dois braços gigantes, desferindo um golpe de maior área possível. Taylor foi atingindo de frente, enquanto Atalanta saltou para atrás afim de escapar por pouco.

- Argh. - Taylor estava no chão. - Você é rápida. - ele notou. - Precisa golpeá-lo assim.

O monstro não cansava. Com Taylor debilitado, ele se voltou para Atalanta. Com o punho direito, atingiu o chão à sua frente com força, levantando poeira. Se não fosse a velocidade de Atalanta...

Ela conseguia entender o que Taylor queria insinuar, mas achava que o garoto estava sendo um pouco ingênuo. Sim, ela podia ser rápida, mas o quão veloz ela teria que ser para golpear aquele monstro tantas vezes para que ele não tivesse tempo de se regenerar?

Sentiu Ingrid tremer inquieta em sua mão esquerda. A espada estava tentando lhe dizer algo?

Mais uma vez, Atalanta escapou de um golpe. Dessa vez uma tentativa vinda da esquerda.

Ela conseguia ser rápida. Mais rápida que qualquer golpe dele.

Sua mão esquerda novamente formigava. Era como se sua espada estivesse lhe passando confiança.

Você já virou situações usando isso antes.

O Lestrigão no Monte Otris tinha sido derrotado com a incrível velocidade de seu golpe. A Górgona em Cleveland tinha sido decapitada antes mesmo que pudesse usar seu olhar. A Quimera em Orlando não conseguiu nem lhe acertar com sua velocidade.

Atalanta sentiu seu corpo inteiro se eletrificar. Da mão esquerda até o último fio de cabelo da cabeça. Da cabeça até a ponta do pé. Não sabia o que era aquilo. Empolgação, medo, ansiedade... Aquela sensação era comum de todas aquelas últimas vezes. Seu corpo simplesmente podia se mexer sozinho.

Ingrid parecia dez mil vezes mais leve em sua mão quando saltou para o alto, desferindo um golpe em diagonal no Troll. Antes mesmo que seus pés tocassem o chão, ela sentiu que se movia novamente, desferindo novamente um golpe vertical no tronco superior do monstro.

Ela podia fazer aquilo. Atalanta era como um raio.

Não tinha noção do que acontecia ao seu redor, apenas ricocheteava de um lado para o outro. Seus pés batiam o chão, no lado de árvores, até mesmo em galhos. Em milésimos de segundos, ela aplicava o máximo de golpes que podia. Tinha apenas uma breve consciência de que Taylor golpeava as pernas do monstro, tirando o equilíbrio dele enquanto Atalanta agia.

Como nunca tinha percebido aquilo antes? Aquela velocidade era... sobrenatural. 

O Troll, antes enorme, havia sido reduzido a nada mais que pó e ossos quebrados. Incapazes se remontar mais uma vez, mesmo que ainda tentassem.

Atalanta aterrissou no chão. Seu corpo inteiro tremia, mal tinha forças. Sua breve consciência indicava que a batalha havia terminado. Sendo assim, pôde desmaiar em paz.

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Flashback. Jamie Anna Copperbelly.

Dez anos atrás.

Nova York.

Residência dos Copperbelly.

- Papai, por quê a irmãzinha é tão maluca assim? - Jamie escutou seu irmão, Charles, perguntar para seu pai, antes de mesmo fechar a porta, furioso ao descobrir que a garota espiava.

Ela não tinha culpa. Definitivamente não tinha.

Aquele monstro apareceu, no meio de sua tarde em família. O que esperavam que ela fizesse a não ser gritar? 

Jamie tremia de medo só de lembrar da aparência daquela velha enrrugada e demoníaca. Por quê mais ninguém tinha visto?

Era uma simples senhora! Seu pai havia berrado. Você a assustou com suas esquisitices de merda!

- Jamie, querida... - a garota escutou a voz de sua mãe, logo atrás.

Sentiu uma mão leve em seu ombro. Imediatamente, sentiu vontade de chorar. As lágrimas vieram sem avisos.

- Shh... - a mãe virou a garota, afim de encará-la. - Não chore, docinho...

Jamie tentava encontrar um pouco de reconforto no olha terno de sua mãe.

A casa estava sempre um caos. Mas ela... ela sempre estava com a mesma cara. Sorrindo, tranquila. 

