Network of Secrets

By Lin-huan

28.1K 4.1K 2.5K

Wang Yibo, nascido à sombra da criminalidade, possuía um futuro brilhante traçado por seu tio: o comando da m... More

prólogo
Cap1
cap 2
Cap 3
Cap 4
Cap 5
Cap 6
Cap 7
Cap 8
Cap 9
Cap 10
cap 11
Cap 12
Cap 13
Cap 14
cap 15
Cap 16
Cap17
Cap 18
Cap 19
Cap 20
Ca 21
Cap 22
Cap 24
cap 25
cap 26
Cap 27
Cap 28
cap 29
Cap 30
cap 31
Cap 32
Cap 33
Cap 34
Cap 35
Cap 36
Cap 37
Cap 38
Cap 39
Cap 40

cap 23

629 97 100
By Lin-huan

Boa leitura ❤️

Tudo ao redor do federal pareceu estar em câmera lenta, os ponteiros do relógio parando.

Scott, Yibo, o motoqueiro.

Um tiro.

A arma portava um dispositivo silenciador, mas aquele foi o maior ruído de toda a vida do agente. O prenúncio de algo inevitável, que ele jamais poderia impedir. Estava longe demais.

- NÃO! – Xiao gritou aterrorizado -YIBO!

Ele sentiu o baque em sua própria carne, o projétil lhe atingido através de um poderoso soco no estômago. A bile subiu, a garganta secou, os olhos arregalados. As mãos se fecharam raivosamente em punho com a constatação que ele não podia fazer nada para evitar.

Yibo caiu de joelhos no asfalto fazendo com que as pernas do federal prendessem para frente, um estímulo natural de seu corpo para ir até ele. Nada mais existia além da figura do homem caído e o sangue que, moderadamente, salpicava o asfalto.

O coração do agente começou a bombear em um ritmo alucinado, seu sistema liberando as endorfinas necessárias, a adrenalina correndo por suas veias. Outros tiros, mas dessa vez eram aliados, Scott disparava várias vezes contra o motoqueiro que agora fazia sua rota de fuga.

Xiao livrou-se das mãos que o retinham, mãos de sua irmã, mas que, naquele momento, nada mais eram que amarras o impedindo de salvar Yibo. Correu o mais rápido que pode, o medo crescente era alimentado a cada novo passo. Finalmente chegou até ele, ajoelhando-se a sua frente. Os azuis estavam fechados, as mãos delicadas, excetuando os eventuais calos de escrita e manuseio de armas, largadas em cima da calça, sujas de sangue.

- Meu amor, fala comigo! - Xiao  chamou e não reconheceu a própria voz. Estava estranha, rouca e parecia um sussurrar de desespero.

Levou as mãos até os ombros dele fazendo com que assim ele abrisse os olhos. Mas Yibo não estava ali. Os orbes estavam  opacos e sem vida, mirando algo muito além dele.

O federal tentou focar no que era importante: Achar o ferimento. Seus olhos hábeis percorreram o corpo masculino e ele percebeu que o tiro atingira a perna esquerda dele, porém, graças a escassa iluminação e a calça de lavagem escura, Xiao não pode definir em que local exatamente.

Por favor que não seja a artéria femoral.
Que não seja a artéria femoral. Ele rogou, inconscientemente, em seus pensamentos.

- Por que? - ouviu Yibo murmurar e percebeu que ele estava em um tipo de transe.

O rosto pálido elevou a preocupação do agente em níveis inimagináveis.

- Yibo? - Xiao mais uma vez chamou, e outra vez foi ignorado. Sem alternativas, o federal levou as mãos até a perna vitimada dele, tentando fazer uma ideia da dimensão dos danos.

A dor lacerante na perna esquerda trouxe Yibo de volta para a realidade. Por um breve momento, piscou os olhos, confuso.

Depois conseguiu processar que a dor era por causa das mãos do federal que, com cuidado, começava a examina-lo. Yibo mordeu o lábio fortemente, tentando conter o grito que sairia dali, mas não foi forte o bastante para aplacar o gemido agoniado que saiu de seu peito. Os olhos de Xiao voltaram-se para Yibo na mesma hora, preocupados, esquecendo momentaneamente do que faziam e deixando a perna de Yibo livre.

