𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃𝐒 𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐃𝐄...

By sereiaxx-

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Alexandrine Mantovani era uma médica brasileira refugiada no Kansas. A Terra estava poluída, e somente os ri... More

▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙸𝙽𝚃𝚁𝙾𝙳𝚄𝙲̧𝙰̃𝙾
▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙲𝙰𝚂𝚃
▄▄▄▄ ׂׂૢ༘ ۵ 𝙿𝙻𝙰𝚈𝙻𝙸𝚂𝚃
[OO1] ▬ Pilotar, Dirigir... (Piloto)
[OO3] ▬ Operação Noturna Não Permitida
[OO4] ▬ Air Pandora
[OO5] ▬ 3 Meses Se Passam Muito Depressa
[OO6] ▬ O Passado de Alexandrine
[OO7] ▬ A Destruição da Árvore Lar
[OO8] ▬ Orações A Eywa (Toruk Makto)
[OO9] ▬ O Parto de Alexandrine
[O1O] ▬ Eywa Escutou Você!
ཻུ۪۪⸙͎ ▬ 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗡𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 ▋INTRODUÇÃO
⸙͎ ▬ 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗡𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 ▋CAST
⸙͎۪۫ ⊰ OO1 ➤ | Pandora
⸙͎۪۫ ⊰ OO2➤ | O Tempo Não Para
⸙͎۪۫ ⊰ OO3➤ | Spider
⸙͎۪۫ ⊰ OO3➤ | Antes do Eclipse
⸙͎۪۫ ⊰ OO4➤ | Coração com Eywa
⸙͎۪۫ ⊰ OO5➤| Metkayina
⸙͎۪۫ ⊰ OO6➤| Pérola
⸙͎۪۫ ⊰ OO7 ➤| Casca de Alna
⸙͎۪۫ ⊰ OO8 ➤| Senhor Payakan
⸙͎۪۫ ⊰ OO9 ➤| Vendaval Quaritch
⸙͎۪۫ ⊰ O1O ➤| Árvore dos Espíritos
⸙͎۪۫ ⊰ O11 ➤| Ale'xi te Manto Mari'ite

[OO2] ▬ Um Sonho Consciente

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By sereiaxx-


A minha história na Terra havia se encerrado, mas a minha em Pandora, havia começado.

Hoje eu piloto qualquer aeronave que me mandarem, me tornei Capitã, na verdade, aposentei esse título.

Amava pilotar,  mas na verdade meu lugar não era como pilota e sim, na mesa da Doutora Grace, como uma cientista estudando o planeta Pandora. E... médica de avatares.

Durante esses quatro anos que estou em Pandora, eu me arrependo de somente uma cagada que realizei.

Andando pelos corredores, com a pior das expressões possíveis, Alexandrine caminhava com os punhos fechados.

── Ô, não sabia que as gravidinhas aqui tem licença maternindade? ── Wainfleet, um dos soldados carecas curtiu com a cara de Alex.

── Já passou seu shampoo antiqueda hoje? ── perguntou a brasileira.

O soldado que estava do lado de Wainfleet cuspiu toda a água que estava bebendo.

── Aí, soube que vão chegar novos recrutas. ── Grace disse a Alexa quando a viu adentrar no laboratório. ── Não liga para ele.

── É claro que não. ── Alex olhou seu tablet. ── Jake Sully irá substuituir Tommy, e bom, o Norm Spellman.

── Está bem, assim que chegar quero que se conecte a sua avatar e vamos colher algumas amostras. ── a doutora bateu de leve no ombro dela. ── Cuidado, tem uma criança aí.

Alex sorriu o fraco, e retirou-se do laboratório.

Ela parou em uma distância considerável observando a aeronave abrir e os soldados serem liberados, seus olhos procuravam atentamente uma pessoa, em especial.

── Tá procurando alguém aí? ── Wainfleet questionou. ── Um ex-namoradinho da Terra?

── Por que? Vai correndo contar pro Coronel que nem um cachorrinho? ── questionou tranquilamente sem olhar na cara do outro, puxou uma fruta que estava no galho de pequena árvore. ── Pensa rápido, soldado!

