Amei ler os comentários, vamos pra próxima att sem demora, porque injusto ter parado como parou né kkkkk divirtam-se!!
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Jason's POV
Apoio minha testa na porta fechada, respirando fundo.
A sensação agora é de que eu nunca vou ser capaz de apagar da minha mente aqueles olhos coloridos transbordando lágrimas e refletindo um sofrimento que eu não consigo entender.
E o que ela quis sobre eu não saber de nada, sobre pensar em mim durante seu dia? Piper tira toda a minha sanidade, e eu não consigo entendê-la, ela nunca é direta, sempre foge e desvia, mas sua fala fica presa na minha cabeça, no modo repetição.
Entro de volta no quarto, e encontro Drew totalmente vestida agora, sentada na ponta da cama. Seus olhos transmitem compreensão para a minha angústia, e mais uma vez penso como Drew é boa, como eu queria que ela despertasse em mim ao menos metade do que Piper me faz sentir.
- Olha na janela. - ela pede.
Estranho seu pedido, mas obedeço. A vista da minha janela dá na frente da pousada, a visão direta da praia, mas não é isso que me chama atenção, e sim na pequena mulher sentada no degrau mais alto da entrada, abraçada no próprio corpo. Consigo ver daqui seus ombros balançando, o que significa que ela está chorando.
Me sinto imediatamente culpado, eu fui duro demais com ela, não deveria ter feito isso, mas fui movido pelo impulso da dor, porque gostar dela e não ser correspondido dói, mas agora que ela parece sofrer tanto quanto eu, nada mais faz sentido.
- Você deveria ir atrás dela. - Drew sugere. Olho para trás, e Drew permanece suave e leve, como sempre foi.
- Você escutou tudo? - pergunto, sentando do seu lado na cama, e ela confirma que sim. - A Piper é... difícil, ela não gosta de mim, então não estou entendendo absolutamente nada. Eu e ela não somos para ser, tudo que ela já fez até hoje confirma isso.
- Acho que ela aparecer no seu quarto, bêbada, chorando e dizendo que sente sua falta, confirma outra coisa. Tudo que eu vi foi uma mulher assustada por estar apaixonada, e depois de coração partido por achar que te perdeu. Você deveria conversar com ela, ou ao menos garantir que ela esteja bem, ela parecia muito alterada.
Eu sei que o que ela está falando faz sentido, mas uma parte de mim tem medo de ir atrás dela. Medo de ouvir, outra vez, que ela não quer nada comigo, que não gosta de mim desse jeito. Eu estou tentando seguir minha vida, e quando sinto que estou conseguindo, parece que voltei à estaca zero, e percebo que não superei em nada meus sentimentos pela Piper.
Não consigo evitar a fagulha crescente de raiva no meu peito. Ela brinca comigo e com meus sentimentos, como se isso não me machucasse, e ela nem parece ligar. E agora ainda me deixa preocupado, porque ela está bêbada lá fora e algo ruim poderia acontecer, além de bagunçar minha cabeça com o que ela falou.
- Me desculpa. - peço para Drew, pois não posso deixar
Piper na rua sozinha como ela está.
- Não é preciso, está tudo bem. Eu acho que... nós dois queríamos que isso avançasse, porque nós dois sabemos que daríamos certo juntos, mas falta uma coisa entre nós, que é exatamente o que você tem por aquela mulher. - Drew aperta minha mão, passando confiança. - Espero que tenha se divertido comigo.
Puxo ela para um abraço sem hesitar, porque graças a ela eu tive momentos divertidos nos últimos dias. Uma pena que tenha sido divertido porque ela é minha amiga e nada além disso. E Drew foi uma amiga muito boa e extremamente necessária, por quem sempre terei um enorme carinho e gratidão.
Ela se despede e diz que vai sair pela porta dos fundos, e eu visto uma camisa para ir atrás de Piper, com raiva de mim mesmo por ser tão fraco por ela. Encontro ela na mesma posição que vi da janela, o que deixa meu coração apertado. Não sei o que faz ela sofrer assim, mas ver ela sofrendo me machuca intensamente.
