REX - Série: Homens da Máfia...

By SuanyAnjos

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PLAGIO É CRIME. Violar direito autoral da pena de detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. art. 3º da Lei nº... More

Prólogo
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Epilogo
LANÇAMENTO LIVRO FÍSICO REX

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By SuanyAnjos

— Acordada tão cedo?

Alix segurava uma xícara de café nas mãos e mantinha seus olhos fixos sobre o balcão de mármore. Flashes da madrugada de sábado a atingiam com força. A noite em que Rex chegou sem explicação, sem dizer uma palavra e deixou que o desejo tomasse conta do ambiente. Ela levou a mão sobre o coração ao ser abordada por Rex de forma repentina.

— Achei que você não estivesse em casa.

Havia um motivo para Alix pensar daquela forma, ela o viu sair no domingo de noite, quase meia-noite, e não o viu retornar.

Percebeu que ele calçava um tênis, calça de moletom cinza e uma regata preta que deixava os músculos dos seus braços à mostra. Os cabelos estavam molhados de suor, assim como a sua pele branca brilhava.

— Pensou certo. Cheguei hoje de manhã e saí para correr.

Alix o cuidou enquanto Rex retirava o celular do suporte preso ao braço esquerdo, lavava as mãos e se serviu com um pouco de café recém-passado.

— Você acordou tão cedo em plena segunda, por quê?

— Hoje é o meu primeiro dia de trabalho. — Não queria parecer tão animada, mas era inevitável. Nunca sabia como agir perto de Rex e isso lhe causava certo temor.

As sobrancelhas dele se arquearam em completo desentendimento.

— Você trabalha?

— Na verdade não, ainda. Quer dizer — Alix mordeu o lábio inferior em um ato de buscar palavras certas para explicar a Rex o que acontecia. Não queria se passar por uma mulher que não sabia se expressar. Não quando Rex a analisava de forma minuciosa — no dia em que... No dia que toda aquela confusão com o Dale aconteceu, essa era a novidade que eu precisava contar a ele. Mas, claro, aconteceram tantas coisas e a notícia do meu trabalho se tornou insignificante mediante aos acontecimentos.

— Aonde seria esse trabalho?

Hanks Empresarial. É uma empresa que presta serviços publicitários e de design. — Alix deu de ombros. — Sr. Hank conhecia o meu pai e acho que foi por isso que me ofereceu o emprego. E também a vaga não é na minha área de formação, mas já é...

— Seu carro tem gasolina? — Rex a interrompeu de forma repentina e Alix sentiu o rosto corar de pura vergonha ao ver que ele não estava interessado em seus relatos. Rex parecia tão entediado com sua fala que Alix se arrependeu da explanação.

— Sim. — Esperou que ele continuasse o assunto sobre o abastecimento do seu veículo, mas não foi bem isso que aconteceu.

Rex deu de ombros, tomou um gole do seu café e deu atenção ao seu celular.

— Eu... — Alix parou e começou no momento que Rex a encarou. Ela ficou calada por alguns segundos antes de ser incentivada por um mexer de queixo de Colton — pensei que talvez você pudesse me ajudar com a venda do meu apartamento.

— Verei o que posso fazer. — E lá estava ele encarando e mexendo novamente em seu celular.

Okay.

Não queria perder a hora no seu primeiro dia de trabalho. Colocou a xícara vazia dentro da pia e se virou, deixando a cozinha sem olhar para trás.

Cerca de quarenta minutos depois, culpa do trânsito, Alix chegou ao prédio da empresa. O prédio era imenso e com uma arquitetura moderna do lado externo. Sua fachada era envidraçada. Pessoas trajando ternos e carregando maletas entravam e saiam do interior do edifício a todo o momento. Alix estacionou na primeira vaga, em frente ao local, desceu do veículo e seguiu com o fluxo de pessoas em direção à entrada.

No minuto em que entrou no lobby da empresa, soube que algo estava errado com suas roupas. Os homens estavam de ternos e as mulheres optaram por ternos femininos e blazers de suma elegância. Mirou suas roupas, não estavam deselegantes, mas não eram apropriadas para um ambiente de escritório. O vestido marrom ajustado chegava ao meio dos joelhos e continha um enorme fecho nas costas. O decote era simples, mas os seios fartos estavam apertados.