Wainfleet só viu a fruta bater contra a máscara de oxigênio manchando um pouco o seu campo de visão e cair no chão. O amigo que estava ao seu lado deu risada.

──  Ah, qual é, Alex! ──  ele bradou.

──  Sério? Se fosse um animal, tinha te matado, e olha que eu te avisei. ──  gargalhou cruzando os braços.

Ele não respondeu, limpou a máscara de oxigênio que cobria seu rosto.

──  Olha só que maravilha hein! Carne nova no pedaço, wuow! ──  Wainfleet observava os soldados adentrarem em fileira.

Alexandrine sorriu ao ver uma companhia de anos atrás empurrando sua cadeira de rodas.

──  Olha só aquele cara, de carrinho de corrida. ──  disse um dos soldados avistando Sully.

──  Que isso meu irmão, o pessoal aqui tá sem noção. ──  comentou Wainfleet.

──  Aí! ──  ela apontou o dedo para o oficial. ──  Não fala dele não, hein.

Os soldados não entenderam.

──  Jake! ──  chamou em voz alta a cientista.

Os dois soldados do lado dela a encararam enquanto a mesma andava atravessando na frente das máquinas.

O Sully olhou imediatamente procurando a voz da qual o chamava, semicerrou os olhos tentando enxergar melhor a pessoa.

──  Alex? ──  perguntou surpreso.

Wainfleet e o soldado que estava ao lado dele se entreolharam.

──  Cara, o Coronel não vai gostar nada disso. ──  comentou Wainfleet.

A Mantovani estava realmente feliz de ver Jake.

──  Capitã, Doutora, o que você achar melhor. ──  ela riu ao vê-lo. ──  É ótimo te ver.

Jake ficou surpreso ainda mais ao olhar para a barriga da médica, e olhou para o rosto dela coberto pela máscara de oxigênio.

──  Está surpreso por eu não ter retocado o loiro do meu cabelo, ou da bola de basquete presente no meu corpo? Enfim... ──  deu de ombros. ──  Vem, vou te levar até o auditório. Todos quando chegam a Pandora, precisam passar como se fosse uma integração, está mais para um plano de guerra, para eles é como uma guerra, mas eu, em particular, acho uma imbecilidade.

O soldado empurrava a cadeira de rodas olhando ao redor ainda surpreso, um pouco assustado.

──  Sinto muito pelo Tommy, Jake. ──  deu suas condolências. ──  Alguns fizeram treinamento Avatar com ele.

──  Você está fazendo aqui, o que exatamente? ──  perguntou Sully. ──  Não tinha se alistado pra ser pilota?

──  É, você não tá errado não. ──  coçou um pouco a cabeça. ──  Na verdade a vida de pilota, tem seus literalmentes altos e baixos. E é quase sempre a mesma coisa, então, eu queria fazer algo do qual eu sou apaixonada de verdade... cuidado aí! ──  gritou com um soldado sem noção que quase havia derrubado Jake da cadeira.

O Sully continuava surpreso com o local.

──  Então... eu entrei pro mesmo programa do Tommy, muitos anos antes dele na verdade, o Programa Avatar, com a Doutora Grace, vai gostar dela. ──  falava enquanto andava. ──  Foi a melhor escolha da minha vida, depois de tanto erros cometidos.

A brasileira apontou para o auditório onde todos os soldados já estavam lá, escutando as palavras do Coronel.

──  Você está exatamente, dois minutos atrasado, mas não perdeu nada de importante. Depois que terminar aqui, eu estou aguardando no laboratório, quero te apresentar a algumas pessoas. ──  piscou bagunçando o cabelo dele.

Jake riu sem graça.

Quaritch observou Sully adentrar empurrando a cadeira de rodas, e encarou sem piscar a Mantovani que devolveu o olhar. A brasileira então, se retirou do auditório.

