My Golden Gangster.

By SofiaCaramelo7

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Thomas é forçado a viajar para Portugal numa tentativa derradeira de parar Oswald Mosley, que continua os seu... More

Personagens
Lisboa.
Helena.
O Plano.
Vulnerável.
Alfie.
O jantar.
Lastimável.
Tentação
Minha. (+18)
Manhã seguinte.
Pegasus.
Realidade pesada.
Egos esmagados.
Egos esmagados II
Voz da razão.
Demónio.
Sem saída.
Plano B.
Errado. (+18)
Devil's Game.
Força interior.
Sentada à mesa do Diabo.
Reviravolta.
Refúgio.
Entrega. (+18)
Enfrentar.
Broken Heart.
Perigo (+18)
Reencontro.
Verdades ocultas.
Teresa e Cassandra.
Norte. (+18)
Cura.
Milagre.
666- Devil's Room.
Tempestade. (+18)

Ponto final?

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By SofiaCaramelo7

Deixava-se consumir há dias pela amargura que percorria o seu coração. Com o golpe ao virar da esquina que por si só já exigia dela tudo o que tinha, Helena dava pela sua mente a desviar-se do momento mais importante da sua vida. Todo aquele plano era uma loucura mesmo tendo o foco e empenho máximo de todas as partes mas assim? Assim seria apenas assinar a sua sentença de morte. Não o podia permitir, forçosamente teria de limpar a sua cabeça para se manter no jogo e acabar com as distracções que tinham nome próprio: Thomas Shelby e Alfie Solomons. Praguejou mentalmente pelo nome de Thomas vir em primeiro lugar na sua mente. Um tinha-lhe roubado o coração, o outro tentava a todo o custo recuperá-lo. 

Chega.


O papel de donzela indefesa não era para ela. Permitia-se absorver quando estava nas suas mãos não depender de mais ninguém sem ser dela própria. Encostada à box de Pegasus olhava para o animal alegremente a ser refrescado do calor brutal por um dos homens do seu pai. Precisava dele mas não lhe ia tirar aquele instante. Começou a caminhar até chegar ao quarteirão em que precisava decidir o seu próximo passo. Seguir para a fábrica de Alfie ou ir de encontro a Thomas. Mais uma vez hesitou. Hesitação é morte certa no seu estilo de vida. Suspirava alto olhando de um lado para o outro e apenas deixou os seus pés levarem a melhor. Começou a sentir o cheiro característico a pão no forno que emanava do imponente edifício à sua frente, verdade seja dita era um cheiro que lhe trazia sempre boas memórias. Memórias que não queria destruir. Todos a cumprimentaram discretamente enquanto percorria os longos corredores da fábrica, ao longe conseguiu ver Raposas Vermelhas que treinavam em conjunto com os homens de Alfie, Helena foi repentinamente invadida pela realidade. Quando voltou a olhar para a frente viu Manuel abrir o sorriso para si.

-"Bons olhos a vejam menina!"- Fez-lhe uma vénia desajeitada.-"O chefe tem estado impossível sem si."


Helena sentiu o seu coração estilhaçar silenciosamente com a afirmação de Manuel. Era a pessoa mais próxima a Alfie e sabia que falava abertamente a verdade.


-"Está no escritório?"- Helena perguntou-lhe delicadamente. Manuel assentiu e despediu-se seguindo caminho. 



Respirou fundo antes de rodar a pesada maçaneta que se abriu chamando a atenção de Alfie. Encostou-se à porta esperando alguma reacção dele. A cabeça do judeu rodava a mil, largou os papéis na secretária e mordeu o lábio inferior olhando para a figura divina na sua frente, conseguia sentir o seu perfume aquela distância e como ele a queria arrastar até ali e fazê-la sua. A sua mão direita viajou até ao volume nas calças que teimava em deixá-lo desconfortável com o aperto. Helena reparou no gesto e engoliu a seco discretamente.



-"Fuckin' God, mulher."- Alfie abanou violentamente a cabeça.-"Porque me torturas desta maneira, ahm?"- Levou a outra mão à barba.- "4 dias, yeah? A merda de 4 dias, Helena."


Helena baixou a cabeça com a consternação de Alfie, tentava limpar a garganta a todo o custo. Quando voltou a olhar e se preparava para falar foi novamente interrompida.

-"Não o digas, love. Eu sei o que vais dizer e se o ouvir da tua boca não é o cancro que me vai matar, yeah?"- A voz de Alfie falhou ligeiramente.

-"Desculpa."- Helena disse quase em tom de suspiro de suspiro.

-"Tranca a porta e vem até aqui."- Alfie pediu mas Helena não se mexeu.-"Não me faças implorar."

-"Se for até aí não vou conseguir fazer o que vim fazer."

Alfie largou todo o ar que tinha no peito.

