notas iniciais: bebês, acho que botei isso em um dos capítulos anteriores mas vou falar de novo pra ninguém esquecer e se perder na história.
Quando a fonte estiver assim (I) depois de alguma fala, é porque 1). Deu pra entender? Espero que sim. Enfim, boa leitura!
...
--> YACHI
A festa já tinha começado, o DJ já tinha chegado, e todo mundo estava dançando e bebendo. Não deu meia hora de festa para geral ficar louca.
Como eu disse, todo mundo estava curtindo... Menos eu. Eu tô sentada no sofá, com uma cara de cú, vendo todo mundo se divertir. "Ah, mas por que você não vai para o meio do povo e curte também?" Porque eu sou antisocial e cuzona demais para isso.
Não é que eu não queira estar alí, é que eu... Eu me sinto... Eu... Sei lá! É porque eu não quero mesmo! Aff! Eu sou um saco! O coitado do Yamaguchi já veio três vezes me chamar para dançar e eu não fui porque eu sou uma idiota, estranha, que só quer ser invisível e sumir desse mundo...
- Yachi! Trouxe uma bebida para ti, tem problema? Peguei sem álcool porque não sei se você gosta. - Kyoko chega, sentando ao meu lado e interrompendo meus pensamentos depressivos. A Kyoko! Jesus!
- O-oi, Kyoko! Obrigada, eu realmente não bebo álcool. - Por você eu não bebo.
- 'Tá fazendo o que aqui sozinha? Não quer ir dançar, não?
- E-eu não sei dançar, é bem provável que eu pise no pé de alguém. - Você é imbecil por acaso, Yachi? "PiSaR nO Pé dE aLgUéM" Louca!
- Eu te ensino! Mas, claro, só se você quiser. - Ela se levanta e ergue a mão, esperando minha resposta.
- C-Claro! - Me levanto também e pego a mão dela, que está me levando direto para o meio da sala.
Quando chegamos no centro do círculo das pessoas que estão dançando, percebo que ninguém está se importando com o jeito que estão se movimentando, estão apenas... Dançando.
Consigo ver Nishinoya e Hinata pulando que nem doidos no ritmo da música, Sugawara também está dançando loucamente, como se estivesse isolado em seu próprio mundo e nada mais importava, Tanaka, Bokuto e Kuroo também estão no círculo, mas parece que estão fazendo uma performance da música. Ah, e tem o Yamaguchi, que está dançando desde que a festa começou. Ele está sensualizando tanto que não 'tá nem aí para as pessoas que estão em volta, acho que ele bebeu demais.
E, claro, tem eu. Que está parada, sem saber o que fazer. Mas, depois de toda essa percepção sobre o que tem em minha volta, resolvo me concentrar só no motivo de eu estar alí.
Ela dança tão despreocupada, tão solta que me faz querer dançar também. Ela tá sorrindo, e dançando, e se divertindo 'pra caramba! E, de repente, eu começo a dançar também. Dançar com ela.
Estamos se movimentando no mesmo ritmo da música, que é agitada, porém suave, fazendo com que minha visão estivesse totalmente focada em Kyoko, como se as únicas pessoas que estavam na festa eram eu e ela.
De repente, sinto que estamos próximas demais, e tento me afastar para dar espaço para ela continuar a dançar, mas ela me puxa pela cintura, colando meu corpo no dela. Acho que vou desmaiar, parece até um sonho.
Apoio meus braços em seu ombro, agarrando-a e nos aproximando ainda mais. São pouquíssimos centímetros que separam nossas bocas. Nossos olhos fechados, respiração presa, coração acelerado... Estou prestes a beijar a garota dos meus sonhos...
Mas aí, o Tanaka estragou tudo... De novo.
- Aí, galera! Essa aqui eu dedico 'pra garota mais bonita dessa festa! Shimizu Kyoko! - O idiota, vulgo Tanaka, falou no microfone do DJ, e começou a tocar "baby - Justin Bieber". Patético, mas se eu tivesse coragem, eu faria a mesma coisa.
Ai, não! Ele vai fazer uma performance? 'Tá brincando? Tinha que ser homem hétero essa porra.
É claro que, depois de todo esse clima que rolou entre a gente, ela não vá gostar disso aí, né? Tipo, a gente quase se beijou, ela pegou na minha cintura! Obviamente ela está... Feliz?
Ela 'tá sorrindo? Ela tá corada? O que... Mas... A gente... A gente quase... Ela disse lá na cozinha que...
É, acho que é melhor eu sair daqui antes que eu dê uma de dramática.
Saio de perto dela, daquela multidão toda, e procuro um lugar mais vazio. Antes, passo no bar improvisado que os meninos organizaram, pego uma bebida com muita vodka (sim, eu bebo. Eu costumava pegar os vinhos, ou as garrafas de vodka da minha mãe e beber quando ela viajava) e vazo dalí. Graças aos deuses, achei um lugar meio "escondido" na área da piscina, 'tá ventando um pouco porque é na parte externa da casa, mas tudo bem, vai combinar com o cenário triste.
