Don't let me go • Harry Styles

By readpagess

155K 7.8K 7K

Elisabeth Portman estava ingressando na vida que tanto sonhava, até que uma proposta inesperada foi feita a e... More

Prólogo
1 | The proposal
2 | Start
3 | Friends
4 | Ligth-eyed british
5 | Discoveries
6 | Parents in law
7 | Beach
8 | Pink
9 | Little baby girl
10 | Mamy
11 | Studio
12 | Bags
13 | Strange weather
14 | Greece
15 | Wedding
16 | Long kisses
17 | Hospital
18 | Party
19 | Canyon
20 | Whirlpool
21 | Guest room
22 | Fans
23 | I want you to kiss me
24 | Confession
25 | Support
26 | Shows
27 | Fight
28 | Buy
29 | Day twenty four
30 | Love
31 | Dream
32 | Christmas
33 | Bakery
34 | Jealousy
35 | I love you
36 | Trepidation
37 | New Year
38 | Drunk
39 | Our home
40 | I missed you
41 | Help me
42 | Stalker
43 | Asthma
44 | Delivered
45 | Headphones
46 | Kidnapping
47 | Wounds
48 | For love
49 | Evolution
50 | Betrayal
51 | Fashion show
52 | One step forward
54 | Feeling of freedom
55 | The truth
56 | This is love
57 | Memories
58 | Idiot bodyguard
59 | Nicknames
60 | Fetish
61 | Christmas gift
62 | Will you marry me?
63 | My fiance
64 | One more holiday

53 | Meaningless questions

1.6K 69 130
By readpagess

Era a nossa última noite na França, Lauren bateu euforicamente na porta do nosso quarto, e quando Harry abriu a porta ela simplesmente correu e me abraçou, estava atrasada nas notícias, e bastou quando soube que eu a havia anunciado como minha estilista, eu e Harry ficamos sem reação, e Bob chamou ela de dramática quando passou reto pela porta do nosso quarto, não é como se ela não soubesse que um dia eu a convidaria para fazer parte da equipe.

Quando sai do banho, a noite, Harry estava ajeitando a camisa em frente ao espelho, o paletó bege e as calças escuras, com o colar de pérolas que eu sabia que estava amando, passando a mão nervosamente pelo cabelo, eu dei uma risada nasal, eu havia escolhido calças parecidas com as dele e uma camiseta justa com um casaco leve, ele disse que estávamos combinando, quase iguais exceto a cor dos casacos, era muito calor de dia, mas a noite a temperatura caia e naquele dia havia vento, o que deixava o clima um pouco mais frio, mas um casaco era mais que suficiente.

Ele não disse onde iriamos jantar, eu já havia desistido há muito tempo de perguntar onde iriamos, mas ele tinha um sorriso no rosto, nós seguimos um percurso de carro, e quando descemos, estávamos na frente da tão famosa torre Eiffel.

- Uau. - Era muito maior do que eu pensava, toda iluminada, talvez o lugar mais lindo que eu já tenha ido. - Extremamente lindo.

- Não é? - Ele riu. - Gostou?

- Muito, eu realmente não sei o que dizer. - Tentei esconder minha ignorância. - Não sabia que viríamos aqui antes. - Ele deu uma risada alta e beijou minha bochecha.

- Baby, é aqui que vamos jantar. - Franzi o cenho. - Bom, não exatamente aqui, lá em cima. - Ele apontou para a torre, e eu abri a boca em um perfeito "o".

- Harry, eu...espera, tem restaurantes lá? - Ele riu de novo, deixando outro beijo no meu rosto.

- Me conceda a honra de ser seu acompanhante essa noite, na cidade do amor? - Ele fez uma reverência exagerada, estendi a mão no mesmo instante.

