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hartmannvieira: diretamente do wpp
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- Gabriel Narrando -
Surpreendentemente eu sobrevivi ao jantar com os pais da Lara, eles me trataram bem, não vieram com perguntas constrangedoras mas no fundo eu sabia que o pai dela estava me analisando. Hoje de manhã eu peguei a Lara em casa e antes de levá-la para o curso viemos tomar café no Empório Jardim.
- O Guilherme é seu sobrinho então? - perguntei e ela confirmou com a cabeça
- Filho do Lipe - falou me olhando - Meu irmão mais velho
- Tá, não me leve a mal - dei uma pausa - Ele não é neto da sua mãe, né?
- Não - riu baixo - O meu pai é 35 anos mais velho e teve três filhos no primeiro casamento - contou e eu realmente estava curioso pela história - E eu tenho mais três sobrinhos
- É mesmo, tia Lara? - falei e ela revirou os olhos
- Gustavo e Miguel filhos do Uan - falou e eu gravei os nomes - E a Ana Clara filha da Tata
- Lipe, Uan e Tata - falei e ela assentiu - E como eles se chamam?
- Felipe, Rhuan e Thaís - falou me olhando
- E os apelidos surgiram como? - perguntei curioso
- Eu e o Vi quando éramos pequenos só chamávamos assim e simplesmente ficou - falou explicando
- E o Davi você chama de Vi - concluí
- E ele me chama de Lalinha - falou sorrindo
- E aquele JP? - perguntei de repente - Ele é marido da Thaís?
- Isso mesmo - balançou a cabeça - Entrou na família eu era bem pequena
- Entendi - falei pensativo
- Os meus pais possuem 35 anos de diferença e para completar a minha mãe é mais nova do que a minha irmã - passou a mão no rosto - Mas os meus pais se amam muito, Gabriel
- Eu acredito - falei simples
- Não, Gabriel - negou com a cabeça - Eu cresci com os olhares escrotos pra cima da minha mãe e com as pessoas supondo absurdos sem saberem de nada e se tem uma coisa que eu não aceito é isso
- Eu realmente acredito - falei sincero - Os meus pais me criaram de uma forma bem simples e clara, não tenho que julgar a vida alheia e nem dar opinião que não foi pedida
- Que bom - sorriu fraco e eu percebi que ela estava meio estranha
- Provavelmente eu esteja sendo amador - falei e ela me olhou - Mas está chateada com o quê?
- Com nada - falou e bebeu um pouco do suco
- Tudo bem - falei e peguei terminei de comer o meu waffle
- Sabe o que é - começou a falar meio nervosa e eu só fiz arquear a sobrancelha e ri fraco - Eu queria muito não ter ligado, sabe? Mas eu liguei demais para uns comentários na sua foto e caramba não era pra você postar aquela foto, né? Era a minha foto, a foto que você tirou e mandou para mim
- Sempre que te mando uma foto você fala "aproveita e atualiza aquele feed" - falei simples e ela arqueou a sobrancelha, ali eu sabia que tinha argumentado da forma errada
- E eu falei isso dessa vez? - perguntou irritada
- Não, não falou - concordei - Mas tem precedentes
- Precedentes? - me olhou irritada - Não tem essa de precedentes, Gabriel, a única que temos é uma foto que não deveria ter sido postada
- A foto não tem nada demais - falei confuso - E você nunca ligou para elas
- Os comentários, Gabriel - resmungou - De verdade eu queria não ligar mas caralho é estranho saber que essas meninas que você se envolvia estão ali e com um monte de comentário sugestivo
- Entendi - peguei o meu celular e abri o aplicativo do instagram, fui até a minha última foto e abri os comentários que eu nem tinha visto antes
- Que olhar! - afinou a voz - Sei bem o que você quer quando lança esse olhar - mudou a voz - Um preto é um preto - falou irritada e fez cara de nojo
- Tá, eles não são legais - concordei e apaguei todos os comentários e aproveitei para bloquear logos as três mulheres que eu ficava e fizeram os comentários na foto
- Legal aí só os seus amigos - falou e eu terminei de comer - Dizendo que você é gostoso e que quer pegar você
- Eu sou gostoso mesmo - falei e ela riu
- Se acha - revirou os olhos e terminamos de comer um tempo depois, paguei a conta e saímos - Gabriel, me desculpa - falou baixo quando chegamos no carro
- Desculpa? - perguntei confuso
- Eu não gostei dos comentários - falou sincera - Mas sinto que fui controladora e eu não sei o que me deu porém fiquei muito irritada quando vi e nossa eu só queria socar alguém
- Não precisa se desculpar - falei simples - Como vai se desculpar por ter um namorado gostoso?
- O que? Seu idiota - bateu no meu braço e eu ri - Eu estou falando sério e você vem com essa
- Também falei sério - falei dando de ombros
- Claro que falou - debochou - O problema é que eu aceitei namorar com um cara que aproveitou muito a vida de solteiro
- Pois é - balancei a cabeça - Ninguém mandou você mexer com a minha mente, né?