Quando eu cheguei a Pandora, eu era exatamente como o Jake, só que sem a cadeira de rodas e bem... mais ingênua, por assim dizer.❞

──  Quem diria, Soldada Mantovani, você conseguiu realmente passar. ──  escutou a voz do Coronel  atrás dela enquanto a mesma observava a aeronave gravada com seu nome MANTOVANI, A.

──  Senhor. ──  bateu continência.  ──  É, eu estudei muito pra chegar até aqui.

──  Soube que foi uma das melhores na prova de aviação, pilotou todas as aeronaves. ──  olhou de cima a baixo para ela.

──  Eu não achei que iria me identificar nessa parte. ──  gargalhou de leve.

❝Quaritch não era a melhor pessoa daquele lugar, e eu sabia disso, mas eu ainda acreditava na bondade das pessoas.❞

──  Você se interessa em fazer parte do Programa Avatar? ──  o Coronel a questionou.

──  Ah, eu, acho interessante e sou apaixonada pela ciência e o cuidar, então, seria uma honra para mim. ──  sorriu imaginando a ideia de ter a sua própria avatar.

──  Eu imaginei, sempre quando passo pelos corredores, te vejo lendo livros da Doutora Augustine, observando as experiências e até aprendendo com ela. ──  conversou apoiando o seu braço na nave.

──  Não sabia que prestava atenção em mim. ──  arregalou levemente os olhos.

──  Eu presto atenção nos mais meros e mínimos detalhes possíveis.

Mantovani olhou fixamente nos olhos claros do Coronel.

──  Com licença, desculpe... ei, você é Jake, não é? ──  escutou uma voz.

──  Sou. ──  respondeu o ex-fuzileiro.

──  Sou Norm Spellman, conheci seu irmão, fiz treinamento avatar com ele. ──  se apresentou o cientista.  ──  Pelo visto você já conheceu a Doutora Mantovani, nossa! Ela foi te receber na porta da aeronave!

──  O que tem a Doutora Mantovani? ──  Sully franziu o cenho.

Norm era estudioso, apaixonado pela ciência, contudo, tinha duas lendas da ciência trabalhando juntas no mesmo laboratório, praticamente levou como uma ofensa a pergunta indiscreta do ex-fuzileiro.

──  Não conhece a Doutora Mantovani? Ela é praticamente a médica dos avatares, com anos luz de experiência em Medicina Na’vi, descobriu a cura de uma doença que atingiu os Na’vi e ninguém sabia da onde vinha, essa mulher é a lenda em avanços de pesquisa e... ──  alguém interrompeu ele.

──  Jake! ──  Alex chamou o soldado. ──  E aí, como foi a primeira impressão?

──  Esquisito, mas nada que me assuste. ──  respondeu olhando diretamente para a sua ex-mulher vestida de jaleco, estava dobrado até os cotovelos, e aberto.──  Você troca de roupa a todo tempo?

──  Não, só quando eu tenho vontade. ──  gargalhou e olhou para Spellman que a aguardava o cumprimento. ──  Olá, você deve ser o Norm! Sou a Alex.

──  Ah, sim, é uma honra conhecê-la. ──  ele apertou a mão dela e olhou em direção a barriga, tentando disfarçar, mas era impossível.

──  Que isso, imagine, menino. Vamos pessoal, temos muita coisa nova para aprendermos. ──  caminhou animada.

Sully e Spellman se entreolharam.

Alexa claramente demonstrava estar muito a vontade em seu laboratório, como uma casa cheia de amigos, sabia cada espaço do local de olhos fechados, era seu ponto de conforto e um lugar para esquecer tantos problemas.

──  Já devem ter recepcionado zilhões de vezes vocês. Mas nenhuma, será igual a essa. ──  girou o seu dedo e seu corpo apontando para o local. ──  Vocês estão no melhor lugar de todos, depois das Montanhas Aleluia é claro. Sejam bem-vindos, ao melhor laboratório que existe.

Jake empurrava sua cadeira enquanto seus olhos passevam pelo local, se perguntava: como Alexa evoluiu tanto daquela forma?

