Dean desceu com minha última mala até o carro. Olhei ao redor para o apartamento onde morei por quatro anos. Quando cheguei em Nova York, eu estava perdida e confusa. Mas animada com tudo. Aluguei esse apartamento já mobiliado. O que foi uma sorte. Sai na rua e conheci a vizinhança. Me assustei com a time square, e queria fazer novos amigos. Arrumei um emprego......achei graça notando o que apenas um emprego me deu. Conheci Ailla e Ben, conheci o grupo, me tornei parte do grupo. Olhei para meu anel de noivado, fiquei noiva. Depois de passar dois anos da minha vida com um idiota, eu estou noiva de um cara que deveria me causar medo. Mas me dá conforto e segurança.
Em um ano fui corna duas vezes, o que não estou reclamando agora porque me proporcionou a melhor coisa que aconteceu em minha vida. A minha nova família.
A vida é realmente uma caixinha de surpresa. Peguei a caixa com mais coisas minhas e olhei uma última vez para o lugar que chamei de lar. Minhas lágrimas caíram devagar e respirei fundo. Mais um ciclo encerrado na minha vida.
Avistei Dean escorado no carro e entreguei a caixa. Ele deu um meio sorriso e me abraçou.
- Uma nova fase Ada, vai gostar - Assenti, eu não sei o que a vida tem preparado para mim. Mas essa é a graça não?
Dean passou o caminho todo contando histórias e falando o quanto Ailla estava preocupada porque a mãe dela vai visitá-los. A mãe dela está furiosa por saber pelos jornais o trabalho do marido da filha. Imagine quando saber que é o trabalho da filha também.
Quando chegamos na mansão avistei vários trabalhadores passando com madeiras e sacos.
- O que está acontecendo?
- Allie já começou os trabalhos - Ela é rápida. Comprimentei com um aceno de cabeça os dois guardas na porta e entrei.
Fátima veio em minha direção e ajudou Stephan com uma caixa.
- Para onde Fátima? - Dean perguntou enquanto eu olhava a sala do meu novo lar. Eu já estive aqui antes, mas agora é diferente. Acho graça observando os portas retratos pela milésima vez. Em um Ana está sorrindo ao lado do Adam, em outro todos estão fazendo caretas, um era a Paige nas costas da Jade, outro era a Ana e Allie de roupões e toalhas na cabeça, outro Logan e Luna, um com todos os meninos erguendo a Luna no ar. Outro era Charlotte e Jade rindo de algo. Um do Logan com a Charlotte, outro que era a minha preferida era da Luna sujando o Logan com tinta. Só que dessa vez havia novas fotos. Me surpreendi ao ver a foto onde estou com a Luna, no jantar de natal. E havia outras, como eu ao lado do Logan na festa do ano novo. E havia eu e as meninas, que foi tirada no racha. O dia que ganhei.
- No quarto do Logan - Me virei de uma com a resposta da Fátima. Dean subiu para o segundo andar e encarei Fátima que começou a subir as escadas.
- Como assim o quarto do Logan? - Perguntei. Isso não estava nos planos, achei que eu teria mais um pouco de tempo até o casamento de verdade. Ele não podia tá contando com o casamento no cartório como o oficial, estava? Engoli em seco pensando nessa possibilidade, e percebi o quanto fui burra quando falei sobre me entregar a ele depois do casamento. Nós já estávamos casados! Tola Ada, tola!
- Sei que vocês vão se casar por pura convivência - Falou e vi o jeito que fez com a boca como se não acreditasse nisso - Mas Luna é curiosa e iria querer saber porquê dormem em quartos separados.
Não perguntei mais nada e segui ela até o quarto dele. Não foi a primeira vez que entrei aqui, mas agora era diferente. Quando entrei, a primeira coisa que vi foi que ele tirou a foto da Charlotte que havia ao lado da cama. Dean deixou as malas ao lado da cama e saiu do quarto me deixando a sós com a Fátima. Ela abriu o closet e vi um grande espaço.
