Viúva Negra | L.S

By the_noemimutti

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Todos homens temiam seu nome. Idolatravam sua postura. Seguiam suas regras. Harry Styles era o braço direito... More

A Jornada Começa Aqui
01. Homem de Princípios
02. A Morte dá Tchau
03. Desafiando o Diabo
04. Quebrando a Banca
05. Louvado seja Satã!
06. A Deusa da Morte
07. Súplicas Perdidas
08. Fogo Cruzado
09. Com Unhas e Dentes
10. Lar Maldito Lar
11. O Pai da Mentira
12. Flores Álcoolicas
13. Onde Judas Morre Antes
14. Sob Rédeas Curtas
15. O Lobo Atrás da Porta
16. O Verdadeiro Alfa
16,5. Nargot
17. De Frente com o Diabo
18. Vestíbulo do Inferno
19. Chamas na Escuridão
20. Incendiado
21. Jardins da Babilônia
22. Deus e o Diabo na Terra do Sol
23. Corrida Contra o Tempo
24. Eu te Devoro
25. Entre a Cruz e a Espada
26. O Rei Renasce
27. O Caos que nos Une
28. Quando a Luz Toca
29. A Solidão Que Nos Habita
30. Você Vai Me Destruir
31. Imortais & Fatais
32. Doce Criatura Cruel
33. Tudo por Amor
34. Como Atlas
36. Anaconda
37. Em conversa de malandro...
38...otário não se mete
39. Encruzilhadas
40. Bonnie & Clyde
41. De Volta ao Jogo
42. Romeu & Julieta
43. As Rosas Não Falam
44. Demônio Noturno
45. A Fúria
46. A Toca do Coelho
47. Afrodisíaco
48. Xeque-mate
49. Eu Sobre Mim Mesmo
50. O Amor Que Nos Destruiu

35. Lobo em Pele de Cordeiro

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By the_noemimutti

Oi! Leiam isso aqui, por favor:

Muitos ficaram na dúvida na questão do Louis ter quase se suicidado e logo em seguida responder com sexo, mas lembrem-se que ele no começo há o aviso de gatilho de adrenalina e experiência quase-morte.

Leiam com "Mount Everest - Labrinth"

Não esqueçam de votar e comentar, pls.
Alerta de gatilho a violência física e tortura.

Tenham uma boa leitura, y'all.



"Por isso que você é assim meio louco. Não teve amor. Todo mundo precisa ser amado. Isso arruinou com você."

Charles Bukowski.

LOUIS WILLIAM TOMLINSON - P.O.V

Sábado, dia da Luta de Iniciação

Não consegui pregar os olhos, nem mesmo quando Harry abriu os braços em um convite de uma conchinha aconchegante.

Eu não conseguia sequer parar de pensar. Meu cérebro funcionava a 220 por hora, e mesmo que eu tentasse, ele me levava até o dia de hoje e todo o foco que eu teria que ter.

Machucar alguém era fácil para mim quando a pessoa entrava no meu senso de moralidade. Torturar, matar, roubar, manipular ou até mesmo me entregar da forma mais profana sexualmente não era um empecilho para mim. Se tornava um problema quando, infelizmente, eu me recordava que existia aquela singela parte da minha humanidade que não tinha sido arruinada e não enxergava necessidade de machucar minha melhor caçadora à toa.

A parte que prezava pela família que nunca teve, mesmo que fosse torta e não de fato amorosa como outras.

Me sentia flutuando, e toda vez que eu ficava sem ar, Harry se aconchegava e beijava meus ombros. Ele fez isso até cair no sono, o barulho de apito que seu nariz fazia me deixando soltar uma risadinha.

Outro problema vinha sendo ele e esse maldito elo. Não sabia o que pensar sobre a forma que ele me fazia sentir e muito menos me sentia apaixonado por ele. Quer dizer, nunca me apaixonei antes para saber de fato.

O limite entre o que era laço e o que era meu.

Quando deu cinco horas da manhã, me senti frustrado e levantei da cama, pegando um cigarro e me escorando na janela do quarto que batia de frente para o jardim. Não me fiz de rogado ao perambular totalmente nu e me senti extremamente satisfeito ao ver as marcas no meu corpo.

O espelho em frente a cama reluzia os roxos, chupões e as marcas de mordidas fortes. Minha pele destoava em tons amarelados, arroxeados e alguns verdes. Minha boca estava totalmente maltratada pelos dentes e quando eu acendi o cigarro, colocando-o entre os lábios, o movimento fez minha pele esticar e doer.

Traguei fortemente, sentindo a fumaça descer pela minha traqueia e incendiar meu pulmão, acalmando totalmente e nublando meus sentimentos com o vapor e a nicotina. Sentei no pequeno parapeito que tinha na janela, cruzando minhas pernas e fumando enquanto o sol nascia.