──  Aqui ficam as cabines onde vocês irão controlar seus avatares, acharam que eram cabines de tomografia? Acredite, se você tem claustrofobia, não irá dar certo por mais que você tente. ──  abriu uma bala de morango que estava em um potinho repleto delas. ──  Querem bala?

──  Não... ──  negaram.

──  Fiquem a vontade, se sintam em casa. ──  mastigou jogando o plástico no lixo. ──  Venham, vou mostrar seus avatares, acreditem, eles estão maiores do que imaginam.

A brasileira adentrou em uma área específica onde os seus avatares estavam sendo conservados e dormiam em suas cabines.

──  Esse aqui é o Max, nosso Einstein. ──  apontou para um dos cientistas que apertou a mão dos dois.

──  Bom ter vocês aqui. ──  recepcionou Max.  ──  Bem vindos a Pandora.

──  Caramba! Como eles cresceram. ──  Jake estava surpreso com o tamanho dos avatares.

──  É, amadureceram no vôo para cá. Os simuladores sensoriais parecem estar funcionando bem. ──  apontou Norm.

──  E estão. ──  confirmou a brasileira.

Jake empurrou a cadeira de rodas para mais perto de seu avatar, escutava o coração bravo e forte dele bater.

──  Ele sente o seu espírito, a sua carne, e o seu coração quando você está perto. É essa conexão que vai além da ciência. ──  a cientista colocou as mãos para trás olhando diretamente para o Sully.

──  Parece com ele.

──  Não, parece com você. ──  Norm disse. ──  É seu avatar agora, Jake.

──  Isso aqui está certo? ──  perguntou Jake após documentar o que estava acontecendo e um pouco da sua experiência. ──  Eu falo o que eu quero?

──  É como um diário, você fica menos louco e pode até ser um escritor de sucesso na Terra, ter seu próprio documentário. ──  a brasileira que estava encostada na bancada terminando de comer uma maçã respondeu enquanto balançava a perna ansiosa.

──  Precisamos criar o hábito de documentar tudo. ──  Norm explicou.

──  Vou tentar... então, esse sou eu. Virei cientista. ──  soltou um riso.

──  Atenção, Doutora Augustine saindo da conexão. ──  escutou alguém falar.

──  Ah... ──  disse exausta Grace. ──  Quem foi que pegou meu cigarro? Gente! O que há de errado aqui?

Jake encerrou seu vídeo diário, e observou Mantovani arregalar os olhos, jogando a maçã já no fim, no lixo.

──  Aqui. ──  chamou estalando os dedos, caminhando. ──  Agora vocês vão conhecer a lenda, a doutora mais humanista, especialista, que como o próprio Max diz...

──  Ela gosta mais de planta do que de gente. ──  Max disse e Alexa gargalhou.

Os quatro andavam em direção para apresentar a Doutora Grace.

──  É, mas não adianta ser tão cientista com um vício tão estúpido. ──  a cientista colocou as mãos dentro do bolso do jaleco. ──  E aí, meu amor, se perdeu no meio do caminho pra cá?

──  Meu vício me impede de fazer besteira, pelo menos. ──  Grace respondeu séria. ──  Ah, Doutora Brasil, você vai fazer falta se ousar sair do meu departamento.

──  Grace, quero te apresentar Doutor Norm Spellman e Jake Sully. ──  Max apresentou os dois.

──  Norm, ouvi falar bem de você. ──  Grace retirou os óculos. ──  Como está seu Na’Vi?

Grace e Norm começaram a falar em Na’Vi.

──  Awvea ultxari ohengeyä, Nawma As’nok lrrtok siveiyi... (Que a Grande Mãe sorria em nosso primeiro encontro). ──  Norm saudou Grace.

──  Tsun tivam. Aylì’u ngian nì’it skepek lu. (Nada mal, mas você ainda soa um pouco formal demais, no entanto). ──  Grace respondeu.

──   Zìsìt amrr ftolia ohe, slä zene fko nivume nìtxan. (Estudei por cinco anos, ainda há muito a aprender). ──  completou Norm rindo sem graça.

