Ah, Meu Pobre Coração!

By yo_esquilo

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César sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem enca... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16 (fim)

Capítulo 3

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By yo_esquilo

  Quinta feira Beatrice não apareceu, ao contrário de Dante que César teve a certeza de que deu as caras pois o loiro foi escolhido pela professora para fazer a atividade em dupla de física com ele. O Cohen descobriu que Dante e Beatrice alternavam os dias para ajudar a mãe na floricultura pois ainda estava complicado contratar alguém para o serviço. O moreno poderia dizer que o loiro era uma pessoa legal, só um pouco calmo e quieto demais e bem introvertido, até mais do que ele.

  — Ei, cabeludo! — A cabeleira vermelha de Mia pulou na sua frente tirando César dos devaneios sobre Dante.

  O Cohen percebeu seu arqui-inimigo Samuel acompanhando ela, os dois logo se deram um olhar mortal mas a animação de Mia os interrompeu.

  — Obrigada, cabeludo! — Ela exclamou abraçando o Cohen, o deixando surpreso. — Ontem o tio Arnaldo apareceu com um filhotinho pra mim! O papai nem pensou em recusar. Como você conseguiu fazer isso?

  César ficou mudo por alguns segundos, como assim o tio Arnaldo era tio da Mia também? Tipo, ele sabia que Arnaldo era próximo do diretor, mas tão próximo assim pra Mia chamar ele de tio também?

  — Qual o nome do cachorro? — Foi a única coisa que ele perguntou.

  — Lupi!

  — Loop? Pelo menos ele vai e volta.

  — Não, cabeludo! L-U-P-I. Lupi. Ele é desse tamaninho. — Ela indicou o tamanho do filhote com as mãos. César sorriu, achando fofo a animação dela.

  — Já entendi, ketchup. E o que eu te pedi? — Fez uma expressão séria sem motivo algum.

  — Botei na mesa dela, quando ela chegar vai vai dar de cara.

  — Muito obrigado pelos seus serviços. — Mia riu.

  — Devo minha alma a você. — Ela brincou. — Vamos Samuca, antes que você pule no pescoço do meu salvador.

  Ela pegou o braço do garoto negro de dreadlocks e o arrastou para longe de César, o levando para o outro lado do pátio.

  O Cohen percebeu Beatrice entrar pelo portão principal e ir direto para o andar da sua sala. César ergueu o capuz do moletom que usava por cima do uniforme e foi até a sala do clube de música, mexendo com o prato da bateria enquanto desviava o olhar para a sala do primeiro ano. Não queria ser um weirdo ou stalker, só estava curioso em como ela reagiria, se jogaria a foto no lixo, se apenas ignoraria ou se denunciaria para o diretor que alguém estava tirando foto dela escondido; César não tirava fotos dela e guardava em um templo com coisas esquisitas, tendo pensamentos estranhos e toda aquela coisa bizarrice de stalkers e pervetidos. Ele só tinha tirado uma foto dela que era exatamente aquela foto no envelope, ele estava tirando fotos dela para ela, não queria guardar aquilo, ainda não tinha intimidade com ela, e dependendo da reação dela com as fotos aí que não teria intimidade mesmo.

  Beatrice assim que chegou até a sua mesa, pegou o envelope e franziu o cenho, o virando algumas vezes tentando encontrar um remetente ou pelo menos um destinatário; ela pegou a foto, rapidamente virando o papel ao sentir a textura da flor, sorrindo com o hibisco. A Portinari olhou ao redor e César rapidamente abaixou o olhar para o prato da bateria.

  Beatrice observou agora a sua imagem na foto e rapidamente guardou o papel dentro da sua bolsa, sentando na mesa e pegando os cadernos.

  — Bia, Bia! — Uma voz alta, mas ainda assim doce, exclamou nos corredores e entrou na sala com pressa. César reconheceu a garota chamada Erin, também conhecida como a doida da aula de química por sempre produzir materiais perigosos.

  — O que foi, Erin? — A Portinari perguntou interessada.

  — Você não vai acreditar no que vão dar na cantina hoje. — Ela fez uma pausa dramática. — Hambúrguer de lentilha! É a primeira vez que vão dar comida vegana na escola, será que o Veríssimo finalmente ouviu minhas preces?

