Noah Urrea
Los Angeles, 20 de dezembro de 2021
Estávamos a poucos dias do Natal e isso também significava que a mais recente edição da VOGUE seria lançada. A correria que era vivida por toda a empresa e a misturar o alvoroço que se sentia nas redes sociais, cheias de especulação, sobre o meu envolvimento amoroso com Sina, tinham-me elevado os meus níveis de stress e aumentado a minha crise de enxaquecas.
Eu e a loira tínhamos decidido que nada iríamos esconder da nossa relação, mas também nada faríamos para a tornar pública. Deixaríamos as coisas acontecerem no tempo delas e se alguma notícia saísse, não iriamos dar-lhe demasiada importância, porque apenas nós sabemos o que se passa entre nós.
Chelsea e Sina tinham-se tornado melhores amigas, e de todas as vezes em que a loira dormia lá em casa, a bebé ganhava uma nova vida. O meu receio era que Chelsy se esquecesse de quem é verdadeiramente a sua mãe e isso eu não posso deixar que aconteça. Por mais que goste de Sina, não é ela a mãe de Chelsy e isso eu tenho de recordar todos os dia, tanto a mim mesmo como à pequena bebé.
O dia de trabalho tinha começado cedo, mas por volta da hora de almoço, já nem os olhos conseguia manter abertos. Hoje era dia de lançamento e a revista parecia ainda mais caótica do que nos dias normais.
Tentava digitar o meu discurso para logo à noite no portátil que tinha aberto à minha frente, mas o barulho dos meus dedos a colidir com as teclas, coincidia com uma nova ponta de dor na minha cabeça. Depois de algumas tentativas decidi que o melhor era desistir.
Dois toques na porta despertaram a minha atenção e levaram-me a abrir os olhos.
- Noah, devias ir para casar tentar dormir um pouco – Sina disse quando parou ao meu lado. Forcei o meu olhar até encontrar o dela, era a primeira vez que a via hoje, já que a mesma tinha estado a manhã toda no espaço onde seria realizado o evento.
- Tenho de acabar o meu discurso antes disso – disse-lhe e senti a sua mão nos meus cabelos. Aquele carinho era bom e deveras relaxante.
- Posso fazer isso por ti, se quiseres – sugeriu – Apenas tens de me dizer os pontos que pretendes incluir e eu posso tentar escrevê-lo.
- Achas mesmo que consegues resolver isso? – por mais que a vontade de dormir fosse muita, eu não queria entregar a Sina uma responsabilidade que não lhe dizia respeito.
- Sim babe, podes ir para casa – sorri com o apelido e puxei-a para se sentar ao meu colo – Tens febre – disse depois de beijar a minha testa – Devias tomar alguma coisa.
- Nada do que tomar vai resultar – disse-lhe porque por experiência própria eu já sabia como estas coisas funcionavam.
- Nesse caso devias ir para casa descansar – replicou e encostei a minha cabeça ao seu pescoço. A sua fragância natural invadiu-me o nariz e os seus dedos acariciaram os meus cabelos.
- Tenho duas coisas para te dizer – a minha voz saiu quase como um sussurro, para não quebrar o ambiente que se tinha formado na minha sala – A primeira é que quero que sejas a minha acompanhante logo à noite, por isso, vais entrar na gala como Sina Deinert a minha namorada e não como Sina Deinert, a minha secretária.
- Achas que vai ser uma boa ideia? Talvez as pessoas não gostem e achem que nos estamos a precipitar – as dúvidas de Sina fizeram-me erguer a cabeça para desta maneira conseguir encará-la nos olhos.
- Decidimos que apenas a nossa opinião importa na nossa relação. Por isso, eu quero que tu sejas a minha companhia esta noite, tu queres ser a minha? – a loira confirmou e depois juntou os nossos lábios, o beijo foi calmo e deu para matar as saudades que tinha de beijar a sua boca.
- Qual a segunda coisa que tens para me dizer? – voltei a encostar a minha cabeça na dobra do seu pescoço.
- Essa vais ter que esperar até logo à noite – sorri-lhe e beijei a sua pele exposta no ombro. Sina riu com as cócegas que aquele simples gesto lhe produziu.
- Por mais que seja bom estar aqui contigo, preciso de ir – a loira fez menção de se levantar do meu colo, mas impedia juntado ainda mais os nossos corpos.