──  Grace, esse é o Jake Sully. ──  Alexa colocou as mãos nos ombros do ex-fuzileiro.

──  Como vai? ──  ele estendeu a mão.

──  Tá, tá, eu sei quem é você. Não preciso de você, cadê o seu irmão? Conhece? O PhD que treinou 3 anos para essa missão?

──  Ele está morto. Eu sei que é um incoveniente para todo mundo. ──  Jake respondeu firme.

──  Qual é a sua experiência em laboratório? ──  Grace questionou.

──  Dissequei um sapo no colégio. ──  respondeu sincero mas com um leve tom de sarcasmo.

Alexa sorriu lateral disfarçando.

──  Tá vendo? Ele estão cuspindo na gente sem nem ter a decência de cuspir e chamar de chuva. ──  reclamou saindo. ──  Vou falar com o Selfridge.

Max até tentou impedir, mas Grace saiu reclamando.

──  Disse que eu gostaria dela. ──  Jake rebateu Alexa.

──  Não se preocupe, a Grace é durona, no final ela vai acabar gostando de você tanto quanto eu gosto. ──  piscou. ──  Só peço pontualidade, amanhã, seis hein.


──  E aí? Ficou conectado por quanto tempo? ──  Grace questionou a Norm enquanto adentravam no laboratório.

──  Umas quinhentas e vinte horas. ──  respondeu ele.

──  Muito bom. ──  Grace elogiou.

──  Norm, aqui. ──  Alexa pediu retirando o jaleco, e o dobrando. ──  Pode deitar.

──  E você, ficou conectado quantas horas? ──  Augustine perguntou a Jake.

──  Nenhuma. ──  observava curioso como uma criança. ──  Mas eu li todo o manual.

Alex e Grace se olharam.

──  Sério que você foi casada com ele? ──  a doutora questionou a médica.

──  O que? ──  Norm disse surpreso enquanto estava deitado na cabine.

──  Finge que não ouviu essa parte, por favor. ──  Alexandrine fechou os olhos sussurrando.

──  Isso é legal. ──  Jake parecia uma criança descobrindo um brinquedo novo.

──  Aí do nada você pensou em vir pra cá? O ambiente mais hostil do universo, sem o mínimo de treino, pra ver no que dá. ──  digitou algumas coisas na dela. ──  O que você tem na cabeça?

──  Me cansei dos médicos dizendo que sou incapaz.

Mantovani manteve um olhar orgulhoso enquanto ativava as configurações nos aparelhos de Norm.

──  Okay, sem rodeios, cabeça abaixada, mente limpa, bexiga vazia e concentre-se no espírito do seu avatar. ──  explicou a brasileira a Spellman. ──  Você sentirá um pequeno desconforto só no começo, e depois, só sucesso.

──  Tá, legal. ──  Norm olhou em direção a ela.

A brasileira fechou a cabine do cientista, depois, caminhou em direção a Jake. Observando a Doutora Augustine conversar com ele, Alex pegou uma enorme seringa prateada e retirou a proteção da agulha.

──  Pra que isso? ──  perguntou assustado.

──  Isso não é pra você, é pra mim. ──  fechou a mão direita com força, mordeu o lábio e afundou a agulha em seu braço injetando toda a medicação que estava no objeto.

──  Ela precisa usar, toda vez se conectar ao avatar, especificamente, toda vez que ela entrar nessa cabine. Para a radiação não atingir o bebê. ──  explicou Grace. ──  Saberia se tivesse estudado.

──  Faz o seguinte Doutora vai pra... ──  Grace fechou a cabine antes que Jake terminasse sua declaração de amor.

──  Estou entrando na dois. ──  avisou Alex.

A cientista deitou na sua cabine, Grace configurou para ela.

Fechou seus olhos, buscando o encontro de sua alma com a de sua avatar.

Passando pelo olho de Eywa, ela abriu seus olhos, sua avatar estava deitada na cama dos acampamentos.

──  Eu acho que seu ex-marido já está dando trabalho. ──  o avatar da Grace olhou diretamente para o avatar de Alexa.

