ᏒᎬᏁᎪᎦᏟᎥᎠᎪ ᎬᎷ ᎪᏟᎾᏆᎪᏒ

By meeh2356

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|Onde Lilian reencarna em sua saga preferida. Ou Onde Azriel encontra sua parceira de... More

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By meeh2356

— Estava deitada na sala lendo para Feyre, Nestha estava em um outro sofá acompanhando a doce voz que lia docemente a história enquanto Elain estava esticada sobre o tapete desenhando belas flores.

A situação da família não estava boa, a fortuna que um dia tiveram estava indo embora aos poucos e Lilian apenas podia observar enquanto seu pai perdia mais e mais a cada dia, tiveram que vender grande parte dos móveis luxuosos e despedir mais da metade dos empregados por que não tinham como pagarem por seus serviços. Lily estava preocupada, sabia que não demoraria muito mais para sua família ir a ruína e seus esforços não estavam bastando, tentou de tudo para evitar a queda da família mas parecia que o destino não lhe permitiria salva-los da pobreza iminente. Ela temia por suas irmãs, não queria vê-las passando fome ou frio, mas parecia que o que quer que controlasse esse mundo, estava fazendo de tudo para que a história continuasse a mesma.

Batidas brutas na porta cortou sua leitura, trocando um olhar confuso com Nestha e depois olhando para a porta, Lilian se assustou quando a mesma fora arrombada. Levantou-se rapidamente e se colocou na frente das irmãs enquanto observava um grupo de homens entrar em sua casa, quebrando tudo que viam pelo caminho.

Assustada e temendo por suas irmãs, ela apenas observava enquanto os homens destruíam sua casa e gritava por seu pai, que não demorara muito para aparecer descendo as grandes escadas.

Ele sequer pôde dizer nada quando três dos homens avançaram nele, o derrubando no solo com um baque surdo e então começando a espanca-lo cruelmente. Lilian então se lembro de quando fora citado no livro o dia em que credores evadiram a casa dos Archeron's e deixam inútil o joelho do pai delas. Ela preguejou, tinha esquecido disso.

Olhando rapidamente para Nestha atrás dela.

—Pegue Elain e Feyre, vão para meu quarto e não saiam de lá até que eu chame.— ordenou.

Nestha vendo a preocupação nos olhos de sua irmã, pegara nos braços de suas irmãs com o intuito de leva-las escadas acima. Porém, um dos homens ao ver as jovens irem em direção a escadaria, foi rapidamente em direção a elas, os olhos brilhando como os de quem achara a mais bela joia e um sorriso formando-se em seu rosto. A visão daquele sorriso causou arrepio nas garotas quem se encolheram com a aproximação do homen, sabiam exatamente o que ele estava pensando ao se aproximar com aquela expressão.

Era nojento.

Porém o cretino parou a exatos cinco passos das irmãs, soltando um urro de dor enquanto caia de joelhos. Sangue jorrou de seu braço onde agora tinha um objeto que ele deduziu ser um abridor de cartas, pequeno mas afiado o bastante para atravessar sua pele. Seguindo o caminho de onde ele deduziu que o objeto veio, ele viu com jovem que aparentava ter cerca de 17 anos com o braço estirado em sua direção e uma expressão séria em seu rosto, os olhos acinzentados mostraram quanta raiva ela estava sentindo naquele momento.

—Mais um passo e o próximo vai ser na cabeça.— dissera Lilian, a raiva consumindo seu corpo quando vira o homem com intenções nojentas para com suas irmãs.

O homem teria partido para cima dela se seu chefe não o tivesse chamado. Era hora de ir embora, já haviam feito o que vieram fazer. Edward se encontrava estirado no chão, coberto de sangue enquanto chorava e agarrava seu joelho. Então ele simplesmente lançou um olhar raivoso em direção a jovem e saiu juntamente ao restante —que estavam minimamente surpresos pela ação da adolescente — e assim foram embora.

Aquela fora a primeira vez que Lilian machucara alguém. Mas ela sabia que não seria a última.

E ela não se arrependeu ou se assustou por isso. Porque por suas irmãs ela machucaria quem quer que fosse.

A neve caia em seu capuz, a cobrindo aos poucos enquanto ela estava agachada em uma árvore. Fazia horas que estava ali, suas pernas estavam quase dormentes, sentia o frio do cruel inverno congelar suas articulações enquanto esperava pacientemente por sua próxima presa.

