Network of Secrets

By Lin-huan

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Wang Yibo, nascido à sombra da criminalidade, possuía um futuro brilhante traçado por seu tio: o comando da m... More

prólogo
Cap1
cap 2
Cap 3
Cap 4
Cap 5
Cap 6
Cap 7
Cap 8
Cap 9
Cap 10
cap 11
Cap 12
Cap 13
Cap 14
cap 15
Cap 16
Cap17
Cap 18
Cap 19
Cap 20
Ca 21
Cap 22
cap 23
Cap 24
cap 25
cap 26
Cap 28
cap 29
Cap 30
cap 31
Cap 32
Cap 33
Cap 34
Cap 35
Cap 36
Cap 37
Cap 38
Cap 39
Cap 40

Cap 27

531 79 21
By Lin-huan

Boa leitura ❤️

Flashback

Eu não quero ver você olhar para ela duas vezes.

Ricardo revirou os olhos, tentava negar, mas estava ansioso para descobrir quem era a tal mulher que arrebatara daquele modo o coração sempre duro do irmão. Ele jurava que Gian se casaria por  conveniências, mas ali estava o imão apaixonado por uma civil comum que ainda não sabia muito bem de onde a renda da família Wang provinha.

Eu falo sério, Ricardo. Só estou te apresentando porque ela insistiu muito. Não venha com suas brincadeirinhas para cima dela. Ela não é como as outras que já dividimos. Se por um momento eu achar que você estáva pensando maneira errada eu juro pelo o que você quiser que arranco a sua cabeça. Fui claro?

Cristalino, irmãozinho! – Ricardo disse ironicamente com um sorriso rasgando a
face. Divertia-se imensamente coma cara
emburrada do irmão que por apenas alguns minutos era o mais velho.

Gian permaneceu algum tempo sondando o rosto idêntico ao seu, até que por fim decidiu abrir a porta da sala de espera onde Paola se encontrava.

– Paola me pertence – Gian disse, um pouco antes de abrir, o sorriso irônico brincando em seus lábios.

Mais assim que Ricardo pós os olhos em Paola, perdeu o fölego. Ela estava com um vestido azul que vinha até os joelhos, os cabelos castanlhos levemente avermelhados reluziam juntamente com sua pele leitosa, onde os raios de sol acariciavam levemente. Ela olhava pela janela, impossibilitando assim que Ricardo visse sua face.

– Paola? – Gian a chamou, fazendo com que a mulher saisse dos seus pensamentos e encarasse as duas figuras presentes. Sua boca abriu-se em um perfeito "o" e ela estendeu a mão, um tanto incerta, para Gian, que logo aceitou e a puxou para ele, abraçando-a protetoramente pela cintura e depositando um beijo no canto dos lábios.

Porém, Ricardo estava muito concentrado
para processar o gesto de afeto.

Assim que Paola virou-se para eles o mais novo viu-se preso pelos profundos olhos achocolatados.

– Gian – ela murmurou para, Ricardo conseguia escutá-la perfeitamente – Você disse que eram parecidos, não iguais!

Gian fechou a cara para aquela afirmação enquanto Ricardo sorriu.

Paola, este é o meu irmão Ricardo. – disse o mais velho, apresentando formalmente.

Ela mordeu os lábios com incerteza, gesto que não passou despercebido por Ricardo. Paola inclinou-se na sua direção e uma essência de Sandalo invadiu suas narinas.

Olá. – ela estendeu a mão, sorrindo abertamente – Estava ansiosa para conhecê-lo.

Se fosse com qualquer outra namorada do irmão, Giancarlo levaria a mão estendida até os seus lábiose ali depositaria um beijo, olhando provocadoramente para Gian.

Mas, como o próprio irmão disse, Paola era diferente. Era só olhar para os dois, e Ricardo podia afirmar que Gian a amava.

Foi esse pensamento que o fez pegar a mão da bela mulher a sua frente, em um aperto de mão sem segundas intenções.

