Don't let me go • Harry Styles

By readpagess

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Elisabeth Portman estava ingressando na vida que tanto sonhava, até que uma proposta inesperada foi feita a e... More

Prólogo
1 | The proposal
2 | Start
3 | Friends
4 | Ligth-eyed british
5 | Discoveries
6 | Parents in law
7 | Beach
8 | Pink
9 | Little baby girl
10 | Mamy
11 | Studio
12 | Bags
13 | Strange weather
14 | Greece
15 | Wedding
16 | Long kisses
17 | Hospital
18 | Party
19 | Canyon
20 | Whirlpool
21 | Guest room
22 | Fans
23 | I want you to kiss me
24 | Confession
25 | Support
26 | Shows
27 | Fight
28 | Buy
29 | Day twenty four
30 | Love
31 | Dream
32 | Christmas
33 | Bakery
34 | Jealousy
35 | I love you
36 | Trepidation
37 | New Year
38 | Drunk
39 | Our home
40 | I missed you
42 | Stalker
43 | Asthma
44 | Delivered
45 | Headphones
46 | Kidnapping
47 | Wounds
48 | For love
49 | Evolution
50 | Betrayal
51 | Fashion show
52 | One step forward
53 | Meaningless questions
54 | Feeling of freedom
55 | The truth
56 | This is love
57 | Memories
58 | Idiot bodyguard
59 | Nicknames
60 | Fetish
61 | Christmas gift
62 | Will you marry me?
63 | My fiance
64 | One more holiday

41 | Help me

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By readpagess

Nós estávamos na terra alta, os campos da minha antiga casa eram extensos, os outros acordaram cansados, a primeira bebedeira em anos, era compreensível.

Harry estava encantado com as vacas, podíamos ficar perto delas como se fossem gatos ou cachorros, não havia perigo ali. Ele gostava de alimentá-las, sorria sozinho e fazia uma careta toda vez que sentia a língua delas na mão dele, achava estranho, mas gostava.

Eu era acostumada a fazer aquilo, não tanto quanto antes, mas eu sempre conseguia impressionar as pessoas, ninguém acreditava que eu poderia fazer algo do tipo.

O celular dele tocou de repente, soube que era uma chamada de vídeo pelo jeito que atendeu.

- Niall. - Ele exclamou alegre, olhei para ele surpresa.

Já havia me falado sobre os amigos da banda, e eu sabia que conversava com alguns deles, mas nunca atendeu ligações na minha frente.

- Harry, isso é...uma vaca? - Niall perguntou entre risos, então ele mostrou ao amigo.

- É a fazenda dos pais da minha namorada. - Ele disse sorridente, virando o celular em minha direção, a câmera virada em minha direção.

- Olá. - O cumprimentei timidamente, ele sorriu em seguida.

- Ela parece adorável. - O loiro disse assim que Harry voltou para a tela.

- Nada de elogios a namorada dos outros. - Ele fingiu xingar o amigo.

- Não seja ridículo, Harry. - Revirei os olhos, ele semicerrou os olhos.

- É Harry, não seja ridículo. - O irlandês ria. - Eu já gostei dela.

- A que devo a honra da ligação? - Harry falava enquanto dava pasto a uma das vacas, eu só observava.

Nossa casa poderia ser vista de longe, parecia um longo caminho, mas não era. Eles começaram a conversar sobre algo que eu não entendia, músicas e contatos para conversar sobre algo que queriam fazer.

Eu estava observando as vacas quando olhei mais ao longe, atrás delas, pude ver vultos vindo em nossa direção, não andando, correndo.

- Harry. - Chamei no mesmo momento. - Harry! - Gritei, ele me olhou assustado.

- O que foi?

- As vacas, temos que ir. - Apontei na direção delas.

- Qual o problema? Disse que eram mansas. - Olhei para ele desesperada.

- Essas são, mas aquelas não. - Ele franziu o cenho. - Harry!

- O que?

- Corre. - Dei passos para trás, guardando meu celular no bolso mais seguro da jaqueta. Ele já havia encerrado a ligação.