Era lindo e esplendoroso o modo como o laranja pincelava aquele azul escuro, como se estivesse empurrando a escuridão com seu brilho imensurável. Chegava a ser poético se você encarasse todo aquele jardim colorido com flores de tudo quanto é cor da mansão Tomlinson e o sol nascendo ao fundo enquanto a maior escuridão encarava essa cena com inveja.

Traguei mais uma vez, encostando minha cabeça no batente da janela.

— Poderia virar uma pintura de tão lindo — sussurrou uma voz rouca, que antes me assustaria e pegaria de surpresa, porém eu me acostumei.

Sorri de lado, sem desviar meus olhos do horizonte.

— Você já me comeu, Harry. Não precisa me bajular para ter de novo — zombei, dessa vez encarando seus olhos e ele riu.

— Eu sou um homem das antigas, querido Tomlinson. Já estava me preparando para formar nossa refeição. — Entrou na brincadeira, e como eu, saiu da cama totalmente nu e sem pudor nenhum.

As tatuagens contemplavam seu braço e a serpente me devorava. Harry bagunçou os cabelos, e eu tentei evitar encarar seu pau e o piercing antes que me animasse novamente.

— Já preparei nosso café da manhã — avisei a ele que ergueu as sobrancelhas, duvidoso. — Eu!

Ele destilou um sorriso preguiçoso, caminhando até mim e pegando meu cigarro das mãos e tragando profundamente, sem expelir a fumaça quando seus lábios encontraram os meus e enfim, ele soltou na minha boca. Puxei o que tinha da sua boca, nem ligando para o hálito matinal e chupei sua língua.

— Bom dia, Louis — saudou com a voz rouca, sentando na minha frente no pequeno parapeito.

— Bom dia, Harry — cumprimentei educadamente.

— Estou considerando realmente te comer agora — expôs sem papas na língua, me deixando surpreso. Ele costumava ser assim só na cama. — Você está tão fodidamente gostoso com as minhas marcas e fumando assim.

— Sua oportunidade foi concedida ontem. Você que pensou demais.

— Não queria te fazer lutar mancando — alfinetou e eu ergui as sobrancelhas, em desafio.

— Não subestime a minha resistência, Styles. Aguentaria você e mais um ao mesmo tempo. — E eu não estava mentindo.

O tanto de orgia e swing que eu já tinha participado que chegava a ser divertido que ele achasse que eu era uma espécie de virgem que teve o primeiro contato com sexo bruto agora.

— Talvez a ideia de eu te comendo enquanto alguém fode sua boca maldita não seja tão ruim quanto eu pensava — sorriu sacana e eu me arrepiei.

Ele sabia me levar no papo sujo dele, e a parte mais importante de Harry, era que ele não destilava putaria o tempo todo de forma deliberada. Ele tinha seus momentos oportunos, o que tornava tão mais intenso quando ele dizia porque eu sabia que poderia demorar a vir outra vez.

— Tudo é questão de perspectiva — dei de ombros, tragando mais um pouco e soltando a fumaça em seu rosto. — Eu não aceitaria dividir você.

Ele franziu o cenho, confuso.

— Logo você? A pessoa mais liberal do universo?

— Você é meu, Harry — ditei com a voz de ômega, pouco me fodendo pelo tom possessivo. — Não tem como fugir disso.

Tentei ignorar o início de ereção que ele começou a ter ao ouvir a minha voz e a tentativa mal sucedida de esconder o sorriso.

— Não confunda posse com paixão, Styles — afirmei friamente e o alfa me encarou de forma intensa. — Já te disse que não sou capaz de sentir tais coisas.

— Você quer que eu seja só seu quando nem pode prometer que consegue me retribuir romanticamente de volta?

Dei de ombros, encarando a janela de novo.

— É o que eu posso te oferecer. — Traguei quase a bituca já, sentindo o gosto mais forte e amargo na língua. — E eu não quero que você seja meu. Você já é.

— Quando isso aconteceu? — Ele parecia genuinamente confuso com a minha imposição. Até ontem, ele achava que eu ao menos me importava se ele ficasse com outra pessoa. — Me perdi.

— Não vem ao caso — desconversei.

Nem eu sabia quando tinha acontecido toda aquela avalanche de posse e proteção, porém eu tinha consciência o suficiente que metade era do meu lobo e outra do meu ego ao imaginar em dividir algo tão restrito e precioso a mim.

Não tinha para onde ele fugir, afinal, meu lobo tinha se conectado com o dele de uma forma que nem mesmo Harry poderia negar.

— Repetindo suas palavras: eu não sou de ninguém, Louis, mas posso ser usado por você durante algumas horas — piscou um dos olhos.

