Sem Tempo Para Morrer

By f-freakyyyy

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Ele é um imã de problemas. Ela é quem foge deles. Após se conhecerem, os dois só querem distância um do outr... More

𝖽𝖾𝖽𝗂𝖼𝖺𝗍𝗈́𝗋𝗂𝖺
𝗺𝗮𝗶𝗻 𝗰𝗮𝘀𝘁
𝗉𝗋𝗈́𝗅𝗈𝗀𝗈
𝘂𝗆
𝖽𝗼𝗂𝘀
𝘁𝗋𝗲̂𝗌
𝗰𝗂𝗇𝗰𝗼
𝗌𝗲𝗂𝗌
𝘀𝖾𝘁𝖾
𝗈𝗂𝘁𝗈
𝗻𝗈𝘃𝖾
𝖽𝗲𝗓
𝗼𝗇𝘇𝗲
𝘁𝗿𝖾𝘇𝖾
𝖼𝗮𝘁𝗈𝗿𝗓𝗲
𝗾𝗎𝗶𝗇𝘇𝖾
𝖽𝗲𝘇𝖾𝘀𝗌𝗲𝗂𝘀
𝖽𝖾𝘇𝖾𝘀𝗌𝗲𝗍𝗲
𝗊𝘂𝖺𝘁𝗋𝗼

𝖽𝗼𝗓𝗲

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By f-freakyyyy

Debbie

Cigarros depois do sexo são sempre a melhor coisa.

Eu amo assistir a fumaça se desenrolando enquanto sobe a minha frente, ela espirala com o vento que entra pela janela e balança as cortinas brancas.

Suspiro ao encarar a cena. Kael está deitado ao meu lado, trago o cigarro mais uma vez e imagino como isso aqui acabará.

Será que vou dar de cara com a mãe dele ao sair do quarto? E se ela nos ouviu?

Será que ela me ouviu? Eu não deveria ter ficado.

Levanto apressadamente da cama apagando a bituca de cigarro no criado mudo, procuro desesperada pela minha calça, bagunçando todo meu cabelo que estava preso em um coque de tanto nervosismo.

Que porra. Que porra. Que porra!

Chuto um tecido jeans no chão e isso parece acender uma lanterna dentro da minha cabeça. Lembro que não vestia calça alguma e não encontrarei roupas que me servem neste quarto.

Xingo mentalmente e me agacho para pegar a calça do chão, mas então recordo que não é minha e faço uma careta sentindo puro nojo enquanto tiro minha mão de perto daquela roupa.

Fico de pé e observo ele dormir, os raios solares já invadiam o quarto, timídos através da cortina de camada dupla.

Contenho o desejo de me despedir e saio à francesa em direção a porta, abro-a com muito cuidado e viro a esquerda no corredor para o banheiro, usando nada mais que um belo lençól para me cobrir.

Francamente Debbie...poderia ser bem melhor.

E não valeria mais a pena.

Sorrio com a lembrança dos seus lábios colados aos meus, seu corpo me prensando contra a parede...droga, tenho que parar antes que fique molhada ou vou estar fugindo em um vestido arruinado cheia de tesão e sem ninguém pra aliviar.

- Lora - tomo um susto ao ouvir sua voz rouca atrás de mim - onde você pensa que vai?

- Casa. - respondo como uma criança assustada, me virando para vê-lo e garantir que não foi uma alucinação.

K está bem diante de mim, sem camisa e com o cabelo bagunçado, marcas de ontem à noite estampam sua pele. Chupões roxos e avermelhados, arranhões...eu fiz um belo estrago e isso é só o que fica à mostra usando um calção.

- Achei que já estivesse aqui. - mal notei quando se aproximou, os olhos sonolentos caíram sobre mim e eu inclinei minha cabeça para encará-lo, sua mão toca o meu braço gentilmente quando profere a frase e eu me vejo sorrindo convencida.

- Minha casa. - explico.

- Quer mesmo ir pra lá? - pergunta inquisitivo.

Seu polegar passa pelos meus lábios, mordo a ponta do dedo e exalo um ar pesado que poderia facilmente simplificar o que estou sentindo agora.

Pesar.

E temor, tamanho é o desejo que sinto por ele. Estou apavorada, porque nunca me senti assim com alguém.

- Sinto muito por não poder ficar aqui.