Alexa se levantou apoiando seus pés no chão, e caminhou para fora do acampamento.

A avatar olhou para Sully, de pé, com seu corpo coberto pelo pijama cirúrgico, afundando seus pés na terra sentindo o prazer de estar andando, o sorriso mostrando suas presas, a pele azul listrada, os olhos claros que a fitaram totalmente surpresos.

──  Aí ex-marido! ──  Jake escutou uma voz a chamar.

A avatar revelava a cintura absurdamente fina, modelada, seus traços perfeitos marcados, seu olhar angelical repleto de ternura, os lábios delineados, a pele azul, uma camiseta branca com um casaco de aviadora, botinas claras e um short.

──  Alexa, é você? ──  o Sully perguntou surpreso ao ver a avatar.

──  Nada, é o clone dela. ──  respondeu brincando.

──  Aí milico, pensa rápido. ──  Grace puxou uma fruta e jogou em direção ao avatar que rapidamente apalpou no ar. ──  Boa coordenação motora.

Jake mordiscou a fruta que soltou o suco que continha dentro. Sully riu.

Admirada pela atitude do outro, ela gargalhou junto com Grace.


──  E é goool, do Brasil! ──   Alexandrine levantou os braços para cima gargalhando.

Ela, Jake, Grace, Norm e outros avatares estavam jogando futebol por um tempo.

──   Isso não vale, você tem sorte de ter nascido no país do futebol. ──   reclamou Grace ofegante. ──   A gente deveria jogar cartas, aí eu queria ver.

──   Não me humilhe, Doutora. ──   Alexa colocou a bola no chão a frente de seu pé. ──   Aí Jake, vou te falar, um dos meus passatempos favoritos é irritar militar.

Um militar que passava com seu AMP, recebeu uma bolada  em cheio que quase o derrubou da armadura, cambaleando, Wainfleet se virou.

──  Ô Doutora Azulona! Ficou maluca? ──   gritou o careca pegando a bola.

──   Foi mal! ──   gritou de volta. ──  Joga aí!

Grace cruzou os braços gargalhando. Sully observou e deu uma risadinha sacana. Norm arregalou os olhos um tanto assustado.

Wainfleet amassou a bola nas mãos da armadura.

──  Ah, poxa vida! ──   disse indignada.

──   Vem buscar! ──   gritou de volta, e continuou andando.

──   Olha, eu não posso te defender diante disso hein... ──   Grace andou na frente enquanto os outros avatares iam saíndo do campo. ──   Seguinte pessoal, acabou nossa Copa de Pandora, só daqui a quatro anos.

Anoiteceu em Pandora.

──  A primeira vez que me conectei a minha avatar, eu saía batendo meu rabo em todos, quando não queria usar a mão usava o rabo. ──  Alexa contou sentada na escadinha do acampamento ao lado de Jake.

Ambos olhavam o eclipse de Pandora.

──  Isso é incrível. ──  Jake olhava para todos os detalhes do próprio corpo.

──  E a melhor parte disso é que você pode andar, não é? ──  olhou contente para ele.

──  Parece um sonho longo e cansativo, mas aqueles que você implora para que não precise acordar logo. ──  comentou rindo. ──  Eu não quero acordar, Alexa.

──  Amanhã vamos explorar mais Pandora, e você irá se apaixonar tanto quanto eu. Até mais que eu. ──  bateu no ombro dele. ──  Mas não mais que a Grace, ela prefere...

──  As plantas do que gente. ──  Sully e Mantovani falaram juntos.

──  É isso mesmo, agora é hora de dormir. ──  Grace chamou os dois. ──  Amanhã vamos dar uma volta. Você não quer explorar o planeta com seu novo corpo?

──  É claro que sim. ──  levantou-se animado.

──  Então tem que estar bem descansado. Avatares dormem também, sabia? ──   conversou a Doutora Augustine. 

Adentraram no acampamento, Grace indicou a cama de Jake que assentou-se e percebeu algo que fazia parte de seu corpo, membranas que se mexiam na atmosfera como se buscasse uma conexão.