- O que? - Ele perguntou de novo, parecia não estar acreditando.

- Corre, agora!

Comecei a correr, elas já estavam perto, Harry observou a cena e não exitou em correr também, o portão não era longe, mas precisávamos realmente correr para não sofrermos um acidente, olhei para trás por um momento, Harry me seguia desesperado, também olhando para trás, as vacas já perto.

Chegamos no portão, tentei abri-lo, nada, estava emperrado.

- Mas o que!? - O puxei com força, não abria, olhei para trás e as vacas estavam perto, comecei a me desesperar.

- Abre logo. - Ele puxou comigo.

- Não dá, não abre. - Puxamos justos, não abria.

Ele olhou para trás por um momento, depois para o portão e começou a escalar os ferros, continuei tentando abrir, era um pouco mais alto que ele, eu não conseguiria abrir e muito menos subir nele.

Pensei que ele fosse me deixar sozinha, o vi tentar abrir pelo outro lado, olhei para trás de novo, estavam a menos de um metro de mim, senti ele me puxar e fechar rápido o portão, o trancando de novo e um barulho em seguida, as vacas bateram no portão.

- Tudo bem? - Ele perguntou com a respiração tão rápida quanto a minha.

- Sim, obrigada. - Eu jamais contaria que pensei que fosse me deixar sozinha.

- O pior encontro de todos. - Ele disse pausadamente, rindo em seguida.

- Eu não sabia que estavam no mesmo campo que as outras. - Estava tentando acalmar a respiração.

- Tudo bem, desde que não me traga mais para ver suas vacas. - Eu ri em seguida, ele também.

Voltamos para casa, uma caminhada tranquila enquanto Harry observava as vacas que correram atrás de nós e as chamava de vergonha da espécie, eu não parei de rir em nenhum momento até chegarmos em casa, toda vez que eu lembrava dos xingamentos dele aos animais que nem ao menos o entendiam.

- Já chegaram? - Minha mãe estranhou, pelo visto estávamos a pouco tempo fora.

- Nós quase morremos, foi horrível. - Harry começou a falar. - As vacas perseguiram a gente, e quase não conseguimos sair, e então nós...

Eu e meu pai ficamos observando ele contar a história exagerada dele, o acompanhando com risos.

- Eu esqueci de avisar que estavam todas juntas. - Meu pai falou em seguida.

- Nunca mais, senhorita Elisabeth. - Harry fez piada em seguida.

- Então não vou arriscar em levar você para ver as ovelhas. - Dei de ombros.

- Nunca mais para as vacas. - Ele reformulou a frase.

Meus irmãos pareciam zumbis, aproveitamos o tempo para cuidar dos nossos sobrinhos, eu já havia aceitado que eles eram do Harry também, ele parecia ama-los tanto quanto eu.

- Ele cresceu muito durante esses dias. - Harry estava ao lado de Henry, deitado na cama em um sono tranquilo, uma das mãos fechadas em um dos dedos dele.

Theo já estava cansado de brincar, parecia entediado dos brinquedos, nem o meu celular o agradava, queria a mãe e ele não precisou nem resmungar para eu saber, assim que cheguei perto de Alicia ele esticou os braços, semicerrei os olhos para ele e ela riu em seguida.

Voltei ao quarto, Harry estava cochilando ao lado do bebê, eu dei uma risada baixa, Henry ainda tinha a mão fechada em um dos dedos dele.

Abriu os olhos assim que cheguei perto, tanto ele quando meu sobrinho, era curioso e sorridente, Theo chorava muito quando pequeno, mas ele parecia não querer se dar o trabalho.

- Esse cheiro é tão bom. - Falei depois de ter beijado a bochecha pequena dele.

- Sim, eu adoro cheiro de bebê. - Ele disse em seguida. - Quando eu tiver uma filha, vou comprar shampoo de cereja para ela. - Franzi o cenho.

- Isso existe? - Ele deu de ombros.

- Eu mando manipular se não existir. - Fiz uma expressão de deboche.

- Tudo bem, senhor dono do mundo. - Ele revirou os olhos.