  César decidiu que já era a hora de ir embora, assim que olhou a sala para ter certeza de que ninguém o tinha visto fazer esquisitices, seus olhos travaram em Fernando Carvalho, líder do clube de música e o garoto popular da escola; o garoto de pele negra com manchas de vitiligo sorriu desajeitado e César sentiu seu rosto queimar.

  — Você já acabou de verificar esse prato? Acho que ele está em boas condições. — O Cohen tentou responder mas estava envergonhado demais para isso. — Não vou contar pra ninguém, pode ir.

  O garoto pálido assentiu sem dizer nada e correu para a sua sala. O sinal soou assim que se sentou, fazendo o adolescente suspirar cansado, soltando até uma reclamação quando a professora de biologia entrou, já passando uma prova surpresa.

  O jovem Cohen passou o resto da aula apenas reclamando com sigo mesmo dizendo que precisava ter prestado mais atenção naquela matéria e que ia zerar a prova direto.

  Assim que o intervalo chegou, o Cohen foi recebido pelos amigos que comiam o hambúrguer da cantina, Thiago já comia seu terceiro lanche.

  — Pra quem diz que comida vegetariana é ruim, tá se esbaldando. — César disse se sentando e pegando o hambúrguer que Arthur oferecia.

  — Espera, isso aqui é mato?! — Ele perguntou exaltado e os três mais novos riram.

  — Lentilha. — Joui corrigiu, distraído.

  — Pelo jeito o preconceito caiu por terra. — Arthur riu e Thiago se encolheu um pouco.

  — Ah mas a Liz realmente desistiu da gente? — César perguntou sentindo certa falta das broncas e reclamações. — Thiagão, cê realmente não vai falar com ela?

  — Eu tentei! Mas ela tá me evitando! Eu não sei o crime que eu cometi, mas não pode ter sido tão grave assim.

  — Thiago, ela gos... — Joui parou de falar assim que sentiu uma presença atrás de si, César levantou o olhar e encontrou Elizabeth com uma aura mortal. O japonês tossiu levemente e voltou a comer o lanche, em silêncio.

  — Ô minha querida. — Thiago começou a falar e Liz fechou a cara.

  — César. A professora Marcela pediu pra mim te ajudar na matéria dela. — César assentiu, sabendo que o seu desempenho na prova de biologia realmente tinha sido nulo. — Eu vou te esperar na biblioteca quando a aula acabar, já que aposto que você não vai participar do clube de fotografia de novo.

  — Tá bom. — O Cohen disse baixo enquanto comia o lanche.

  — Liz. — Thiago a chamou novamente, mas a Webber apenas desviou sua atenção para Arthur.

  — O Aaron tá te chamando no clube de mecânica, vai lá quando puder. E, Joui? — O japonês ergueu a mão, como quem dizia presente. — A Alexia, Clarissa e Samantha tão te chamando pra resolver um negócio dos líderes de torcida, disseram que é pra agora.

  — Obrigada Liz-senpai. — O Jouki se levantou, se despedindo com pressa, e foi embora.

  — Elizabeth Webber! — Thiago exclamou frustrado, Liz nem sequer tremeu.

  — César, tô indo. Não me deixe esperando na biblioteca. — Assim, ela foi embora, deixando o Fritz derrotado e desanimado, abandonando o sanduíche nas suas mãos.

  — Thiago. — Arthur chamou meio receoso e o Cohen o encorajou, dizendo para continuar o que ia falar. — Não fica assim, a Liz... Ela tem alguns problemas...

  O sinal tocou estridente e o Cervero suspirou, logo se levantando e indo na direção de sua sala.

  César olhou o Fritz com olhos preocupados e se levantou, colocando sua mão na mesa e se debruçando perto dele.

  — Ei, acho que vou te dar uma dica, Thiagão. Pesquisa aquela coisa da lua na internet, você vai encontrar a resposta pra todas as suas perguntas, e também... Vai com calma quando for abordar ela, sentimentos não são o forte da Liz. — Ele disse e foi embora, sem dar tempo para o mais velho reagir.