Péssima escolha de vestuário, Alix Hine.

Tremeu ao perceber que os transeuntes a encaravam.

— Posso ajudá-la?

Ela olhou em direção ao som da voz e seus olhos encontraram uma mulher sentada atrás de uma mesa de recepção. Os cabelos dela eram castanhos, assim como os seus olhos. Usando óculos de armação fina, ela direcionou a Alix um sorriso amigável.

— Com toda certeza que sim. — Alix sorriu de volta e se aproximou da mesa. O som dos seus saltos batendo contra o chão deixaram-na ainda mais consciente do silêncio do local a sua volta e da atenção das pessoas sobre ela. — Hoje é o meu primeiro dia de trabalho como a assistente do...

— Senhor Hank — A recepcionista terminou a frase por ela. — Senhora Gordon, certamente?

— Alix Hine.

Sem ser abalada pelo pedido, o sorriso da recepcionista se alargou ainda mais.

— Srta. Hine, então. Preciso de um documento com uma foto sua.

Alix estendeu a sua identidade e aguardou enquanto a mulher digitava algo em seu computador. Demorou alguns segundos somente.

— Muito bem, o Sr. Hank a espera. Aqui está. — Entregou um crachá com a palavra temporário gravado nele. — Depois você receberá um cartão novo, com todas as suas informações.

— Obrigada.

— Décimo primeiro andar. — A recepcionista pegou o telefone. — Avisarei ao Sr. Hank que você está subindo.

Alix pegou o crachá e o colocou preso ao seu vestido.

— Qual o seu nome? — ela perguntou à recepcionista.

— Rose Moore, mas não me importo que você me chame só de Rose.

— Muito obrigada, Rose.

Alix sorriu, respirou fundo e virou em direção ao elevador.

— Alix.

Parou no exato momento em que seu nome foi pronunciado por Rose.

— Seria estranho se eu a convidasse para almoçar? Sei que não a conheço, mas. — Rose deu de ombros. — Almoço com uma amiga e acredito que ela não se importará que você vá conosco.

— Eu adoraria.

Alix não escondeu a sua alegria ao abrir um amplo sorriso. Não era uma pessoa de muitos amigos, quer dizer, ela não tinha sequer um amigo. A única pessoa com quem Alix saía depois de Dale era a sua mãe.

Precisava viver de verdade.

Entrou no interior do elevador com o grande fluxo de funcionários, ou assim ela julgava ser. Apertou o botão que acionava o décimo primeiro andar e esperou. A viagem até o seu andar durou cerca de alguns minutos. Assim que as portas do elevador se abriram, Alix foi recebida por um grande salão da recepção. Um enorme lobby decorado com móveis brancos e paredes claras. Caminhou em direção à mesa da recepcionista do andar. Ao contrário de Rose, esta não lhe pareceu tão simpática.

— Alix Hine?

— Certamente.

Alix a observou pegar o telefone, discar um número e falar, baixo, ao telefone com alguém por alguns segundos.

— Senhor Hank a espera.

— Obrigada.

— Naquela direção.

Com passos firmes, Alix seguiu em direção à porta indicada pela recepcionista, a qual havia uma placa com a descrição a quem pertencia: Hank Ulisses Teller. CEO.

Alix bateu duas vezes à porta e recebeu a ordem de acesso. Abriu a porta da sala, mas parou no momento que percebeu que Hank não estava sozinho. Havia uma mulher de cabelos compridos, loiros e brilhantes. Era praticamente a cópia de Hank. Cabelos claros e olhos verdes. Ela segurava um folder frente ao Hank diante do olhar crítico do mais velho. Com uma mão abaixo do queixo, o homem sustentava os olhos verdes, afiados e duros sobre o projeto.

— Você consegue fazer melhor. — O tom da voz de Hank saiu um tanto quanto monótona.

A desconhecida de cabelos claros revirou os olhos.

— Essa é a terceira vez que mudo o projeto porque você não gostou. Estou no deadline. Preciso terminar logo. E preciso que você aprove.

Alix a viu retrucar quase que batendo o pé ao chão.

— E eu já disse que você pode e consegue fazer melhor. Enquanto você perde tempo aqui na minha frente, você já estaria na sua sala produzindo.