- Nunca parou para pensar sobre isso? - Olhei para ele, não estava entendo sobre o que exatamente estava falando. - Como um ser humano pode gerar outro? Eu sei que existem coisas cientificas falando sobre isso, mas é como mágica, arte, gerar alguém tão pequeno assim. - Sorri de lado, era quase engraçado o jeito que ele falava sobre coisas dispersas.

- Com certeza, tipo, olha o tamanho da mão dele. - Fiz com que Henry fechasse sua mão em um dos meus dedos também, mantendo às duas mãos ocupadas enquanto agitava as pernas pequenas. - Um dia vai ficar do tamanho da sua. - Ele riu um pouco alto.

- Não é loucura? Nós fomos assim um dia, e agora estamos aqui, quando no mundo nós pensamos que ficaríamos juntos?

Nunca, em nenhum momento aleatório da minha vida eu pensei que fosse conhecer o homem que fez parte de uma banda famosa da qual um dia eu confessei amar, eu pensei que chegaria ao patamar de um deles, para um dia poder pelo menos cumprimentá-los em eventos, mas nunca desse jeito, nunca pensei que seria possível me apaixonar de um jeito diferente, e muito menos ser correspondida pelo próprio Harry Styles, parecia loucura se eu ficasse muito tempo pensando em tudo.

Cabelos cumpridos, eu gostava, ele me lembrava a época que ainda estava na banda, com os cabelos quase nos ombros, unhas pintadas de preto, eu mesma fiz antes de seguirmos viajem para Boston, ele estava gostando de quem estava se tornando e eu amava estar participando de tudo aquilo.

- Não sabe onde estão seus prendedores, não é? - Perguntei depois de observá-lo passar a mão pelos fios de cabelo que insistiam em cair sobre os olhos pela milésima vez.

- Na verdade, não. - Ele respondeu enquanto tentava arrumar uma mecha teimosa.

- Na bolsa verde Harry. - Eu já havia avisado pelo menos três vezes.

- Então é lá que eles estão, o único lugar que não procurei. - Arqueei uma das sobrancelhas.

- Por que não? - A bolsa estava na pia do banheiro, era só olhar, abrir e pegar.

- Por que é sua, não gosto de mexer nas suas coisas. - Semicerrei os olhos. - Tudo bem, eu mexo sim, mas sempre evito quando posso.

Ele era bisbilhoteiro e isso era um fato, já o peguei mais de uma vez abrindo meus produtos das bolsas e cheirando, perguntando para que servia e se poderia usar, às vezes ele analisava minhas roupas e as dobrava de novo de uma maneira diferente, e sentia o cheiro dos meus perfumes só porque gostava, eu não me importava, nem mesmo com meu celular, quando eu ainda usava o antigo ele abria para procurava por números que só ele tinha, e quando não encontrava se dava conta de que aquele não era o celular dele.

Mas ele se preocupava em estar invadindo meu espaço, então ele decidiu iniciar o hábito de pedir, perguntar se poderia pegar algo, e quando eu precisava de algo da bolsa ele a levava até mim ou perguntava se ele mesmo poderia pegar ou usar algo que estava lá dentro, e o fato de não ter encontrado os prendedores significava que não havia me encontrado para perguntar, então decidiu não usá-los, e mais cedo estava com um óculos preso na cabeça, pensei que fosse pelo sol, mas pelo visto servia para segurar os fios de cabelo.

Era comum eu mesma prender o cabelo dele, mais cumprido do que de costume, quase nos ombros, o fazia parecer um príncipe.

Os fios cumpridos me permitiam puxá-los mais para trás, deixando alguns soltos nas laterais.

- Melhor? - Perguntei depois de terminar.

- Bem melhor, obrigado, docinho. - Dei uma risada nasal, aquele era um novo apelido.

- Docinho? - Ele me lançou a careta debochada.

- Sim, porque você é um docinho. - A explicação mais sem sentido que já escutei.

Os pais de Henry já estavam pensando que nós roubaríamos o filho deles, e até mesmo Theo parecia cansado de nós, ou talvez fosse pelos mesmo brinquedos de sempre na casa da avó, ele não parecia gostar muito.