- Xiao, não me toque. - O mafioso grunhiu, arfando.

Seu peito subindo e descendo em um ritmo descompassado. Tentou engatinhar para
trás, para longe das mãos do homem que o lembrava do que tinha feito essa noite. Da traição da máfia. Mas Yibo não foi muito longe, surpreso com a dor forte que se abateu nele, assim que tentou movimentar a perna.

- Não se mexa assim. - Xiao  implorou, se aproximando dele.

- Eu... estou bem, Agente. - Yibo retrucou.

- Não. Você não está. Fique quieto, Yibo... por favor.

O mafioso crispou os lábios, sem esforços para conter a sua irritabilidade.

- Nós temos que te levar para um hospital.

Yibo levantou rapidamente os olhos em fúria.

- Cala essa boca!

- Você está sangrando muito... Eu não sei onde o tiro pegou e nós temos que remover a bala.

O federal tentou explicar pacientemente, mas ele mesmo não se entendia. Por que Yibo tinha que ser tão absurdamente teimoso?

- Não há bala para ser removida, Xiao -  ele disse, para a completa confusão do homem - Foi um tiro de raspão.

Xiao olhou para ele, a tez pálida, a perna sangrando e manchando o asfalto de vermelho vivo.

- Você nem viu o ferimento ainda, Yibo! - retrucou raivosamente. Como ele poderia negligenciar a própria vida daquela maneira?

- Pode procurar a bala no chão! Eu sei do que estou falando - Xiao negou com a cabeça, tentando tocar nele novamente - Não encoste em mim! Inferno! Eu tô me sentindo sujo...- Yibo falou sentindo o cansaço vindo.

- Xiao... - a cabeça de Scott apareceu no raio de visão de Yibo, ele quase tinha se esquecido dele - Eu posso dar uma olhada se quiser.

- É  médico, Agente Turner?-  Yibo rolou os olhos, concentrando-se em movimentar a perna machucada.

- Fui paramédico antes de entrar para o FBI. - Scott disse não escondendo o seu contentamento diante da feição afetada da criminoso.

Xiao olhou incerto do amigo para Yibo, logo depois meneando um sim com a cabeça, sua expressão relevando a confusão que vivia internamente.

- Vamos levá-lo para a calçada. - Xiao finalmente falou, e apesar da utilização do plural, ele não deixou espaço para que o outro homem ajudasse. Pegou Yibo com cuidado em seu colo.

- Me coloque no chão! Eu posso muito bem
andar! - Yibo vociferou, mas Xiao nem sequer lhe dirigiu a atenção. Estava preocupado demais com a quantidade de sangue que via.

-Vou precisar de algo para rasgar a calça dele. - Scott disse, já se ajoelhando ao lado do corpo de Yibo que estava na calçada.

Um instrumento que serviria para o feito estava disponível dentro do Impala, um canivete. Scott começou o serviço com cuidado para não ferir ainda mais a perna de Yibo. Logo a coxa estava exposta, porém, suja de sangue em demasiado para que
qualquer coisa fosse inspecionada. Sabendo que aquele era um procedimento errado, mas sem outra alternativa, usou a flanela no carro para limpar em volta do que aparentava ser o verdadeiro ferimento. Tomou cuidado para que o tecido sem esterilização não tocasse a área em carne
viva.

O Federal andava de um lado para o outro, apreensivo como silêncio do parceiro de trabalho. Como fazia diversas vezes quando estava nervoso, levou a mão em direção aos fios, entretanto, não chegou a tocá-los. Assim que passou a mão pela altura do rosto percebeu que essa estava suja de sangue. O sangue de Yibo.

Os olhos de Xiao miraram figura do homem deitado na calçada sendo examinado pelo amigo. Yibo mantinha os olhos e a boca cerrados. Estaria sentindo dor? Xiao
balançou a cabeça desnorteadamente, a preocupação desnecessária crescendo novamente. Ele não poderia perdê-lo. Não assim.

- Ele tem razão, Xiao - a voz de Scott fez com que ele acordasse de seus pensamentos e se aproximasse tomando coragem para analisar o ferimento - Foi de raspão.

