My Golden Gangster.

By SofiaCaramelo7

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Thomas é forçado a viajar para Portugal numa tentativa derradeira de parar Oswald Mosley, que continua os seu... More

Personagens
Lisboa.
Helena.
O Plano.
Vulnerável.
Alfie.
O jantar.
Lastimável.
Tentação
Minha. (+18)
Manhã seguinte.
Pegasus.
Realidade pesada.
Egos esmagados.
Egos esmagados II
Voz da razão.
Demónio.
Sem saída.
Plano B.
Errado. (+18)
Devil's Game.
Força interior.
Sentada à mesa do Diabo.
Reviravolta.
Refúgio.
Entrega. (+18)
Enfrentar.
Broken Heart.
Perigo (+18)
Verdades ocultas.
Teresa e Cassandra.
Ponto final?
Norte. (+18)
Cura.
Milagre.
666- Devil's Room.
Tempestade. (+18)

Reencontro.

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By SofiaCaramelo7


-"Pegasus, com calma!"- Helena pedia dando mais uma volta às rédeas em torno do pulso tentando manter mão firme sobre o animal que não abrandava por nada. Normalmente controlava-o até com o pensamento, era uma extensão do seu corpo mas hoje algo estava diferente. Uma ligeira espuma branca saía da boca indicando a excitação extrema em que se encontrava, Helena ficava cada vez mais ansiosa porque sentia que algo se passava. Sabia no seu interior que um cavalo agir daquela maneira poderia não ser um bom presságio, era uma das poucas coisas sobre a sua mãe que a memória lhe permitia guardar. Pegasus relinchava sem parar, o galope dos seus cascos limpava a medo as ruas da cidade, com as pessoas a tentarem sair da sua frente e com alguns objectos a voar sem hipótese de serem retirados antes. Ouvia-se pequenos gritos de mulheres aterrorizadas com a situação e crianças a chorarem. Helena só podia pedir que ninguém se magoasse sem ser ela. Houve até alguns homens que tentaram travar o avanço do cavalo sem sucesso. 


Num ápice chegaram ao quarteirão do pub onde Helena fez uma derradeira tentativa de travar Pegasus puxando as rédeas com força e segurando a crina do animal ao mesmo tempo. -"Já chega!"- Gritou, fazendo o cavalo apoiar-se nas patas traseiras em protesto. Era habitual fazer aquilo mas Pegasus estava tão agitado que o impulso levou Helena a desequilibrar-se e cair do seu dorso. Como foi ensinada por Joaquim, deveria tentar virar-se no momento da queda para não bater directamente com as costas no chão e foi o que fez. Acabou por bater com a testa numa pedra que a deixou a sangrar. Agarrando a cara para tentar parar a hemorragia sentou-se no chão e encarou Pegasus que mais uma vez se ergueu nas patas traseiras e arrancou para a porta do pub numa correria desenfreada. Os dois homens na entrada levantaram os braços numa tentativa ridícula de o parar mas em vão. Pegasus desapareceu rompante no interior do pub e Helena ouviu instantaneamente gritos e mesas a serem derrubadas. Com alguns dos homens a fugirem pela sua vida, a morena levantou-se com dificuldade e correu até à porta do pub que empurrou pesadamente.




-"Pegasus, BASTA!"- O animal estava de costas para si e parou de relinchar com uma mão que agarrou a sua rédea e lhe fez um leve carinho no focinho. A energia calma que quebrou sob o seu corpo foi imediata e Pegasus tinha voltado a ser como era. Helena olhou em redor, o salão tinha sofrido alguns estragos, os homens estavam escondidos e alguns tinham saltado sob o bar. Directamente sobre o balcão estava uma boina ao lado lado de uma garrafa de whisky escocês. Uma boina adornada com navalhas. Helena piscou os olhos duas vezes com receio de que a sua queda lhe estivesse a causar alucinações. Foi quando a mão que tinha acalmado o seu cavalo forçou o corpo do animal a virar-se e a encarou. Helena largou o ar nos pulmões e o seu coração falhou as batidas seguintes. Aqueles olhos azuis. Voltavam a encarar os seus. Apertou a mão que tinha sob o corte na testa forçando a dor para ter a certeza que era real. 



-"Th..Thomas?"- Disse quase num sussurro. As suas pernas encontravam-se presas ao chão, por um lado queria correr até ele e abraçá-lo loucamente mas por outro não conseguia avançar um centímetro que fosse.


