Vermelho: a cor do sangue

Sandmanlil

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Na cidade de Sultern, os desafios anuais para os adolescentes lançam uma sombra sinistra sobre a pacata comun... Еще

Epígrafe.
Dedicatória.
Notas.
Playlist.
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Sandmanlil

Sim, é preciso correr por aí, por aí, por aí
como se sua cabeça estivesse pegando fogo
Lana Del Rey - Margaret


―――――――――

I

Hoje fazia 25 anos desde que Sultern fora colonizada por americanos. A pequena cidade do estado da Flórida, localizada no extremo sul da Costa Leste, estava bastante movimentada. As ruas estavam enfeitadas com as cores vermelha e verde da bandeira de Sultern, e as lojas se preparavam para a grande movimentação que teria naquela noite. Estava planejado um teatro para homenagear toda a história da bela cidade, com um coral de músicas que marcaram a região, um desfile das antigas famílias colonizadoras, uma corrida de cavalos, apresentações de dança e muita comida.

― Scarlet, vamos logo, ou seu namorado vai brigar por atrasarmos para o coral dele. ― Martinne gritou pela última vez, pedindo que sua melhor amiga se apressasse.

― Quando foi que você se tornou tão responsável com horários? ― A garota desceu calmamente, ao contrário de Martinne, que usava tênis, moletom e jeans. Scarlet usava sua calça branca com detalhes rosa e seu chapéu rosa de couro, um estilo de cowgirl.

― Você está indo para um coral ou para uma festa a fantasia? ― Scarlet fez uma cara de ofendida, considerando uma ofensa o comentário, já que gostava de ousar em suas roupas, embora raramente pudesse usar roupas extravagantes por viver em uma cidade pequena.

― Você está ofendendo a mim e as minhas roupas também. É melhor irmos, ou você verá o coral de Brandon no hospital ― ameaçou Martinne. Ela sabia que a ameaça era vaga, então a ignorou.

Martinne e Scarlet entraram no carro que seria de Scarlet se ela não fosse tão irresponsável. A garota Austin assegurou aos pais de sua melhor amiga que ela iria dirigir o carro, já que era a mais responsável das duas. Collins não gostou da ideia, mas não teve voz, uma vez que quase atropelou os porcos do Sr. Grew da última vez.

As duas discutiam sobre assuntos banais, como sempre, quando Martinne freou bruscamente, fazendo a amiga borrar a maquiagem.

Scarlet lançou um olhar mortal, pois já estavam muito atrasadas, e parar no sinal verde não ajudaria em nada.

Um rebanho de ovelhas estava passando; diferentemente de outros lugares, havia uma regra que indicava parar no sinal quando houvesse animais passando. A multa seria pesada se atropelassem algum animal, sem contar a culpa que sentiriam depois.

Assim que o rebanho passou, Martinne pisou fundo no acelerador, por culpa da amiga estarem ainda mais atrasadas.

Austin estacionou o carro e correu, juntando-se a outros carros, para não perder o coral. Brandon havia reservado um lugar para os amigos bem na frente. Scarlet puxou Martinne para as únicas duas cadeiras vazias, passando sem vergonha por aquelas que estavam concentradas no coral.

O sorriso de Brandon se alargou ao ver a namorada e logo mandou um sorriso gentil para Austin, que acenou de volta. O coral terminou e as pessoas começaram a aplaudir. Enquanto Brandon ia trocar de roupa, Martinne recebeu uma programação da noite: houve o coral às quatro e meia, seguido por uma corrida de cavalos, um desfile às cinco e quinze, e apresentações de dança do fundamental às seis. Após uma pausa para comidas, haveria o grande teatro produzido pelas turmas do colégio Saint Sultern antes das férias de verão.

― Vocês se atrasaram. ― Austin foi tirada de seus pensamentos ao ouvir a voz do amigo.

― Culpa da sua namorada, que resolveu se fantasiar de cowboy. ― Brandon riu, e a loira fez uma cara brava.

― Minha roupa está adequada para a festa. Você que parece uma desabrigada com essa roupa. ― Scarlet zombou da simples roupa que a amiga usava, sentindo-se confortável com a sua.

― Onde está Henry? ― A menina olhou ao redor, não avistando o garoto, que gostava de participar de todos os corais de Brandon.

― Ele saiu um pouco antes de vocês chegarem. O treinador dele está levando essa corrida muito a sério ― os três começaram a sair do local, dirigindo-se para fora, onde o ambiente estava cheio de barracas de comidas e brinquedos infláveis. Era uma grande diversão para quem vinha de fora.

― Estou faminta, Marty nem me deixou comer antes de sair ― resmungou Scarlet.

― Se você tivesse me dito que queria chegar só no fim do coral, então eu não teria praticamente passado por cima daquelas ovelhas ― respondeu irônica, e Collins revirou os olhos.

― Então vamos comer. Quem chegar por último na barraquinha do Jonas paga a conta ― propôs Brandon, saindo correndo sem dar tempo para que elas pensassem.

Scarlet, que estava de botas, ficou para trás. ― Isso não é justo, estou de botas ― reclamou, ofegante, tentando alcançar.

― Ganhei! ― Brandon comemorou, mexendo-se todo.

― Não gostei. Eu estava de botas, e foi mais fácil para vocês correrem ― reclamou Collins, cruzando os braços.

― Sinto muito, amorzinho, mas serei gentil e pegarei um lanche dentro do orçamento ― aproximou-se Brandon, dando um beijo na namorada. Austin começou a rir, imaginando o lanche que Brandon escolheria.

Martinne pegou um bolo de chocolate, enquanto Brandon escolheu várias roscas doces, causando um belo prejuízo, e Scarlet optou por pipoca.

