Nathalie.
A volta ao trabalho era sempre um tanto quanto estressante. Ainda mais em uma nova empresa.
Eu era a responsável por causas maternas e infantis. Então tinha de lidar com muitas mães solteiras e audiências de divisão de guarda. Mas eu amava o que eu fazia. Em breve iria começar os estudos para ser juíza. A minha mesa era cheia de desenhos e brinquedinho das crianças.
Enquanto eu lia mais um dos processos jurídicos de uma menina de quatro anos e suas mães lésbicas que decidiram se separar, optando por uma guarda compartilhada a minha cabeça divaga em Nash. O que ele estaria fazendo em casa todo esse tempo sozinho? Afinal o campeonato era daqui a algumas semanas, tirando seus investimentos que ele não precisava levantar do sofá para checar e algumas idas a academia. Ele deveria estar em um tédio mortal.
Mas pelo o contrário. Cada dia um prato diferente. Cada dia uma sobremesa nova, mais risos e um bom vinho. Confesso que estou me habituando a esta boa vida e ao vinho. Um dos prazeres da vida adulta que nunca dei muito valor.
Enquanto eu batia a minha caneta sem parar, Nádia e Daniela aparecerem na minha mesa.
Nádia e Daniela eram as minhas duas colegas de trabalho. Que logo no início me fizeram sentir em casa. Nádia vinha do Arizona, grandes pernas longas e um corpo cheio de voltas, com um bronze de dar inveja, um longo cabelo negro até um pouco a baixo da bunda. Ela era o clone da Megan Fox. Daniela vinha da Flórida na mesma altura que eu a pele um pouco clara cheia de pequenas sardas, cabelos ruivos alinhados até a cintura, olhos verdes. Era um combo de super modelos.
As duas sentadas em cada lado da mesa com as mãos apoiadas, me olhando com um olhar desafiador e travesso. Com um grande sorriso.
-O que foi?
-Nada - elas estavam assobiando -
-Falem - revirei os olhos -
-Então a Nádia e eu achamos que como hoje é sexta. Poderíamos sei la fazer uma noite das meninas na sua casa é depois ir a nova balada que abriu no centro de Manhattan.
- Não custa nada. É nem vai quebrar nada.
-Eu não sei. Tenho muito trabalho.
-Você só tem esse caso.
-Meninas? - nosso chefe irresistível nos chamou -
Luke Williams. Recentemente feito os vinte e nove, conduzindo sozinho a empresa do pai. Com 1,95 de altura e puro músculo a sua blusa social parecia pequena em volta daqueles braços. O cabelo castanho escuro e barba rala e os olhos azuis cinzentos. Deixavam qualquer uma ali inverte. Menos eu.
-Sim senhor Williams?
-Ah não você Blair.E sim as duas senhoritas que estão te azucrinando Diaz e Summers de volta aos seus postos. - ele sinalizou para as duas -
-Obrigado - sussurrei -
-Não há de que - ele sorriu -
Podia ver suas caras zangadas do outro lado do corredor e logo a chuva de mensagens começaram.
Nádia:Isso foi golpe baixo.
Dani: Não me importaria de um golpe tão baixo como o Williams.
Blair: Vocês me dão nojo *emoji de vomito*
Nádia: Para até parece que você não acha ele um gato?!
Dani: Até porque se não achasse acho que você está cega. Aquela bunda e maior que da Nádia é mais redonda também.
Nádia: Ai essa doeu, mas valeu a ofensa. Aquela bunda redonda. Ai meu santo Deus eu mordia sem pensar duas vezes.
Blair: Meninas estamos em um local de trabalho será que dá para sermos mais profissionais?
Nádia - Dani: Você é muito chata. Vai você nos deve uma resposta.
Blair: Eu não sei. Eu tenho planos esta noite.
Nash iria cozinhar mais uma vez um prato gourmet qualquer e depois iríamos inundar o deque de novo, já que não arrumamos a jacuzzi ainda.
Blair: Eu tenho que falar com o meu colega de casa.