-"Helena."- A voz grave de Thomas ecoou pelo salão, sem largar o cigarro. Por Deus, ela estava cada dia mais bela, mais fora do comum. Percorreu-a discretamente com o olhar de baixo para cima, pelo vestido sujo de terra que lhe marcava as curvas divinas, os seus cabelos ondulados e parou inesperadamente quando viu sangue cair pela mão esquerda. -"Foi ele?"- Apontou discretamente com a cabeça para o animal que ainda agarrava. Pegasus como que entendendo olhou para Thomas e baixou levemente o focinho.

-"Não, foste tu."- Helena limpou a garganta antes de falar, pode ver o olhar de confusão na cara de Thomas que juntou as sobrancelhas. -"Sabia antes de eu mesma saber e quase me matou para chegar até ti."

-"Somos um só, não é mesmo rapaz?"- Thomas afagou pesadamente o pescoço de Pegasus que respondeu com um leve relinchar. De seguida soltou-se da mão de Thomas e foi até à sua dona onde acabou por enterrar a cabeça no seu peito como que pedindo desculpa. Helena entendeu-o e acarinhou-o com um leve sorriso.

-"Hey, está tudo bem querido."-Helena beijou-lhe o topo da cabeça e juntou as suas testas durante algum tempo. Thomas olhava a cena com ternura, como ele sentiu falta daquela mulher. De tudo o que despertava em si. -"Vai lá para fora e porta-te bem, sim? Já chega de causar danos por hoje."- Pegasus soltou-se dela e foi na direcção de um homem do seu tio que abriu a porta para o animal.



-"Fuck, como senti a tua falta."- Thomas deixou escapar por entre os lábios arrepiando Helena que se encolheu inconscientemente. Thomas sorriu quando se apercebeu que o seu corpo ainda lhe respondia. Lentamente aproximou-se dela. -"Posso ver?"- Disse apontando para o corte escondido pela mão que lentamente baixou. Alguns fios de cabelo tinham sido apanhados pelo sangue que teimava em escorrer pela lateral do rosto. Thomas afastou os fios e procurou de seguida pelo lenço que estava no bolso interior levando-o cuidadosamente ao corte para estancar a hemorragia. Helena deu um leve pulo com o contacto e fechou os olhos.


-"Quando voltaste?"- Helena perguntou ainda com os olhos fechados.

-"Hoje mesmo."- Thomas levou a outra mão ao maxilar da morena que levantou delicadamente.- "Olha para mim."- Pediu. Helena lentamente abriu os olhos e reparou na proximidade entre as suas caras. A expressão de Thomas era calma pura no meio do caos.

-"Deixaste de dar sinal de vida Thomas, toda a gente pensou que podias estar morto."- Helena disse com a voz quebrada.

-"O que disse é que ia reportar se achasse algo relevante, love."

-"Não te atrevas!"- Helena voltou a fechar os olhos e a abanar a cabeça.-"Chegas aqui como senão devesses nada a ninguém! Não achaste por um segundo que seria inteligente da tua parte dizer que estava tudo bem?" - Helena fechou a mão e deu um murro no peito de Thomas, a sua voz elevasse cada vez mais. -"O meu tio estava prestes a activar um plano de contigência caso não voltasses. És a pessoa mais egoísta que conheci ao saberes o que está em jogo e não te preocupares."



-"Não voltes a dizer isso, Helena. Esta luta é tão tua quanto minha."- Sem pensar duas vezes agarrou-a pelo pescoço e aproximou-a do seu peito aconchegando-a. -"Desculpa se te perturbei, não era essa a minha intenção."


-"Isto não é sobre nós Thomas, não existe um 'nós'. E tu tens tendência a fazer as coisas primeiro e só depois a pensar nas consequências."- Helena afastou-se finalmente do peito de Thomas e tomou o lenço da sua mão.


-"Nesta dança com o Diabo, todos perdemos algo. E ele conseguiu afastar-te de mim."- Os olhos de Tommy brilhavam e o seu maxilar trancava. -"E eu tenho de viver com o facto da mulher que amo estar nos braços de outro."

-"O Diabo não fabrica amor, Thomas."

-"Eu vou matá-lo Helena, sabes que está na minha natureza."- Voltou a aproximar-se da morena.

-"Não, não vais. Já o terias feito por esta altura. Eu tolero a tua presença até este plano estar concluído mas se matasses o Alfie eu própria te mataria."

-"Matarias o homem que amas?"- Acendeu um cigarro.

Helena endireitou a postura e devolveu o lenço manchado de sangue a Thomas.

-"A única coisa que tens minha neste momento é o meu sangue. Porque o resto já me tinhas tirado."- Helena deu as costas a Thomas e desapareceu pelas portas do pub.

"Podes dizer o contrário mas pertences-me, love."

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