- Piper. - chamo. - Vem, deixa eu te levar pra casa.
Assim que toco no seu ombro, ela salta espantada, para longe de mim.
- O que v-você está fazendo aqui? - sua voz embargada e seu rosto molhado apertam meu coração.
- Vim te levar embora, você não está em condições de...
- Eu não preciso de ajuda, vai embora. - seu tom de voz bravo comigo me faz ficar mais bravo ainda com a situação.
- Piper...
- Não, J-Jason, vai para dentro. - seus olhos se apertam, como se ela não quisesse de fato estar falando essas coisas. - Eu mandei você seguir em frente e era isso que você estava fazendo, então sai daqui, eu não quero sua ajuda, não preciso mais de você, assim como você não precisa de mim. Eu consigo ver daqui que você está com raiva, por eu ter te atrapalhado.
- Não estou com raiva por isso. - me defendo. - Estou com raiva porque você sabe que não gosta de mim, mas parece ofendida por eu tentar encontrar alguém que goste.
- NÃO É ISSO QUE EU ESTOU FAZENDO. - me espanto quando Piper grita. Até ela parece surpresa, como se não esperasse estourar. Ela parece tão pequena sentada encolhida no chão, chorando de soluçar. - Não é isso que eu estou tentando fazer. Mas eu fiz tudo errado, tudo errado. Eu só queria, desde o ínicio, garantir que não machucaria você, porque é isso que acontece, eu machuco as pessoas.
Ela fala tão baixo agora, que preciso me ajoelhar no chão para ouvi-la melhor. Ela me olha, mas parece não me ver, como se eu não estivesse na sua frente, seus olhos parecem perdidos, sem foco.
- Eu não queria. - ela repete. - Mas eu não sei o que fazer quando se está apaixonada, é a primeira vez que acontece, e é claro que eu iria estragar tudo. Eu não queria isso. Não queria ter me apaixonado pelo Jason, não queria ter medo, mas são duas coisas que eu não consegui evitar.
Ela fecha os olhos, encostando a cabeça na pilastra que está apoiada, o que me faz realmente questionar se ela sabe que eu estou aqui, ainda mais porque ela falou de mim, e não para mim. Mais ainda, me questiono se realmente ouvi o que acho que ouvi. Ela disse que está apaixonada por mim?
Nada disso faz sentido, porque ela teria medo de se apaixonar por alguém que ela já sabe que estava apaixonado por ela? Ela realmente sente isso, ou é ilusão de bêbada? Minha confusão é tanta, que me sinto tão tonto quanto ela, porque nada parece estável. E enquanto uma parte de mim se enche de esperança, outra sente raiva por eu ser tão bobo. E talvez um pouco de raiva de Piper também, o que ela quer comigo e porque não poderia fazer o mínimo, ter consideração por mim e ser verdadeira?
Mas sei que agora não vou conseguir as respostas que preciso, porque Piper parece apagada. Respiro fundo, e passo o braço ao redor dela. Ela reage um pouco, e se apoia em mim para ficar de pé. São apenas algumas casas de distância, então caminhamos lentamente até chegarmos lá. Foi um trajeto mais demorado que o normal, pois Piper não parava de murmurar frases sem sentido, e ainda precisou parar no caminho para vomitar.
Quando finalmente chegamos na sua casa, encontro sua chave no seu bolso e levo ela até a própria cama. Faço ela tomar um copo cheio d'água e tomar um remédio para dor de cabeça, porque desconfio da ressaca terrível que ela vai estar amanhã.
Me jogo na cadeira que tem no quarto, olhando Piper adormecida ali, em uma expressão que nem parece ter jogado uma bomba no meu colo e apagado em seguida, sem saber o que esperar para o dia de amanhã.