Nós fomos guiados pela torre, ele me explicou que eram cinquenta e oito metros, eu não pensei que fosse tão alto, e conforme nós subíamos eu o abraçava mais forte, ele ria e apertava minha cintura contra ele. Um homem muito gentil nos acompanhou até o restaurante, era simpático, disse que nos conhecia e que era uma honra nos ter ali. Quando chegamos o restaurante estava vazio, a princípio pensei que havíamos chegado cedo demais, mas havia vidros por toda a torre e eu pude ver o outro lado, outro restaurante, cheio de pessoas.

- Você alugou o restaurante inteiro? - Ele sorriu e assentiu. - Como conseguiu fazer isso? Nós não ficamos nem quatro dias aqui. - Ele deu uma risada alta.

- Linda, eu estou planejando isso desde que começou a fazer seu vestido, e devo dizer, você está perfeita hoje. - Revirei os olhos e o abracei em seguida. - Vista para a cidade? - Ele apontou para as mesas do outro lado, encostadas na janela.

- Com certeza. - Ele me levou até lá, puxando a cadeira para eu sentar.

Eu estava completamente encantada, eu já estava acostumada com surpresas, mas não naquele nível, ele sorria o tempo todo, me explicando sobre como tudo funcionava ali e como tiveram a ideia de abrir restaurantes, era lindo o modo como ele sabia muito sobre tudo.

Nós tivemos um dos jantares mais agradáveis de todos, eu não estava pensando em nada além de estar ali com ele, em Paris, por um momento parecia ser só nós dois no mundo, sem compromissos, apenas vivendo um com o outro, os garçons mal apareciam e eu mal acreditava que havia uma equipe de chefes de cozinha ali só para nós, seria ignorância perguntar quanto custou, mas eu sabia que era caríssimo.

Ele me convidou para ir ao bar, éramos só nós e eu fiquei me perguntando se ele tinha mesmo permissão para mexer nas bebidas, duas taças apoiadas no balcão e eu fiquei esperando ele abrir a garrafa de champanhe.

- Obrigada. - Eu sussurrei assim que paramos de beber, apoiando minha taça de volta ao balcão.

- Pelo que? - Ele deu uma risada nasal.

- Por tudo. - Olhei para ele e sorri. - Eu acho que fiquei assustada porque...ninguém nunca realmente cuidou de mim, sabe, não do jeito que você fez e ainda faz, você nem precisava. - Dei de ombros. - Você simplesmente decidiu que ia fazer, e nunca me cobrou nada, Harry, você me levou para a sua casa e disse que era minha também.

- É sua. - Eu sorri mais ainda.

- Quem no mundo faria isso? Você podia ter me levado de volta a Boston e deixado tudo com os meus pais, mas não, você tomou a frente de tudo. - Olhei para ele, bem nos olhos, tão verdes quanto nos outros dias. - Ninguém Harry, ninguém nunca me fez sentir realmente importante e especial, e linda de todas as formas, igual você mesmo fala sempre, disse que confia em mim, e eu agradeço porque também confio em você, é meu melhor amigo além de tudo, e eu realmente amo isso.

- Quer me fazer chorar no meio do encontro? - Nós gargalhamos juntos. - Eu te amo, faria tudo de novo, não tenha dúvidas. - Ele pousou uma das mãos no meu rosto e fechou os olhos. - Espere, estou realmente emocionado. - Ele suspirou e eu ri de novo, o abraçando.

Nós ficamos abraçados por um tempo, até ele forçar o contato visual, segurando minhas mãos contra o peito dele.

- Sabe o que nós temos aqui? - Eu apenas o observava, esperando a resposta. - Amor, paixão, cumplicidade, amizade. - Ele sorria. - E muito mais, encontrar isso em uma só pessoa não é tão fácil, e eu amo amar você.

Nós tínhamos as testas coladas um no outro, eu sorria pelo nervosismo, aquela altura parecia tão normal estar com ele, não era o Harry Styles, era o Harry, o meu Haz, e eu tinha o privilégio de conhecê-lo tão bem, ali naquele bar, vulnerável, fazendo declarações para que só eu pudesse escutar, e de repente as suposições alheias não faziam a menor diferença.

