Rose passou o dia inteiro enjoada por causa do dente que está nascendo, só queria ficar no colo, meus braços já não estão mais aguentando.
Hoje é dia 16 de dezembro, dia da formatura da faculdade. Dylan está simplesmente um espetáculo com um terno todo preto.
- Usei um shampoo ante queda e continuo caindo por você. - ele gargalha.
- Essa foi péssima, puta que pariu, Emily. - rimos.
- Espera. - pego meu celular, finjo digitar algum número e coloco no ouvido.
- Está ligando pra quem? - pergunta desentendido.
- Estou ligando pro museu.
- Por quê?
- Para avisar que tem uma obra de arte aqui no meu quarto. - rimos.
- Amor, suas cantadas são péssimas. - diz ainda rindo e eu lhe acompanho. - Mas eu te amo mesmo assim. - ele me dá um selinho.
- Isso é inveja da sua parte. - rio. - Também te amo, mesmo você sendo invejoso.
- Com certeza isso é inveja. - pergunta rindo e eu afirmo com a cabeça. - Você realmente tem certeza de que não quer ir comigo? - afirmo com a cabeça novamente.
- Vou ficar a cerimônia inteira sem falar nada com ninguém.
- É só você fazer amizade falando de mim. "Olha como meu noivo é lindo". - rimos.
- Sério isso? - ele afirma com a cabeça ainda rindo. - Deixa para a próxima, eu já avisei a Anne que você vai nos deixar lá.
- Deixa cabeção pra lá, ela já te vê muito. - rio.
- Dylan, você vive comigo!
- É... mas eu preciso de mais tempo.
- Ih, larga do meu pé. - rimos.
- Nossa... você é um monstro. Vamos, filha, sua madrinha maluca está te esperando. - ele pega Rose da cama e eu fico rindo.
- Amor da minha vida. - fico "cantando". - Vem aqui. - lhe abraço por trás.
- Sai, você está passando muito tempo comigo, preciso respirar. - rio.
- Te amo, tá bom?
- Ok, qualquer coisa eu te aviso.
- Dramático, por isso que Rose é assim, teve a quem puxar.
- Na verdade ela não teve escapatória né. - rio.
- Eu não sou dramática. - ele me olha na mesma hora. - Tá bom, talvez um pouco. - ele levanta uma das sobrancelhas e eu rio. - Eu não vou dizer mais nada.
- Eu é que não digo. - diz rindo.
*****
Depois que ele nos deixou na casa da Anne, o mesmo foi para a formatura.
- Oi meu neném. - Anne diz se referindo a Rose. A mesma está deitada no meu ombro e nem se deu ao trabalho de olhar.
- Hoje ela está super enjoada, está com o dente nascendo.
- Meu Deus, passou muito rápido. Essa fase é horrível. - afirmo com a cabeça.
- Como estão os preparativos para o aniversário da Angel? - pergunto me sentando no sofá.
- Está sendo uma correria, mas agora falta pouca coisa. Semana que vem já vou começar a enviar os convites. Já começou a ver o da Rose?
- Não, nós não iremos fazer festa. - ela me olha na mesma hora.
- Por que não? Tem que ter festa!
- Porque eu e Dylan achamos doideira gastar esse dinheiro todo e a criança não se lembrar de nada.
- Eu vou dar uma festa pra ela de presente.
- Anne, nem começa, sério.
- Vai recusar meu presente? - afirmo com a cabeça.
- Sim! Você tem que parar de querer as coisas do seu jeito. - ela cruza os braços.
- Não sei porquê.
- Por que é insuportável! É sério, eu te amo pra caralho, mas isso me irrita de uma forma que eu nem sei te dizer.
- Mas eu só quero que minha afilhada tenha uma festa de aniversário.
- Lembre-se que antes dela ser sua afilhada, ela é minha filha. Iremos fazer alguma coisa só para não passar em branco. - ela revira os olhos.
- Tá.
- Oi Milly. - Nick aparece na sala, seguindo Angel enquanto ela engatinha pela casa. - Como você está?
- Estou bem, e o senhorito?
- Cansado de andar pra lá e pra cá. - rio. - Ali sua prima, filha, vamos sossegar um pouco. - Nick coloca Angel no sofá e se senta. - Por que você está com essa cara de bunda? - pergunta se referindo a Anne.
- Não estou com cara de bunda, estou normal.
- Não está não. - Nick diz.
- Ela está assim porque quer me obrigar a deixá-la fazer festa de um ano pra Rose. - digo e ele ri balançando a cabeça negativamente.
- Eu já falei pra ela parar de querer se meter nas coisas, mas ela não me escuta. - Nick diz.
- Eu não estou me metendo em nada, Emily que quer se meter no presente que eu vou dar pra minha afilhada. - reviro os olhos.
- Anne, você me cansa. - ela dá de ombros. - Gente, e aquela viagem que ganhando lá no acampamento?
- O que tem? - Nick pergunta.
