Don't let me go • Harry Styles

By readpagess

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Elisabeth Portman estava ingressando na vida que tanto sonhava, até que uma proposta inesperada foi feita a e... More

Prólogo
1 | The proposal
2 | Start
3 | Friends
4 | Ligth-eyed british
5 | Discoveries
6 | Parents in law
7 | Beach
8 | Pink
9 | Little baby girl
10 | Mamy
11 | Studio
12 | Bags
13 | Strange weather
14 | Greece
15 | Wedding
16 | Long kisses
17 | Hospital
18 | Party
19 | Canyon
20 | Whirlpool
21 | Guest room
22 | Fans
23 | I want you to kiss me
24 | Confession
25 | Support
26 | Shows
27 | Fight
28 | Buy
29 | Day twenty four
30 | Love
31 | Dream
32 | Christmas
33 | Bakery
34 | Jealousy
35 | I love you
36 | Trepidation
37 | New Year
38 | Drunk
39 | Our home
40 | I missed you
41 | Help me
42 | Stalker
43 | Asthma
44 | Delivered
45 | Headphones
46 | Kidnapping
47 | Wounds
48 | For love
49 | Evolution
50 | Betrayal
51 | Fashion show
52 | One step forward
53 | Meaningless questions
54 | Feeling of freedom
55 | The truth
56 | This is love
58 | Idiot bodyguard
59 | Nicknames
60 | Fetish
61 | Christmas gift
62 | Will you marry me?
63 | My fiance
64 | One more holiday

57 | Memories

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By readpagess

HARRY

Nós já estávamos em novembro, o meu primeiro single do álbum havia sido lançado a alguns dias e nós tivemos um jantar agradável para comemorar.

Liz estava saindo mais, a maioria das vezes acompanhada, mas já era uma superação muito grande, e pedi para ser sincera quanto ao fato de ficar sozinha, e me disse que se sentia bem mais confortável.

Ela se mostrou estar disposta quando aceitou cortar o cabelo que tanto amava, ela não me contou nada e eu sequer imaginava que ela fosse fazer algo tão diferente de como era, me explicou que era para um video proporcional, e ficou nitidamente nervosa quando eu não disse uma palavra, porque mesmo que não admitisse, ela ainda gostava de ter a minha opinião.

E eu não disse nada porque não conseguia, eu senti no primeiro momento, que nada que eu dissesse poderia ser suficiente para mostrar o quanto eu a achei linda com o novo corte, eu pensei que não poderia ficar mais perfeita, pensei que nada a deixaria mais bonita e atraente, mas eu estava enganado, e levou um susto com a minha falta de palavras.

Toda vez que os cabelos curtos balançavam, algo mexia comigo, estavam bem da altura do ombro, e às vezes quando ela acordava, ele formava algumas ondas muito bonitas, eu gostava de ficar passando os dedos entre os fios quando ela estava deitada, era estranho como a minha mão ficava livre dos cabelos tão rápido, antes eu tinha até uma certa dificuldade para tirar os dedos dos emaranhados de fios.

- Está com dor nas costas, não é? - Perguntei assim que vi ela deitar devagar.

- Um pouco. - Havíamos passados dois dias em Los Angeles, ela parou e tivemos que voltar para Londres.

- Posso fazer uma massagem? - Ela sorriu com os lábios.

- E como se nega uma proposta dessas? - Eu sorri de volta, não seria sacrifício nenhum para mim.

- Vamos tirar isso primeiro. - Toquei no tecido da camiseta verde limão.

Peguei as mãos dela e a impulsionei devagar para sentar na cama, estava com dor e se fosse rápido demais poderia ficar pior. Ela levantou os braços de bom grado e eu puxei o tecido para cima, ela não usava sutiã, e aquilo foi um ótimo motivo para as bochechas dela tomarem uma cor diferente.

- Deite de bruços, eu já volto. - Ela assentiu e eu sai da cama.

Para ela, comprar produtos de massagens e hidratação de pele era um passatempo, tinha muitas coisas, e eu sabia que gostava do óleo de amêndoas, cheirava muito bem e particularmente eu também gostava de passar no meu corpo.