A boca macia se encontrando com a minha, eu não cansava de sentir sensações diferentes toda vez.

* * *

Nós acordamos no sofá, levamos os cobertores até lá e passamos a noite, conversando sobre qualquer coisa antes de dormir, corpos nus tocando um no outro, pele com pele, o contato macio dos ombros largos, e um dos braços dele passava inocentemente por cima do meu peito, eram as consequências de alguém que se mexia muito durante a noite.

Fui acordada com beijos salpicados pelo meu rosto, sorri antes de abrir os olhos, as cortinas estavam fechadas, mas ainda assim eu diminuí os olhos por conta da claridade do sol.

- Bom dia, linda. - Ele sorriu e me envolveu com os braços fortes.

- Bom dia, lindo. - Beijei o rosto dele e senti o sorriso ao mesmo tempo.

Ainda de olhos fechados, ele deslizou o cobertor e tocou na minha tatuagem, abri os olhos para ver o que estava fazendo.

- Finalmente no país certo. - Ele sorriu, beijando meu pescoço, eu puxei o cobertor de volta. - Não está com frio, está? - Ele franziu o cenho.

- Um pouco. - O quarto era gelado, talvez eu estivesse sentindo frio por conta da temperatura que o cobertor havia deixado no meu corpo.

- E então, última caminhada em Paris? - Ele fez uma cara triste e eu também, assentindo, não queríamos voltar para casa.

Estávamos nos arrumando enquanto ele explicava que iriamos para um lugar diferente, ele queria me mostrar os bairros antigos, e eu realmente não sabia de nada melhor para fazer.

Nós tomamos café da manhã no próprio hotel, Bob lia o jornal Francês, ele não era totalmente fluente, mas sabia muito mais do que eu, a avó era francesa, ele me falava muito dela, enquanto Lauren falava sobre as mensagens que estava recebendo, segundo ela, é muito importante ser a minha estilista, e eu sinceramente não sabia a dimensão daquilo. O convidamos para nos acompanhar, mas eles sempre negavam, Lauren só aceitou uma vez porque queria conhecer um lugar, mas ela sempre foi do tipo turista solitária.

Nós estávamos na rua, em um dos bairros, cruzando uma esquina quando eu parei e consequentemente ele também por conta das mãos entrelaçadas.

- O que foi? - Apontei com a cabeça para um estúdio de tatuagem, e ele riu. - Está pensando em fazer outra?

- Talvez, por que não? - Ele me olhou surpreso.

- Se for um "boa viagem" em inglês. - Bati no ombro dele, ofendida.

- Pare de falar mal da minha tatuagem. - Fiz uma careta, e olhei para o estúdio novamente. - Poderia ser algo mais significativo, porém pequeno, eu não sei... - Olhei para o braço dele, estava usando uma regata preta. - Acho que sei o que eu quero.

- Tem certeza? - Ele fez uma careta, assenti, convicta. - O que é?

- Você vai ver. - Revirou os olhos.

- E se for feia? - Ele fez uma cara de nojo, semicerrei os olhos.

- Então vai fingir que é a coisa mais linda que já viu. - Ele riu alto, eu realmente não achei graça.

Nós fomos até lá, não havia ninguém, quando a porta abriu um sino tocou e um homem realmente grande, mais alto que Harry e forte, nos recebeu, e para a minha surpresa, ele era exatamente como eu imaginava um tatuador.

- Bonjour je peux vous aider? - Ele perguntou sorridente, olhei para Harry, ele sempre respondia.

- elle veut se faire tatouer, si possible - O homem revirou os olhos.

- Inglês. - Uma careta em seguida, Harry ficou sem entender, mas eu entendi, o tatuador olhou em minha direção.

- Eu sou de Boston, na verdade. - Sorri e ele sorriu de volta, ainda olhando para Harry.

- Bostun, boa cidade. - Ele tinha um sotaque adorável. - Seu namorrado inglês querr fazerr tatuagem? - Eu neguei com a cabeça.