Como pode existir alguém tão trouxa como eu? Porra! Já é a segunda vez que o Tanaka estraga nosso clima! Primeiro, ele vem todo escandaloso pra cima dela enquanto ela flertava comigo, e agora ele vem com isso? Honestamente, vai se foder! E como eu nunca percebi que ela gostava dele? Tudo culpa desse homem, hétero cis!
Não é que eu odeie ele, mas, é triste ver a garota que você gosta te trocando por outro, especialmente quando você é lésbica e 'tá perdendo para um homem. Sério, situações como essa, eu não recomendo para ninguém, nem para o meu pior inimigo.
Eu também meio que já sentia que isso ia acontecer. Tipo, é só olhar para eles dois, não demora muito para perceber que eles foram feitos um para o outro. Idiota, tá percebendo isso só agora?
Dou um gole em minha bebida que desce a primeira lágrima. E a bebida desce no ritmo em que minhas lágrimas vão aumentando, e levando toda a minha maquiagem junto, borrando o delineado que ela fez em mim, e o rímel que ela passou enquanto me elogiava de todas as formas possíveis.
- Nossa! Você 'tá bem? O que aconteceu? - Uma garota chega perto de mim e senta do meu lado. Ela usa tranças grandes na cabeça, tem pele escura, está usando calça jeans e é uma blusa curta, e é muito bonita.
- Não se preocupa, só uma decepção amorosa. Nada demais! - Eu falo enxugando meu rosto. Que vergonha! Estou toda borrada!
- Espera aí, acho que tenho um lencinho aqui. - Ela puxa um lencinho roxo do bolso da calça jeans dela. - Aqui, deixa eu te ajudar.
- Ah, valeu. - Ela passa o lenço gentilmente, como se estivesse tocando em algo frágil. Ela é muito linda.
- Então, quer contar quem fez essa obra prima chorar? - Ela pergunta olhando nos meus olhos, e eu estremeço. - Ah, meu deus! Desculpe-me por minha rigidez! Meu nome é Maria Flor, mas pode me chamar só de flor. E o seu?
- Linda... Quer dizer, Yachi! Yachi! Meu nome é Yachi! - Você 'tá louca?
- Okay, Yachi. Prazer em conhecer. - Ela diz, rindo.
- O prazer é todo meu.
- Então... Alguém te decepcionou?
- É... Quase isso.
- Essa pessoa deve ser muito burra 'pra fazer isso com você, ein? Tipo, olha 'pra você! - Ótimo, agora eu estou parecendo um morango.
- O-brigada...
- Olha, eu vou te contar um segredo, 'tá? Eu tô te olhando desde que a festa começou. Eu ía falar com você, mas uma garota foi primeiro, aí eu amarelei e voltei 'pra onde eu 'tava.
- Não acredito! É sério? Tipo, você queria falar comigo? Bom, tecnicamente, você já está falando comigo, né? Mas isso nunca aconteceu comigo. Tipo, alguém querer vim falar comigo. Principalmente meninas. - Ela queria falar comigo? >Comigo<
- Calma aí, docinho! Sim, eu queria falar com você, e me sinto lisonjeada por estar falando com você agora. - Ela fala rindo de meu nervosismo. Ela me chamou de "docinho"? Eu não sei o que isso significa, mas parece ser algo bom, né? Tô muito vermelha, Jesus! - Acho que você não sabe, mas eu te sigo no insta e eu já te mandei mensagem antes.
- S-sério? Nossa, me desculpa! Eu não sou muito ativa nas redes sociais.
- Não tem problema. Que bom que eu te encontrei aqui, né?
- É... Espera aí, se você me conhecia antes, porque perguntou meu nome?
- Ah, foi para não parecer tão rude. Não sei o que faria se você não gostasse de mim, eu meio que só vim aqui 'pra te ver. - Ela fala coçando a nuca, envergonhada. Tô em choque. - Nossa, que vergonha!
- Quem não gostaria de você? Q-quero dizer, olha só para você! Sua aparência pode parecer um tanto intimidadora, mas você foi muito gentil comigo!
- Acredite, muita gente já me deu um fora justamente por causa da minha aparência.
- Nossa, isso deveria ser considerado um crime. - Digo, e ela ri, ainda um pouco envergonhada. Gostei dela.
- Caramba! Aqui fora tá bem frio, né? Porque a gente não entra?
- Claro!
Ela se levantou, me ajudou a levantar, me deu a mão e voltamos para a festa. Enchemos nossos copos, dançamos muito, bebemos mais, dançamos de novo, rimos muito, flertamos 'pra caramba, bebemos mais, nos pegamos no banheiro, voltamos a dançar, fomos pro quarto, nos pegamos mais, muito mais, e acordamos juntas na manhã seguinte.
Sinceramente, eu não sei de onde essa coragem toda saiu de mim. Mas o que a bebida faz, o coração não sente, né? Só que, acho que dessa vez, o coração sentiu.
Continua no próximo capítulo...
[💕]
1569 palavras
Foi mal pela demora galera, mas tá aí o cap novo pra vcs. 💋💋