Espalhei o óleo nas palmas das mãos e subi na cama, passando devagar e massageando cada parte, ela relaxou os ombros depois de sentir meu toque, estava realmente relaxando, e eu não poderia me sentir mais atraído por aquilo.

Os cabelos curtos não eram um problema, eles não atrapalhavam minha massagem, e era adorável vê-la daquela forma, minha mão escorregava pela pele e eu podia vê-la brilhar contra a luz do quarto, a boca entre aberta, os olhos fechados e a respiração leve só significava que ela havia dormido, e eu ri com aquilo. Não podia negar a minha vontade de acordá-la apenas para amar ela naquela cama, enquanto minhas mãos escorregavam pela pele macia, mas seria maldade acordá-la apenas para aquilo.

* * *

- E se ficássemos todos juntos no natal? - Sugeri, enquanto ela fazia algumas anotações ao meu lado, e eu revisava algumas coisas finais para o lançamento de fine line.

- Bom, eu não sei, quer dizer, alguns estão na América e outros aqui na Europa. - Suspirei, estávamos tentando pensar em algo para um possível encontro de família amigável.

- Sua mãe não estava querendo fazer algo na casa em Boston? Talvez fosse legal se fossemos, minha mãe e a Gemma podem ficar em algum hotel só até os feriados acabarem. - Ela me lançou um olhar de relance, e apoiou a caneta no papel.

- Mas a minha casa é em Londres. - Ela suspirou, e eu me esforcei para não sorrir, porque parecia preocupada. - Eu sei que gosta de passar esse tempo de feriado com seus afilhados e os seus primos, eu só tenho meus irmãos, meus pais, e a Lauren já mora em Londres. - Ela ainda não havia admitido, mas estava com os dois pés em Londres e só saia quando eu e Liz saíamos do país.

- Apesar de ser adorável estar pensando em mim dessa forma, não pode dar prioridade só ao que eu quero, precisamos chegar a um acordo. - Nós ficamos em silêncio por um longo tempo. - E se passássemos o natal aqui e o ano novo em Los Angeles? Tem espaço para todos nos dois lugares.

Ela pareceu pensar por um momento. Seria bom termos as famílias reunidas novamente, mas eu sabia que ela se preocupava com o fato de fazerem pessoas viajarem por todas aquelas horas, os irmãos tinham filhos e era um pouco mais complicado para crianças.

- Um jato particular poderia resolver tudo, seria confortável para todos. - Algum dos dois lados teria de viajar duas vezes. - Por que não pergunta aos seus pais e aos seus irmãos? Aposto que podemos chegar a um acordo.

Ela assentiu, de repente estava animada, e sem se preocupar com os fusos, ligou imediatamente.

Todos pareciam animados, eles tinham aquela característica, mesmo que as coisas estivessem difíceis eles tentavam manter um sorriso bonito no rosto, era cativante.

- Eu definitivamente amaria viajar. - Alicia se pronunciou. - A Chloe está revirando os olhos, mas sei que também quer, hoje mesmo estava falando em visitar vocês.

- Que velha você é hein Chloe. - Dylan debochou da irmã, que mostrou o dedo médio para ele.

- Vocês podem parar com isso e manter o respeito? - Rose os repreendeu. - Querida, nós adoraríamos ir, eu e o Ben temos viajem marcada para a Itália depois do ano novo, poderíamos conciliar.

Eu fiquei surpreso quando eles mesmo decidiram por ela, pareciam loucos para aquilo, e Elisabeth se via perdida nas palavras porque nem ela mesma esperava tamanha concordância, queríamos passar o natal em um lugar e o ano novo em outro, mas eles definitivamente preferiam estar em Londres, eu não sabia se tinha algum motivo específico, mas estava adorando.

Eu a vi inquieta pela noite, provavelmente pensando em mil coisas ao mesmo tempo, eu também estava do mesmo jeito, menos de um mês e eu teria um álbum lançado, o segundo de uma carreira solo que ela insistia em dizer que seria a alavanca da minha carreira, eu achava engraçado o modo como ela era quase tão apaixonada por música quanto eu, fato que poucos sabiam.