- Não, ele já tem muitas, é minha vez agora. - Harry permanecia de cenho franzido, o tatuador sorriu.

- Pode sentarr, hoje mais frrio, poucos clientes marrcados. - Eu o segui imediatamente, deixando Harry com uma expressão confusa para trás. - Tem foto, ou desenho?

- Sim, na verdade. - Chamei Harry com um gesto e ele foi até mim. - Esse. - Mostrei o cabide tatuado no braço dele e Harry manteve a expressão confusa, porém com um sorriso.

- Bonito, onde? - Apontei para o meu braço, não era o mesmo lugar, mas seria bem visível. - Não vai demorrar, pequeno, fácil fazerr. - Ele sorriu, explicando.

Harry manteve os braços cruzados, revirou os olhos quando o homem saiu para arrumar as coisas e eu apenas ria.

- Tem certeza? - Ele perguntou, a tatuagem seria igual a dele.

- Sim, representa a moda, não? - Não era só isso, e ele sabia, nós sorrimos um paro o outro e ele assentiu.

Eu não sentia dor, talvez fosse o local, eu sentia a agulha entrar e sair, mas não era algo insuportável.

- Eu sou Vincent, qual seu nome? - Ele perguntava enquanto tatuava.

- Elisabeth. - Ele sorriu.

- Bonito. - Ele assentiu. Olhei para Harry atrás dele, revirando os olhos e suspirando.

- Ele se chama Harry. - Vicente me olhou de relance.

- Não bonito. - Eu ri alto, ele realmente não gostava do Harry. - Muito inglês, não gosto.

- Mas o meu também soa um pouco inglês, quer dizer, é o nome da rainha. - Fiquei observando os traços do desenho.

- Não, Elisabeth muito bonito, Harry comum demais. - Eu ri de novo, Elisabeth era tão comum quanto, eu duvidava muito que soubesse quem Harry era.

Olhei para ele de novo, eu sabia que estava com raiva, suspirando alto de propósito, negando com a cabeça, eu já estava sendo tatuada, não tinha muito o que fazer.

- Prrontinho, fácil fazerr, eu disse. - Ele deu de ombros, envolvendo o plástico no meu braço esquerdo. - Trrês dias. - Ele deu uma leve batidinha no plástico.

- Obrigada, ficou realmente muito bonito, eu adorei. - Sorri para ele. - Quanto custa?

- Trrinta eurros, mas simpática, então vinte eurros. - Ele estava limpando as mãos com um pano branco.

Me virei e vi Harry retirar a carteira do bolso, e em seguida entregar o dinheiro ao homem, eu tentei impedir, mas me virei tarde demais para pedir a minha carteira. Ele e Harry se encararam por um momento.

- Obrigada. - Quebrei o silêncio.

- De nada, volte semprre. - Ele acenou com a cabeça e puxei Harry pela mão.

Eu fiquei olhando para o desenho quando saí, realmente satisfeita, enquanto ele permanecia com a careta feia, estava com raiva.

- Não fique assim. - Toquei no braço dele.

- Tanto faz. - Ele continuou andando. - Eu realmente não entendi qual o problema. - Eu dei uma risada nasal. - O que?

- É sério que não sabe? - Ele não disse nada. - Você literalmente estrelou um filme sobre a guerra, e você não sabe o motivo de ele não ter gostado de você?

- Não é por isso. - Ele falou como se fosse óbvio e eu revirei os olhos.

- Inglês. Muito inglês, não gosto. - Imitei o sotaque do tatuador. - Guerra dos Cem Anos, Harry.

- Não é justo, isso foi há muito tempo. - Ele estava realmente indignado.

- Mas é esse o motivo, todo mundo sabe que ingleses e franceses não se dão muito bem. - Era verdade, o mundo inteiro sabia daquilo, mas para ele era muito injusto não ser bem tratado, não quando era gentil com todos. - Não foi legal, mas já estávamos lá, desculpe.

