Anos depois
Os anos voaram, mas era como se parte de nós tivesse ficado naqueles dias para sempre. Eu já não era mais a mesma Hanna que trabalhava naquele pub em Birmingham, aquela que nunca sonharia em ter a vida que tenho hoje. Em frente ao espelho arrumo as mangas bufantes do vestido branco, que era decorado com flores amarelas por seu comprimento. Logo arrumando meu cabelo que agora estava longo.
— MÃE O ANTHONY QUER ABRIR OS PRESENTES! - Alana entra gritando no quarto.
— Eu não acredito nisso. - Bufo. - Aonde o seu irmão está Alana? - Me viro para a garotinha.
— Eu vi ele indo em direção ao quarto. - Ela aponta.
— Anthony...! - Digo enquanto vou atrás do mesmo.
Hoje a casa estava cheia, era o aniversário de 9 anos das crianças e como todos os anos fazemos uma pequena festa para comemorar. Com passos largos ando pelos corredores fa casa e de longe avisto Anthony, que ao me ver disfarça e continua andando.
— Aonde pensa que vai mocinho? - Digo colocando as mãos na cintura.
— Oi mãe! Nossa como você está linda! - Ele se vira sorrindo.
— Bom com as palavras assim como o pai. - Digo para mim mesma, soltando um riso. - Não se faça de desentendido, eu sei muito bem o que você estava fazendo.
— Foi a Alana, não foi? Aquela fofoqueira! - Ele bufa.
— Não fale assim da irmã. - O repreendo me aproximando. - O que nos combinamos sobre os presentes, em? - Me abaixo para ficar a sua altura.
— Eu só queria dar uma olhada. - Olha pra mim.
— Tudo bem, mas agora abriremos o restante apenas depois da festa, combinado? - Digo arrumando a sua roupa.
— Combinado Mãe! - Ele sorri genuinamente.
— Então me dá um abraço! - Sorrio.
Sem demora o garoto me dá um abraço apertado e eu o seguro em meus braços, lhe enchendo de beijos.
— Eu também quero um abraço! - Alana corre até nós.
— Vem minha princesa! - Rio abrindo mais os braços.
A garotinha com os cabelos claros corre e com impulso se joga em cima de mim, se juntando ao abraço intenso. Abraços os dois com força, como se assim eu pudesse os proteger de todo o mal do mundo, e eu definitivamente faria isso até aonde eu pudesse. Com cada um segurando uma mão minha, voltamos para o salão aonde todos estavam e assim que chegamos John de longe chama as crianças, com aquela cara que eles já sabiam que vinha bronca por ai.
— Mãe. - Alana olha pra mim.
— Não me olhem assim, eu não sei o que vocês aprontaram, mas vão lá. - Rio.
De forma receosa os gêmeos caminham juntos em direção a John e então eu desvio meu olhar para outra parte da festa. Com o passar dos anos cada membro da família foi encontrando o seu lugar e seguindo o seu caminho, Ada decidiu aproveitar a vida e vivia viajando. Arthur finalmente encontrou sua paz e se casou com tia Charlotte, que estava mais feliz do que nunca sendo amada como merecia.
Finn estava se tornando um homem e assim como os irmãos se interessou pelo exército, ele havia finalmente se encontrado e fazia parte da guarda central do sul. Thomas e Lizzie ainda estavam juntos apoiando um ao outro, ela era uma boa mãe para Charles e Ruby era uma graça.
Ethan e Emma estavam vivendo bem também, com Ethan no controle dos negócios da companhia Cooper, os negócios foram se expandindo e a franquia de vinhos ficou mundialmente conhecida. Com o crescimento do marido e a nova fase, Emma deixou de trabalhar comigo e se concentrou na sua família, que agora possuía um mais novo integrante, o pequeno Jason de 6 meses.
Enquanto isso o The Empire era uma referência mundial e já possuía franquias pelo mundo todo. E eu com o tempo fui voltando aos palcos e agora estava focada neles, me apresentando em teatros para multidões.
Todos encontraram o seu lugar no mundo, cada um vivendo vidas diferentes, em partes do mundo distintas. Mas sempre mantivemos o nosso juramento de sempre voltar para casa, e hoje não seria diferente.
— No que está pensando? - John sussurra em meu ouvido.
— Ai John! - Me assusto e o bato de leve, fazendo o mesmo rir.
— Seus olhos estão brilhando, eu gosto de os ver assim. - Ele sorri, colocando a mão em minha cintura.
— Isso se chama felicidade! - Sorrio lhe dando um selinho.
— Você está feliz? - Coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.
— Muito! - Confirmo sorrindo.
— Eu também. - Ele diz olhando em meus olhos.