Eu poderia dizer que ela estava tocando violão quase melhor que eu, e tinha tempo para praticar piano já que tínhamos muitas opções em casa, eu não sabia se era uma impressão, mas depois de algum tempo juntos, parece que algo despertou o lado musical dela, eu gostava muito, e ficava me perguntando se eu era motivo.

- Você falou na noite passada, enquanto dormia. - Ela riu baixo, e girou a cabeça para olhar na minha direção.

- É mesmo? - Ela assentiu, eu estava a um tempo de olhos fechados, mas os abri só para ver melhor a cara de deboche dela contra mim. - E o que eu disse?

- "Tudo bem Liz, nós temos tudo sobre controle" - Ela riu alto, imitando a minha voz. - Por um momento eu pensei que estivéssemos conversando e eu havia cochilado, mas eram quatro da manhã, eu não estava louca. - Foi a minha vez de rir alto.

- Sinto muito se te assustei. - Ela negou com cabeça, já estava acostumada, não era a primeira vez que me contava sobre o meu sonambulismo. - O que está te mantendo acordada às onze da noite?

- Eu estou...sentindo coisas. - Franzi o cenho.

- Sentindo coisas? - A olhei com mais atenção.

- Sabe, estou com um pressentimento de que as nossas vidas vão mudar drasticamente. - Ela fez um biquinho com a boca, parecia pensar nas palavras certas. - Não é um sentimento ruim, talvez seja por conta do seu álbum, quer dizer, você é o Harry Styles e o mundo te ama, e vai chegar um momento em que você vai estar em turnê, e geralmente isso demora, não é? - Ela me olhou com atenção então, e eu entendi a preocupação.

- Está preocupada que eu viaje por meio ano sem você? - Ela assentiu, envergonhada. - Eu não estava pretendendo dar a volta ao mundo sem você ao meu lado. - Ela sorriu então, um sorriso doce e tímido, e então ela começou a brincar com os meus dedos que estavam ali, pousados a cima do cobertor.

- E se eu não puder te acompanhar por causa do trabalho? - Ela estava mesmo pensando em possibilidades.

- Docinho. - Beijei o rosto dela. - Nós vamos fazer uma agenda bem detalhada com todos os compromissos possíveis e vamos dar um jeito para nos mantermos perto um do outro, é cansativo, mas eu prometo que vai valer a pena, porque no fim das contas, nós vamos acabar aqui, juntos novamente, só eu e você. - Ela assentiu, parecia menos preocupada.

- Eu dou voltas e voltas... - Ela repetiu minha fala de alguns dias atrás.

- E não me canso de estar aqui. - Sussurrei, e ela sorriu com os dentes brilhantes, me fazendo sorrir também.

Era bom o fato de que palavras sinceras poderiam tranquiliza-lá, significava que acreditava no que eu falava, e eu agradecia porque realmente era verdade, eu não tinha intenção de passar tanto tempo longe dela, era horrível até de se pensar nas possibilidades, não daríamos certo com a distância, a menor ameaça daquilo nos assustava.

Houve um momento entre a troca dos meses onde ela precisou viajar para Nova York, Lauren a acompanhou, estávamos acostumados a andar juntos, mas eu não pude ir, precisava realmente trabalhar, todos sabiam que eu largaria qualquer coisa por ela, durante meses eu usei o estúdio da minha própria casa apenas para não deixá-la sozinha, mas não era algo que eu pudesse escolher, e mesmo que ela conversasse comigo todos os dias por chamada me tranquilizando sobre estar bem, ainda parecia ruim, foram os dez dias mais torturantes da minha vida, e eu ficava assustado quando falava que tudo bem estar lá sem mim, porque eu parecia um desesperado e tinha medo de eu já não fazer tanta falta, mas Gemma me tranquilizou dizendo que ela só dizia aquilo para não me preocupar, e no fim, fazia mesmo sentido.

Minha mãe e minha irmã ficaram mais do que felizes com a proposta de um natal e ano novo diferente, apenas com a família, seria uma coisa diferente para mim, eu podia ter tido todo tipo de relacionamento, mas nenhum era tão família quanto aquele.