- Tudo bem, eu realmente não ligo. - Ele beijou minha mão e tocou a tatuagem. - Tatuagens combinando, quando chegamos nesse nível? - Eu ri alto.

- Não sei, talvez eu possa fazer uma borboleta? - Ele revirou os olhos.

- Nem pensar, essa é só minha.

Ele disse que não ligava, mas nós tivemos uma caminhada bem longa enquanto ele falava no tatuador francês, e também deixou claro que nunca mais voltaríamos lá.

* * *

- Moda? - Lauren cruzou os braços, semicerrando os olhos.

Nós estávamos na cozinha, em casa, ela só percebeu o plástico no meu braço três dias depois de chegarmos, eu tiraria no dia seguinte, Harry estava com uma regata cinza, dava para ver a tatuagem dele também.

- E isso não tem nada a ver com ele? - Ela apontou para Harry, preparando a vitamina que tomava sempre antes de praticar exercícios.

- Não, eu fiz pensando na minha formação. - Ela riu alto e eu revirei os olhos, escutei o riso contido dele ao meu lado. - É sério.

- Tá legal. - Harry olhou para ela, depois para mim.

- E você sabe por que a sua amiga não tem nenhuma tatuagem? - Eu neguei com a cabeça. - Para combinar com o Niall. - Ele sussurrou, mas foi audível e Lauren abriu a boca, ofendida.

- Vocês são tão idiotas. - Ela virou as costas, pegando a bolsa. - Eu tenho um compromisso, nos vemos amanhã.

Nós permanecemos na cozinha, ele pegou a garrafa re repente e começou a agitar com uma das mãos, olhando para as frutas da fruteira, abrindo em seguida e olhando para dentro do copo.

- Você vai treinar comigo? Ah não, eu esqueci que você já fez isso sem mim. - Ele semicerrou os olhos.

- Não dá para treinar com você. - Ele arqueou uma das sobrancelhas.

- Eu só olho, o que tem de mal nisso? - Semicerrei os olhos, ele sabia bem o que havíamos feito da última vez. - Tudo bem, não é só isso, mas é realmente chato treinar sozinho.

- Comece a se controlar e talvez eu volte a treinar com você. - Falei sem olhar para ele.

- Talvez eu pense nisso. - Um tapa na bunda quando passou por mim. - Sem querer, desculpa. - Ele não olhou para trás quando falou.

- Tarado. - Gritei.

- Linda. - Ele gritou de volta e eu apenas revirei os olhos, sorrindo com o diálogo desastroso que tivemos.

Eu gostava do meu trabalho, a tatuagem era uma prova, porque eu jamais faria algo tão permanente se não fosse realmente importante, e na França, ou em qualquer outro lugar, quando nós tínhamos míseros dias para aproveitar as coisas, visitar lugares, simplesmente conversar, eu gostava muito de pensar que eu não tinha nada para fazer além daquilo.

Mas eu tinha, e tinha muito, Bob estava de volta aos Estados Unidos, e eu desconfiava que Lauren já estivesse com uma ideia de mudança formada, ela não tinha família lá e muito menos na Inglaterra, então não havia exatamente algo a perder, sendo totalmente diferente de mim que odeia mudanças. Eu não culpava o Bob, a vida dele era lá, ainda visitava os pais quando podia, os irmãos e os sobrinhos também, e eu desconfiava que estivesse saindo com alguém, mas ele sempre foi culto demais quando se tratava daquele tipo de assunto, por isso eu nunca perguntava, mas não era difícil saber, ele era paciente, e em certos dias da semana, quando ainda estávamos em Los Angeles, especialmente na sexta eu via ele olhando para o relógio e tremendo a perna, talvez nervoso, não era do feitio dele.

Consequentemente eu recebia muitas ligações dele, e a maioria falava sobre entrevistas, eu geralmente recebia um roteiro, alguns eu nem lia e descartava, outros eu ainda me dava o trabalho de ler, todos sobre o acidente de quase três meses atrás, nenhum sobre mim verdadeiramente e muito menos sobre o que eu sentia de verdade, eu não queria entrevistas, queria trabalho.