- Não precisava de um espaço todo, eu mal tenho roupa - Falei com um sorriso. Ela abriu um sorriso animado. E apontei para as caixas imaginando que talvez ali tenha sido roupas que tirou para doar ou antigas roupas da Charlotte.
- Logan mandou que a senhorita Mendoza comprasse mais roupas à senhora - Falou apontando para as caixas. Abri minha boca em choque.
- São minhas?
- Sim.
- Não se preocupe com nada, as roupas da antiga senhora da casa estão no antigo quarto do casal. Ele não se livrou de nenhuma delas, mas isso a senhora pode conversar com ele. Logan veio para esse logo após a morte dela - Engoli em seco. Ela achava que eu estava preocupada com isso?
- Fátima, vamos deixar algumas coisas claras. Ta bom? - Ela assentiu soltando uma blusa que tirou da minha mala
- Primeiro, não me chame de senhora. Me chame de Ada. Segundo, porque está parecendo que estou incomodada com o fato da Charlotte ainda fazer parte dessa casa? - Perguntei aflita, eu gosto muito da Fátima. Não quero que me veja como uma pessoa ruim.
- Eu pensei....
- Fátima, eu não me incomodo. Acredite, jamais ia querer que o Logan se livrasse das coisas dela. Eu sei o quanto ela foi importante para ele. E eu jamais iria forçar a ele tirar ela de sua vida - Parei quando a vi enxugar uma lágrima.
- Porque está chorando?
- Desde do começo soube que a senhora...digo Ada, era uma pessoa boa. Meu coração dizia que sim. Mas tive medo, Charlotte era importante para mim também - Me aproximei e abri meu braços, ela veio até mim meio incerta mas me abraçou.
- Não se preocupe com isso, agora quero que me conte o que acontece nessa casa para mim não parecer uma maluca - Fiz graça e ela acabou rindo.
Depois de um dia conturbado, entrei em minha casa. Não tive tempo nem de ir para a empresa depois do enterro da Emma ontem, ai hoje mal pisei na empresa e recebi uma ligação de um problema em uma das minha boates. Quando resolvia um problema, aparecia outro. Parece uma coisa. Assim que entro na sala de estar encontro Ada dançando com a Luna. A pequena tropeça e cai no chão e começa a rir e Ada vai até ela para ajudá-la a levantar. Luna tirou seu cabelo do rosto com um movimento e sorriu ao me ver.
- Papai! - Peguei em meus braços quando veio correndo em minha direção. Ada finalmente me viu e seu rosto ficou vermelho. Seus olhos castanhos brilharam e sorri ao ver seu rostinho feliz.
- Já era para você não estar dormindo? - Perguntei enquanto olhava em meu relógio, já passava das nove.
- Não estava com sono e fui dançar mais a tia Ada! Ela vai morar aqui papai, eu tinha que fazer companhia enquanto você não chegava! É sua primeira noite - Minha filha não se cria mais. Tão inteligente para uma criança de seis anos. Não fiz sua festa de aniversário por vários problemas, e estou só adiando uma comemoração. Ontem iria haver um evento em sua escola mas foi adiado por algum motivo desconhecido, ela nem ligou. Só estava feliz porque iria comigo.
- Dançar em? - Perguntei sorrindo de lado, encontrei Ada parada nos olhando e sorriu.
- Faz bem para saúde, sabe, movimentos e tals. Ah esqueci você não deve saber disso, mas deveria já que está quase na flor da idade - Estreitei meus olhos em sua direção.
- Quantos anos tem tia? - Luna perguntou. A loira amarrou seu cabelo e sorriu para a menina.
- 21 princesa.
- E você papai? - Suas mãozinhas pequenas tocaram meu rosto.
- 29 meu amor - Ela arregalou os olhinhos.
- Você tá velho papai! - Ela falou. Ada começou a rir alto. Luna ainda me encarava com os olhos castanhos claros arregalados.
- E você mocinha, vai dormir. Já está falando besteira - Subi as escadas com ela em meus braços.