- Fica apenas mais uns minutos – pedi-lhe e aproximei a minha boca da sua, juntando-as num beijo recheado de carinho e outros sentimentos ainda não expressos por palavras.
- Noah – ela barafustou quando as minhas mãos foram de encontro com as suas nádegas cobertas pelas calças que trajava. Sina levantou-se do meu colo e afastou-se de mim, respirou fundo e ajeitou os cabelos e a roupa milhares de vezes, como se algo estivesse fora de sítio.
- Sina, tenho um último pedido a fazer-te – disse já de pé enquanto segurava no seu pulso e a rodava para mim – Vai jantar esta noite lá a casa e depois seguimos juntos para o evento.
- Não me parece que isso seja muito boa ideia – pude notar nos seus traços faciais o quanto tinha ficado nervosa com o pedido, no entanto não compreendia o porquê.
- Porque não?
- Os teus pais vão jantar contigo e com a Chelsea, assim como Any e Josh e provavelmente outros amigos teus – fez uma pausa e o seu olhar deixou de estar focado no meu – Não me quero sentir uma intrusa no meio da tua família.
- Não és uma intrusa quando começas a fazer parte dela – segurei o seu queixo para que o nosso olhar se voltasse a encontrar. Um sorriso fraco brindou os seus lábios.
- Tens a certeza que queres mesmo isto? – perguntou e eu confirmei, porque esta era realmente a minha vontade – Nesse caso, eu vou acabar o que tenho para fazer e depois vou ter a tua casa – confirmei novamente com a cabeça, já que estava entretido com os meus lábios no seu pescoço – E tu vais para casa tentar descansar.
- Hum hum – foi o único som que emiti.
- Eu estou a falar a sério – Sina afastou-se de mim e deixou um beijo nos meus lábios, antes de andar até à porta e abrir a mesma – Até logo.
[...]
Depois de umas belas horas de sono a minha cabeça tinha começado a funcionar normalmente. Assim que desci as escadas para o andar principal da minha casa, os meus pais já estavam sentados no sofá, enquanto mimavam a neta que corria à sua volta de um lado para o outro.
- Não sabia que já tinham chegado – anunciei a todos a minha presença e depois cumprimentei os meus pais, seguindo para o meu grupo de amigos que conversava junto à mesa da sala, já com copos de vinho em mãos.
- Não chegámos há muito tempo – o meu pai disse enquanto pegava a minha bebé ao colo e brincava com ela.
- Rose disse que o jantar já estava pronto, apenas estávamos à tua espera para começar a comer – a minha mãe informou e levantou-se do sofá indo para perto da mesa.
- Apenas falta a Sina – informei e senti os olhares curiosos de todos sobre mim.
- Sinha – Chelsy gritou animada no momento em que a campainha soou. Peguei na pequena ao colo e andei até à porta. Assim que abri, a bebé atirou-se para o colo da loira que a segurou com todo o carinho, peguei no saco preto que ela trazia em mãos e encaminhei-a para dentro de casa.
- Ela estava com saudades – a loira referiu-se à minha filha enquanto deixava um terno beijo nos seus cabelos acastanhados.
- Não era a única – confidencie-lhe e Sina sorriu na minha direção – Vamos apresentar-te que eles estão desejosos de entender o que estás aqui a fazer – direcionei-nos para o local onde estavam os meus pais e os meus amigos, que assim que nos viram aproximar, findaram as conversas que anteriormente tinham iniciado – Mãe e pai, esta é a Sina, a minha namorada.
Não tinha criado muitas expectativas para o momento em que os iria apresentar, mas foi melhor do que aquele que eu alguma vez posso ter imaginado. A loira ao meu lado sorriu pela forma como tinha acabado de a apresentar, os meus pais aproximaram-se animados para nos congratularem, e os meus amigos pareciam que tinham acabado de receber o melhor presente das suas vidas.
- Estamos felizes por ti – Heyoon confidenciou-me antes de me abraçar. Eu também estava.
- Gosto que estejas a reencaminhar a tua vida – sussurrou-me Lamar. Eu também gostava.
- Não sabes o quanto estas palavras me deram vida – a minha mãe disse-me – Foi como se tivesse renascido por saber que a tua vida está outra vez a entrar nos eixos.
- Agradeça a Sina por isso – sorri-lhe.