Eu fiquei o observando por um tempo, brincando com Alicia, ele parecia gostar, e meus pais poderiam até estar aceitando, eles não deram uma palavra sobre aquilo, e não a trataram mal, eles não eram pessoas ruins, nunca eram mal-educados e tinham o dom de fazer amizades e fazer com que as pessoas se sentissem em casa sempre, só era algo novo, e não vou mentir, foi para mim também, para todos nós, não que fosse algo ruim, mas foi estranho porque não fazíamos ideia do que estava acontecendo, de como Chloe estava se sentindo com aquilo e o que mais me intrigava era o motivo de só ter contado naquele momento, mas aquela era uma coisa que só ela sabia como sentir.

Harry se dava bem com meu pai, até demais, eu neguei fazer companhia com ele em uma tarde de golfe, mas meu pai fez questão de apresentá-lo ao campo de golfe perto de casa, e meu irmão não exitou em ir junto, eu achava eles engraçados, meu pai sempre foi péssimo com piadas e isso era uma coisa que ele e o genro tinham em comum, somente eles riam das piadas um do outro e os outros os acompanham ou por educação, ou porque a cena era realmente engraçada.

Eu gostava de todos os nossos momentos em família, e às vezes ficava pensando onde tudo aquilo iria parar, se continuaríamos juntos no futuro, se nós daríamos certo, se a nossa paixão iria evoluir ou se ele era o melhor que eu havia encontrado até aquele momento e se eu era a melhor coisa para ele só até certo ponto, meus pensamentos me matavam e eu apenas parava de pensar sobre aquilo.

Eu sabia que ainda enfrentaríamos problemas, um deles era Londres, eu gostava, eu amava, na verdade, mas o grande problema era que ele morava lá, eu na América e ele na Europa, desde que voltamos ele já tinha feito pelo menos três viagens de uma semana para a Inglaterra, não era um problema, ele gostava de estar sempre com a mãe e eu jamais pediria para que se mudasse, mas as nossas vidas no trabalho nem tinham realmente começado.

- E nós nem usamos a maconha que eu comprei. - Dylan sussurrou ao meu lado, olhei incrédula para ele. - Que decepção. - Ele balançou a cabeça em negação e depois me encarou. - Não conte para Chloe, ela surta se souber.

- E com razão, sabe que isso é ilegal não sabe? - Revirou os olhos.

- Tão jovem e tão chata. - Ele se afastou em seguida, sorri sozinha pensando na possibilidade, um Dylan chapado era a coisa que nós menos precisávamos.

* * *

Estávamos na metade do ano, junho, estava sendo um mês quase totalmente agradável, muitas coisas aconteceram e o meu crescimento era nítido, Bob estava orgulhoso, meus pais estavam orgulhosos, meus amigos também, mas ainda faltava algo.

- Por que não fala com ele? - Lauren, minha amiga da faculdade estava vidrada na cafeteira, ficar olhando não ia fazer o café dela ficar pronto mais rápido.

- Não quero brigar. - Falei breve.

- E ele vai brigar só por você querer conversar? - Ela me olhou estranho, e depois voltou o olhar para a cafeteira.

- Não, mas ele está estressado, o que aconteceu na semana passada foi...assustador, e eu não estava lá, mas sei que ele queria que eu estivesse. - Suspirei, estava olhando para um lugar fixo, preocupada.

Eu queria que ele estivesse comigo e ele queria o mesmo. Não estávamos bem.

- Elisabeth. - Ele murmurou.

Olhei para o relógio do estúdio, cinco da tarde, fiz uma conta rápida, uma da manhã em Londres.

- Harry, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - Eu juro que pude escutar ele chorar do outro lado da linha.

- Queria que estivesse comigo. - Ele disse entre lágrimas. - Mas pelo visto ninguém pode me ajudar. - Ele começou a falar mais baixo. - Não sou bom sozinho Elisabeth, mas parece que você é tão boa nisso, me deixa assustado.

- Harry, você andou bebendo? - Levantei da cadeira, meu intervalo terminaria em cinco minutos.