Ou era o que ele pensava. A pele dela era macia e quente, tornando-se assim, extremamente convidativa, arrependeu-se instantaneamente de não ter a levado aos lábios para descobrir como seria o gosto.

Sentiu o irmão tencionado, e largou a mão da mulher olhando para o casal.

Olá, Paola. E um prazer finalmente conhecer a mulher que conseguiu fisgar Gian.

E para o completo desespero de Ricardo, a
mulher lhe sorriu abertamente, as bochechas assumindo um tom rosado.

Instantaneamente Ricardo soube, que acabará de se apaixona pela futura esposa do irmão.

_______

Quando sentiu Yibo desfalecendo em seus braços, o Wang parou de enforcá-lo. A imagem de seu menino tornando-se manipulável e frágil aos seus olhos.

Ele jamais o perderia! Não importava o que
tivesse que fazer.

Yibo era dele, e de mais ninguém.

_______

– Minha filha, graças a Deus! – Catherine desceu a escada curvilínea apressadamente, agarrava-se ao longo robe de seda.

A antiga tristeza ilustrada nos olhos cor de mel dava lugar agora para a preocupação que a assolaram  nos últimos dois dias.

Charlotte lembrou-se instantaneamente das palavras cruéis que saíram pela boca da mulher que descia apressada a escada de mármore.

Sem nem mesmo perceber, agarrou-se ao peito do irmão, Xiao, estimulado pelo ato da moça, levou seus lábios até o topo da cabeça, tentando com um mínimo, porém significativo gesto, passar a segurança que a pequena nunca deveria ter sentido falta.

Prometeu a si mesmo que enquanto ele estivesse vivo, sua irmã caçula nada mais temeria. Ele a defenderia de qualquer coisa que atravessasse o seu caminho.

– Está tudo bem, pequena. – Xiao sussurrou, os olhos repreensores prendendo-se na figura da mulher que o criara – Scottt, pode me esperar lá fora? Tenho que conversar algumas coisas com a minha mãe.

Scott lançou seu olhar para Charlie justamente quando essa, brevemente, o encarava. Mas, assim que os olhos se encontraram a adolescente rapidamenten desviou.

O agente suspirou tristemente. Aquele afastamento dela estava o matando. E o pior era que ele não fazia a menor ideia de como recuperar uma coisa que nem mesmo tinha certeza que possuíam.

– Te vejo amanhã, Charlie. Tudo bem? – Scott perguntou, baixo e incerto.

Xiao pedira que ele arrumasse um esquema de segurança eficiente para a sua família. E é claro, no que se tratava de Charlotte, o próprio Scott se colocaria como segurança. Quando não estivesse no FBI, não existia outro lugar em que quisesse estar, a não ser ao lado dela.

A menina balançou a cabeça lentamente. Um sinal claro de que entendera e que, de certa forma, concordava. Com a aceitação por parte dela, Scott fez seu caminho de volta, não sem antes cumprimentar Catherine com um rápido aceno de cabeça.

– O que aconteceu, Charlie? – Catherine perguntou, a voz injetada de carinho e preocupação, levou a mão ao rosto da filha
que continuava agarrada a Xiao – Por que ficou com seu irmão durante esses dois dias? Eu fiquei tão preocupada.

Xiao soltou um bufar escarninho, que nada mais era que um triste som metaforizado em forma de sorriso.

– Preocupada porque ela estava comigo, ou com o que disse para ela antes do baile? – Catherine voltou seus olhos, agora alarmados, para o filho. – Como pôde dizer o que disse para Charlotte, mãe? Como teve a coragem e o sangue frio para isso?

– Xiao... – Charlie tentou conter seu irmão, não queria brigar, não queria discutir... Não estava com espirito para isso, nunca esteve e nem nunca estaria.

— Charlie, minha menina - Catherine voltou-se para sua caçula com os olhos lamuriosos – Eu sinto muito, filha. Eu... Eu não seio que aconteceu comigo.

Xiao revirou os olhos.