Okay, general.

Alix a viu prestar continência de uma forma debochada e fingida. A desconhecida se virou de costas para Hank e seguiu em direção à saída.

— Espero que você tenha mais sorte com o general. — Ela piscou para Alix e saiu.

— Cloe! — Senhor Hank gritou enquanto ela deixava a sala. — Desculpe por isso, Alix. — Ele ficou de pé e Alix o observou arrumar o terno caro. Hank era um homem mais velho, mas com muita presença. Os olhos claros davam a ele um ar de coroa cobiçado de Hollywood. — Cloe ainda me matará do coração. — Ele se aproximou dela. — Depois eu as apresento.

— Não se preocupe, Sr. Hank.

— Como você está?

— Muito bem. — Alix pegou a mão do empresário estendida em sua direção cumprimentando com um pouco mais de força que o necessário, mas o nervosismo seguido da vontade de causar uma boa impressão era intenso. — E o senhor?

— Muito bem, também. Sente-se. — Hank apontou a cadeira em frente a sua mesa e Alix sentou-se. — Lauren Hine, como está?

— Ela está bem. — Alix puxou a cadeira e se sentou colocando a bolsa sobre o colo.

— Dale Gordon?

Como falar no primeiro dia do seu trabalho para o seu chefe e amigo da sua família que não estava mais casada?

Mentir ou não mentir?

— Hum... Não sei se devo mentir ou falar a verdade.

— O certo é sempre prezar pela verdade, mas se é um assunto pessoal eu entendo perfeitamente, querida.

— Não estamos mais juntos, Dale e eu.

Os olhos verdes de Hank se arregalaram, levemente, com a confissão repentina. Com a mesma rapidez que a surpresa lhe apareceu, ela sumiu. Hank colocou sua melhor mascará de profissional.

— Sinto muito por isso, e me perdoe por perguntar. Não queria tocar em um assunto tão delicado. — Hank deu leves batidas com a ponta dos dedos sobre a mesa de vidro. — Trataremos então das suas condições trabalhistas. Visto que eu, pessoalmente, pedi por você, nada mais justo do que informar o que espero de você como a minha assistente.

— Com toda certeza, Sr. Hank, e mais uma vez eu o agradeço.

Hank deu com a mão no ar.

— Não por isso, você é brilhante, Alix, sempre foi, mas preciso confessar que ser minha assistente não será fácil.

— Não tenho medo de desafios.

Hank deu uma leve gargalhada e Alix se sentiu mais calma.

— Então...

Ela arrumou a postura e ouviu o que Hank tinha para falar.

Alix estava com os olhos concentrados sobre a tela do computador. Havia uma lista de e-mails que ela precisava enviar no nome de Hank. Já estava nisso há algumas horas quando o barulho do elevador indicou que ele estava no andar. Aquilo se passou quase toda a manhã. Nos primeiros minutos, Alix até se distraía com o barulho e o passar de pessoas, isso se tornou comum nas primeiras horas do dia.

— Alix.

Elevou os olhos da tela do computador e captou a figura de Rose parada em frente a sua mesa. Rose era uma mulher elegante, isso Alix enxergava de longe, O tailleur escuro com uma blusa branca por baixo, e as mãos na cintura destacavam as unhas bem-feitas na cor vermelha.

— Oi.

— É a hora do almoço. Largue isso e...

— Cheguei. — O discurso de Rose foi interrompido pela mulher chamada Cloe, a que estava na sala do Sr. Hank mais cedo quando Alix chegou.

— Já aviso que preciso tomar algo bem forte hoje, Rose. Hank me tirou do sério essa manhã com essa mania de perfeição dele.

— Cloe, se comporte, temos uma convidada nova. Essa é a Alix. Falei dela hoje mais cedo para você.

— Você é a nova assistente do Hank.

— Sim.

— Acho que consigo aceitá-la no grupo.

Alix sorriu e recebeu dois sorrisos igualmente amigáveis por parte de Rose e Cloe. Ela desligou o computador, guardou a lista, pegou a sua bolsa e as seguiu.

Enquanto as três caminhavam em direção ao elevador mais funcionárias passaram por elas encarando Alix de uma forma estranha. Ela passou a manhã observando as mulheres que trabalham na empresa e todas trajavam ternos e roupas comportadas. Diferente dela.