Os pais dela eram os únicos que não sabiam das raízes do nosso relacionamento, na inocência deles, havíamos mesmo nos conhecido em uma festa qualquer, e não achávamos justo que somente eles pensassem daquele jeito, Liz sempre deixa as coisas que pode para a última hora, então pedi mais de uma vez para que contasse o quanto antes sobre o que aconteceu, porque se aquilo acontecesse no natal, o nosso encontro de família seria um caos de novo, e na minha percepção, precisava ser perfeito, pelo menos uma vez.

Foi um caos.

Escutei o grito da mãe dela enquanto falavam ao celular, a decepção dela não foi pelo contrato, apesar de não entender, ficou chateada apenas por saber depois de tanto tempo. Ben era o de sempre, ria e dizia que não acreditava, e ficava fazendo perguntas sobre como tudo funcionava, Elisabeth tinha um pouco dos dois, calma, brava e dramática.

- Não é verdade, eu gosto da sua boina. - Eu ri alto no carro.

- Sua mentirosa, está sempre pedindo para eu tirar. - Semicerrei os olhos e voltei o olhar para a estrada.

- Eu gosto da sua boina, mas também gosto do seu cabelo, e ultimamente você anda escondendo bastante ele. - Assenti, decepcionado, ela não admitiria, mas não gostava da minha boina.

- E do meu bigode, você gosta? - Perguntei quando parei no sinal fechado, virando o rosto para ela e fazendo um biquinho, ela ria alto.

- Gosto, você parece mais velho com ele, eu me sinto uma sugar baby. - Ela riu e eu também, negando com a cabeça, às vezes ela falava coisas que não dava para acreditar. - E ele me causa umas sensações. - O olhar perverso ao meu encontro.

- Que sensações? - Eu fingi que não sabia, mas sabia muito bem do que estava falando.

- Quando usa a sua boca, de um jeito que só você sabe usar. - Ela acariciou meu braço, e eu sorri, me esforçando para não morder os lábios.

- Não provoque, estamos indo buscar a minha afilhada. - E o sinal abriu, precisei me concetrar ao máximo na estrada e fazer aqueles pensamentos saírem dali.

- Eu estava me referindo ao seu beijo, seu tarado. - Eu a olhei com o nariz franzido.

- Estava se referindo ao meu beijo, mas não disse o lugar, não é? Fingida. - Ela abriu a boca, ofendida e deu um tapa leve no meu braço.

Nós demoramos alguns minutos até chegar a casa da Ruby, e como eu já esperava, ela estava impaciente, sentada nas escadas a frente da porta, e quando viu o carro, Meredith precisou segurá-la para não correr até o veículo.

- Repetindo, não façam tudo o que ela quer, esses olhos bonitos podem ser bem persuasivos quando querem. - Ben nos instrui como sempre fazia.

Nunca funcionava.

Ela acabava comendo mais biscoitos do que era permitido, Liz me repreendia com olhares e eu fingia que não entendia, e então ela tomou a frente e negou o pedido de Ruby para tomar o segundo sorvete do dia, muito doce não fazia bem, então ela tentou uma troca, disse que se tomasse o suco de uva, talvez pensasse em levar ela até o parque, e funcionou.

Eu não queria dizer que ela parecia uma mãe, mas ela definitivamente parecia. Ficamos andando sem rumo, Ruby gostava de correr um pouco mais a frente, e parar na frente dos vidros das lojas quando via algum brinquedo interessante, era sempre muito engraçado, e não podia ver cachorros, nós tentávamos distrair ela sempre que podíamos, caso contrário, não iria deixar a dona do animal em paz tão cedo.

- Eu não tinha nada disso. - Falei quando finalmente paramos, estávamos a frente de um prédio antigo. - A minha infância e adolescência foram ótimas, mas não é como agora. - Liz me observava com atenção. - Eu tive muita sorte, sabia disso? - Dei uma risada nasal. - Quando no mundo um garoto de dezesseis anos ia pensar que ir a um programa de televisão para cantar o levaria mesmo a algum lugar? Quero dizer, eu tinha esperanças, mas não pensei que fosse realmente acontecer.