- Quando vocês vão? - pergunto.
- Como assim "vocês"? A pergunta certa seria "quando nós iremos?". - Anne diz.
- Eu estava pensando em falar com Dylan para vendermos as nossas. Estamos prestes a nos casar, não temos como ficar gastando dinheiro com viajem agora, e nem tão cedo.
- Mas eles que vão arcar com tudo. - Anne diz.
- É... mas teremos que gastar com comida, e com certeza vou querer ficar comprando as coisas por lá.
- Isso é o de menos, são só duas noites, vocês não vão comer tanto em duas noites. - Nick diz e Anne ri.
- Você está duvidando da Emily mesmo? - ela diz e eu lhe olho.
- Vai se ferrar, Anne. - digo rindo. - Mas é sério, gente, o dinheiro que temos vai ser pro nosso casamento. Ok que não vai ser nada grande, mas mesmo assim gasta. E as meninas também são muito pequenas para voos tão longos assim.
- Isso é verdade. - Anne diz.
- Podemos vender essas passagens e comprarmos outras para um lugar mais perto e mais em conta. - Nick diz.
- Ou... podemos vender e esperar as meninas crescerem mais um pouco, elas não vão aproveitar nada.
- Você já está se tornando aquelas velhas estraga prazeres. - Anne diz e Nick ri.
- Velha é o teu rabo. - digo.
- Eu me recuso a ficar aqui em casa final de ano. - Anne diz. - Iremos para a minha casa de praia então.
- Você já contou pra ela, amor? - Nick pergunta se referindo a Anne e eu fico sem entender.
- O quê? - pergunto.
- Vamos vender a casa de praia e comprar outra maior, mas ainda não sabemos se vamos comprar no mesmo lugar, ou em outro, ainda estamos vendo isso.
- Sério? Que legal! - digo animada. - Então final de ano vai ser a nossa última comemoração lá?
- Provavelmente. - Anne diz.
- E o natal? - pergunto. - Vamos fazer onde?
- Pode ser aqui. - Nick diz. - Meus pais sempre vem pra cá mesmo.
- Se tiver tudo bem trazer minha mãe, por mim ok. - digo.
- Óbvio que você pode trazê-la. - Anne diz.
- Então está combinado. Temos que ver quem irá trazer o que e quem irá levar o que pro final de ano, e ver quem vai conosco. - digo.
- Vou enviar no nosso grupo. Coloca Patrick lá. - Anne diz. - Eu não tenho o número dele.
- Daqui a pouco eu coloco. Meus braços não estão mais aguentando. - digo e Anne ri.
- Será que ela vai com Nick? Vai que ela pensa que ele é Dylan. - Anne diz.
- Todos sabem que eu sou mais bonito. - Nick diz e nós rimos. - Você quer vir com o dindo, minha linda? - ele tenta pega-la do meu colo, mas a mesma ameaça a chorar. - Pelo visto ela não quer. Emily, acho que ela está quente.
- Deve estar dando febre de novo. - digo e em seguida coloco a mão no rostinho dela.
- Você trouxe termômetro ou eu vou ter que subir para pegar? - Anne pergunta.
- Nem sei, mas acho que trouxe, vê aí na parte da frente da bolsa.
Verificamos a temperatura dela e estava febril. Dei o remédio que a pediatra passou e fiquei esperando para ver se a febre abaixava.
*******
Quando a febre cedeu, Rose pegou no sono, aproveitei para descansar meus braços. O pessoal no grupo se animou e disseram que irão passar o final do ano conosco.
Dylan chegou aqui era 22:47hrs. Pensei que ele fosse demorar mais.
- Já? - pergunto.
- Queria ter voltado bem antes, mas pediram pra eu ficar mais um tempinho. - ele diz. - Ei, você está muito grande, já pode parar de crescer um pouco, né minha linda? - ele se abaixa ficando de frente pra Angel e em seguida lhe pega no colo.
- Dylan, já planejamos o nosso final de ano. - Anne diz. - E você não está convidado.
- Óbvio, eu não preciso de convite, eu tenho passe livre.
- Esses dois não cansa nunca de implicar um com o outro. - Nick diz e eu concordo.
- Cabeção que sempre começa, ela me ama. - Dylan diz.
- Quem te iludiu? Só não corto o freio do carro de novo porque hoje você não vai pra casa sozinho. - diz rindo.
- Que horror, seu monstro. - Dylan diz. - Vou gravar essas coisas e te processar.
- Vai nada.
- Vou sim, ainda vou falar que você bate no seu marido. Totalmente descontrolada. - rimos.
- Vai se ferrar, seu ruivo de farmácia.
- Cadê Rose? - ele pergunta.
- Está lá em cima dormindo. Ela estava com febre, dei remédio e depois ela dormiu.
- A febre passou? - afirmo com a cabeça. - Amém. E aí? O que temos para o final do ano?
- Natal vai ser o de sempre, aqui em casa. - Nick diz. - Ano novo...