— Preciso perguntar uma coisa.

— Pode perguntar até duas coisas.

— Por que tenho a leve impressão que não escolhi a roupa certa para trabalhar?

— Eu, particularmente, achei o seu vestido muito bonito. Mas, aqui, é costumeiro o uso dos ternos femininos. Tudo para chamar menos atenção. Você por outro lado, fez o oposto. — Cloe apontou na direção de um homem que não se fez de rogado ao olhar de cima a baixo para Alix.

— Se você for livre e desimpedida, não vejo mal algum em receber alguns olhares — Rose colocou seu ponto.

Alix sorriu sem graça. Quando estava casada com Dale, claro que não era desimpedida, mas agora? Como nomear o que acontecia entre ela e o misterioso Rex Colton?

— Você foi casada?

Dois pares de olhos curiosos a encaravam.

Cloe, por sua vez, encarava a sua mão esquerda e a marca da aliança em seu dedo.

— Fui — respondeu com simpatia. — Mas prefiro não falar sobre isso.

— Sem problemas. — Cloe elevou a mão no ar em sinal de desculpas.

— Não me entenda mal, por favor, mas tudo é muito recente. Ainda dói falar sobre isso e estou no processo de adaptação da minha nova vida.

— Entendendo perfeitamente. — Cloe sorriu. — Então, gostou do seu primeiro dia de trabalho até agora?

Alix não teve tempo para se sentir mal por repelir a pergunta de Cloe, no segundo seguinte a mulher já estava rindo e fazendo outra pergunta. Alix respirou aliviada.

O restaurante escolhido por elas ficava no mesmo bairro que a empresa. Nada muito longe, nada muito chique e cheio de executivos almoçando ao mesmo tempo. O local estava lotado e a maioria das pessoas parecia agitada e com pressa. Havia uma mesa vaga e Alix assistiu Rose e Cloe correrem em direção a ela.

— Olá, moças, como estão? O mesmo pedido de sempre?

As três foram abordadas por um garçom que parecia mais novo que elas. Cabelos castanhos, olhos pretos e pele morena.

— Eu preciso de algo forte para beber, Tate.

Agora Alix sabia o nome do garçom. Cloe conferiu o cardápio.

— Aceito uma dose de vodca.

— Você não precisa voltar a trabalhar, Cloe?

— Preciso, mas sem um álcool no meu sistema não aguento mais uma reunião com o meu pai e sua chatice.

— Pai? — Assim que Alix falou conseguiu a atenção de Tate, o garçom, sobre si. A atenção veio acompanhada de um sorriso gentil.

— Prazer, sou Tate. — Ele apontou para o crachá preso à camisa preta. — Sirvo essas belas mulheres todos os dias.

— Alix.

Alix.

A mulher sentiu a malícia no tom de voz do garoto.

— Nome diferente, roupa diferente e... Tudo diferente. — Ele a encarou sem pudor.

O ato de chamar a atenção de outros homens não era normal para Alix. Vivia em um ambiente no qual os homens, por mais mentirosos e canalhas que fossem, demostravam respeito. Pelo menos ela pensava assim. Agora, em menos de uma hora, homens a encaravam com desejo no seu horário de trabalho e Tate flertou sem constrangimento.

— Tate, traga a minha vodca e pare de seduzir a Alix.

— E traga o de sempre. Você já escolheu, Alix? — Rose completou as palavras de Cloe.

— Um sanduíche de peito de frango com ervas finas e um suco de laranja, por favor.

Okay.

Tate as deixou e Alix encarou Rose e Cloe.

— O que foi? — Cloe estava com os braços cruzados sobre os seios e o seu olhar era de puro questionamento. Rose batia as enormes unhas sobre a mesa.

— Você ainda pergunta o quê? Você é a novata do grupo. Desembucha. — Cloe apontou para Alix antes de tornar a cruzar os braços. — Nome, sobrenome, solteira ou não? Fingi compreensão, mas a verdade é que quero saber sobre a marca da aliança em seu dedo!

Alix sorriu.

— O que você gosta de fazer, comer, essas coisas. Conte tudo!