- Deve ter ficado assustado. - Ela falou baixo, desviando o olhar só para verificar se Ruby ainda brincava a nossa frente.

Haviam momentos em que ela só me deixava falar, sabia que eu precisava, não era sempre que eu falava do passado daquela maneira.

- Na verdade, não. Nós estávamos em uma sala, não sabíamos o motivo, e de repente, um homem nos comunicou que seriamos uma banda, ficamos empolgados e começamos a ensaiar, minha mãe abriu as portas da nossa casa apenas para que o sonho do filho mais novo se tornasse realidade. - Ela ainda me observava com atenção, e então olhou para Ruby, e continuei. - Por um tempo foi muito divertido, nós não tínhamos noção nenhuma, e quando percebemos que não era tão simples, já era tarde, sabe, as pessoas criticam o Zayn por ter saído, mas não foi covardia, foi um ato de coragem, na época eu não entendia, mas olhando para trás, tudo faz sentido.

- Mas por um lado foi bom, não foi? - Voltei a observá-la. - Não que você tenha merecido, mas essas coisas difíceis te tornaram forte, você sabe tomar uma decisão quando precisa, se tornou um homem tão bom, e consegue aprender com os erros do passado para não fazer o mesmo agora. - Eu assenti, com um sorriso pequeno.

Era verdade, quando eu pensava naquilo, eu ficava pensando que jamais faria algo que já aconteceu, ou até mesmo que já fiz, apesar de algumas coisas ruim, eu aprendi muito, e era bom ter alguém que enxergava aquilo também.

- E você se divertiu não foi? - Ela empurrou meu ombro levemente. - Eu lembro bem das fotos e vídeos que saíam por aí. - Eu ri baixo.

- É claro que me diverti, eu aprontei coisas que você nem imaginaria. - Ela revirou os olhos. - E como sabe dessas coisas? Por acaso você é uma fã? - A provoquei.

- A número um. - Ela se inclinou em minha direção e eu a beijei rapidamente.

- Eca. - Escutamos Ruby dizer, e viramos na direção dela no mesmo momento. - Harry, você beija a Elisa igual meu pai beija a minha mãe?

Eu tenho certeza que fiquei vermelho, eu não esperava ter que explicar para a minha afilhada o motivo de eu beijar a minha namorada.

- Sim. - Elisabeth respondeu, simples. Então vimos o cenho da garotinha a nossa frente se franzir levemente.

- Mas vocês são igual ao papai e a mamãe? - Olhei para ela de relance, não entendemos a pergunta, e, ao mesmo tempo entendemos.

- Sim, querida, é parecido. - Falei breve.

- Eu pensei que vocês fossem amigos da escola, igual eu e o Brian. - Levantei uma das sobrancelhas.

- Nós somos amigos também. - Liz estava tomando a frente da conversa.
- E amigos podem se beijar?
- Não, não somos amigos igual você e o seu amiguinho da escola, nós namoramos, é quando duas pessoas se amam e decidem viver juntas.
- Mas eu amo o Brian, outro dia eu fiz um desenho. - Claro, porque o desenho era a forma de amor dela, de repente senti saudade de ser criança.
- É um amor diferente. - Liz falou breve, mas com paciência e calma na voz, e então Ruby levantou e foi até ela.

- E quando eu vou poder namorar? - Arqueei as sobrancelhas.
- Você ainda não entende, mas quando você fizer uns dezessete anos de ida...
- Trinta e sete. - A corrigi, e Liz me lançou um olhar feio.
- Quando você for maior, vai entender, agora é perigoso, isso não é para crianças. - Ela estava olhando para nós dois com atenção. - Mas você pode amar seu amigo da escola, é legal fazer desenhos para os amigos, não é?

- É. - Ruby assentiu euforicamente. - Eu fiz um desenho do Harry e de você, mas o meu pai não sabe onde está, mas eu posso fazer outro, quer um?

- É claro, nós vamos amar ter um desenho seu. - Ruby foi abençoada com um beijo no rosto, os que eu tanto gostava.