— O que aconteceu, foi a porcaria desses remédios que a senhora vem tomando. Já sei dos remédios, mãe. Charlie me contou.

Catherine mordeu o lábio inferior e abaixou a cabeça. Olhou para os dedos das mãos que travavam círculos sem fim em sua pele. Estava envergonhada por si própria, por sua fraqueza.

– Eu... quando acordei naquele dia o baile estava quase acabando.. Não entendi por que você não tỉnha me chamado... e foi então que – Catherine fechou os olhos duramente – foi então que percebi que o que eu disse para você não tinha sido um sonho.

Charlotte olhava para a mãe atentamente, lutando contra a umidade que começava a se fazer presente em seus olhos.

– Depois que eu percebi o que disse, Charlie – a mulher deu uma longa fungada, as sobrancelhas se uniram, o choro a tomando  com força – Eu pedi que Maria jogasse todos os comprimidos no vaso.. eu…– Catherine tombou para frente, e foi amparada pelo braço livre do filho que levou para o sofá. Ela sentou-se, levando as mãos na cabeça, o rosto tampado pelos fios acobreados.  – Eu não tomei mais nenhum comprimido desde então... mas... mas é difícil... ficar sem.

Xiao olhou para a sua mãe, procurando na figura frágil que Catherine se tornara os sinais da abstinência. De fato, a mãe tremia um pouco, e estava mais pálida que o normal.

O federal balançoua cabeça tristemente.

– Está em abstinência…

Catherine virou seus olhos para o primogênito.

— Eu não sou nenhuma drogada, ou viciada, Sean!

O federal suspirou fundo, tentando se controlar. Primeiro, porque sua mãe era tão cega que não via a situação que ela própria entrara. Segundo, porque Catherine o chamara por aquele nome.

– Remédios são uma das piores drogas existentes, dona Cath. E o que você está
sentindo é fruto de uma dependência… Como isso foi acontecer? – Xiao bufou, de repente sentindo-se estafado – Tudo isso é culpa do Matthew.

Catherine arregalou os olhos, voltando-se para o filho com ar pedinte.

– Não fale do seu pai assim…

Xiao uniu as sobrancelhas, tentando ao máximo mantera calma. Ele sabia a verdade. Ou achava que sabia. Mas, para o ele, o fato de seu pai ter abandonado o lar. Virado um fantasma por comodidade. Para não ser procurado, encontrado e, principalmente, incomodado. O motivo não era claro no entanto, esse tambén não importava.

A suposta morte de Matthew deveria ser um fechamento. Um final de umn ciclo. Algo para superar e mover em frente. Mas não. Ela apenas destruiu a estrutura familiar dos Zhan

Xiao nunca tinha se aprofundado nonassunto, até o dia em que Yibo, na primeira conversa que protagonizaram, jogou com a informação e concluiu que ele só tinha se tornado policial por causa de seu pai.

Sabe.. eu pensei, essa sua pose de bom
federal.. Tudo isso é pelo seu pai não é, agente Sean? – ele continuou, ressaltando propositalmente o Sean, que era o nome do meio do Matthew e também o de Xiao. Uma homenagem ao pai, certamente. – Você tinha que provar para ele que poderia fazer melhor que ele... Mas, por que então você odeia ser fchamado de Sean?

Quando foi que você decidiu ser o que é? Foi quando o seu pai abandonou vocė, mamãe e irmāzinha, ou foi quando ele morreu em circunstâncias suspeitas?"

E aquilo era verdade, Xiao sabia. o que o federal não entendia bem era o motivo inconsciente que o levara aquela decisão. O que queria? Assemelhar-se a figura que só trouxe infortúnios? Que abandonou a família? Ou provar que ele poderia ser melhor que ele, como Yibo propusera?

Xiao constatou que há muito tempo ele, a mãe e Charlie, não eram uma família. Mesmo que amasse as duas mulheres mais do que ele mesmo.