- Eu não sei, tem umas coisas no chão, eu não, eu não...

- O que tem no chão, Harry? - Eu tentei manter a voz calma.

- Eu não sei, não sei o que é isso, eu estou, estou... - Ele não terminava as frases, me deixava preocupada.

- Onde você está?

- Em casa, na nossa casa, na casa que você passou meses comigo, tem seu cheiro aqui, sabia disso? - Escutei uma risada mínima.

A ligação caiu, ele pareceu desligar, eu nunca tinha escutado a voz dele daquele jeito, o estado em que estava, eu não sabia se estava sozinho, bebendo com amigos ou algo assim.

Eu não estava em Londres, e nem poderia estar, nós marcavamos viagens, combinavamos quem iria a qual lugar, as vezes eu viajava para Londres por uma semana e ele também fazia o mesmo. O meu primeiro instinto foi ligar para Gemma, ela teve o mesmo medo e pavor que o meu, eu estava quase comprando uma passagem para Londres quando ela me disse para manter a calma, e fosse o que fosse iria me manter informada.

A coisa toda foi confusa para mim, Gemma o encontrou no chão da cozinha, usando só uma cueca, uma garrafa de tequila ao lado e uma embalagem vazia de calmantes, os dois misturados não dariam certo, o médico da família foi até a casa e resolveram tudo, testes foram feitos, chegamos a pensar que ele estava viciado em analgésicos.

Gemma me pediu para não chorar, mas o fiz mesmo assim, eu pensava que a culpa era minha por ele estar naquele estado e eu ao menos perder ir vê-lo.

A primeira coisa que eu fiz foi adiar tudo o que eu tinha para fazer, precisava ir para Londres, precisava consertar as coisas, tentar entendê-lo, saber o que aconteceu e o motivo de tudo aquilo, mas fui impedida, ele me ligou antes de eu comprar a passagem, me prometeu que estava bem e que iria pegar o primeiro avião para Los Angeles, ele não queria que eu fosse.

Mas isso não aconteceu, ele não pegou o primeiro avião para Los Angeles, ao invés disso, me fez esperar por cinco dias, e quando ele abriu a porta do meu apartamento, os meus sentimentos apareceram todos juntos, felicidade em vê-lo depois de quase duas semanas, raiva por ter me feito esperar, tristeza por não estar lá, paixão porque isso era um fato que eu não escondia.

Ele estava sorridente como sempre, mas seus olhos não brilhavam como antes, seus cabelos cortados, estavam cumpridos antes de ele viajar, e mesmo assim ainda parecia um príncipe, eu não exitei em correr em direção a ele, um abraço apertado, minhas lágrimas apareceram.

- Eu senti tanto sua falta. - Falei sem deixar de abraçá-lo, senti os braços dele se envolverem mais ainda.

- Eu também. - Foi só o que ele disse, antes de me soltar e deixar um beijo na minha bochecha.

Eu não queria falar naquele momento, eu precisava tentar entendê-lo no tempo dele, e eu esperava que me contasse, mas já tínhamos jantado, conversado sobre diversas coisas menos sobre a que eu queria, e eu o sentia diferente, era quase como se quisesse ir embora da minha vida para nunca mais voltar.

- Harry. - Ele olhou para mim enquanto secava o cabelo com a toalha. - Precisamos conversar.

Ele tirou a toalha devagar, os cabelos humidos balançavam no novo corte, eu não poderia negar o quão lindo estava.

- Claro. - Ele abriu um sorriso. - Sobre o que quer falar? - Franzi o cenho.

- Está falando sério? - Ele não respondeu, mas permaneceu com os olhos em mim. - Na semana passada você estava...

- Deixe a semana passada no passado. - Ele foi ríspido.

- Não. - Ele me olhou surpreso. - Nós vamos falar sobre isso.

- Como quiser, nunca é do jeito que eu quero mesmo. - Ele deu de ombros, desdém era como eu descreveria o gesto.

- O que aconteceu na semana passada Harry? - Decidi ignorar, minha fala era pacífica, eu não queria brigar.

- Nada aconteceu na semana passada. - Ele retrucou, parecia uma criança.