📲 Jason
📲 Percy
📲 Annabeth
Piper's POV
Acordo sentindo marteladas no meu cérebro, e quando abro meus olhos, encontro Percy sentado em uma cadeira, com os pés em cima da cama. Sua expressão é indecifrável para mim, ou talvez eu apenas perdi a habilidade de pensar, porque tudo faz minha cabeça doer.
- Boa tarde. - ele cumprimenta.
Percy me entrega um copo com água e um remédio, então me obrigo a me mexer para tomar. A última noite está confusa e nebulosa na minha cabeça, mas por Percy estar aqui, eu diria que a história não é muito boa.
- Vai, começar a falar. - digo.
- É melhor você tomar um banho primeiro, você está péssima.
Não contesto o que ele diz, porque me sinto péssima, então minha aparência deve refletir isso bem. Acato a ideia e tomo um banho, lavo meu cabelo, coloco um pijama e vou ao encontro do meu melhor amigo, que está no sota da sala agora.
- Do que você se lembra? - ele pergunta, quando sento do seu lado.
- De sair para beber com o Travis, de beber como nunca bebi na minha vida, e... depois tudo fica estranho, como se fosse um sonho. - explico, tendo apenas vislumbres do que aconteceu. Tenho a sensação de ter estado na pousada, de ter visto Jason, mas não tenho certeza se aconteceu, ou se apenas queria muito ver o loiro e acabei sonhando com isso.
- Você foi atrás do Jason. - Percy conta sem rodeios.
Bem, aí está minha resposta. Cubro meus olhos com as mãos, as memórias que achei serem sonho ficando mais reais. Eu batendo na porta dele, eu chorando, ele mandando eu ir para casa.
- Ah, droga, foi muito feio? Eu me humilhei demais? - pergunto.
- Eu não sei bem, ele te trouxe aqui, e me mandou mensagem pedindo para eu vir ficar com você.
- Ele deve me odiar. - a constatação me machuca, mas não me surpreende.
- Não é isso, ele só... saiu daqui parecendo aéreo. Acho que ele precisava de um tempo sozinho, para processar o que quer que tenha acontecido essa madrugada.
- Eu não me lembro do que eu falei. - não exatamente, pelo menos, apenas alguns flashes de lembranças, e tenho vontade de me esconder em um buraco por todos eles.
- Você vai ter de... - Percy é interrompido pelo som da campainha. Olho para ele confusa, e ele apenas dá os ombros, sem entender também. - Eu atendo.
Quando meu amigo sai da sala, deito no sofá e fecho os olhos. Se eu pudesse apagar o dia de ontem, eu apagaria. Cada vez que lembro de uma palavra que eu disse, ou da expressão do Jason mandando eu ir embora, enquanto tinha outra mulher no quarto dele, meu estômago se revira. E dentre todas as lembranças, a que me atinge com mais força é que eu acredito ter dito estar apaixonada por ele.
- Piper? - ouço Percy me chamar, e me obrigo a sentar de novo para olhar para ele.
Mas ele não está sozinho. Jason está parado do seu lado, de braços cruzados, e olheiras profundas.
- Eu vou deixar vocês conversarem. - Percy fala.
Imploro com os olhos para que ele não vá, que não me deixe sozinha para eu estragar tudo pela segunda vez em 24 horas, mas ele apenas me olha intenso e ergue os polegares, me desejando força, saindo em seguida.
Então, somos apenas eu e Jason.
- Ahn... senta. - digo para ele, mas ele apenas balança a cabeça que não. Sua postura está rígida e tensa, e tenho medo de tudo que pode sair da sua boca.
- Diz tudo de novo, agora, sóbria, na minha cara, ou eu saio por aquela porta e não precisa mais falar comigo.
As vezes, no ringue, você pode levar quedas que tiram todo o ar do seu pulmão. É assim que me sinto agora, como se tivesse caído e todo o ar fosse expulso do meu corpo. Mantemos nossos olhares presos, os segundos passando. Jason exala uma determinação que eu reconheço muito em mim mesma, e sei que ele quer dizer cada palavra que disse, não existe margem para interpretação.