Selamos então nossos lábios, com um beijo calmo e intenso. Mesmo após anos de casados eu ainda via John com os mesmos olhos e a cada mais me apaixonava por ele. Era bom ver como conseguimos enfrentar nossos próprios monstros internos para ficarmos juntos. John era o amor da minha vida e a melhor decisão que tomei foi me casar com o mesmo, ele era um marido perfeito e o melhor pai que meus filhos poderiam ter.
[...]
— Falando nisso, aonde está a princesa da casa? - Ethan pergunta por Alana.
— Lá vem ela. - John aponta sorrindo.
— Ela está enorme! - Ethan diz surpreso.
Alana vem correndo em direção aos braços dos pai, que de forma brincalhona a pega no colo, fazendo a mesma gargalhar.
John a solta e ela volta a correr e brincar com as outras crianças, mas antes para e acena para o tio animada.
— Ela tem os meus olhos, não é? - John sorri de forma marota.
— Ela é a sua cara. - Ethan admite rindo.
— Ela é a versão feminina do pai. - Rio a observando brincar.
— Mas aquele garotinho ali...Me lembra outra pessoa. - Aponta para Anthony.
— Ele é incrivelmente parecido com a mãe! - John diz sorrindo.
— Eu não posso nem discordar. - Rio.
A festa estava animada, música boa, comida em abundância e dezenas de crianças correndo por ai. O seu final estava se aproximando, mas algo ainda estava nos impedindo de cantar parabéns, Tommy ainda não havia chegado, estava atrasado como sempre, mas ele apareceria.
— Hanna ele não vai vir. - John diz de forma impaciente.
— Ele é o padrinho John e ele prometeu que viria. - Coloco a mão em seu ombro. - Só mais um pouco, você conhece o Tommy.
— Vou ligar pra ele. - Assente.
[...]
Alguns minutos se passaram e minha atenção logo é chamada para a entrada do salão, Tommy finalmente havia chegado com os braços cheios de presentes. Assim que o mesmo entra as crianças correm até ele e o abraçam fortemente, elas amavam o seu padrinho.
— Finalmente! - Digo rindo.
— Eu disse que viria, nem que fosse para o final da festa. - Ele diz sorrindo.
— Senti saudades. - O abraço.
— Eu também, muita! - Me aperta.
— Você emagreceu, tem que se cuidar Tommy! - O analiso.
— Eu estou bem Hanna! - Ele ri, me dando um beijo na testa.
— TOMMY! - John e Arthur gritam juntos.
Em questão de segundos os dois correm e pulam em cima de Tommy, causando risos no mesmo que abraçou os irmãos, matando as saudades.
— Esqueceram de mim? - Finn diz.
O mais novo dos irmãos aparece na porta com os braços abertos, vestindo seu uniforme preto que o deixava lindo e seu chapéu de oficial.
Fazia cerca de um ano que não o víamos, o único contato era por telefonas. Ele estava tão alto e forte, havia se tornado um homem e estava conquistando o seu lugar no mundo.
— FINN!!! - Grito surpresa.
O garoto corre até nos abraça os irmãos, logo depois correndo até mim e me abraçando fortemente, me tirando do chão com facilidade.
— Você está tão diferente! - Passo a mão por sua roupa.
— Gostou Hanna? - Ele sorri.
— Já é um homem feito! - O aperto rindo.
Finalmente todos estavam presentes e podíamos bater o parabéns. Juntamente com o John eu pego as crianças e vou para a mesa, começamos então a bater parabéns de forma animada e antes de apagar as velas os gêmeos fazem um pedido, logo a apagando em conjunto. Eu acompanhava tudo abraçada a John, com um sorriso de ponta a ponta agradecendo por mais um ano de vida das duas razões da minha existência.
[...]
A lua já se fazia alta no céu e a festa já havia se encerrado, enquanto isso todos da família já estavam em seus quartos descansando e eu organizava alguns detalhes da arrumação. Enquanto oriento os funcionários, vejo Polly fumando e falando ao telefone, pelo seu sorriso ela devia está falando com o filho. Michael realmente se mudou para longe e começou uma nova vida com Gina, os dois haviam tido seu filho que provavelmente possuía a mesma idade que Alana e Anthony.
Ele ainda continuava com seus negócios e a rivalidade dele com os primos, principalmente com John e Tommy continuava a mesma. O mesmo passou de vez para o lado da família de Gina e víamos ele como um traidor, até Polly reconhecia isso. Outro alguém que já não fazia mais partes de meus dias era Theo, o francês havia sumido completamente do mapa até alguns meses atrás, quando fui me apresentar em um teatro em Paris e o vi na plateia.
Não nos falamos e muito menos chegamos perto um do outro, ele apenas ficou ali na primeira fileira me assistindo cantar a noite toda. Seu olhar era fixo por todas as horas do show, como se ele quisesse aproveita cada minuto que eu estava ali em pessoa em sua frente, após tanto tempo.
Como de costume me lembro de subir para colocar as crianças para dormir, e enquanto caminho pelos corredores, vejo Anthony sentada na sacada.