- Iremos te esquecer no ano velho. - Anne diz e nós rimos.
- Eu falo que ela me ama e ninguém acredita. Cuidado que ela quer te trocar por mim. - Dylan diz se referindo a Nick.
- DEUS ME LIVRE. - Anne grita e eu gargalho. - A partir de agora eu vou até ficar quieta. - rimos.
- Enfim... no ano novo iremos com o pessoal para a casa de praia da Anne. - digo.
- Ah, já vou logo avisando que não vou dormir em quarto separado. - Dylan diz já reclamando.
- Dessa vez temos que ver o que irmos fazer, tem Angel e Rose. - Nick diz.
- A gente pode ficar nos quartos e o pessoal pode dormir na sala. - Anne diz.
- Será que vai caber todo mundo na sala? São 6 pessoas. - pergunto.
- Óbvio que vai! A sala é gigante, e o sofá vira cama, da pra dormir umas 4 pessoas. - Nick diz.
- Então vai ser isso mesmo. - Anne diz. - Já vou até avisar lá no grupo, caso alguém queira desistir. - diz rindo. - Na verdade éramos para usarmos aquelas passagens que ganhamos no acampamento, mas Emily é chata.
- Vai começar de novo? Se for pra ficar me culpando, é melhor você ir. - digo e ela revira os olhos.
- O que eu perdi? - Dylan pergunta sem entender.
- Depois a gente conversa. - digo e ele apenas afirma com a cabeça.
*********
Fomos para casa 00:24hrs, pois Angel já estava querendo dormir e Rose estava no berço dela. Pelo visto ela apagou. Depois que chegamos em casa, colocamos ela no berço e a mesma não acordou 1 segundo sequer. Verificamos se a febre tinha voltado, e graças a Deus não voltou.
Eu e Dylan jogamos uma água no corpo e depois nos deitamos.
- Como foi lá na formatura? - pergunto.
- Ah, foi a mesma coisa de sempre... nem tenho o que falar. Stuart estava lá, acredita? Ainda foi me cumprimentar.
- Nossa... nem lembrava mais da existência dele. Eu acho que ele tem um amor incubado por você. - digo rindo.
- Por mim né? - pergunta me olhando.
- Uhum.
- O que você tinha para me falar? - franzo a sobrancelha e lhe olho. - Quando estávamos na casa do Nick você e Anne estavam falando algo relacionado ao acampamento.
- Aah.. Eu disse para Anne que achava que eu ia vender aquelas passagens porque não estamos com condições de gastar dinheiro agora e com o nosso casamento, qualquer dinheiro que entra é bem vindo. E também seria bem melhor vender porque as meninas ainda estão muito pequenas para fazerem uma viajem tão longa assim.
- Eu já tinha até esquecido dessas passagens. Mas concordo com você, ainda mais na parte das meninas. Se já é desconfortável para nós ficarmos tantas horas sentados dentro de um avião, quem dirá para elas.
- Exatamente, daí Anne ficou me chamando de chata por eu não querer ir. - reviro os olhos.
- Você ainda dá ideia pro que ela fala? - pergunta rindo. - Você sabe que ela é maluca.
- Hoje já "discutimos".
- Por isso? - nego com a cabeça.
Explico a situação do aniversário da Rose e ele ri.
- Vai cagar, Dylan. Eu falo as coisas e você fica rindo, vou dormir que eu ganho mais.
- Eu não estou rindo, é impressão sua. - diz rindo e eu viro pro outro lado da cama. - Eu acho engraçado que você se estressa atoa, para de graça.
- Não é atoa! Se eu não quero uma coisa, ela tem que entender, e não cagar e fazer o que ela quiser.
- E você acha que depois do que você falou ela irá fazer algo?
- Não sei, mas se ela fizer, eu vou ficar puta! Já estou logo avisando.
- Normal, você está sempre puta. - lhe olho na mesma hora. - O quê?
- Eu estou sempre puta? Você é um mentiroso! - ele ri e eu me controlo para não socar a cara dele.
- É brincadeira, amor. - me viro de costas pra ele e o mesmo beija meu pescoço. - Amor?! - ele fica me cutucando. - Amoooor?! Vai ficar me ignorando mesmo? - apenas continuo fingindo que estou dormindo.
Ele levanta a cabeça e faz trilhas de beijo do meu ombro até meu pescoço. Sinto sua mão repousar na minha barriga, mas aos poucos ele vai deslizando-a para baixo, e minha perna vai abrindo quase que automático. Filho da puta!
- Tira essa mão daí. - lhe olho e ele sorri.
- Por quê? - pergunta na maior cara de pau.
- Porque eu não quero.
- Amor, se você não quer, por que abriu a perna? - me olha com um sorriso sarcástico.
- Eu te odeio. - ele ri e em seguida me beija.
Sinto sua mão tocando a minha intimidade e minha respiração começa a ficar desregulada.
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