Graças a sua profissão, Sua mente gritava
para achar um culpado para aquilo, e tudo
o que ele pensava era... Matthew. No fundo,
o federal sabia que estava sendo injusto.

As relações humanas e as personalidades
adquiridas não poderiam ser produto de um só reagente. Mas é mais fácil e menos doloroso jogar a culpa naquele que foi o mais errado. Ou que, pelo menos, parece ter sido o mais errado.

Voltando-se para a realidade, Xiao percebeu que ainda devia uma réplica a Catherine.

– Sim mãe eu falo dele desse modo por que é a mais pura verdade! Graças a ele nos  estamos tendo essa conversa. Graças a ele você se tornou viciada em remédios e disse todas aquelas coisas sem sentido para Charlotte. Quando foi a última vez que você se preocupou com alguma coisa na nossa vida? Que quis saber o que estava acontecendo? Que deu conselhos
de mãe? Que se portou como uma mãe? Eu sinto falta da minha mãe. Não về o que está acontecendo com a gente? Com a nossa família? Você está tão mergulhada nesse luto de décadas que não percebe que existe vida a sua volta. Que eu e Charlotte precisamos de você.

Catherine balançou a cabeça sorvendo as palavras do filho. Nunca se imaginara prestando aquele papel. De repente, era como se acordasse depois de muito tempo.

Seu filho estava tremendamente certo... Ela
se esquecera de suas obrigações, da sua vida, por causa do Matthew.

– Eu o amava demais.. – Catherine murmurou, externando aquilo que estava em seu coração. Sentiu suas mãos serem tomadas pelas do filho.

– Eu sei mãe, eu sei. Mas nós somos seus
filhos e nós precisamos de você.

A mulher olhou para Xiao. Sempre fora um menino adorável e não era surpresa para Catherine o belo homem que tinha se tornado. Tanto por dentro quanto por fora. Observando os olhos do filho, ela lembrou-se instantaneamente de Matthew. Não porque eram da mesma
tonalidade, mas sim, porque eles passavam o mesmo brilho vivo.

Sua atenção caiu na figura da filha sentada atrás do irmão. Charlotte. Parecia um anjo, embora o olhar doce que sempre via nela estivesse um pouco apagado. E Catherine não sabia o por que daquilo. Seria uma consequência de suas palavras? Martirizou-se. Ela não sabia de nada que se passava com os filhos. Seus medos. Suas
angústias. Suas vontades. Nada.

Falhara como mãe. Mas faria de tudo o que
pudesse para que aquela fosse a última vez.

— Charlie – Catherine chamou — Você me perdoa filha? Eu não penso aquilo de você, meu anjo. Você jamais seria culpada de uma coisa dessas. Por favor, me perdoe!

— Ta tudo bem mãe. Mais a senhora vai ter que procura ajuda. E que não vai mais tomar esses remédios.

O peito da mais velha subiu com um profundo suspiro. Ela desviou os olhos de seus filhos e, olhando para o chão, levou as mãos até o seu pescoço. Primeiro retirou o escapulário de ouro e o observou longamente.

– É para você, filha. – Catherine estendeu-lhe o objeto, sob o olhar interrogativo de seus dois filhos. Aquele escapulário pertencera a Matthew. Catherine uma vez havia lhe dado. A peça, que ele nunca tirava do corpo, foi deixada para trás no dia do acidente.

Ela aceitou o escapulário com as sobrancelhas franzidas.

– Um dia você vai amar um homem tanto
quanto eu amei o seu pai e o dará para ele. – Catherine esclareceu, agora que verbalizou achou seus atos precipitados e desmedidos.

Sentia-se confusa... Será que aquilo era devido a... abstinência?

Balançou a cabeça. Por mais que soasse sem sentido, Catherine pressentia que era a coisa certa a se fazer. Levou mais uma vez suas mãos até o pescoço, dessa vez demorou mais tempo para efetuar o que queria. Seus dedos estavam trêmulos e a abertura do colar era
muito delicada.