O inverno aquele ano estava sendo o pior que tiveram, mesmo que tivesse acostumado a caçar nos últimos anos, estava sendo dez vezes mais difícil nesse inverno. No auge de seus 27 anos, Lilian Archeron já enfrentou diversas situações onde tivera que passar horas pendurada em árvores, esperando e rezando para que aparecesse algum cervo ou que algum coelho mal avisado caísse em suas armadilhas. Ela saira antes mesmo do sol nascer — como sempre — na esperança de levar para casa algum animal azarado para encher mesmo que minimamente os estômagos de suas irmãs. Ela não poderia voltar de mãos vazias novamente, o restante do pão que tinham acabara dois dias atrás, assim como o pouco de carne seca que comeram ontem, podendo apenas fingir que não estavam famintas.

Voltar de mãos vazias não era uma opção hoje.

Ela só esperava que Feyre a tivesse obedecido e ficasse em casa, o clima hoje estava pior do que nos outros dias e não queria correr o risco de pegar um resfriado. Mas conhecendo sua irmã, sabendo o quão teimosa era, ela sabia que as possibilidades dela estar em outro ponto dessa floresta eram grandes. Ela só podia esperar que não adentrasse tão fundo na floresta.

Por mais que não permitisse que Feyre caçasse a mais nova simplesmente se negava ficar em casa, segura e aquecida.

De acordo com ela, era injusto que Lilian cuidasse sozinha deles.

Sou tirada de meus pensamentos por um farfalhar em um arbusto próximo. Aguçando a visão consigo distinguir uma mancha marrom em meio ao branco da neve.

Um cervo, sem dúvidas.

Parecia que os deuses haviam ouvido suas preces, voltaria para casa com algo para alimentar sua família.

Descendo da árvore em que estava a horas, ela sacou seu arco e fez o que passara anos fazendo.

Atirou. E acertou em cheio ao pescoço do cervo.

Ela odiava tirar a vida de criaturas tão inocentes.

Mas aquilo era inverno.

Então ela pediu perdão pela vida que tirara como sempre fazia ao matar suas presas. Pegou a corça a pendurando em seus ombros e começou seu caminho em direção a cabana que passara a ser seu lar.

A culpa sendo coberta pela satisfação ao saber que teriam comida pelos próximos dias se soubessem racionar bem.

                                     ✿

Ao se aproximar da cabana já podia ouvir as vozes de minhas irmãs. Parei levem de frente a porta ao ouvir a voz de Nestha se sobressair acima das outras.

— Você poderia ao menos fingir que não é uma camponesa ignorante? — diz.

Lilian sabia para quem era dirigidas tais palavras banhadas em desdém. Após sua ruina, Nestha havia se transformado em uma pessoa fria e que derramava veneno em todos ao seu redor —todos menos Elain e Lilian — e Feyre era seu principal alvo, logo em seguida vindo Edward, seu pai.

Não querendo ouvir mais, abri a porta e vi as vozes se calarem. Percebi Nestha me olhando receosa, provavelmente com medo de eu ter a ouvido e sabendo que eu não deixaria passar seu comportamento mesquinho.

Porém, antes que pudesse falar algo, percebi o corpo de um animal jogado em nossa velha e gasta mesa. Feyre tinha saído para caçar, ignorando minhas ordens.

Olhei para ela, vendo-a se encolher sabendo que seria repreendida por sair em um clima horrível e ao mesmo tempo me encarando, mostrando que não se arrependia de sua decisão.

Bufei e neguei com a cabeça. Ela não toma jeito.

—Bem vinda de volta, mãe.— diz Elain docemente, me dando um beijo na bochecha e logo em seguida retirando meu casaco.

Sim, ela ainda me chamava assim de vez em quando. Geralmente quando estava de bom humor, que presumo ser por causa das duas corças que agora estava dividindo espaço na velha mesa.

—O que eu disse sobre sair hoje, Feyre?— disse após me sentar, meu tom não era cortante como eu queria que fosse. Não conseguira ficar brava com ela, sabia que só fizera isso para me ajudar.

—Que não era para sair.— elas responde baixo.

—E?— digo.

—Eu obviamente te ignorei.— responde risonha.

Solto uma risada nasalada. Ela sabia que eu não ficaria brava, sabia que eu só lhe dava sermão por me preocupar com sua segurança.

Eu ia responder quando vi o que ela segurava. Meu corpo gelou e senti todo o sangue sair de meu rosto.

Me levantei e me aproximei rapidamente dela puxando o que estava em sua mão. Ela se assustou retrocedendo, culpa tomando sua feição.

—Foi próximo a muralha?— eu disse, raiva dando lugar em meu rosto.

