A luz do sol começava a invadir timidamente o quarto. O silêncio da manhã dominava o ambiente enquanto ambos aproveitavam a companhia um do outro, as mãos dadas fazendo leves carinhos uma na outra.
— Tenho algo para você — ele murmurou.
— O que?
Timothée se levantou animado e nervoso, procurou em suas coisas uma pequena caixinha que carregou durante a viagem e a abriu na frente de Millie.
Dois finos anéis se encontravam ali, com um pequeno desenho de sol e lua em cada um.
— Não encare como é, por favor. Mas eu vi isso aqui e pensei que, sei lá, poderia ser uma coisa nossa.
— Timothée…
— Não tô dizendo que é uma aliança, porque só se transforma em aliança se a gente quiser, mas eu… achei que seria legal ter algo físico que só nós dois soubéssemos.
Millie balançou a cabeça sentindo os olhos se encherem de água, e balançou a cabeça aceitando.
— Pode ser uma coisa só nossa.
O Chalamet se animou ainda mais e segurou o próprio choro, tinha medo de Millie o achar muito emocionado ou sabe lá o que, mas aqui estava ela, aceitando a loucura dos anéis junto a ele.
— Qual você quer?
— A lua. E não porque é o clichê, mas te encaro como o sol. Mesmo nos meus dias nublados, você ainda está ali de alguma forma e bom, o sol ajuda a lua também a brilhar, mesmo que haja horas que ela tenha sua fase sombria, ainda sim ele procura dar a ela um brilho de sua beleza.
Timothée e Millie não se importavam mais com as lágrimas escorrendo por seus rostos, porque era uma conexão maior do que os anéis ou outra coisa.
Era amor. Na sua forma mais pura e genuína.
— Eu te amo — ele sussurrou.
— Eu também te amo.
— E… você quer namorar comigo? — ele perguntou, ainda sussurrando como se tivesse medo que o mundo ouvisse e estragasse.
— Quero.
Millie o abraçou, com força e parecendo que tudo estava se encaixando tão bem, que o apertou um pouco mais para saber se ele era real. Se tudo não era apenas uma composição da sua cabeça, ou um sonho.
Era Timothée que se tornou um sol em sua vida, mas não para ela orbitar em volta dele, mas para que ele trouxesse uma nova esperança aos seus dias nublados.
Ainda com os rostos vermelhos pelo choro recente, os dois colocaram os anéis uns no outro, e para quebrar as tradições, decidiram que o indicador era o que deveria receber a peça.
— Parece bom — Timothée olhou as mãos entrelaçadas — Você gostou?
— Gostei.
— Qual seus planos?
— Vou antecipar minhas férias por conta da gravação de Little Women e dos preparativos depois para a turnê ano que vem, então vou voltar para a casa dos meus pais. A Taylor me convidou para ser a convidada surpresa de um show dela, e depois, eu vou esperar as filmagens, eu acho.
— Eu tenho um festival de filmes, em Toronto, para promover Beautiful Boy. Quer ir comigo?
— Ir com você?
— Tapete vermelho e tudo mais. Se não quiser, porque…
— Eu quero — ela o interrompeu — Eu quero participar com você.
— Legal — ele sorriu constrangido — Então, esse é o único tempo que temos sozinhos antes de cada um ir fazer suas coisas?
— Acho que sim.
— Então vamos aproveitar cada momento.
E com a luz do sol entrando pelas cortinas do quarto banhando-os, os dois se amaram de corpo e alma mais um pouco naquela manhã.
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Os dias foram se passando e nada mudava entre Timothée ou Millie, parecia que a distância era somente um detalhe porque ambos estavam mais juntos do que antes.
As mensagens matinais ou noturnas contando sobre o dia, ou as ligações, eram o que os unia.
E essa união só foi contada para pessoas muito próximas que ambos confiavam, como suas famílias e um círculo pequeno de amigos.
Timothée contava animado para a namorada sobre o processo de produção de Duna, cada pessoa que entrava no cast era uma mensagem para a cantora com exclamações e emojis animados, ou quando havia tempo, no fim do dia ele ligava.
— Eu estou tão animado. Acredita que Rebecca Ferguson vai ser minha mãe? E o Oscar Isaac, meu pai? Porra, eu tive que me conter nos testes de hoje.
— Eu imagino, você não ficou batendo a perna, ficou?
— Hã… não?
— Por que não senti certeza nesta resposta? — Millie disse enquanto girava o volante para o carro entrar na rua da sua casa e ela pode imaginar que o namorado estava tímido do outro lado da linha como se estivesse sido pego no flagra — Você ficou!
— Não fiquei! Talvez um pouco, mas eu estava muito animado.
— Já decidiram a Chani?
— É a Zendaya, ela é incrível também. Gostaram da nossa química, mas o anúncio para a mídia vai demorar um pouco.
— Imagino que tenham gostado, quem não gosta dela? A presença da mulher é incrível, quando eu estava nas gravações das músicas de The Greatest Showman ela arrasava, e ela é maravilhosa.
— E eu não sou?
— Sim, mas a Zendaya…
— É a Zendaya — ele completou rindo — Eu entendo. Mas espera, gravações do que?
