. Narrado pela autora .
— Quem é ela tio ? — Maya naquele momento não parecia uma criança indefesa, ou meiga como sempre foi. Ela nem sorriu, ou se aproximou, não lhe beijou oi pediu um abraço.
Para Luciano a presença de katie ali a deixou mas reclusa e arredia.
Maya parecia séria, mal humorada, distante, e não desviava seu olhar de onde katie estava.
— Katie , ela é uma amiga! — ao mesmo tempo que katie estava ansiosa em conhece-la, pois gostava bastante de crianças, estava bastante receosa em acabar sendo rejeitada ou mal interpretada pela pequena garota.
Maya não parava de encara-la, a estava medindo como um mafioso média seus soldados e a veracidade de cada um.
Luciano estava eufórico e não estava satisfeito com a atitude da sobrinha, mas estava torcendo para as coisas se acertarem antes que um clima ruim pudesse se instalar.
(Mera ilustração)
— Olá! — foram as únicas coisas que katie conseguia pensar em falar naquele momento, não queria que a menina se sentisse desconfortável com sua presença.
Maya revirou os olhos deixando claro seu desgosto.
Maya não era o tipo de menina ruim, ou mimada, ou aqueles tipos de crianças escandalosas, chorosas, que gostam de fazer show no meio dos mercados para chamar atenção dos pais. Pelo contrário, Maya era uma menina esperta demais para uma criança da sua idade.
Era carinhosa a maior parte do tempo, respeitosa, bem educada , e nunca havia tratado uma pessoa com estava tratando katie naquele momento.
Em sua cabecinha, as coisas não estavam muito bem explicadas sobre a chegada da sua nova irmãzinha.
Sua Vó materna, Gleyce , se aproveitou da ingenuidade e sentimentalismo para colocas abobrinhas em sua mente.
Aquela mudança em sua vida era radical demais, pois era filha única .. as atenções sempre foram só dela, o cuidado, o amor, os presentes.. e agora de uma hora para outra não seriam mais.
Gleyce, vulgo megera, não era flor que cheire e não era uma vó presente, ou amorosa, ou possuía o dom de assumir esse papel e por descuido de seus pais a menina acabou sendo bombardeada com insinuações maldosas sobre a chegada da sua irmãzinha.
Maya por sua vez, via essa chegada como uma ameaça, em sua cabeça ela iria perder o cuidado e o amor dos seus pais, dos seus avós, dos seus tios, do seu tio principalmente, dos seus .. e a chegada de katie , a mais nova "amiga" de seu tio, que acabou piorando um pouco essa situação e esse medo de ser esquecida e deixada de lado pelas pessoas que ela ama, e Maya acabou não reagindo muito bem.
— humm — a menina esboçou apenas um barulho de forma desinteressada.
— Maya, o que houve ? não é assim que tratamos as visitas ..
— Tá tudo bem! — katie se apressou em evitar que Luciano chamasse atenção da menina naquele momento, tendo um pouco de sabedoria, ela notou que uma repreensão pudesse fazê-la odiar katie pelo resto da vida.— Ela deve tá cansada .. né Maya ? Depois conversamos com mais calma! Agora vamos tratar de comer! Eu estou morrendo de fome, e ela também deve estar com muita fome assim você também. — mesmo katie tentando evitar um desconforto, Luciano não estava satisfeito com a reação "agressiva" de sua sobrinha.
(Mera ilustração)
— Eu vou preparar algo coisa pra comermos! — Luciano se levantou indicando que se retiraria do quarto para preparar o café da manhã , quando a menina só confirmou para katie que não havia se simpatizado nenhum pouco com ela, e não fazia questão nenhuma de disfarçar.
Maya aproveitou que seu tio não estava vendo e deu língua para ruiva que ficou sem jeito e surpresa com sua atitude mal criada.
Katie não sabia muito bem o que fazer para conquistar aquela pequena menina emburrada, mas sabia que as coisas não seriam tão fáceis como imaginava.