O coração do federal finalmente voltou a bater regularmente, um peso sendo tirado de suas costas. Ele finalmente poderia respirar.

-Tem certeza? - perguntou, mantendo a precaução - Tem certeza que não atingiu a artéria femoral?

Scott riu diante da preocupação descabida do amigo.

- Xiao, se de alguma forma desconhecida para mim, um tiro de raspão conseguisse atingir a artéria femoral, Yibo já teria tido um choque hipovolêmico, perdido metade de seu sangue e agora estaria inconsciente.

Só o simples levantamento da hipótese fazia com que o federal suasse frio, mas finalmente a preocupação cedeu lugar para a indignação, e posteriormente a raiva.

- O que deu em você para se colocar na linha de tiro, Yibo? Enlouqueceu? - Xiao indagou entre os dentes, olhando furiosamente para o mafioso.

- Ele provavelmente deve ter achado que era a mulher titânio do David Guetta. - Scott falou antes que Yibo pudesse elaborar qualquer resposta malcriada para o federal.

O comentário atraiu dois olhares confusos e desacreditados para o grandão.

-"Im bulletproof, nothing to lose... Fire
away, fire away"*? - Scott cantou a musica, em tom de interrogação, para elucidar seus interlocutores, mas só recebeu olhares piores para si. *Sou a prova de balas, não tenho nada a perder. Atire, Atire.*

- Agora não, Scott! - Xiao rosnou, tentando controlar a fúria que de repente o acometia.

- Eu só tentei deixar o clima mais leve! - Scott balançou a cabeça, e decidiu por ignorar os olhares de ódio que as duas pessoas trocavam - Okay, agora eu preciso estancar esse sangue. Vou precisar de alguma coisa que sirva de atadura...

Xiao rapidamente tirou a blusa social, rasgando-a em uma tira longa e grossa.

- Uhm... Vai servir. - Scott disse, contendo um comentário jocoso. - Agora, Xiao, faça pressão acima do ferimento, perto da virilha de Yibo.

-O que? - O mafioso abriu os olhos que mantinha fechados novamente- Não! Eu mesma posso fazer isso.

Yibo tentou se sentar, mas seu tronco foi empurrado para baixo por Scott.

- Não. Você não pode. Tenho que manter a sua perna acima do nível do coração e com você sentado isso vai ser difícil! Xiao?

O federal assentiu, ajoelhando-se do outro lado do corpo de Yibo, e fazendo pressão na área apontada por Scott. Logo o ferimento estava comprimido pela atadura improvisada, e Scott alertou que depois deveria ser devidamente limpo e enfaixado.

-Ótimo! - Disse Yibo querendo se levantar, mas foi impedido por Scott.

- Você precisa ficar uns dez minutos com a perna suspendida para que o sangramento acabe.

Yibo rosnou.

- Mas eu não posso...

- Você vai. – A voz do homem que se encontrava ao seu lado soou acima dele. O tom não deixava chance para rebatimentos.

- O engraçado é que - Scott começou dando voz aos seus pensamentos - o motoqueiro
errou tiro.

Yibo balançou a cabeça, batendo-a no chão.

- Ele não errou, é por isso que eu...

-Como assim não errou? - Xiao o interrompeu.

- Será que você pode me deixar acabar uma
única maldita frase, Agente? - soltou intempestivo – Foi muito rápido, mas eu vi. Ele mirou no meu peito. No momento antes de aperta o gatilho desviou para a minha perna.

- Por quệ? – Xiao perguntou, confuso.

- Foi o que eu me perguntei. Por isso preciso olhar a cena do crime! E você agente Turner pode fazer isso por mim! Quero que abra a porta do carro e me diga o que vê.

E assim Scott o fez. Abriu a porta do carro e
encarou surpreso a cena.

- O que vê? - Yibo inquiriu impacientemente. Xiao também encarava o amigo, enquanto sustentava aperna de Yibo suspendida.

- Ele... - Scott pigarreou - Ele atirou no
"documento" de um deles.

Os olhos de Yibo cerraram, o sistema processando que por documento, Scott dizia pênis.