- Espera papai! Quero dar um beijo nela! - Parei e dei meia volta, me aproximei dela e ela ficou nas pontas dos pés para dar um beijo na Luna. Minha filha deu um beijo em sua bochecha e voltou a tirar o cabelo do rosto - Boa noite, tia Ada! - Falou enquanto me abraçava.
Subi novamente e fui direto para o quarto dela, o quarto era decorado por pequenas borboletas nas paredes enquanto a cor rosa claro era destaque no quarto, havia um abajur chinês que ultrapassava qualquer outra coisa. A deitei em sua cama e dei um beijo de boa noite nela antes de sair.
Fui direto para meu quarto e a primeira coisa que notei foi a diferença. Não podia chamá-lo só de meu agora. E havia um perfume dela no ar. Soltei o nó da minha gravata devagar, foi quando ela entrou no quarto. Encarei seus olhos azuis tomarem um susto ao me ver ali parado.
- Ai meu allah! - Falou colocando a mão em seu coração. Observei o contrato em cima da cama.
- Você leu? - Apontei com o queixo para a pasta.
- Ah sim, li e reli umas três vezes - Deu de ombros passando por mim. Está usando um pijama de cetim preto. Não muito curto, mas o bastante para minha imaginação.
- O que achou?
- Se eu assinar esse contrato Logan, não dormirá com nenhuma outra mulher mesmo que esse casamento seja pura conveniência.
- Achei que eu já tinha deixado isso bem claro - Falei me aproximando.
- O que significa "Uso de brinquedos sexuais" ?- Contive a minha risada.
- Alguma vez já se deu prazer Ada? - Perguntei me aproximando cada vez mais, ela engoliu em seco.
- Já - Olha que coisa mais interessante. Peguei em seu rosto, meus dedos tocando de leve em sua pele.
- Vem, vou te mostrar uma coisa - Peguei em sua mão e peguei a chave que costumo guardar atrás da porta.
A levei até o quarto e o destranquei. Abri a porta devagar e Ada entrou na minha frente. Coloquei as mãos em meus bolsos observando ela. Ada parou no lugar e me escorei na parede.
- Ai meu Allah - Sua voz saiu tão baixa que pensei ter imaginado sua voz. Seus olhos passavam por cada parede. Sarah, minha sócia no sexy shopping que montou todo esse quarto para mim. Ela mudou meu nome em seu celular para Cristian Grey no mesmo dia. Afonso diz que fiz bem e que se pudesse faria o mesmo, mas já está velho demais. Palavras dele, não minhas. O quarto não é grande, mas o espaço foi bem consumido.
Em um lado da parede havia vários modelos de chicotes, Sarah diz que cada um é feito em um país diferente, e vários modelos de algemas. Ada quase tocou em uma corda, mas desistiu. Sorri de lado vendo ela abri a boca em choque ao ver uma grade em cima da cama.
- Para que isso? - Perguntou curiosa.
- Para amarrar uma mulher, a faz vai ficar suspensa no ar.
- Isso é estranho - Falou encarando a cama. Abriu a primeira gaveta do armário embutido e vi quando segurou em suas mãos umas bolinhas.
- E isso?
- Isso é introduzido em você e vai te dar mais prazer - Ela soltou de uma vez o objeto na gaveta. Era divertido observar ela.
- Pra que isso? Vai me dizer que amarra os cabelos das mulheres durante o ato? - Perguntou rindo. Sorri de lado.
- Sim - Falei. Ela arregalou os olhos.
- Como?
- Não posso explicar, pra isso eu teria que mostrar - Nos encaramos por alguns segundos e ela se afastou.
- Já vi demais por hoje - E saiu do quarto me deixando sozinho. Ah Ada, ainda tem muito o que aprender. E serei eu a ensinar.
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AVISA QUE EU CHEGUEI!!!
ai ai Ada, você terá um ótimo professor!
Enfim, mais um capítulo nesse fim de semana. Sem prometer nada, vi tentar trazer outro amanhã.
Espero que tenham gostado desse capítulo ❤️
Até logo. Bjs. Ana