A Dior queria novos vídeos, passaríamos de sites e comerciais pequenos para comerciais grandes, capas de revistas, eu era a nova cara da nova coleção de óculos deles, mas meu contrato não duraria para sempre, eu não contava para ninguém, mas tinha medo de que tudo aquilo fosse pelo acidente, e quando a minha fama acabasse eles também encontrariam outra pessoa, era horrível, mas quando algo ruim acontece e a mídia só fala em você, então é aí que você entra, e eu não gostava daquilo, só aceitei porque já havia feito antes, trabalhado com eles, me parecia confiável.

Bob disse que a Vogue queria uma reunião, eu sorri e lembrei da proposta que haviam feito a Harry, ele já havia ido a duas reuniões, eu não sabia se tinha algo a ver, mas estava esperando pela resposta.

Eu não tinha uma peça de roupa específica para fazer, mas eu sempre ficava desenhando algo novo e movendo os desenhos para a pasta chamada "ideias", eu realmente tinha um projeto para a minha marca, mas era algo pequeno, sutil, eu sabia que levaria tempo e eu não tinha exatamente tanta importância na mídia, eu estava começando, apesar de tudo.

- Na semana que vem eu preciso ir para Los Angeles. - Anunciei, nós estávamos no meio do jantar e ele estava realmente feliz pelo progresso que estava fazendo.

- O que tem em Los Angeles? - Ele franziu o cenho.

- Aniversário do Theo, quero estar la. - Apenas assentiu, cortando o peixe no prato. - Não precisa ir, se não quiser.

- Eu quero. - Ele sorriu em seguida, depois comeu o pedaço do peixe, ele era atraente até fazendo aquilo. - Qual vai ser o presente do nosso sobrinho?

- Eu não sei, como superar o carro que você deu para ele? - Nós rimos, eu mesma nunca ganhei presente melhor quando criança.

- Uma moto? - Ele falou sério, e nós nos encaramos por um momento, e depois rimos juntos. - Um conjunto Gucci? - Franzi o nariz. - Um martelo do thor, não os normais, aqueles com tamanho real. - Ele separou as mãos, querendo mostrar o tamanho que seria.

- E ele gosta do Thor? - Ele fez cara de ofendido.

- Elisabeth, é o herói favorito dele.
- Pensei que fosse o homem de ferro.
- Foi, mas não é mais. - Eu fiquei encarando ele, eu não podia estar tão errada. - Confie em mim, é o thor.

- Ele iria gostar. - Fiquei imaginando a reação dele.

Era sempre uma discussão longa quando se tratava de presentes, nós podíamos dar as melhores coisas, mas eu odiava exagerar. Eu estava animada para o evento, Alicia estaria lá e seria tão bom vê-las juntas, Theo gostava dela e era nítido, poderia ser algo agradável, e eu realmente queria pensar que nada estragaria aquilo.

Quando estávamos deitados na cama, geralmente fazíamos algo como mexer no celular ou simplesmente fechar os olhos enquanto o outro lê algo, eu estava parada, olhando para o teto branco, e lembrando dos tecidos que estavam no meu ateliê, parecia que estava esquecendo de algo.

- Eu dou voltas e voltas e sempre acabo no mesmo lugar. - Ele murmurou, ao meu lado, também olhando para o teto, virei o rosto para observá-lo.

- Como assim? - Eu estava com medo de que estivesse frustrado com algo, a frase parecia ser mais triste do que feliz.

- Dou voltas e voltas e sempre acabo no mesmo lugar, aqui, com você, sempre. - Fiquei encarando ele. - Nós podemos estar cheios de trabalho na cabeça, mas no final do dia somos só eu e você, um ao lado do outro pensando em coisas fúteis, e o melhor de tudo, eu não ligo, não enjoo de estar aqui, eu gosto, gosto de ter alguém para fazer nada e pensar em coisas sem sentido. - Eu sorri, aliviada, e voltei a olhar para o teto.