- Em qual deles?

- Do negro. - Scott respondeu. Yibo bateu a cabeça novamente no chão, trincando os dentes.

- Vingança.

- O que? - Xiao perguntou.

- Vingança. Ele viu o que aconteceu com Charlotte.

Os olhos de Xiao se arregalaram, e não estavam sozinhos, um par de olhos chocolates também estava atento ao que Yibo falava.

- Como assim? Você disse que tinha chegado a tempo. - Xiao perguntou, raivosamente, e lançou um olhar de preocupação para a Irma que deveria estar encolhida dentro do carro.

- Eu cheguei, eu cheguei... - Yibo murmurou contra a vontade, perdido em suas próprias considerações.

- Então o que diabos você quer dizer com isso?

O mafioso bufou.

- Você quer a porra dos detalhes, tem certeza? Pois então, quando eu cheguei Laurent estava com o membro exposto! E isso o que quero dizer! E agora, você que as Características da anatomia dele, talvez?

- Yibo... - Xiao o censurou.

- Então cala essa boca. Agente Turner, mais alguma coisa?- Yibo perguntou, esperando que houvesse qualquer coisa que pudesse ajuda-lo a solucionar o que acontecera.

Scott franziu as sobrancelhas.

- Uma rosa vermelha.

Yibo levantou o torso, sentando-se rapidamente, antes que Xiao pudesse impedir.

- Uma rosa vermelha? - repetiu com espanto.

Xiao o empurrou para baixo com as mãos.

-  Não pode ser....

-O que isso significa?

- Nas antigas guerras de máfias, existiam assinaturas, para que se soubesse quem fez o serviço. Eram jogos de orgulho, e era interessante para quem fazia
o serviço ser reconhecido. A rosa vermelha deixada na cena do crime era uma marca registrada, mas já extinta, da máfia russa.

Os dois homens calaram-se, perplexos por um instante.

- Isso não pode estar acontecendo! Merda.

Yibo se levantou em um rompante, ignorando a dor na perna.

- Yibo, não... - Xiao o pegou pelo braço.

- Eu... Eu tenho que encontrar esse motoqueiro. Tenho que...

- Você tem que limpar o seu ferimento e descansar. - Xiao afirmou, não deixando margem para contestação -Ele já está muito longe daqui uma hora dessas.

- Porra! - Yibo praguejou, puxando os cabelo, e Xiao estranhou.

Porque os russos o afetavam tanto?

O mafioso tentou colocar os pensamentos em ordem, mancando até o carro que servia de cena do crime. Vasculhou os bolsos dos homens, pegando os celulares. A última chamada de Laurent foi para Ricardo. Provavelmente seu Tio já sabia que ele interferiria. Respirou profundamente, tentando se acalmar. Vasculhou os compartimentos com qualquer coisa que pudesse comprometer a máfia chinesa, achou um arquivo com informações de Charlotte, e mais nada importante. Provavelmente aquele assassinato seria dado como uma rixa de gangues.

- Tudo bem... - ele murmurou olhando para os dois homens e apontou para Scott - Você, dê um jeito de sumir com o carro de Charlotte daqui.

Sacou seu celular e suspirou profundamente antes de mandar a mensagem:

Fillipe
Um membro da máfia russa acaba de matar dois de nossos homens. Avise Tio Ricardo.

Yibo

Sentiu-se fraco de repente e atribuiu aquilo a perda de sangue, mas logo Xiao estava do lado dele apoiando-o em seu braço. Ele deixou que ele fizesse afinal, sabia que não conseguiria ir até o Impala daquele jeito.

-Vamos levar Charlotte para nosso apartamento - murmurou, e o federal assentiu trocando um aceno de cabeça com Scott que já entrava no carro de Charlotte.

- Você... está bem? - Yibo ouviu a menina perguntar, assim que entraram no carro, ela estava encolhida, e haviam mais lágrimas em suas bochechas. Yibo
simplesmente meneou a cabeça.

-Você vai ficar com a gente hoje, Charlie.- Xiao informou, com a voz baixa carinhosa. Ela assentiu.