Finalmente, tirou o pingente do pescoço. A água marinha circundada por pequenos diamantes cintilou com o balançar das mãos dela. Estendeu a peça delicada para Xiao, que negou coma cabeça, reconhecendo o colar e não acreditando no que ela estava fazendo.

– É o colar que Matthew te deu, juntamente
com o anel de noivado, mãe. - O federal
continuou negando com a cabeça - Eu não
posso aceitar isso.

Catherine sorriu bobamente, e colocou a peça na altura dos olhos dos filhos.

– Encare isso como uma herança de família. Vale para você o que eu disse para Charlie. Entregue para alguém especial…

Xiao suspirou pesadamente, sabendo da responsabilidade em aceitar aquele presente.

– Por que está fazendo isso, mãe? – Charlie
perguntou, incerta.

Catherine sorriu mais uma vez.

– Acho que está na hora de seguir em frente. Desapegar-me de certas coisas…

________

– Parece que a conversa foi proveitosa! – Scott comentou dando a partida no carro.

Xiao sacudiu a cabeça, concordando. Sentiu o colar contra seu peito, protegido pelo bolso interno do casaco. Sorriu.

– Eu realmente não queria estragar essa sua cara boa... Mas, eu tenho que dizer.

O federal instantaneamente colocou todos os seus sentidos para trabalharem, olhou para o amigo que dirigia com cautela em demasiado.

– O seu sequestro está ficando insustentável
no FBI. – Scott disse de uma só vez, olhando
rapidamente para o parceiro – Não se fala de outra coisa naquele lugar, e eu sinto que o cerco está se fechando. – Xiao suspirou pesadamente. Sabia que aquilo aconteceria, cedo ou tarde. – Quanto mais tempo você ficar,  teoricamente, sequestrado, pior será a sua volta. - Scott continuou - Você tem que voltar antes que essa mentira não seja mais sustentável…

Xiao  balançou a cabeça em concordância.

– Quanto mais tempo eu ficar ausente, mais perguntas eu terei que responder. E mais facilmente poderei me enrolar e ser desmascarado. – Xiao soltou o ar que nem sabia que prendia.

A volta no FBI não era o que de fato o importunava. Ele teria que conciliar o seu tempo na agência, com o tempo que ajudaria Yibo a descobrir mais sobre os seus perseguidores. Porque ele não se atreveria a afastá-lo daquilo! Não depois do motoqueiro misterioso que errou um tiro propositalmente.

Algo estranho subiu pelo peito do federal. Porém não se devia mais ao motoqueiro. Não se devia mais aquele incidente em específico. Era algo novo. Aquela sensação que por várias vezes sentia quando estava trabalhando.

– Não precisa ficar com essa cara, Xiao. Eu, você e Daniel vamos dar um jeito da sua volta parecer real, como o sequestro. Aposto que Yibo também o ajudará…

– Não é isso – Xiao o cortou rapidamente – Alguma coisa.. Alguma coisa está errada.

Scott reconheceu o que Xiao sentia. Na verdade, fora o próprio federal que apresentara aquela sensação a ele.

– Tipo um pressentimento? –  perguntou, apenas para receber um aceno de cabeça do amigo – Não se preocupe. Tudo vai sair bem.

Sim, o federal sabia que tudo ocorreria bem. Tanto que não era com isso que estava preocupado.

– Me leve para o apartamento do Yibo, Scott.

– Pensei que iríamos encontrar com o Daniel. E bom começarmos a discutir sobre a sua volta, Xiao…

– Amanhã – O Agente declarou, sem deixar espaço para uma contestação – Agora me leve até o apartamento.

As sobrancelhas do federal praticamente se uniram. Ele sabia ouvir seus instintos.Lembrou-se que Yibo íra sem revelar aonde iria, e de repente aquilo pareceu… perigoso.

Alguma coisa estava errada. Xiao sabia.