- No que estava pensando? - Eu gostava de saber, gostava de escutar ele falando, nunca foi um sacrifício para mim.

- Em como eu vou gravar uma música se eu tenho cinco ritmos e nenhum parece certo, então provavelmente estou pensando em um sexto. - Ele suspirou alto. - E esse sexto ritmo pode não dar certo, então um sétimo talvez?

- Você vai conseguir, eu sei que vai. - Os dedos da mão dele tocaram nos meus. - Só não desista, o mundo precisa escutar suas obras de arte. - Escutei a risada sutil dele.

- E no que você estava pesando?
- Nos tecidos do ateliê, eu não tenho exatamente nada para fazer, mas parece que tenho, eu não sei, acho que estou esquecendo algo. - Dei de ombros, eu sentia que era algo importante. - Eu posso ligar para a Lauren amanhã, talvez ela saiba o que é, ou talvez seja para ela.

Nós ficamos em silêncio de novo, não era desconfortável ou atormentador, era pacifico, escutando apenas as respirações um do outro, e eu lembrei de algo, era mais uma curiosidade, e eu também estava com muito sono, poderia ser o efeito falando.

- Já usou maconha? - Eu perguntei e ele riu.

- Que tipo de pergunta é essa? - Era realmente estranha.

- Eu sei que já, é só falar.

- Já usei, na verdade, teve uma época que os caras da banda usavam tanta erva que eu não viajava no mesmo avião que eles, eu não gostava de usar quando estava trabalhando, você sabe. - Assenti, eu sabia, ele mal bebia quando estava trabalhando, durante o período do álbum eu podia contar nos dedos quantas vezes fez aquilo. - E você?

- Nunca. - Ele apoiou o corpo no braço imediatamente, ficando levemente deitado e elevado de lado, olhando nos meus olhos.

- Está brincando, não é? - Neguei com a cabeça, eu nem sabia qual era a sensação. - Oh meu Deus, você é tão pura Elisabeth, eu não sei se acho fofo ou sinto pena. - Abri a boca, ofendida. - Brincadeira, todo mundo já usou, é meio raro encontrar alguém que nunca tenha feito isso. - Ele disse entre risos.

- Nossa, eu achei isso tão engraçado. - Falei sem rir.

- Quer experimentar? - Franzi o cenho.
- Você tem aqui? Em casa? - Ele riu em seguida.
- Não, mas eu posso conseguir.

- Só pode ser brincadeira. - Eu ri, e ele permaneceu sério. - Você tem amizades com traficantes agora? - Ele ficou me encarando com cara de tédio.

- Não precisa ser um traficante, muitas pessoas que trabalham comigo, usam. - Eu abri um pouco mais meus olhos. - Quer ou não?

- Quando? - Ele sorriu de lado.
- Sábado a noite, não vou ficar chapado no meio da semana. - Harry voltou a deitar e eu ri alto.
- Quando nós começamos a marcar um dia para ficarmos chapados? - Eu perguntei e ele riu em seguida.

- Eu não sei, mas foi uma das melhores ideias que já tivemos.

Eu duvidava muito que aquilo fosse dar certo.

________________________

O que vai ser desse sábado deles? 🪴

Continue Reading

You'll Also Like

1.1M 66.5K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔| Fast burn. Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e s...
17.5K 1.7K 56
Kay precisa lidar com a experiência atormentadora dela. Precisa guardar o segredo para si, já que tem medo de perder a guarda da filha, mas descobre...
58.1K 4.5K 36
Em um mundo tão grande, Hayden e Zayn acabaram no mesmo lugar, na mesma confusão. Com a mãe presa, Hayden precisou voltar para a gangue de seu padras...
271K 17.8K 54
[FINALIZADA] O vento bateu no rosto de Chris, fazendo com que o homem começasse a se mexer sob o macio cobertor branco de sua cama. A luz forte dific...