Yibo vislumbrou o olhar de sofrimento e preocupação que o federal lançou pelo retrovisor, e novamente pegouo celular.

- Com quem você está falando? - Xiao perguntou.

Yibo suspirou, cansado.

-Vou ligar para o Vitor.

- Por quê?

O mafioso lançou um olhar para o banco
traseiro.

- Ela precisa de alguém que saiba o que dizer.

Xiao franziu as sobrancelhas.

- Vitor sempre sabe o que fazer.Ele tem essa coisa de intuição. - deu de ombros, como se para ele aquilo fosse uma bobagem. Uma bobagem que as vezes funcionava, mas mesmo assim, uma bobagem.

- Yibo - Xiao chamou, e Yibo olhou para ele - Você está bem?

Ele pensou um pouco sobre aquela pergunta, alguma vez na vida ela esteve bem? Virou o rosto para a janela, as construções precárias passando por seus olhos.

- Apenas dirija.
__________

Vitor ajudou Yibo a limpar e enfaixar devidamente o ferimento, achando Yibo sempre tão fechado, ainda mais quieto e calado. Não perguntou, intuindo que ele não queria ser posto na parede depois de levar um tiro. Logo os dois estavam de volta a sala novamente. Presenciando uma cena que fez Vitor dar um sorriso. Xiao estava ajoelhado na frente do sofá, e acariciava os
cabelos da irmã que se encontrava deitada.

- Agente, podemos conversar? - Yibo perguntou, pigarreando.

Xiao estava surpreso, afinal pensou que iria ter que praticamente implorar para que ele o deixasse chegar perto. Estava tão arredio desde o acontecido no beco. Meneou a cabeça em um sim.

- Pode ir, Xiao. Eu cuido da Charlotte.- Vitor disse com um sorriso e Xiao virou-se para Charlie.

- Só um segundo, pequena. –O federal acariciou a bochecha da irmã e beijou a sua testa, levantando-se.

Yibo caminhou em direção ao seu quarto com certa dificuldade, mas certo que xiao o seguia, esperou que ele passasse pela porta para em seguida fecha-la.

- Yibo eu queria me des...

-Você já ouviu falar sobre a máfia? - ele o cortou. Não queria ouvir qualquer pedido de desculpas por parte do homem agora – Penso que sim, já que ela quer te ver morto e tudo mais..

Xiao suspirou fundo, olhando nos olhos de Yibo

- Aonde quer chegar?

Yibo se aproximou o melhor que pode, tomando cuidado para não mancar durante seus passos

- A máfia destrói atacando os pontos fracos - chegou ainda mais perto dando a Xiao um vislumbre da raiva que pairava em seus olhos. - Nós atacamos a família, agente.

Xiao, por um minuto estacou em seu lugar. O pronome usado por Yibo mexendo de um jeito estranho com ele.

- Nós?

- Nós. A máfia. - Yibo repetiu, com segurança.

Ë claro que Yibo deve ter usado aquela palavra para descrever ele e seu relacionamento com a máfia diversas vezes. Mas mesmo assim aquilo, naquele
momento, incomodou o agente.

-Você fala como se fizesse parte disso! - Ele
apontou enfurecido na direção da sala, onde Charlotte se encontrava.

Yibo suspirou longamente, e o federal se deu conta do quanto ele parecia cansado.

-O fato de estar aqui com você, vivendo temporariamente na mesma casa, ou o fato de ter salvado a sua irmã essa noite, não deleta quem eu sou. Sou Wang Yibo, filho de Gian Wang, nascido e criado na máfia. Eu sou um criminoso, um mafioso,  um assassino, e sempre vou ser. A máfia faz parte de quem eu sou, é a minha essência, não é como se eu pudesse me livrar disso!

-Não... - Xiao negou com a cabeça, com um sorriso desacreditado. lembrando-se da foto que Vitor tinha lhe dado - Isso não é verdade, Yibo...

Levou a mão para tocá-lo, mas ele se afastou, rejeitando a carícia.