— The Greatest Showman, tem três músicas que são minhas ali com um pseudônimo para não chamar atenção.
— Quais?
— Rewrite the Stars, Never Enough com a Rebecca inclusive, This Is Me e A Million Dreams, porque?
— Não acredito que vou procurar as músicas do filme só para ouvir suas letras. Como nunca percebi antes?
— Ninguém sabe muito, você entrou nesta seleta lista.
— Me sinto honrado. Onde você está?
— Acabei de estacionar na casa dos meus pais, hoje é dia de juntar a família Giatti em torno da mesa e assistirmos alguns filmes.
— Sua família sabe sobre nós?
— Sabe, então se prepare que meu pai e Morgan logo vão querer te conhecer.
— Devo ter medo?
— Do meu pai não, a mais assustadora é a minha mãe. Agora, de Morgan… tem. Irmãs caçulas podem ser bem chatas às vezes.
— Ei! Eu sou caçula, ok?
— Então Pauline deve me entender perfeitamente.
— Ei! — os dois riram — Ok, o que eu não faço por você, não é mesmo?
Millie sorriu e antes que respondesse, pulou de susto com a batida no vidro da janela. Ao olhar para fora, viu o olhar de Morgan sobre si.
— Falando em caçulas, a minha tá aqui esmurrando a janela. Preciso ir, depois a gente se fala.
— Ok, te amo!
— Também.
A ligação se encerrou e Millie abriu a porta do carro, olhando sua irmã com os braços cruzados.
— Estávamos só te esperando, cadê seu namorado?
— Não apareço por meses e é assim que você me recebe? Oi Morgan, eu também estou bem e meu namorado está trabalhando, obrigado pela preocupação.
— Oi Millie, é que eu tava ansiosa pra conhecer ele.
— Vou ver com ele um dia para ele vir aqui, ok?
— Tá bom.
— E meu abraço caçula número dois?
Morgan revirou os olhos antes de sorrir e abraçar a irmã mais velha. Millie sempre se impressionava como a irmã estava crescendo tão rápido, ou ela que passava muito tempo longe, e agora que Morgan já estava na fase da adolescência, sabia que precisava ser mais presente na vida dela.
— O que você escolheu para nós hoje?
— Eu estou a fim de um terror, mas na dúvida entre maratonas Jogos Mortais ou o universo de Invocação do Mal.
— Papai vai morrer do coração.
— Ele supera — a mais nova deu de ombros — Vamos entrar, preciso te mostrar meu projeto de artes que ganhou o primeiro lugar no concurso.
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Os jantares da família Giatti costumavam ser bem caóticos em alguns dias, e calmos em outros, e por Millie estar em casa depois de tanto tempo, acabou sendo mais calmo.
A cantora ficava quieta a maior parte do tempo enquanto a família lhe atualizava das últimas notícias, e por seu pai ser professor, acaba rendendo ótimas histórias.
Antônio Giatti era um homem que, mesmo sendo professor de literatura, acabava sempre se surpreendendo com histórias dos alunos mais do que os livros.
— Sabe, esses dias eu ouvi duas alunas comentando no fim da aula sobre um filme e um livro, Call Me By Your Name, já ouviram falar, eu imagino.
— Não só ouvirmos como vimos, certo Millie? — Madison provocou — E você já assistiu, certo pai?
— Assisti, fiquei curioso ao ouvir elas falarem com tanta paixão sobre um Timothée Chalamet que não resisti. E acabei me apaixonando pela atuação dele também.
— Onde quer chegar Tony? — Thalia perguntou olhando o marido, sabendo que as voltas que ele dava era para acertar um único ponto.
— Pensei em convidar ele para passar o natal conosco, sabe se ele estará disponível Millie? A família dele também podia vir.
— Festa em família, vai ser bom isso hein — Morgan incentivou — Será que ele fica com a Millie depois de ver nossa loucura?
— Se ele ficou depois da mamãe chegando com tudo na casa na Inglaterra, o que é um natal não é mesmo? — Madison comentou.
— É, mas ele nunca viu os nossos natais — Morgan retrucou.
— Não somos tão ruins assim, somos? — Antônio perguntou para as filhas e elas seguraram a risada, sabendo que podiam ser e se fosse como no ano que receberam uma reclamação dos vizinhos, a festa prometia.
— Acho que posso ver com ele.
— Ótimo! Então, um brinde ao namorado novo da Millie, e que ele seja melhor que o Dannheimer.
Os copos de suco de uva se chocaram e quando todos beberam, Antônio olhou para a filha mais velha e ela sabia que alguma pergunta iria vir porque, assim como suas irmãs, elas tinham o espírito ousado do pai.
— Então… podemos falar sobre a cena do pêssego?
— PAI!
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Notas da autora: Hey pessoal, como estão?
NOSSO TILLIE ESTÁ NAMORANDO E COM ALIANÇA (que não é tão aliança)! OLHA ESSA LINDEZA!
Timothée sendo fanboy da Millie e indo atrás das músicas, vou deixar aqui para vocês se quiserem ouvir:
O jantar da família já é desse jeito, imagina o natal? Vai ser pêssego para todo lado kkkkk
Me digam o que estão achando, essa autora ama ler comentários!
Até o próximo! ✨