Nádia: Você nunca disse que tinha com colega de casa.
Blair: Ele e o meu primo.
Dani: Você tem um primo? E mora com ele?
Blair: Ele não e biológico. O pai dele e irmão do marido da minha tia. Mas sim moro com ele. É o surfista profissional Nash Miller.
Dani: Você esta brincando com a minha cara!!!!!!
Nádia: O que ele tem de tão especial?
Dani enviou uma foto de Nash, deveria ser do último campeonato. Ele tinha o torso nu, a roupa do surfista abaixada o suficiente para ver o V marcado, com os cabelos molhados. Era uma visão um tanto quanto provocante. Porque ele olhava diretamente para as câmeras, marcando o seu olhar mais que penetrante.
Nádia: Jesus, Maria e José. Você mora com um tipo destes a todo este tempo? É nunca disse nada?
Dani: Pois isso e traição.
Blair: Meninas podem se acalmar? Eu mal ia saber que uma de vocês tinha um crush por ele?
Dani: Não diria um crush, diria uma queda enorme. Agora que quero mesmo ir na sua casa.
Nádia: Por favor juramos não dar trabalho.
Blair: Eu tenho de ligar ao Nash. Tínhamos um jantar combinado.
Nádia: Jantar?
Dani: Só os dois?
Blair: É o gato. O Tom.
Ouvi os risos. Revirando os olhos disquei o número de Nash. Enquanto escutava o habitual som de ligação.
-Alo?
-Hey - disse tímida -
-Esta tudo bem?
-Sim sim. Sobre o jantar de hoje a noite...
-Ah pode deixar ta tudo sobe controle.
-Eu sei que sim. Mas e que teremos uma mudança de planos.
-Hmm - ele disse apreensivo -
-Então... Tenho duas colegas de trabalho que querem sair hoje a noite. Como elas moram um pouco mais longe pensei que elas, poderiam jantar conosco . É que você viesse para a nova balada que abriu.
Silêncio.
-Tudo bem.
-Obrigado.
Fiz um sinal de joinha para as meninas do outro lado do corredor é voltei ao meu processo familiar.
Olhei e reli aquela folha umas duas vezes. Para tentar me concentrar no caso. Enquanto eu aprendia mais sobre o caso da pequena Ema e seu dilema familiar. Pelo o que pude entender as mães vão se separar mas como esta sendo uma separação tranquila, optaram para dividir a guarda.
A proposta para o juíz é a divisão de guarda saudável. A pequena Ema deveria passar uma semana com uma mãe e outra semana com a outra mãe. Para que assim as duas possam participar no crescimento da menina.
Terminada a análise. Comecei a organizar os meus argumentos para o caso. O julgamento seria em alguns dias, então seria bom eu deixar tudo organizado.
Batido o horário de encerramento as meninas já estavam na porta a minha espera, com suas mine malas. Parecendo uma comissária de bordo de avião. Como ambas moravam fora de Manhattan e pelo o que entendi já tinham um plano arquitetado para ir de todo jeito a esta balada.
O caminho para a minha casa foi composto por muita músicas da Taylor Swift. Enquanto Nádia cantava super bem, Dani vinha de segunda voz enquanto eu me concentrava em bater os dedos no volante e aproveitar o caminho.
Quando parei em frente a porta da minha casa eu olhei para a porta e suspirei fundo.
-Nash? - disse abrindo a porta -
-Hey - só vi a cabeça dele de lado -
-Vou passar - Nádia passou a minha frente enquanto parava em frente da cozinha -
Daniela a seguiu e eu vim atrás, enquanto Tom se enrolava em os meus pés. As duas estavam paradas em frente o balcão da cozinha com a cara pálida.
Nash estava de bermuda com o torso nu, enrolado por um avental escrito "beije o cozinheiro". Ele estava com uma vasilha e uma colher mexendo rapidamente.
-Oi meninas - ele disse sorrindo - Espero que gostem de massa com pesto. Não tive muito tempo então a comida não vai ser muita coisa.