Ela abaixou a cabeça.

—Responda!— grito.

Ela se encolhe mas assente confirmando.

Merda, Feyre matou o lobo.

Depois de tudo que fiz para impedir, impedindo-a de caçar ou se aventurar muito a fundo na floresta. Acho que não importa o que faça, a história seguira seu rumo.

Tudo que eu podia fazer agora era fazer meu melhor para diminuir o sofrimento dela, eu acho.

Droga, isso é tão frustante.

—Não estou com cabeça para discutir agora, vá para o quarto se lavar, eu irei tirar a pele das corças e amanhã podemos ir ao mercado vender a pele. Mas fique sabendo que essa conversa não acaba aqui.—

Ela me abraça e logo parte em direção ao quarto, então me viro e começo a preparar a carne.

—Vá cortar a lenha, Nestha.— digo sem desprender os olhos do meu trabalho.

E ela vai, sem reclamar.

Não importa o quão mudada Nestha estivesse, ela ainda obedecia sua irmã mais velha.

—Vá ajuda-la Elain, aqui todo mundo tem que fazer algo.— digo.

Elain iria protestar, odiava cortar lenha mas o olhar cortante de Lilian a fez fechar a boca, saindo para ajudar a outra mais velha.


O bafo horrível da fera era soprado diretamente em meu rosto, os caninos a centímetros de me dilacerar causaram um arrepio em minha alma. Mas eu não me movi.

Fazia minutos que aquele merda do Tamlin havia invadido o chalé e falado toda aquela porcaria, nos chamando de assassinos e falando sobre o tratado que eu sabia ser mentira.

Feyre já havia dito que havia sido ela quem matara o lobo, porém, quando ela ia saindo em direção a seu destino eu entrei em seu caminho. E parece o totó não gostou muito da minha intromissão.

Saia!— grunhiu em meu rosto.

—Não.— respondi calmamente.

—Ela deve pagar o preço do tratado.— diz ele ainda mais irritado com minha calma.

—Lily, esta tudo bem. Ficarei bem.— diz Fey tentando me tirar do caminho, porém não me mexi.

Olhei para ela, tão decidida a se sacrificar por nós e depois para o desgraçado em minha frente.

Eu sabia que não teria como impedir dela ser levada, ela precisava ir para assim conhecer Rhysand e derrotar a vadia ruiva. Mas o que me deixava irritada era o que ela passaria nas mãos de Tamlin e sob a montanha.

Bufei frustrada, curvando meus ombros em sinal de desistência. A fera pareceu satisfeita com minha ação e logo saiu em direção a saída, parando e se virando, apressando Feyre para segui-lo.

Minha irmã apenas me lançou um olhar cheio de significado e deu as costas, seguindo o monstro que a destruiria.

Após andarem alguns metros em direção a floresta Tamlin parou, rosnou irritado e se virou novamente em direção a cabana.

—O que diabos está fazendo?— rugiu.

Feyre se assustou, sem entender sua reação. Ela estava o seguindo, não era isso que queria?

Então ela seguiu seu olhar e a surpresa apareceu em sua face.

Lilian estava ali, os seguindo tão silenciosamente que ela sequer percebera. Mas como Tamlin tinha a audição mais aguçada do que a dos humanos, ele percebera rapidamente a aproximação da irmã que o enfrentará desde o momento em que surgiu naquela cabana caindo aos pedaços.

Até mesmo ele tinha que admitir que aquela humana era corajosa. Ele vira em seus olhos que ela pularia nele e arrancaria sua jugular com os dentes se fosse para proteger aquelas pessoas.

—Não pensou que eu deixaria minha irmã sozinha com você em terras feéricas, ou achou? Totó.— digo sarcástica.

O Grão-Senhor rosnou por como foi chamado, quem aquela humana pensa que é?

—Volte! Somente sua irmã é necessária para cumprir o tratado.— ele diz tentando manter a calma.

Lilian fez um bico com uma feição triste que até mesmo um cego saberia dizer que é falsa.

—Uma pena, aqui as coisas não funcionam assim. Se você pega uma leva a outra de brinde.— ela diz e começa a caminhar na frente.

Deixando uma fera indignada para trás junto com sua irmã que segurava a gargalhada.

Ele somente desiste e as guia para a égua branca que obediente os esperara na floresta.

E quando as irmãs montaram o animal e andaram poucos metros, caíram num sono mágico que as faria dormir o resto do caminho.

Tamlin só podia pedir a Mãe para que a humana intrometida não atrapalhasse em seus planos. Era sua última esperança.

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