Alguma coisa que envolvia Yibo.
______

Você me traiu – a voz de Ricardo figurava
o fundo da escuridão onde Yibo agora se
encontrava, porém, outras vozes podiam ser ouvidas. Sua mãe. Sua mãe cantava alguma canção de ninar, mas Paola parecia tão longe, Yibo também não poderia enxergar naquela escuridão. Ouvia outros zumbidos…

Alguém falava sem parar, era Vitor?

Ele não poderia dizer, porque começara a ouvir gritos. Os seus gritos. Seus gritos quando James... Não. O que estava acontecendo? Por que ele não conseguia se mexer?

Seus gritos se modificaram, ficando mais finos e sofridos. Não eram mais dele. E Yibo viu cabelos loiros se materializarem na escuridāo. O corpo feminino caído.

Ele correu, reconhecendo a figura de menina. Mas, assim que chegou, Charlotte não estava mais lá. Ela deu lugar a um homem ajoelhado, com a cabeça baixa, murmurando coisas desconexas.

Era Xiao.

Os olhos castanhos voltaram-se para cima, e Yibo sentiu a dor que passava por eles.

– Você – ele começou, e então a dor se transformou em ódio – A culpa é sua!

Yibo encarou aterrorizado a camisa branca do federal pintada de vermelho.

Sangue.

– Ela está morta e a culpa é sua! Toda!sua! Suma da minha vida! Eu odeio você.

Tudo começou a girar, Xiao sumiu, tudo o que Yibo ouvia agora era a voz de Ricardo.

– Como pôde, Yibo?

O mafioso abriu as pálpebras lutando para
se acostumar com a luz e com a respiração sôfrega. Era um sonho. Apenas um sonho.

E aquilo significava que ele definitivamente desmaiara.

Tentou puxar as suas mãos, mas sentiu uma
dor nos pulsos instantaneamente. Piscou várias vezes, finalmente focalizando um Ricardo sentado confortavelmente em sua cadeira de couro. E ele, amarrado pelos pulsos em uma cadeira de madeira.

– Mas – pigarreou, a boca seca –  que é isso?

O homem inclinou-se, apoiando os cotovelos na mesa, os olhos frios como gelo.

– Ainda estou ponderando se começo o seu
castigo imediatamente. O amarrei por via das dúvidas.

– Eu nã vim pedir o seu perdão.. – suas palavras mal escolhidas despertaram surpresa e ira no homem. Cerrando os olhos.

– Não?

Yibo tentou dispersar a dor de cabeça que o deixava ainda mais confuso. Sabia que sua ida ali, não seria fácil.

– O mesmo homem que deu fim em Enrico e Giovanni, atirou em mim.

Por um único segundo Yibo viu uma fúria descabida tomar conta do Tio. Mas tão rápido quanto a viu ele já tinha passado.

Ricardo novamente o encarava daquele modo frio e calculista.

–  Vá direto ao assunto. – Então, Ricardo apertoua área machucada, fazendo Yibo arfar de dor. – Fale, Yibo! – apertou com mais força – O que veio fazer aqui?

– Eu vim…

Mais ele não conseguia falar. Devido seu Tio aperta com ainda mais força seu ferimento, e mesmo mordendo os lábios Yibo não conseguiu conter o gemido de dor. Sentiu a gaze se molhando. A ferida, mais uma vez, sendo aberta.

– Fale! Yibo! – com a mão livre, Ricardo prendeu a mandíbula dele – Estou esperando! Fale!

Então o aperto em sua coxa diminuiu, possibilitando que o criminoso prestasse
atenção em outra coisa que não fosse a dor
que sentia.

– Vim pedir... que deixe Charlotte em paz. Que se esqueça da família do Xia… Do agente Xiao Zhan.

O choque foi tanto que Ricardo tirou suas mãos do homem instantaneamente.

– Isso só pode ser uma brincadeira de mau
gosto!

– Ricardo. Ela é só uma menina.

–O QUE ESSE MALDITO XIAO FEZ COM VOCÉ? – O Wang bradou – Não vệ, Yibo? Escute o que você está me pedindo! Você... Você está preocupado com o maldito!