- Essa discussão não é o que está em jogo
agora. - ele o repreendeu

- Nó... A máfia não ia titubear se tivesse conseguido pegar a sua irmã. Você pode imaginar o que fariam com ela? - Xiao começou andou em volta do cômodo, passando as mãos nervosamente pelos fios de seu cabelo. - Ela seria humilhada, amordaçada, passaria fome, frio. Seria repetitivamente estuprada, por homens diferentes - Yibo começou, não se importando com a feição de sofrimento de Xiao, ele precisava ouvir aquilo que para que jamais descuidasse da segurança da
irmã - E quando eles começassem a torturá-la psicologicamente? Cortassem o cabelo os dedos...

- Chega, Yibo!- a voz máscula soou forte, o homem parando a centímetros dele.

Yibo olhou para os olhos dele, empinando o nariz em um gesto prepotente.

- Eu conheço cada método de tortura.- o brilho nos olhos de Yibo asseguravam Xiao que ele falava sério - Aquela menina sentada em meu sofá não suportaria nenhum deles!

- E porque você se preocupa com isso? - a pergunta pegou Yibo desprevenido, e só fez a raiva que sentia aumentar. - Desde quando você liga para pessoas inocentes?

- Você não vệ porra? - Yibo deu um soco no peito de Xiao, como se quisesse acordar-lo para a realidade - Ela é o seu ponto fraco! Eles fariam tudo isso para atingi-lo! Você se sentiria terrivelmente culpado por qualquer coisa que acontecesse com ela.

Para a surpresa de Yibo o federal abriu um sorriso depois daquela frase.

- Ah entendi... você não está preocupado com o que a minha irmã passaria. Você está preocupada é comigo. Com a dor que eu vou senti, se caso acontecesse algo com ela

Yibo engoliu em seco, absorvendo as palavras.

- Eu só.. só estou tentando alertá-lo! – Ele retrucou, tentando acreditar nas próprias palavras, e virou-se de costas, não querendo mais encarar o brilho alegre que os olhos do Xiao adquiriu.

-E porque está se incomodando em me alertar? - sentiu o federal sussurrar perto de sua orelha - Porque você ficou preocupado comigo, Yibo?

Ele se virou perante aquela afirmação, não queria que aquilo fosse verdade, e o convenceria disso.

- Como um homem sem sentimentos, como eu, conseguiria se preocupar com alguém?

A pergunta retórica pegou Xiao de guarda baixa. A culpa do modo como o tratara voltando instantaneamente.

- Eu estava fora de mim quando disse aquilo! Não pensei no que estava falando - ele tentou contra atacar, mas só despertou um sorriso debochado do criminoso.

-O fato de você estar fora de si quando disse, não altera a veracidade das palavras. Para mim, é justamente o contrário, confirma.

- Yibo.. Eu não penso isso de você, eu só queria lhe atingir, só queria que me deixasse passar. Eu estava furioso!

Yibo revirou os olhos.

- Dane-se quais eram suas intenções dizendo aquilo federal. O que realmente importa, é que você estava certo. Eu sou mesmo esse homem sem sentimentos, gélido, egoís...

- Não. Você não é meu amor. - Xiao o pegou pelos ombros, o encarando, querendo passar toda a sinceridade pelo seu olhar - Eu e você sabemos que eu estava errado. Você se preocupou comigo, foi contra essa instituição que diz ser tão importante para você... Essa noite Yibo, essa noite prova que você não é nada do que eu disse.

- Eu não quero fala sobre isso. Você deveria voltar para sala e ficar com Charlote. Sua irmã deve estar assustada e precisando de você.

Xiao balançou a cabeça uma vez, intuindo que, aquela batalha estava perdida, mas não a guerra.

- Eu vou, Yibo - ele também balançou a cabeça em concordância, porém quando tentou se afastar, foi agarrado pela nuca, sua boca ficando a centímetros da do federal. O corpo traiçoeiro, reagiu imediatamente ao toque masculino, pequenos choques despontando em sua nuca e migrando para a coluna. Os lábios se roçaram, encontrando-se em uma leve, porém quente, carícia. - Mas antes, eu tenho que fazer uma coisa.