Elas sem respostas se contentaram em ficar olhando e babar. Enquanto Nash dançava Envolver - Anitta. Balançando a cintura no ritmo da música enquanto mexia o molho.
Revirei os olhos andando para o meu quarto. Depois de uns minutos elas aparecerem na porta do meu quarto boquiabertas. Parecia que tinha visto algo de outro mundo.
-Ele é totalmente diferente das fotos - Dani foi a primeira a falar -
-Ele e todo dia assim?
-Assim como Nádia?
-Cozinha semi nu?
-Não.
Provavelmente Nash estava planejando me fazer passar vergonha na frente das minhas amigas. Eu já comecei a respirar fundo enquanto alisava Tom.
-Mas chega de papo vamos nos arrumar? - disse sem paciência -
Elas abriram as malas e de la de dentro parecia um estúdio profissional de maquiagem e vestidos de festas.
Depois de uns minutos e muita dança no banheiro e cantoria, o quarto cheirava a secador e prancha, babyliss.
Eu optei por um vestido cinza com brilhantes cruzado no pescoço, me deixando com um grande decote avantajado com um salto alto preto e o cabelo com cachos feitos nas pontas. Daniela usava um vestido branco, com um decote em V com mangas bufantes, cheio de brilhantes com uma bota branca e o longo cabelo liso reto, Nádia usava um vestido tomara que caia castanho justo ao corpo com um salto bege e o cabelo com cachos mais fechados.
Quando saimos do quarto Nash nos esperava na mesa de jantar com tudo já a postos.
Ele ostentava uma blusa branca com jaqueta jeans por cima, calça preta e all star brancos.
-Bon appétit les filles - ele disse dando visão a mesa, organizada e com vinho já posto nas taças -
O cheiro da comida me deixava com água na boca, mas o cheiro de Nash também. Enquanto as meninas se sentaram cada uma do seu lado eu me sentei na outra ponta. Mantendo uma conexão visual forte.
-Então vocês todas trabalham com a minha priminha? - ele disse apontando o garfo para mim -
-Sim - Dani foi a primeira responder -
-Mas ela cuida mais de causas familiares. Enquanto eu cuidado da parte criminal e a Daniela penal - Nádia completou -
-Acho que não preciso dizer com o que eu trabalho ne?
-Ele é só o meu mordomo - completei - Que me faz belos jantares - ri -
Nash me lançou um olhar destemido enquanto segurava um sorriso idiota na boca. Travesso eu até diria um pouco sádico.
-Mordomo? - ele arqueou a sombrancelha - Sabiam que a sua amiga aqui e uma pervertida.
A curiosidade das meninas já estava atiçada.
-Oi? - Nádia foi a primeira a pergunta -
-É ela diz que eu sou o mordomo e eu digo que ela e uma pervertida. Ela ficava na porta do banheiro me esperando sair de toalha.
Eu queria tacar a colher na cabeça dele.
-Cala a boca Nash. - disse por entre os dentes -
-Esse jogo pode ser jogado por dois - ele piscou o olho -
-Ele esta brincando meninas isso só aconteceu uma vez.
Em silêncio elas olhavam uma para a outra segurando um riso. Enquanto eu e Nash trocamos faíscas com os olhos .
Na ida para a balada, ele foi para a rua de trás do prédio. De lá ele saiu com um BMW X6 preta.
-Não poderia andar apertado a vida toda no seu carro. Sem ofensas - ele disse com o vidro abaixado -
Revirando os olhos eu entrei no banco do passageiro enquanto as meninas foram para trás. Coloquei uma música do meu telefone no carro Hace Calor - Kaleb Di Masi.
-Então onde fica esta balada? - perguntei -
-No centro - elas responderem gritando por causa da música alta -
-Esse balada nova que abriu por acaso pertence ao Luiz Sierra? - foi a vez dele pergunta -
-Sim - Daniela respondeu - Como sabe?
-Ele e um grande amigo. Posso falar com ele para conseguir o passe vip para todos nós.
Ambas se olhamos e demos um gritinho histérico.
-Siiiiim!!! - em um grande unisom -