-"Aquele filho da puta despedaçou-te mesmo, yeah?"- A mão de Alfie percorreu a cabeça.-"Tu, tu enfeitiçaste-me right? Mas não vou ser a porra de um cão atrás de ti senão me quiseres."

-"Se fosse tão simples assim.."- Helena apoiou a cabeça na porta e deixou uma lágrima rolar pela cara.


-"Não love, não faças essa merda à minha frente."- Alfie juntou as mãos na secretária e fechou os olhos. -"Isso, isso faz-me querer levantar desta cadeira e só Deus sabe a força que estou a fazer para isso não acontecer."- Alfie continuava de olhos fechados e apertava cada vez mais as mãos. -"Porque a partir do instante em que te agarre não vou conseguir controlar-me, yeah? E a minha alma dói com a vontade que tenho de te foder neste momento."

Helena estremeceu com a espontânea demonstração de Alfie, conseguia ouvir a dor na sua voz. Respirava pesadamente.


-"I fucking love you. Essa é a única razão pela qual te estou a respeitar. Mas tens de sair, querida. Tens de sair agora porque não aguento mais, yeah?"- Alfie olhou novamente para Helena, sentia os olhos baços e jurava que ia chorar.

-"Queria ser a pessoa que mereces, de verdade."

-"E és, só ainda não sabes."-Alfie esboçou um leve sorriso. -"Adeus, amor."


Helena olhou durante largos segundos para Alfie antes de abrir novamente a porta, conseguia ver as veias saírem no seu pescoço com a força que fazia para se segurar atrás daquela mesa e não ir até si. Fechou finalmente a porta e ouviu um grito vindo do fundo do seu ser enquanto a divisão era destruída. Helena meteu a mão na boca e pensou novamente em abrir a porta mas não seria justo. Nem para si e muito menos para Alfie. Correu para fora da fábrica e deixou as lágrimas abraçarem a sua cara levemente. Como sabia, qualquer decisão que tomasse a partir dali, alguém sairia magoado. Ela não queria que fosse assim mas não podia alterar a realidade.



De volta ao estábulo, Pegasus estava pronto para si e confortou-a quando chegou próximo. O pescoço pesado do animal envolveu-a e Helena deixou-se levar pelo embalo. Não sabe quanto tempo esteve assim mas quando abriu os olhos sentiu-se menos pesada. Um dia de cada vez e tudo iria ao lugar, mais tarde ou mais cedo. O clima estava estranho e acompanhava-a nos seus sentimentos, apesar do calor tinha começado a chover com intensidade. Helena montou Pegasus e saiu do estábulo enquanto as gotas pesadas caiam e a refrescavam. Fechou os olhos respirando fundo enquanto o animal fazia o caminho que já conhecia de cor. Nas ruas existia uma correria geral para tirar os bens da chuva ou abrigarem-se no sítio mais próximo. Só as crianças brincavam alegremente, pulando e saltando com os pés descalços. 

Chegando à porta do pub Helena saltou do dorso e deu as rédeas a um homem do seu pai. Estava completamente encharcada da chuva, o seu cabelo ondulado pingava de todos os fios possíveis como se tivesse acabado de sair do banho. O pub estava calmo com o movimento habitual, Helena rodou a cabeça e não vendo quem procurava, sentou-se no balcão onde Amanda limpava uma garrafa.


-"Não o vais encontrar aqui."- Amanda serviu-lhe um whisky.


-"Não sei do que falas."- Helena pegou no copo e rodou-o no balcão.


-"Por sorte, eu sei. Lá em cima querida. Eu asseguro-me que as meninas mantém o espaço livre, sim?"- Amanda pegou-lhe na mão com ternura e sorriu para Helena que retribuiu e subiu as escadas.


O seu coração voltou a disparar loucamente quando passou pela entrada falsa. Apertou o copo que ainda levava na mão como se a sua vida dependesse disso. O espaço encontrava-se estranhamente silencioso, vendo a sala vazia seguiu pelo corredor e parou na porta do quarto de Thomas. Todas as lembranças que aquelas 4 paredes lhe traziam eram de repente avassaladoras. Levantou a mão e preparou-se para bater à porta mas parou. O que poderia dizer? Ela tinha cometido um erro terrível e muito sinceramente não sabia se era possível recuperar disso. Enquanto lutava com a sua cabeça e já se preparava para voltar atrás a porta abriu-se levando-a a dar um leve pulo para trás.



Ali estava ele. Com a mão no trinco da porta olhou para Helena e através dela, como sempre fazia. Perdeu-se mais uma vez no oceano daqueles olhos que a liam como ninguém. Thomas tirou o cigarro da boca e mandou o fumo fora.

Ali estava ela. Finalmente, ali estava ela.


-"Helena."

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