― E aí? ― Henry aproximou-se dos três e pediu água a Jonas.

― Tudo bem, Henry? ― Brandon cumprimentou o amigo com um toque. A aparência do garoto mostrava muito cansaço, e ele realmente estava exausto, tendo enfrentado uma semana difícil.

― Tô bem sim. Consegui escapar do treinado Mason. Ele não me deixa nem piscar os olhos.

Brandon e Scarlet haviam sumido deixando Martinne na presença somente de Henry. ― Você não me parece muito bem. Deveria descansar. ― o menino abre um sorriso quando percebe a preocupação da amiga.

― Não se preocupe comigo Martinne, eu estou bem e logo essa corrida acaba e volta tudo ao normal.

Ela deu risada mas sabia que era mentira, o amigo estava sob pressão e que a insegurança se fazia presente.

Henry pegou a mão de Austin e foram para as barracas de jogos. O jogo era de tentar atirar no bico do pato pelo menos três vezes.

Ele acertou em qualquer lugar do pato menos no bico.

― Isso é injusto, aquele jogo é roubado. ― Bitencourt disse raivoso.

Martinne começou a rir que nem uma doida fazendo as pessoas a encarar estranho. ― Desculpa, mas eu não me segurei. ― ela ria mais. ― Não dá, você é pior que Scarlet tentando me acertar a escova.

― Henry Bitencourt? ― O homem grisalho se direcionou ao menino que afirmou com a cabeça. ― Sua corrida irá começar em quinze minutos.

Henry fez uma expressão triste e se despediu de Martinne e acompanhou o moço, a garota iria procurar os amigos para poder sentar juntos mas recebeu uma mensagem de Scarlet dizendo que estava na arquibancada dois.

Assim que ela chegou os corredores já estavam começando a se posicionar em seus lugares, o Henry era o número 05, diferente de antes ele estava com roupa de corrida azul. Seu cavalo era o Theodore, um dos melhores cavalos do rancho do Gilbert Johnson.

Martinne não iria mentir, queria muito que amigo ganhasse.

O menino subiu no cavalo de crinas brancas e olhou para os amigos, Austin conseguiu ler sua expressão, ele estava inseguro com essa corrida. Ela pode acompanhar um dos seus treinamentos e todos no rancho estavam contando com que Bitencourt ganhasse.

Os cavalos foram posicionados, o apresentador lançou a largada, seria um perímetro grande com alguns obstáculos para pular. O número 2 ficou para trás e em poucos minutos o número 8 disparou na frente com seu cavalo Diner, mas algo pareceu fazer o cavalo diminuir a velocidade mas não o suficiente para Henry ultrapassar. O corredor 3 conseguiu alcançar a velocidade do 5 e do 8, Austin conseguiu ver a preocupação do treinador Manson quando o cavalo de Bitencourt diminuiu a velocidade, a arquibancada estava eufórica.

O corredor número 3 tentou passar na frente, mas o número 8 não deu espaço, e os cavalos se encostaram. Diner se assustou e parou bruscamente. Henry conseguiu acelerar com seu cavalo.

O garoto superou os obstáculos, deixando o número 3 para trás. Ele estava perto da linha de chegada, mas, num instante, o corredor número 3 passou disparado na sua frente, alcançando a linha de chegada.

A multidão explodiu em aplausos enquanto o vencedor comemorava a vitória. Henry, desapontado, desceu do cavalo e se dirigiu aos amigos, com um olhar abatido.

― Você foi incrível lá, Henry. Quase ganhou ― disse Martinne, tentando consolá-lo.

― É, foi por pouco. ― concordou Brandon, colocando a mão no ombro de Henry.

Scarlet tentou animá-lo também. ― Na próxima vez você vai arrasar, tenho certeza.

Henry forçou um sorriso, agradecendo-lhes, mas o olhar cansado não passava despercebido.

― Vamos dar uma volta, esfriar a cabeça. ― sugeriu Martinne, e os quatro começaram a caminhar pela feira, desfrutando dos diversos jogos e atrações.

Quando a noite caiu, todos se reuniram para assistir ao grande teatro. Sentaram-se juntos. Henry parecia mais relaxado, envolvido na atmosfera mágica da presença dos amigos.

Ao final do teatro, um lugar de encanto e ilusão, onde a magia das histórias ganha vida diante dos olhos do público. No entanto, naquela noite fatídica, as cortinas se abriram novamente para um espetáculo de tragédia. O brilho dos holofotes foi substituído pela escuridão da morte, deixando um clima pesado pairar sobre o palco.

A história começou, com os personagens  secundários falando suas falas e coreografias, buscando transmitir emoções e dando a vida para ser um bom espetáculo.

No entanto, durante uma cena um grito agudo cortou o ar. Os membros da equipe correram para o palco, apenas para se depararem com um cenário aterrorizante. No centro do palco jazia o corpo imóvel de um dos atores principais, com uma faca cravada em seu peito.

A comoção e o desespero tomaram conta de todos os presentes. A equipe de produção entrou em pânico, chamando os paramédicos e a polícia. As pessoas na plateia saíram correndo com desespero e o elenco, atordoados e em choque, tentavam entender o que havia acontecido. Entre lágrimas e gritos de angústia, a notícia da morte se espalhou pelos cantos de toda a festa, lançando uma sombra sombria sobre o ambiente.

A comunidade ficou em choque com a notícia, o que era para ser uma apresentação memorável agora se transformou em uma tragédia inimaginável. O teatro, um lugar de sonhos e fantasias, foi transformado em uma cena de crime, repleta de mistério e incerteza. A morte do ator deixou uma marca indelével na história daquela produção teatral, uma cicatriz emocional que iria perdurar por muito tempo.

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