Depois de degustarmos a refeição que tinha sido preparada para nós, dirigimo-nos as diversos quartos da casa para que fosse possível trocarmos de roupa, a fim de seguirmos para o evento que contava com um anúncio especial.
Eu e Sina ficámos no meu quarto, e enquanto eu me vestia dentro do closet, a loira estava trancada dentro da casa de banho. Assim que ouvi o trinco da mesma abrir-se, levei o meu olhar até à de cabelos loiros que trajava um vestido azul escuro com um acentuado decote na zona do peito.
- Podes fechar, por favor – a loira pediu e andou até mim. Virei-a de costas e coloquei o seu cabelo ondulado para cima de um dos seus ombros, passei os meus dedos pela sua pele exposta e sentia arrepiar-se pela forma como foi tocada. Puxei o fecho lentamente e quando acabei beijei o seu pescoço – Obrigada – a sua voz saiu mais rouca do que o normal.
- Estás deslumbrante – elogiei-a.
- Posso dizer o mesmo de ti – Sina levou as mãos ao colarinho da minha camisa branca e dobrou-o para baixo. Pegou na gravata, antes pousada sobre a cama, e colocou em volta do meu pescoço, ajeitando-a para que ficasse no local ideal.
- Obrigado – agradeci e puxei-a para um beijo, as minhas mãos repousaram nas suas costas, enquanto que as suas foram entrelaçadas no meu pescoço.
Assim que acabámos os nossos preparos, fomos até ao quarto da minha filha, onde a mesma estava na companhia dos seus padrinhos. Chelsea ficou animada assim que nos aproximámos.
- Bebé já devias estar a dormir – peguei na pequena que ainda tinha muita energia para a hora do dia em que estávamos.
- Naum – a sua resposta veio acompanhada de um bocejo e de um coçar de olhos.
- Sim – contrariei-a, e a mais nova ficou amuada ao meu colo – Chelsea, está mais do que na hora de dormires.
E numa questão de segundos, a bebé começou a chorar. As primeiras lágrimas começaram a cair dos seus olhos e depois ela começou a debater-se no meu colo. A birra de sono estava instalada.
Embalei-a nos meus braços, mas nada fazia com que a pequena deixasse de chorar no meu colo.
- Posso tentar? – Sina perguntou e só ali notei que Any e Josh já tinham abandonado o quarto.
- Claro – passei a minha bebé para o colo de Sina, que a embalou nos seus braços enquanto falava baixinho ao seu ouvido.
Assim que a conseguimos adormecer, saímos do quarto e uma vez todos reunidos fomos em direção ao evento de apresentação. Num rápido trajeto realizado na companhia de Sina, chegámos ao local, onde fomos recebidos por diversos fotógrafos.
- Vai correr bem – incentivei a loira sentada ao meu lado que respirava fundo pela quinta vez – Apenas a nós nos diz respeito a nossa vida, lembra-te disso.
- Sim, vai correr bem – a sua voz não passou de um sussurro e as suas palavras pareciam mais para ela mesma do que para qualquer outra pessoa.
Saí do carro e dei a volta ao mesmo, abri a porta do passageiro para que Sina pudesse sair e auxiliei-a com o vestido. Já fora da viatura entrelaçámos os nossos dedos e com um sorriso no rosto e passos firmes alcançámos a passadeira vermelha. As camaras foram apontadas na nossa direção, mas não demos importância, porque o que realmente importava eramos nós.
Quando chegou a hora do meu discurso, realizei todos os agradecimentos que tinha a fazer e depois anunciei a novidade que há muito tinha guardada.
- É com um enorme prazer que vos apresento a nova jornalista da revista, Sina Deinert – apontei para o local onde a loira se encontrava na presença dos meus pais e dos nossos amigos, que a congratularam enquanto a mesma expressava a sua emoção através das lágrimas que caiam pelos seus olhos – Obrigado a todos os que estiveram presentes, e um Feliz Natal.
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Depois de muito tempo sem atualizar a fanfic, percebi que vocês merecem que esta história seja terminada, por todo o apoio que me fazem chegar constantemente.
Talvez não tenha dos desenvolvimentos e finais mais emocionantes de sempre, mas vou dar o meu máximo para que, como todas as outras, seja uma fanfic da qual tenho orgulho.
Vou tentar finalizá-la até à data dos concertos, que será também a minha despedida do NOW UNITED e do NOAH URREA.
Até breve
XOXO ❤