— Isso é um teste de sabatina? No meu primeiro dia de trabalho?

— Olha, o certo seria fingir que não estamos curiosas, mas então não seríamos nós. E assim que você voltar para a sua mesa, haverá comentários sobre a sua pessoa, então que sejam comentários verdadeiros, não é? — Rose olhou para Cloe e ela concordou.

— Não tem jeito, não é?

As duas balançaram a cabeça em um aceno negativo.

— Alix Hine, eu era casada, mas como vocês podem ver — Alix elevou o dedo anelar no ar, mostrando o local vazio —, estou solteira! É a primeira vez que trabalho em minha vida e é a primeira vez que, realmente, me sinto útil e tenho pessoas para conversar.

— Como?

Havia surpresa no olhar das duas mulheres na frente de Alix.

— Não se assustem, mas quando eu era adolescente o meu hobby preferido era ler, então não fui uma adolescente de muitos amigos. Quando fui para a faculdade, as coisas não mudaram então não me esforcei muito. Ao final do meu curso, perto da minha graduação, eu conheci o Dale. Dale era o meu esposo. — Ela deu de ombros. — Nossas famílias eram amigas e pareceu certo começar um relacionamento com ele e depois aceitar o pedido de casamento. Infelizmente, perdemos os nossos pais em um acidente de avião e tudo mudou depois desse acidente. Fiquei casada por dois anos antes de me separar há três dias.

— É tudo muito recente! Ele a traiu? — Rose questionou.

Alix podia muito bem falar que sim, que era uma traição, que ele a deu como pagamento, mas ainda não eram amigas o suficiente para contar os seus segredos. E nem sabia se deveria mencionar Rex Colton em suas conversas.

— Sim.

No momento em que afirmação deixou os seus lábios, Cloe e Rose começaram uma sessão de xingamentos sem medida à pessoa de Dale Gordon.

Alix sorriu e relaxou nos próximos minutos que passou com as duas mulheres.

— Você tem feito o seu trabalho?

Rex encarou a tela do computador a sua frente e observou os números da sua conta bancária mudarem alguns dígitos, deixando-a ainda mais recheada.

— Você não precisa se preocupar nem me ensinar sobre o meu trabalho.

— Então, por que ainda não ouvi as notícias que tanto desejo?

— Eu acabei de fazer um serviço para ele, James. Não posso simplesmente matar Dale Gordon porque você não sabe esperar.

Você quer testar a minha paciência, Colton?

Cala a boca, James. Você não manda em mim. Quando achar que algo deve ser feito, farei. Mas neste momento, você fica quieto e espera. E se falar, mais uma vez, comigo assim, mudo o meu alvo e te mato.

Sem esperar ser contestado pela pessoa do outro lado da linha, Rex finalizou a ligação, desligou o celular e saiu da página do banco. Gostava muito do que fazia, não seria hipócrita, mas homens como James tornavam o seu serviço maçante e estressante.

Colton guardou o celular no bolso da calça e saiu do escritório. Antes de se retirar por completo da área em que o seu escritório se localizava, ele conferiu se o dispositivo de segurança estava ativo. Luz vermelha acesa, porta fechada. O assassino seguiu em direção à sala e sentou-se sobre o sofá da sala enquanto observava a enorme janela de vidro que dava a ele uma visão linda de Roadland. O dia começava a chegar ao seu fim e Rex, pela primeira vez, em sua vida, se sentia entediado.

Passou a sua manhã toda em contato com o seu advogado tratando da venda do apartamento de Alix. Ao descobrir que Dale ainda residia no local, ele pediu uma ordem de despejo. O que levaria um tempo, já que seu advogado precisava da ordem assinada por um juiz e isso era moroso.

Depois de resolver a questão do apartamento de Alix, Rex não tinha nada para fazer. O que era estranho, pois em tempos normais ele pegaria o seu carro, ou seu jatinho particular, e simplesmente partiria sem rumo, mas isso era em tempos antigos. Agora Alix Hine morava com ele e era muito estranho da sua parte se preocupar com isso.

Ela estava no trabalho e por mais que Rex não gostasse da ideia, ainda assim não a proibiu. Não tinha esse direito, não no momento.