E as bocas se colaram de vez, o federal pedindo passagem com a sua língua por entre os lábios. Yibo, com os sentidos afetados, titubeou e cedeu ao beijo. As línguas se encontraram ferozmente, batalhando uma contra a outra em um beijo violento e luxuoso. Mas, daquela luta, nenhuma parte sairia machucada. Todos os movimentos eram sincronizados Como uma sensual dança de amantes. Juntas, as duas partes se completavam. Separaram-se sugando o ar com força. Os movimentos do peito descompassado, o coração acelerado. Paradoxalmente a violência do beijo, as mãos de Xiao repousaram no rosto de Yibo de forma leve, cuidadosa, como se ele fosse feito da mais frágil matéria prima existente.

- Eu não sei o que teria feito se não fosse você hoje, e me sinto o pior dos homens pelo o que disse - Xiao encostou as duas testas, embebedando-se do aroma único de Yibo - Por favor... Me perdoa Yibo.

Um pigarrear chamou a atenção do federal e mafioso. Vitor encarava a cena com um sorriso divertido no rosto, apesar de seus olhos estarem preocupados.

- Me desculpe interromper o que pretendiam fazer agora, mas.. - ele suspirou, entrando no quarto - Eu não sei mais o que fazer. Ela mal fala, e quando fala são monossílabas, e recusa a ir tomar banho. Eu estou preocupado.

Xiao suspirou pesadamente, afastando-se Yibo.

- Eu vou conversar com ela.

Vitor mordeu os lábios, incerto.

- Oh, isso seria bom... Mas, eu estava pensando em outra pessoa - e seus olhos rumaram para Yibo.

- Nem pense nisso. - Yibo alertou de maneira enfática.

- Yibo? - Xiao perguntou confuso

Vitor deu mais um passo, aproximando-se de Yibo.

- Eu não sei por que você me chamou... Não é de mim que ela precisa.

Yibo levantou as mãos, exasperado.

- Eu te chamei aqui porque você entende dessas coisas sentimentais, é...

- Cara..– Vitor o cortou delicadamente - a única pessoa que ela precisa conversar agora é você.

- Vitor, cale a boca. Eu, eu não sei o que dizer!

Vitor abraçou um Yibo estático.

-Você vai saber. Eu sei que vai. – Vitor passou as mãos pelos cabelos castanhos do mafioso - Por favor, Yibo. Só você pode impedir que ela fique traumatizada por isso.

Yibo engoliu em seco e, saindo do abraço de Vitor, deu um passo até a porta. Xiao cada vez entendia menos do acontecia a sua frente.

- Isso... é um erro. - Yibo disse, antes de sair.

Vitor suspirou contente, sabendo que tinha feito a coisa certa.

- Vamos dar privacidade para conversarem. - murmurou e fechou a porta do quarto.

- Por que... - Xiao balançou a cabeça tentando clarear os pensamentos, a curiosidade crescente não deixando espaço para qualquer outra coisa - por que você acha que Yibo é a pessoa certa para conversar com a minha Irma?

- Isso é pessoal. - Vitor disse sentando-se a cama de casal que ficava no meio do quarto, balançou os pés tal qual uma criança em um parquinho - Se bem que, eu
acho que talvez seja a hora de você saber mais sobre o passado do Yibo.

O federal assentiu, aproximando-se.

- Yibo foi estuprado, Xiao.... - ele abaixou ainda mais o tom - Quando tinha treze anos.

_____

Eai glr espero que tenham sentido falta desses dois. Até o próximo Cap 😉



Continue Reading

You'll Also Like

3.4K 479 16
Este livro não é para fins lucrativo. *Livro I JADE [completo] * Livro II PATRIARCA [completo] Foram pouco que tiveram a graça de o conhecer...
89.5K 11.5K 58
Duas crianças cometem um assassinato e agora tentam esconder o crime a todo custo, enquanto isso um detetive investiga o caso. 🏅150° Suspense (17/06...
30.8K 1.9K 36
Zoe é apaixonada por um mafioso,ela é possessiva e totalmente obcecada e vai fazer de tudo para ter esse mafioso para si mesmo ele sendo completament...
6.3K 968 13
Após meses de um relacionamento tórrido com Wang Langjiao, Xiao Zhan descobre, da pior maneira possível, que ela escondeu dele um detalhe importante:...