E sem dar satisfação ou pelo menos tentar terminar o assunto, ela saiu e começou a correr pela grama, em outra ocasião eu puxaria assunto, só para que falasse e treinasse para ter a facilidade de formar frases, mas naquele momento eu agradeci pelo assunto mal-acabado.

- Brian da escola, pelo amor de Deus. - Murmurei.

- Ela tem dois anos. - Liz me repreendeu.

- Dois anos e já está falando sobre namorados, quem são os responsáveis por essa criança? - Ela revirou os olhos.

- Às vezes você é tão dramático. - Simplesmente fez piada de mim, o que há errado de querer a afilhada longe de homens?

Nosso passeio durou mais vinte minutos a partir dali, eu até tentava ficar com ela por mais de três horas, mas os pais da linda criança me mandavam mensagens de hora em hora.

Nós seguimos para casa, eu pegava o caminho mais longo quando o tempo me permitia. Ela costumava deixar a janela um pouco aberta, o vento sempre fazia os cabelos dela se mexerem, e eu ficava pensando no motivo que a preocupou tanto quando cortou, parecia tão natural, o rosto dela ficava mais fácil de ser visto, e eu gostava muito daquilo, não precisava de muito para constatar a beleza dela, parecia o céu, e eu desejava tocar o céu, mas era tão possível tocar ela que eu me sentia como se estivesse lá.

- Eu economizei tanto nesses últimos dias. - Ela levantou e enrolou o fio do secador de cabelo. - Eu não preciso de tanto creme agora, e dez minutos são suficientes para secar o cabelo. - Eu ri com aquilo, tirando a atenção do notebook a minha frente.

- Gosta mais assim, ou comprido? - Ela inclinou a cabeça para o lado direito, se olhando no espelho.

- Acho que assim. - Liz franziu o nariz. - Mas eu gostava muito de cuidar dele quando era maior, parecia que tinha mais possibilidades, mas assim parece que eu sou tão mais jovem. - Eu ri alto, ela não parecia ter vinte e quatro anos de idade nem com o cabelo curto e nem comprido.

- Ou seja, você não faz ideia de qual prefere, não é? - Ela riu e se virou para mim.

- Na verdade, não. - Ela virou, com um sorriso encantador, estava animada. - E você, qual prefere?

- Não consigo escolher, fica linda de qualquer jeito. - Dei de ombros e ela revirou os olhos, se jogando na cama em seguida, me observando atentamente.

- Eu sei que tem uma opinião, e não quer me contar. - O rosto estava apoiado nas mãos e os cotovelos no colchão, bem próxima de mim.

Fechei o notebook e o apoiei na mesa ao lado.

- A minha opinião é que você é a mulher mais linda que eu já vi. - Ela riu e eu toquei o rosto dela, às vezes era quase surreal o jeito que era possível tocar ela. - Poder te ter é um privilégio sabia? Te tocar, te beijar, dormir com você nessa cama, é tudo o que eu poderia querer.

- Você e as suas palavras bonitas. - Ela deu uma risada nasal. - Obrigada, me sinto realmente amada quando diz isso. - Ela já estava ficando vermelha, e eu ri por conta daquilo, beijando o rosto dela em seguida. - O que estava fazendo? - Ela apontou com a cabeça para o notebook.

- Nada importante, só revisando algumas coisas.

Ela era curiosa demais para se ter por perto, eu estava resolvendo algumas coisas sobre a nossa viajem depois do lançamento do álbum, ela parecia ter esquecido que iriamos viajar, ou só desistiu de me perguntar qual seria o nosso destino.

________________________

Segundou da melhor maneira meus amados leitores ❤ já temos quase dez mil leituras, tenho a agradecer

aviso que: MUITAS novidades essa semana, não sei se estão preparados haha, se bem que alguns de vocês comentaram aqui que estão prontos. VAMOS VER 😌

E agora é oficial, vou introduzir a segunda temporada, eu não ia fazer porque fiquei com medo de não ter conteúdo e tempo, mas vou fazer sim, estamos quase finalizando a temporada 1, então fiquem ligados para tudo o que vem por .

Aguardem e segurem os lenços. M ❤

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