•••

  César deu três toques na estante de madeira escura antes de se aproximar de Liz, a morena ordenou que o mais novo se aproximasse e César se sentou ao lado dela, tímido. Ela organizou os livros de biologia na mesa permitindo que o Cohen colocasse seus cadernos.

  — Vocês estão estudando sobre cromossomos, certo? — Ela perguntou distraída. — É uma matéria fácil, você não tava prestando atenção na aula, né? — Ela já sabia a resposta. — César, você tem que se cuidar melhor.

  — Liz, não se preocupa. Pra sua informação eu combinei com a minha mãe que ia tentar encontrar algo pra fazer longe do PC. — Ele dizia como se estivesse se defendendo num tribunal. — Mas, Liz... — César abaixou um pouco o tom. — Cê, não acha que tá pegando pesado demais com o Thiago? Pô, ele é leigo com essas coisas da internet. Nem quem tá na internet entende essas coisas direito.

  Elizabeth desviou o olhar e mordeu o beiço, tentando falar alguma coisa.

  — Liz. — O Cohen pensou em segurar a mão dela, mas ele não se sentiria confortável com aquilo. — E-eu sei que você não é muito do tipo de saber se expressar...

  — Eu sou péssima nisso. — Ela exasperou e engoliu em seco. — Eu... Eu tentei dizer que gostava dele, de uma forma que não fosse assim tão jogada na cara dele, então achei que aquela era a melhor maneira. Eu planejei aquele passeio inteiro, nós chegamos no parque as cinco, eu levei ele pra comer algodão doce, nós passeamos um pouco, ele contou as piadas sem graça dele, e quando deu cinco e quarenta eu me declarei pra ele. — Ela disse enquanto contava tudo nos dedos. — Mas o palhaço disse assim "ô minha querida, a lua tá bonita só se for do outro lado do globo"! Minha querida o caralho! Assim que ele falou isso eu senti meu sangue ferver e mandei ele tomar no cu!

  — Shiu! — A bibliotecária ordenou e os dois estranharam ela não ter falado nada antes.

  — Então... — Ele começou a sussurrar. — Você meio que sentiu essa frustração te preencher e não conseguiu lidar muito com os sentimentos e agora tá tratando ele assim?

  — Sim... Eu não entendo meus próprios sentimentos, é como se fosse tanta coisa ao mesmo tempo e tudo fosse no 100%, então quando eu não consigo controlar, meio que só deixo fluir... Desculpe, é difícil de explicar.

  — Não, tudo bem, eu entendo. — Ele sorriu empático. — Olha Liz, eu falei pro Thiago pesquisar aquilo da lua, e talvez ele vá falar com você hoje, mas eu não tenho certeza. Independente do que ele falar, considere o que ele sente e não mande ele tomar no cu.

  Elizabeth riu contida e assentiu com a cabeça.

  — Está bem. Vamos, nós precisamos começar a estudar. Você conhece o básico sobre cromossomos, né?

  — Sim.

  — Ótimo. Então pega o caderno e presta atenção no que eu vou falar.

  César assentiu e começou a anotar as explicações de Liz sobre a matéria do segundo ano, recapitulando tudo aquilo que não tinha prestado atenção.

  Era seis horas da tarde quando eles se despediram, o Cohen pegou a bicicleta e pedalou lentamente para casa, tendo que se apressar pela chuva repentina que começou a cair. Quando chegou em casa tentou entrar pela garagem, mas ela estava trancada; o jovem, já completamente encharcado, levou a bicicleta até a porta de entrada e procurou a chave nos bolsos; assim que a levou até a fechadura encontrou um pequeno buquê de lavandas envolvidas num papel marrom com algumas magnólias estampadas. César soltou a bicicleta e pegou o buquê, abriu a porta da frente e entrou, colocando o buquê na mesinha do lado da porta e voltou para guardar a bicicleta.

  O Cohen pegou o buquê novamente e encontrou um pequeno cartão onde estava escrito, com uma letra cursiva bonita e delicada, a palavra “Imperatore”. César sorriu sentindo as bochechas corarem e correu para o seu quarto, ele havia entendido a mensagem.

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Essa história é totalmente fanfic criada da minha cabeça em momentos de loucuras. Apenas aproveitem! ✨