- E por quê não pode? - seus olhos me analisam como um especialista em ler a alma das pessoas, a cabeça tomba para o lado ainda me estudando.

Não sei o que responder.

A verdade? 

Eu tenho medo de encontrar sua mãe no corredor.

- Huh! - dou um passo para trás, consternada, pois realmente tenho uma razão para ir embora. - Kian. - murmuro me lembrando da verdade, é como se as cortinas tivessem sido abertas no meu cérebro.

Não acredito... - como pude me esquecer dela? - minha voz soa quase inaudível.

Eu fui embora e não voltei.

Se alguma coisa aconteceu...

Minha melhor amiga é tudo pra mim nesse país.

Sinto meus olhos marejarem, rapidamente as lágrimas correm pelas minhas bochechas e um Kael desnorteado surge à minha frente.

Não me importo com ele agora.

Agarro o nó que prende o lençól ao redor do meu corpo sentindo o aperto em meu coração, batendo sem parar.

Puxo o amontoado de tecido com força e esfrego-o na minha pele como se isso pudesse arrancar a culpa.

O ar é esfaqueado dentro do meu peito até não sobrar nada para um último suspiro.

Tropeço nos meus próprios pés ao andar para trás em desespero, ainda esfregando o nó repetidamente contra minha pele.
Não consigo parar. O máximo que faço é puxar o ar pela boca, sem chance de mantê-lo nos pulmões.

Choco-me contra a parede e seus braços me envolvem do mesmo jeito que fizeram quando estávamos naquela moto.

O que me faz querer chorar ainda mais.

Ele é a razão de eu ter ido embora e dormido até mais tarde, por comlnta dele não passei a noite grudada no celular, esperando alguma notícia. Se me ligaram, eu nem ouvi.

Mas foi escolha minha ceder a tudo isso. Eu fui embora com ele, eu o beijei, eu quis ir para o seu quarto. É tudo minha culpa.

Começo a chorar violentamente conforme o sentimento me corroí por dentro, assim como o frio se entranha na carne e invade os ossos após açoitar a pele.
Me sinto um lixo, transbordando autodestruição, sinto a urgência de fincar as unhas nas palmas para fazer isso parar, quero mastigar um cubo de gelo, pisar em estilhaços de ferro em meio ao fogo.
Ele me abraça mais forte e murmura coisas que não sou capaz de entender.

Me encontro quase caindo no chão, toda a força de vontade de permanecer em pé deixaram o meu corpo, cada parte treme enquanto eu soluço de tanto chorar. Por sorte Kael me pega no colo antes que isso aconteça, sussurrando algo como "ela está bem, vou te levar para vê-la" e outras palavras em que não consigo prestar atenção.

Mesmo assim não consigo conter as lágrimas, meu coração está despedaçado. Ela pode ter morrido durante a madrugada e eu estava fazendo o que? Plantada esperando uma ligação?

Que vontade de não existir.

Meus olhos pesam, eu quero parar de chorar, mas quanto mais penso nisso mais lágrimas caem e eu chego ao ponto de não saber por que estou chorando.

Culpa.
Kian.

Preocupação, saudade, família.

Sinto falta deles todos os dias.

Kael me acomoda na bancada com cuidado, ficar aqui chorando não vai resolver nada. Enxugo as lágrimas e seguro minhas emoções, imaginando-as pequenas diante de mim.

Junto todas e imagino para elas um rosto, uma versão de mim mesma em forma de boneca que as represente bem. Ela tem cabelo loiro, como eu e a pele clara, os mesmos olhos, mas escurecidos como se estivessem sempre cobertos de lágrimas e a boca é um sorriso costurado.

A bonequinha de pano escolho chamar de  "Contrey " porque me lembra control que significa "controle" em inglês e é disso que preciso agora.

Tomar o controle da minha vida.

27/02/2024

GENTEEEEEEE
Meu Deus do Céuuuu, eu nem acredito, como vocês são incríveis!!!!!!!!!
Muito, mas muitooo obrigada por esse lindo presente hoje que eu estava tão pra baixo.
Perdoem a demora para postar os capítulo, minha vida tá virada de cabeça pra baixo, mas escrever torna tudo suportável e melhor.
Obrigada por valorizarem tanto a minha estória! Amo cada um de vocês 🤍

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