Também sei o que isso significa para mim: ou eu escolho me abrir, ignorar o medo, me arriscar de uma forma que jurei antes que nunca faria, ou digo que não tem nada para ser dito, ele vai embora, e é o fim.
Consigo me lembrar vagamente da sensação que senti ontem quando achei que ele estava colocando um ponto final entre nós, mas aqui está ele, deixando a decisão em minhas mãos. Meu corpo todo treme, meu estômago se contorce, e tento puxar algum resquício de ar para os meus pulmões antes de falar.
- Eu sinto sua falta. - digo com a voz baixa. Ele permanece parado, me olhando, e imagino que ele esteja esperando eu dizer tudo, porque só isso não vai bastar. Se eu vou fazer isso, vai ter que ser na totalidade dos meus sentimentos. - Percebi que estava apaixonada e preferi ignorar, tive medo e tentei fazer a escolha que fazia eu me sentir mais segura.
Ele finalmente descruza os braços e demonstra alguma reação, o que para mim parece ser frustração.
- Por que, Piper? Por quê? - ele suplica.
- Porque eu não sei se consigo te dar o que você quer, e tive medo de tentar e não dar certo, acabar te machucando. Era melhor te dar a chance de encontrar tudo que sonha em outra pessoa, eu não era a melhor opção para você.
- Você não acha que caberia a mim decidir? O com quem é mais importante do que aquilo que eu quero.
Um relacionamento não é achar alguém que vai se adequar a tudo que você quer, a outra pessoa tem vontades e sonhos também, por isso as duas pessoas devem alinhar seus caminhos, ceder algumas coisas.
- Eu... não pensei nisso, não queria que você abrisse mão de nada por mim. - murmuro, constrangida, sem conseguir encarar seus olhos. Eu deveria ter conversado com ele antes de deduzir o melhor caminho?
- E para isso, você abriu mão de mim. - ele que lamenta dessa vez.
Percebo ele se afastar dois passos, encarando minha janela e bagunçando os próprios cabelos, antes de se virar e olhar para mim novamente.
- Você é apaixonada por mim? - ele pergunta. Sinto meu rosto corar, mas estamos com as cartas na mesa agora, então faço que sim com a cabeça. - E você quer ficar comigo? - confirmo novamente. - Só comigo? - meu rosto fica mais vermelho ainda, por deixar essa margem de dúvida, mas afirmo que sim, só ele.
Ele começa a andar, e para mim o movimento parece em câmera lenta, até ele se ajoelhar na minha frente.
Sua expressão parece tensa, e resisto ao impulso de levar a minha mão ao seu rosto esculpido e desfazer essa ruga de preocupação no meio de suas sobrancelhas, então tento fazer isso dizendo o que sinto.
- O que eu percebi era que valia a pena me arriscar por você, porque o medo de ter estragado tudo era maior que meu medo de tentar. Então se você achar que pode dar uma chance para nós, para mim, eu estou... aqui.
Poderia ter passado um ano enquanto ele me encara, pensativo, tentando se decidir, ou talvez buscando palavras para me dizer que é tarde demais, mas na verdade foram no máximo uns dez segundos antes dele levar uma mão até minha nuca e me puxar para si, juntando sua boca na minha.
Suspiro quando ele aprofunda o beijo, e levo minhas mãos aos seus fios loiros, me derretendo na saudade que senti. É a primeira vez que beijo alguém tendo absoluta certeza que estou apaixonada, e é tão superior a tudo, que posso garantir que vou me esforçar todos os dias para ser merecedora de seus beijos, para que eu nunca o machuque, que possa retribuir essa explosão que ele causa dentro de mim.
Quando ele me pega no colo, me levando para a cama e fazendo amor comigo como se tivesse sentido tanto minha falta quando eu senti dele, acho que no fundo ele experimenta a mesma explosão que eu. Dessa vez, não apenas o meu corpo pula da borda do precipício que ele me leva. Agora, meu coração pula junto.
📲 Piper
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Continua no proximoooo!!