- Por favor, você se dopou com calmantes e bebida alcoólica, o que está acontecendo com você?

- Não está acontecendo nada comigo. - Ele estava ficando bravo só de falar.

- Eu posso te aju...

- Não, você não pode. - Ele elevou a voz e levantou da cama de repente.

- Por favor, por que não quer me contar?

- Por que não é problema seu. - Ele simplesmente falou mais alto do que deveria, me assustou, mas eu não queria que soubesse. - Eu não...eu não quero que seja um problema seu, não quero que você se envolva, Liz, não quero que sofra por uma coisa que não precisa sentir. - Ele voltou a falar calmamente.

- E acha mesmo que eu não sinto? - Ele olhou para os pés, não olhava nos meus olhos. - Eu sinto sua falta, sinto falta do meu Harry, o que está acontecendo? Preciso que me conte, nós podemos resolver. - Ele balançou a cabeça em negação, em silêncio. - Por favor, podemos resolver juntos, é isso o que uma boa dupla faz, não é? E nós sempre fomos bons juntos, podemos continuar sendo. - Eu estava praticamente implorando.

Ele sentou na cama de novo, não disse nada, muito menos olhou para mim, eu não pensei em desistir, sentei ao lado dele, queria que se sentisse bem em me contar.

Eu não gostava que me tocassem quando sentia que estava a beira de um colapso, e ele estava a beira de um, eu sabia que estava segurando as lágrimas, olhando para baixo, movi minhas mãos para os ombros dele e enconstei minha testa contra a lateral da dele.

- Você não ficou bem durante a semana, não é? - Ele perguntou depois de um longo silêncio.

- Não importa.
- Importa sim, importa se eu te deixo triste, importa quando eu não estou aqui para te fazer se sentir melhor, eu só pensei em mim, não foi justo. - A voz firme de quem estava se martirizando.
- O que aconteceu na semana passada? - Perguntei de novo, e seria a última vez que eu iria perguntar caso não respondesse.

Ele suspirou, parecia pensar sobre o assunto.

- Meu pai ligou na semana passada. - Ele finalmente olhou nos meus olhos. - Mas ele não é meu pai, Elisabeth. - Ele balançou a cabeça em negação. - Meu pai morreu e dois anos, mas parece que o outro resolveu aparecer e exigir explicações de onde estou e como estou vivendo, acho que já é tarde. - Ele virou o rosto de novo.

- Foi por isso que você tomou todos aqueles remédios? - Ele fechou os olhos e voltou a abrir depois de alguns segundos, assentiu.

- Eu queria esquecer, quando eu atendi e ele disse quem era, eu lembrei de tudo, lembrei de quando eu tinha seis anos, e então lembrei do Robin, de tudo o que ele fez por mim e pela minha irmã, e depois lembrei de quando ele se foi, ele foi meu pai, e então...muitos sentimentos apareceram, eu me senti fraco, ainda me sinto por chorar por isso...

- Você não é fraco por chorar. - O interrompi. - Não é fraco por sentir falta do Robin. - Nós continuavamos com os rostos grudados um no outro. - Meu doce Apollo. - Falei sorrindo. - Você é luz Harry, eu nunca menti sobre isso, não importa se chora, é totalmente normal para todos nós, não perde a sua essência por isso.

- Como eu posso ser luz te deixando sozinha? Sem noticias e fingindo que tudo estava bem? - Eu não falei, não sabia como falar. - Era isso o que eu não queria, te deixar preocupada com os meus assuntos. - Neguei com um gesto.

- Tudo vai ficar bem agora, você não me deixou sozinha, me ligava todos os dias me tranquilizando e teve a melhor das intenções, hun? - Ele tentou sorrir. - Eu já disse o quanto ficou lindo com o novo corte de cabelo? - Ele sorriu de verdade.

- Eu sei que gostava mais do outro. - Ele disse baixinho.

- Não, fica lindo de qualquer jeito, eu gosto de tudo em você. - Falei baixinho também, sorrimos um para o outro, selinhos descontrolados, ainda não estava tudo bem, mas poderia ficar.