- Ma-mãe... - Jamie se jogou nos braços da mãe, agarrando fortemente sua manga. - Você... acredita em mim?

A mãe abraçou a filha forte, mas não deu nenhuma resposta em palavras.

Por quê?

Por quê?

Por quê Jamie era assim? 

- É minha culpa, mamãe? - a garota perguntou. Suas lágrimas haviam aumentado, agora no colo da mãe. - Tudo isso é minha culpa?

A mãe soluçou e apertou Jamie ainda mais forte. A garota não tinha percebido, mas ela também estava chorando.

Atrás das duas, a porta se abriu. Dela, saiu o pai, completamente furioso. Jamie não quis se virar para vê-lo.

- Helena, escuta aqui. - a voz dele parecia alterada. - A garota é uma aberração! Só traz desgraça para essa família! Não vou deixar nosso filho nesse ambiente mais. Se ela não se for, eu vou. Para mim já chega.

E então, ele se afastou, com passos nervosos que faziam o chão tremer.

Jamie simplesmente não entendia aquelas palavras.

Aberração?

Por quê?

Por quê?

Por quê Jamie era assim?

Helena continuou abraçando sua filha. Pareceram-se horas. Ou pelo menos era assim que ela quisesse que durasse.

Se sua mãe pudesse evitar todo mal de chegar apenas com aquele abraço, ela assim o faria. Ficariam abraçadas pela eternidade. Mas isso não era possível.

Novamente, sentiu seu ombro envolvido. Helena pegou a garota, fazendo-a olhar bem no fundo de seus olhos verdes marejados.

- Você não devia estar aqui. - ela disse, por fim. - Esse lugar não te pertence.

A mão de Helena deslizou do ombro até a mão da garota. Ela apalpou sua palma, transmitindo carinho. Tentava sorrir, mas no fundo, Jamie sabia que sua mãe estava transbordando em tristeza.

- Jamie, minha querida. - ela disse, pela última vez. - Eu te amo.

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- Atalanta, você está bem? - ela escutou uma voz chamando, bem ao longe. - Atalanta!

Ela finalmente acordou. Não conseguiu se mexer, seus músculos pesavam uma tonelada. Abriu os olhos com dificuldade.

Taylor lhe encarava de cima, preocupado.

- Hum... Taylor? - ela perguntou, confusa.

Pouco a pouco, foi recobrando sua consciência dos últimos fatos.

Tentou se levantar repentinamente. O Troll...

- A barra tá limpa! - Taylor exclamou, assim que a garota lentamente foi obrigada a se deitar novamente. Seu corpo todo doía. - Estamos bem.

Ela olhou ao redor. Estavam dentro de uma caverna. Conseguia ver pouco lá fora, apenas o céu estrelado da noite.

- Encontrei um lugar para ficarmos sem segurança. - o capitão disse. - Eu não tenho certeza, mas deve bastar. Pra falar a verdade, depois que você desmaiou não aconteceu mais nada. Cheguei até aqui sem ser atacado.

- Eu... desmaiei? - a garota questionou.

Taylor encarou-a com preocupação. Ele estava incrivelmente sério agora, bem diferente do Taylor com o qual ela estava acostumada.

- Sim. - ele afirmou. - De cansaço, eu acho. Você foi... incrivelmente rápida com aqueles golpes.

- Ah... - ela não se lembrava direito do que havia acontecido durante aquela hora. Apenas das sensações.

- Não teria conseguido sem mim, claro, então não se ache. - Taylor rapidamente cortou para sua postura anterior.

- Claro. - Atalanta confirmou, suprimindo um leve sorriso.

Taylor também sorriu, mas logo sua expressão mudou para uma de... curiosidade..?

- Atalanta... - ele parecia hesitante em perguntar algo. Desviou o olhar.

- Oi?

- Sabe, enquanto você estava aí deitada, eu não sei...

- Taylor?

Ele esfregou as mãos, tentando encontrar as melhores palavras.

- Você não parava de sussurrar algumas coisas, sabe, e depois...

Taylor fez uma pausa, analisando a reação de Atalanta para ver se era bom falar o que ele tinha em mente.

- Bem, você estava chorando, bastante. - ele finalmente disse. - Por isso comecei a te chamar. Não sabia o que fazer.

Atalanta levemente levou a mão ao rosto. Podia ver os resquícios de suas lágrimas.

- Eu estava? - ela perguntou, tremendo.





















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