──  Coisa esquisita. ──  comentou Jake.

──  Não chega perto de mim com isso aí não, se nos conectarmos e formos obrigados a viver juntos nessa vida também, eu juro que te jogo na floresta e deixo algum clã te matar. ──  Alexa disse caminhando em direção a sua cama que era a do lado de Jake.

──  O que é exatamente isso? ──  perguntou olhando curioso.

──  É uma forma de conexão com a natureza dos Na'vi. ──  explicou se deitando. ──  Pode se conectar com plantas, animais...

──  Estranho. ──  ele comentou. ──  Como sabe disso?

Alex soltou um riso nasal.

──  Eu sei de coisas que você não faz ideia. ──  virou para o lado fechando os olhos.

──  Apagando a luz. ──  Grace avisou. ──  Boa noite e até mais tarde gente.

Jake colocou a trança por cima de seu corpo, ainda pensativo.


──  E aí, como foi a primeira experiência avatar? ──  Alexa perguntou.

Todos estavam no refeitório comendo.

──  Incrível. ──  Jake respondeu de boca cheia e olhou para a barriga dela. ──  Ainda bem que não tenho que me furar toda vez igual a você.

Alex desfez o sorriso pensativa, mas ainda com um curto em seus lábios.

──  Me desculpa Alex eu...

──  Está tudo bem. Eu entendi o que você quis dizer. ──  ela negou com a cabeça. ──  Mas vai me dar seu pudim.

──  A vontade. ──  engoliu a comida. ──  Quantos meses você está?

──  Seis. ──  ela deu uma garfada na cenoura e levou a sua boca.

Sully assentiu sutilmente sua cabeça.

──  Quer me contar como foi que isso aconteceu?

Os que estavam na mesa nem prestavam a atenção na conversa entre os dois, conversavam sobre outros assuntos, no entanto, Grace prestava atenção em tudo, inclusive na pergunta de Sully.

──  Jake, você se lembra o que fizemos depois do nosso casamento? ──  encarou-o profundamente. ──  Foi desse mesmo jeito, só que com outra pessoa.

──  Não, eu sei! Mas... você sabe do que estou falando. ──  olhou para ela, Alex desviou o olhar. ──  Alex, você sabe que pode confiar em mim.

A Doutora respirou fundo, um tanto incomodada.

──  Jake. Acredite, não vai querer conhecer o pai. ──  apoiou uma mão na própria coxa. ──  Eu queria não tê-lo conhecido.

──  Quem sabe eu possa dar uma surra nele? ──  Sully deu de ombros. ──  Sabe que não é só porque estou nessa cadeira de rodas que eu não possa arrebentar alguém.

Grace olhou de canto para o ex-fuzileiro, depois olhou para Alexa.

──  Tá bem... o pai é... Trudy! ──  avistou a pilota andando em direção a mesa deles.

──  O que? Trudy? ──  Jake franziu o cenho.

──  Fala aí meu chuchu, quanto tempo. Depois que se tornou Doutora esquece de falar com meros mortais, tá se achando só porque ficou azul, né? ──  Trudy abraçou Alexa de lado e deu um beijo na testa dela.

──  Jake, conheça Trudy, Trudy esse é o Jake, meu ex-marido. ──  apontou.

──  Muito prazer. ──  Jake cumprimentou a pilota.

──  Prazer é meu, acho que você deveria ter continuado casada hein. ──  Trudy olhou para a amiga. ──  Jake Sully?

──  Isso. ──  confirmou.

──  O Coronel quer falar com você. ──  Trudy o chamou.

Alex franziu o cenho.

──  Não é sobre o que você está pensando, pode ficar tranquila. Palavras dele. ──  tentou acalmá-la.

Jake não entendeu o ar de conversa indireta em sua frente.

──  Está bem, vamos. ──  Sully seguiu Trudy empurrando sua cadeira de rodas.

Grace fixou seu olhar para a brasileira que coçou a cabeça pensativa, e então passou a mão sobre a barriga redonda.

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