- Bobo - riu e beijou o meu rosto - 1 mês já, Gabriel, até que foi rápido
- Foi mesmo - concordei - E faz 1 mês no dia do seu aniversário
- Loucura - riu baixo - Já comprou o meu presente?
- Claro - menti e ela arqueou a sobrancelha
- Não sei porque mas é tão fácil pra mim identificar quando você está mentindo - falou rindo
- Tá parecendo os meus pais - ri baixo - Porém fique tranquila que irei comprar o seu presente
- Lógico que vai - falou óbvia - Não é louco
- Não sou mesmo - estacionei em frente ao curso - Tá entregue
- A tortura vai começar - resmungou e pegou a bolsa no banco de trás
- Exagerada - ri - Ah, eu adorei te ver com ciúmes
- Não foi ciúmes - falou rápido
- Ah, tá bom - debochei - Fale comigo novamente só se admitir isso
- Palhaço - falou rindo - Bom trabalho - me deu um selinho demorado e trocamos um beijo rápido - Não maltrate o meu bebezinho
- Ainda tem isso - resmunguei - O destino brincou legal
- Pra caramba - falou rindo - Seja bonzinho
- Só com você - pisquei - Boa aula - dei um selinho e ela abriu a porta do carro
- Tchau - acenou sorrindo
- Tchau - acenei e assim que ela entrou no curso saí com o carro
Assim que cheguei no escritório peguei as papeladas pendentes e separei tudo que eu não podia repassar, a pilha que poderia ser feito por qualquer um peguei e saí da minha sala, fui até a sala que os estagiários ficavam e vi o Guilherme sentado, ele estava usando o notebook e conversando com outro estagiário.
- Bom dia - coloquei a pilha de documentos na frente dele e ele me olhou na hora - Recursos - peguei umas pastas e separei - Avaliações de pleitos - separei mais uma pilha - E casos pro bono que precisam de uma defesa - apontei para as pilhadas separadas - Tarefa simples e básica, não inventem e façam direito
- Ok - falaram juntos e eu peguei uma folha na mesa e comecei a escrever, sentia o olhar deles em cima de mim mas nem ligava, achava engraçado esse receio deles, já fui assim e sei que futuramente eles que vão aterrorizar os estagiários
- Tarefa para você, Guimarães - entreguei a folha e o outro arregalou os olhos - Tem até o final do dia pra me apresentar uma defesa sem falhas
- Tudo bem - passou os olhos pelo papel e me olhou após alguns segundos - Alegação de uma jovem que diz ter sido dopada e estuprada em uma boate? Mas co-como eu vou defender isso?
- Me diga você - falei simples - No seu e-mail tem as informações necessárias
- Tá - falou e mexeu no notebook, segurei uma risada quando ele arqueou a sobrancelha - A perícia achou líquido seminal dele nas roupas dela. Hartmann? É um caso perdido e horrível
- A prova é a testemunha - falei simples - Presta bem atenção no que vou te falar: Eu entendo a sua versão mas não dá pra forçar pra sua versão caber, você tem que trabalhar com o que existe no mundo real
- Entendi - falou pensativo
- Bom dia pra vocês - sorri e saí da sala escutando os cochichos deles, peguei o elevador e fui até a sala do meu avô, falei com a secretaria e entrei - Me diz uma coisa
- O que? - perguntou sem tirar os olhos do papel
- Quem é Guimarães? - perguntei direto
- Um velho amigo - falou simples
- E como se conheceram? - perguntei curioso
- 20 anos atrás eu ganhei alguns processos e no final ganhei 15 milhões - falou e me olhou
- Os seus clientes são poderosos e não se incomodam com o seu preço porque é a liberdade deles em jogo, né? Eles dão muita coisa quando você ganha e você já chegou a ganhar imóveis e carros - falei e ele assentiu - Mas nunca é um caso simples
- Nunca é - confirmou
- E o que ele fez? - perguntei e ele tirou os óculos
- Contravenção - falou e massageou a têmpora
- Só isso? - perguntei rindo - Qual?
- Jogo do bicho - falou e eu me sentei
- Pelo padrão de vida imagino que seja o dono - falei e ele confirmou com a cabeça
- O maior do Rio - contou - Ele queria limpar todo e qualquer vestígio dele nesse mundo, ao menos pelos olhos da justiça
- Pensei que fosse algo mais grave - falei sincero
- Sabe o que tem por trás de tudo isso, né? - falou e eu assenti
- Sou carioca - falei simples - Claro que sei
- E qual a curiosidade? - perguntou me observando
- Estou namorando com a filha dele - falei e ele riu
- Tá certo - balançou a cabeça - A família do Marcelo é o maior bem dele
- Percebi - ri fraco - Vi uma menina de 1,68 dominar o cara com poucas palavras e um sorriso
- Te lembra algo? - perguntou e eu assenti
- Dona Catarina e dona Alice - falei sorrindo
- Exatamente - fez careta e eu ri