— O que faz ai Anthony? - Me aproximo.
— Nada mãe, só olhando a lua, eu gosto de olhar ela. - O garoto diz olhando fixamente para o céu.
Sem dizer nada observo o garotinho olhar para o céu de forma profunda, como se estivesse refletindo sobre a vida. Quanto mais eu o olhava, mais eu me via nele, eu não sabia explicar, mas Anthony era como uma pequena versão de mim, e ao mesmo de John. Assim como Alana, que possuía a aparência do pai, mas em sua personalidade também possuía alguns traços meus.
— O que gosta tanto na lua filho? - Perguntona ele.
— Eu não sei, ela me fascina. - Ele diz. - Eu gosto de como mesmo fazendo parte da escuridão, ela consiga brilhar. - Ele sorri ladino. - E eu gosto da noite.
— E mesmo assim você consegue brilhar. - Passo a mão em seu cabelo, fazendo uma referência a sua comparação.
— Você me entende. - Ele sorri.
— Quero lhe contar um segredo, um grande segredo, que ajudará você a passar pelas provações que a vida apresentar. - Olho em seus olhos.
— Pode falar mãe. - Ele assente.
— Deve sempre se lembrar disso! - Falo com intensidade. - Tenha coragem e seja gentil. Você tem mais bondade em seu dedo mindinho do que muitas pessoas tem no corpo todo e isso tem poder, mais do que imagina! - Meus olhos enchem de lágrimas.
— Não chora mãe! - Passa a mão em meu rosto. - Eu não gosto quando você fala assim. - Faz bico.
— Eu e seu pai não estaremos aqui para sempre, você sabe filho. - Limpo as lágrimas. - E eu quero que você cuide da sua irmã e que vocês permaneçam unidos, sempre!
— Eu prometo mãe! - Ele assente.
A última coisa que eu queria era que meus filhos pesassem pelo que eu passei, e pra isso eu deveria cuidar para que quando nem eu e nem John estivéssemos aqui, os dois não se sentissem sozinhos. Anthony era bem maduro para a sua idade e eu sabia que ele sempre protegeria Alana, e era isso que eu queria, os dois unidos e cuidando um do outro.
Juntamente com Anthony eu vou para o quarto e lá estava Alana e John, deitamos as crianças na cama e como de costume John leu uma história, enquanto eu segurava suas mãozinhas, eles tinham mania de só consegue dormir se segurassem minha mão.
— Agora o papai vai falar algumas coisinhas pra vocês, ta? - John fecha o livro.
— Pode falar pai. - Alana assente.
— Antes de vocês nascerem, eu era alguém muito diferente. Eu era cruel, eu amava o terror que eu causava nas pessoas . - Arruma o cobertor em cima dos pequenos. - Mas desde o momento em que eu vi vocês, eu não queria nada mais do que ser digno de ser pai de vocês. - Ele sorri para eles.
— Vocês me ajudaram a sentir algo que eu nunca pensei que fosse possível, amor incondicional. - Acaricio o rosto dos dois.
— Nós amamos vocês. - John diz.
— Nós também amamos vocês dois! - Os dois respondem sorrindo.
Ficamos por ali por mais um tempo até que eles pegassem no sono. Sem fazer barulho eu e John saímos do quarto e vamos para o nosso quarto, encostada na proteção da sacada eu observo a lua, o céu estava lindo e olhando para ele eu me recordava das pessoas que já não estavam mais aqui. Minha mãe, James e David, minhas estrelas que me olhavam lá de cima.
— Ele tem a mesma mania que você. - John ri me olhando.
— Só fui perceber isso hoje. - Rio saindo da sacada.
Sem dizer nada me aproximo do Shelby e pulo em seus braços, ele me segura com firmeza e sorrindo encostando nossas testas.
— Ainda acha que somos complicados demais para sermos explicados? - Pergunto a ele sorrindo.
— Não precisamos ser explicados para sermos perfeitos. - Ele sorri e me beija.
Eu estava imensamente feliz e não trocaria isso por nada. Todos estávamos bem, vivendo nossas vidas, seguindo nossos caminhos e aprendendo cada dia mais. Essa era a nossa história, a nossa trajetória e nossas a aventuras seriam para sempre contadas...
[ P.O.V NARRADOR ]
Os gêmeos Shelby's cresceram e se tornaram uma dupla e tanto, continuando com o legado de seus pais Hanna Clarke e John Shelby. Assim como seus pais os dois seguiram seus caminhos e viveram uma jornada gloriosa e épica, enfrentando suas próprias questões...
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E assim nos despedimos de vez dessa maravilhosa história que estará pra sempre em nossos corações❤️
Peço que deem uma olhada na minha nova obra " I Need You", que tem uma pegada parecida com essa, eu sei o quanto vocês adoram os bad boys KKKK. O primeiro capítulo já foi postado!❤️🔥