Um barulho ecoou da porta da frente do apartamento e Alix entrou com um sorriso imenso nos lábios enquanto conferia algo no celular. Rex cruzou os braços sobre o peito nu e esperou que ela, finalmente, desistisse do celular.

— Que susto.

Alix levou a mão sobre o peito e Rex a encarou, sério. Sobrancelha arqueada em questionamento. Ele viu o sorriso de Alix vacilar até sumir por completo.

— O que foi?

— Com quem você estava falando? Gordon? Você se esqueceu qual é o nosso acordo? Ou você prefere que eu mate o seu esposinho?

— Não — ela respondeu com rapidez e Rex arqueou a outra sobrancelha em questionamento. — Não me entenda mal, não o defendi. Só respondi a sua pergunta.

— Com quem você está falando, então?

— Com minhas colegas de trabalho. Eu as conheci hoje e trocamos nossos contatos. Só estava respondendo as mensagens delas.

— Nomes.

— Por que você quer saber os nomes delas? Duvido que você as conheça.

— Isso não cabe a você julgar. Nomes e sobrenomes. — Rex puxou o celular do bolso da calça e lançou seu temido olhar na direção de Alix.

Rose Moore e Cloe.

— Cloe de quê?

— Não sei!

Rex respirou fundo e guardou o celular no bolso da calça novamente.

— Você falou alguma coisa sobre mim ou sobre qualquer coisa que aconteceu entre nós esses dias?

— Não.

Rex a viu engolir em seco e interpretou aquele gesto como temor. Era bom que ela o temesse. Ela não sabia sobre o seu passado, Alix não o conhecia e não sabia do que ele era capaz. Não andar com seguranças era uma opção sua. Discrição era o seu sobrenome, mas isso não impedia que as pessoas o conhecessem, também não impedia de Alix tornar-se um possível alvo dos homens que o odiavam. Tudo o que Rex menos precisava era do nome de Alix ligado ao seu no sistema chamado submundo!

— Ótimo. É bom que você saiba que não deve falar o meu nome com qualquer pessoa. Você não está mais no seu mundinho ilusório. Aqui é a vida real. E na vida real pessoas morrem. Entendeu?

— Entendi.

— E não me ostente como o seu namorado para as suas duas novas amigas. Não sou cachorro e nem brinquedo para ser seu. Quanto mais cedo você entender o seu lugar nessa situação é melhor. Dale a deu como pagamento. Não somos namorados, não somos amantes e muito menos amigos. Não espere nada de mim, não crie expectativas e faça o seu trabalho direito. Pague as dívidas do seu esposo.

— Okay.

A felicidade aos poucos deixou os olhos de Alix e aquilo o agradou. Não era de sua natureza ser gentil e nem agradar, e Alix, realmente, precisava entender o seu propósito em toda aquela história. Não estava ali de férias e não estava ali em vão.

— Pesquisei o que você me pediu a respeito da venda do seu imóvel. Dale permanece vivendo lá, por isso uma ordem de despejo será emitida pelo meu advogado e assinada pelo juiz. Em breve o apartamento é todo seu para a venda.

— Obrigada.

Uma expressão fria se formou no rosto de Rex ao perceber que Alix estava prestes a chorar. Não gostava de ver mulheres chorando. Não sabia consolá-las. Preferia ouvir seus sons de prazer.

— Como foi o seu primeiro dia de trabalho?

— Não precisa fingir que se importa, Rex. Você não quer saber como, realmente, foi o meu dia, afinal, sou somente um pagamento. — Alix deu as costas para o assassino e seguiu o caminho que a levava em direção ao quarto ocupado por ela.

Rex sorriu e se jogou sobre o sofá sentindo o corpo relaxar pela primeira vez naquela segunda-feira. Ele ligou a enorme televisão fixada à parede e relaxou. Sentia-se melhor. Achou estanho o pequeno vazio dentro do seu apartamento o dia todo. Era insano, só fazia três dias que Alix estava ali. Saber que Alix estava em seu quarto, provavelmente o odiando e o xingando enquanto chorava o fazia sorrir.

Seu próximo serviço seria investigar os nomes das mulheres dadas por Alix. Esperava que ambas não fossem um problema. Já estava com muitos problemas e não queria mais um. Sem contar com o fato de que Rex odiava matar mulheres. 

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