– Não. – deu-se o trabalho de negar, constatando o quanto aquilo soava patético.

– Não. Não. – Ricardo repetiu, ironizando – Você criou um ponto fraco! Eu não acredito que você deixou aquele oportunista afetar você dessa maneira! Ele está só te usando, Yibo.

– Não – Yibo repetiu. Mas não sabia sobre o que se referia exatamente. – Xiao não é meu ponto fraco. E pode ficar tranquilo quanto a isso. E ele não está atrás de informações. Não nos entregará para a polícia, se é o que te preocupa.

Ricardo aproximou-se perigosamente dele,
puxando seus cabelos para trás, levantando
seu rosto e fazendo com que ele olhasse para ele.

– Eu não o criei assim. Não criei esse ser patético que eu vejo diante de mim. Não vai nos denunciar? Desde quando você virou um idiota, Yibo? Você só me decepciona.

As palavras fizeram seu trabalho. Mais não tiveram o efeito de antes. A única coisa que sentiu com aquelas palavras era que Felipe estava ganhando para suceder Ricardo.

Talvez ele devesse volta atrás….

Não, meu amor. – as lágrimas vertiam dos olhos do federal. Ele era o puro sofrimento – Ninguém encostará em você daquele jeito novamente, pequena. Eu jamais permitiria.

Ele nunca havia visto o federal chorar antes e se sentia desconfortável diante daquilo.

O homem levantou os olhos para ele, e a dor que passava por eles era demais para Yibo suportar.

Xiao…

Yibo teve vontade de gritar. Ele não sabia. Não sabia mais o que fazer.

– O que ele pode querer com você, Yibo? O que pensa que ele quer? Sim. Você é muito bonito... Mas policiais não se envolvem com criminosos apenas para ter uma boa transa, Yibo. Eles têm suas parceiras de trabalho, as prostitutas, o fetiche dos cidadās comuns e de bem para resolver esse problema. Eles não vão procurar um mafioso para isso, não importa o quão bonito ele seja.

Yibo abaixou a cabeça. Não queria mais escutar aquele discurso.

– Ele está te usando. O agente Xiao Zhan vem te usando esse tempo todo e você caiu feito um patinho!

Yibo mordeu os lábios. E se fosse? Do que importava? Por que aquilo doía? Por que ainda assim queria Charlotte em segurança?

– Eu sou a única pessoa que você pode confiar cegamente.

– Eu faço o que quiser em troca, Tio. Apenas os deixe em paz.

Abriu os olhos, deparando-se com a cara especulativa do Wang a poucos centímetros
dele.

– Qualquer coisa? – repetiu, surpreendendo Yibo, que não esperava que Ricardo cedesse tão cedo.

Balançou a cabeça em afirmacão. Ricardo sorriu maleficamente.

– Tudo bem.

Yibo arregalou os olhos.

–Tudo... bem?

– Sim. Você vai sair daqui, vai expulsar aquele vermezinho da sua vida. E vai voltar para cá. Você nunca mais falará com ele. Nunca mais o procurará. E vai tomar o cuidado para que ele também não te procure. Assim, eu deixo aquela merda de família em paz. – Ricardo deu um passo a frente, dobrando-se, e ficando da altura de Yibo. Os olhos idênticos conectados. – Agora, se eu souber, ou melhor, se eu sonhar que você o viu... Nem que seja por acaso. Nem que seja a metros de distância. Eu juro, Yibo. Não sobrará um Zhan vivo para contar a história.

O mafioso sentiu o baque daquelas condições caindo sobre si. Era pegar ou largar. Fica longe do Xiao…. ele, Charlie…  estariam em segurança.

– Eles ficarão bem? – Yibo perguntou.

– Sim. Tem a minha palavra.

Um incômodo correu seu peito, mas mesmo
assim, o mafioso proferiu as palavras decisivas:

– Eu aceito as condições.

Até a próxima 😘

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