Ele me contou, tudo, detalhe por detalhe do que sentiu o que estava sentindo, sentia falta do Robin, mas não sentia falta do pai de sangue, ele mal falava o nome dele, disse ele estava tranquilo, que ligou como se fizesse aquilo todos os dias, esse era o motivo da raiva e tristeza dele, queria que ligasse frequentemente, mas não fingindo ser o que não era, e para ele não era um pai.

Disse que sentiu minha falta, pensou em me ligar contando, mas toda vez que pensava naquilo sentia vontade chorar, e não queria que eu o visse daquele jeito, não queria se sentir e nem demonstrar estar impotente, era aquele o problema dele, desde que eu o conheci, sempre cuidando das pessoas, mas quem cuidava dele?

Eu o vi chorar e contar sobre tudo, e para mim aquilo era uma relação íntima com alguém, ver o pior lado da pessoa, o lado que sofre, e mesmo assim eu ainda queria ajudá-lo, ver ele sorrir de novo.

- Amor, me conte sobre a sua semana, acho que já te enchi demais com meus problemas. - Estávamos deitados na cama, ele levou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha, eu apenas sorri.

- Você não esta me enchendo com seus problemas, nós estamos resolvendo juntos, não estamos? - Ele assentiu com um sorriso de canto.

- Ainda quero saber sobre sua semana. - Ele me olhava atentamente, com a mão apoiada na minha cintura, fazendo um leve carinho com o polegar.

- Bom, eu fotografei com uma equipe nova, e eles são muito legais, foi realmente agradável, e...a Dior me pediu uma nova sequência de fotos para a capa da Flaunt. Nada tão interessante.

- Nada tão interessante? - Ele debochou. - E quanto a sua entrevista na frente do museu naquele desfile?

- Você assistiu? - Perguntei surpresa.

- É óbvio, minha namorada estava na televisão, pensou que eu não essistiria? - Soltei uma risada nervosa. - E tenho que dizer, estava um espetáculo naquele vestido vermelho.

- Obrigada. - Agradeci tímida. - Eles me convidaram para assistir, parece que o Lambert andou falando de mim. - Ele revirou os olhos.

- Lambert é um puxa saco. - Ele disse divertido. - E o que achou do desfile?

- Incrível, foi muito bom, a Lauren foi comigo, eu tinha direito a um acompanhante. - Ele sorriu com os lábios.

- Lauren era sua amiga na faculdade, certo? - Assenti. - E vocês se divertiram?

- Sim, nós fomos tomar vinho depois, ela é uma amiga antiga, me ajuda em várias coisas, ela até poderia ser minha estilista um dia. - Franzi cenho, pensando mais um pouco. - Na verdade, acho que ela é a única pessoa que eu confiaria para isso.

Nós ficamos um tempo parados, apenas nos encarando enquanto deslizava a mão pelo meu rosto, desabafar pareceu fazer bem a ele.

- Obrigado. - Ele disse de repente.

- Pelo o que? - Os olhos esmeralda seguindo cada traço meu.

- Por estar aqui, por me apoiar e me ajudar, por me aguentar mesmo sendo arrogante sem você merecer e tentar consertar depois, por me amar e por me fazer sentir isso. - Ele deu de ombros. - Por tudo isso e muito mais.

Ele se aproximou exitante, e parou de repente, olhando em direção a minha boca e desviando em seguida, eu sabia que estava pensando em me dar um tempo, sorri em seguida, me aproximando e iniciando um beijo calmo, só ele sabia me beijar como beijava, delicado quando era preciso, me respeitando além de tudo, sem passar por qualquer limite quando me sentia exitante, mas aquela noite era diferente, eu queria ele comigo mais do que tudo, sentir o calor, queria que sentisse o meu também, nos tornando somente um.

____________________

Espero que tenham gostado do capítulo.

Gente, problemas entre os casais são completamente normais, prometo que eles vão se resolver, antes que comecem a me apedrejar KKKKKKKKKK

Fui contar o total de palavras ontem e passamos das 100k 😶😶

Bjo no core de cada um 💖

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