O fato dela querer se dar bem com a garota, não era ligado com sua aproximação ou aprovação da sua ligação com Luciano, antes que qualquer coisa katie amava se envolver com criança, cuidar, brincar, e geralmente ela era correspondida de forma positiva.
Torcia para não ser diferente com a menina cheia de personalidade a sua frente.
(Mera ilustração)
Momentos depois o café já estava pronto, e posto em uma mesa do lado de fora da casa, que dava de frente para um pequeno e ornamentado deck com piscina, e um lindo jardim.
O trio se sentou e em silêncio cada um pegou o que lhe agradava.
Naquela bandeja preparada e recheada de café da manhã, haviam deliciosos quitutes como: iorgut natural, frutas picadas, suco natural de laranja, bolos, biscoitos e frios.
O ambiente estava agradável, mas o clima entre eles não eram o dos melhores.
Maya mal tocou no café da manhã preparado com tanto carinho. Katie estava se sentindo culpada e mal por fazê-la se sentir desconfortável em seu próprio ambiente familiar, Luciano estava tentando não ficar chateado com o tratamento que sua sóbria estava tendo com katie.
Luciano estava ciente que as coisas que Maya ouviu de sua vó materna, a fizeram ver aquele momento que tinha tudo para ser puro e terno, como a chegada de sua irmãzinha, como algo que lhe fosse causa perdas. E o tratamento que estava dando a katie era reflexo de todo aquele trauma causado.
Luciano estava ciente que teria que ter paciência, e pulso firme.
(Mera ilustração)
— Você não comeu nada! Não está com fome ? — Luciano pergunta.
— Eu pensei que sua amiga fosse embora , ela vai demorar muito tempo aqui ? — Luciano que estava bebendo seu café, acabou se engasgando com a atitude da sobrinha.
— Maya , o que é isso? Você está passando dos limites! — katie não poderia por mais que quisesse se meter na sua repreensão, mas sabia que já estava na hora de se retirar.
— Ela está certa!
Luciano não queria que katie fosse embora, ele não sabia quando a veria novamente, ou se teriam aquela mesma aproximação de agora, mas o mal humor de sua sobrinha estava muito elevado.
— Não katie, ela não está certa e vai se desculpar , não é Maya ? — Luciano não estava familiarizado com aquele tom de repreensão, não era comum aqueles tipos de atitudes.
— Não precisa! É sério ..
— Maya, estou esperando!
— Dês.. desculpa!— aquilo foi doloroso demais para a pequena menina confusa, as lágrimas estavam queimando em seus olhos, e as palavras pareciam estar entaladas na garganta.
E antes que ela pudesse por para fora aquela sensação ruim toda que estava sentindo e a agoniando, a menina simplesmente se retirou da mesa correndo e indo para um local seguro que ela pudesse extravasar.
— Você não precisava ter feito isso, ela tá com ciúmes de você .. é muito normal isso!
— Ela nunca teve uma reação dessa! — katie entendeu que : com outras mulheres ela não havia sido tão difícil, mal criada.
Katie engoliu aquilo de uma forma ácida e tentou se desfazer de qualquer tipo de pensamento que pudesse piorar aquela situação.
— O que a vó disse a ela transformou qualquer tipo de aproximação, ou tipo de mudança do que ela está habituada, com pessoas que ela está acostumada, em um problema! Coisas novas, pessoas novas, lugares novos .. vocês terão que ser cautelosos! Ela tem que entender que a irmãzinha dela, não veio para roubar o lugar dela, e sim para ama-la, ajuda-la .. ser uma companhia.
— Essa velha é uma pessoa muito ruim! Como ela pode dizer uma coisa dessas pra uma criança? Fazê-la sentir desprotegida e abandonada, fácilmente trocada. — Luciano estava irritado e inquieto.
— tenha paciência, as coisas vão se ajeitar!
— Espero que sim!
Espero que gostem! ❤️
Maya ❤️