— Me teste.

A ameaça era clara como água e ele podia sentir isso, porque nem conseguiu fingir que não gostava do quanto eu tinha assumido essa base nada saudável de posse.

— Talvez eu queira pagar para ver.

— Não vai gostar do resultado — confessei, meus olhos totalmente negros como meu lobo. — Tenho absoluta certeza.

— Seria idiotice dizer que eu realmente estou tentado a me certificar disso?

— Diria que você gosta de levar uma surra — sussurrei, acendendo outro cigarro. Me sentia levemente irritado com toda aquela hipótese dele com outra pessoa. — O que eu não sou totalmente contra. Se tudo o que você quer é apanhar, é só pedir.

Ele não respondeu, levando inconscientemente os dedos até a marca da mordida em seu pescoço.

— Eu queria te perguntar algo — disse com cautela, me mantendo atento em sua fala. — E apreciaria se fosse sincero.

— Diga.

— Sobre ontem, a tentativa de...

— Não quero conversar sobre isso — ditei rapidamente e ele abriu a boca, perto de ignorar. — Eu já disse que não quero conversar sobre isso, cacete.

— Problema é seu, vou perguntar mesmo assim — ignorou minha resposta. — Você sente prazer em sentir dor, e... você respondeu muito rápido a sexo quando eu te resgatei da piscina. Você sente algum tipo de prazer quando está na linear entre morte e vida?

Não estava preparado para aquela pergunta, porque era algo que nem mesmo eu tinha vontade de pensar sobre.

— Sim — confirmei depois de alguns segundos. — Quase morrer me dá um tesão do caralho, Harry. Era isso que queria saber?

— É por isso que você nunca hesita em situações que precisa correr perigo? Venho percebendo isso desde a vez que você não desviou do jeep na boate Sodoma. Seu cérebro não faz mais distinção entre dor e prazer em situações de risco, não?

— Está tentando me analisar, doce? — zombei, apesar dele estar em partes certo. — Gosto da sensação de perder a consciência e ser levado para outra dimensão e não tenho medo da morte. É por isso que recorro muito ao vício, e quando começo, costuma ser autodestrutivo.

Ele levantou-se, batendo a bituca e se aproximando de mim totalmente nu e com os olhos analíticos. Harry pegou minha adaga em cima da cômoda, rodando com maestria entre seus dedos e posicionando bem em minha barriga, enfiando lentamente até cortar de forma superficial.

Mordi os lábios, sem desviar meus olhos dos seus e ele arrastou a adaga afiada sobre a derme até minhas coxas, deixando um rastro eriçado por cada bulbo capilar, fazendo um corte mais profundo. Soltei um suspiro, sentindo o prazer com aquela dor mínima.

— Se eu te machucasse de verdade, a ponto de asfixiar, você sentiria prazer? — perguntou baixinho, empurrando seu hálito de nicotina.

— Você sabe a resposta.

— Eu quero ouvir da sua boca.

— Provavelmente gozaria só com a possibilidade — confessei.

Harry ficou um tempo me encarando, parecendo extasiado ao constatar o nível que meu masoquismo me levava.

— Está assustado? — perguntei no mesmo tom que o seu anteriormente, bem baixo e quase sussurrando.

— Não. Só digerindo.

Ri pelo nariz, o puxando pela cintura e virei a bituca de cigarro na sua cintura, apagando na sua pele e observando o semblante de dor dele. Beijei seu pescoço, lambendo a mordida que tinha sangue seco e o alfa tremeu em meus braços.

Eu estava enérgico e com toda a minha postura de dono da Ordem, aproveitando aquela aura para dar um tapa estalado em sua bunda e analisar todas suas reações com meu domínio.

Harry pareceu gostar e eu tomei aquilo como carta branca para intensificar meus lábios ao seu pescoço, jogando o cigarro no chão e segurando em seu quadril com as duas mãos, apertando com força.

— Você gosta de sentir dor também? — indaguei.

— Não da mesma forma que você.

— Significa que você é saudável, alfinha — brinquei, beijando seus lábios cheios e macios, me sentindo cada vez mais excitado com a possibilidade de fodê-lo.

Harry prendeu suas orbes profundas sobre as minhas por questão de segundos, como se pensasse algo e logo sorriu pequeno, algo sutil, quase inexistente que me passava um ar curioso.

— Depende do que é o seu conceito de "saúde mental", Tomlinson.

Aquela contra resposta jogada ao ar, me fez mais instigado de um pensamento que eu já matutava a tempos. Styles podia possuir uma leve inclinação à dor, mas talvez gostasse mais de degustá-la do que necessariamente senti-la.

E isso não poderia ser mais saboroso de constatar.

— Eu sei que você não me comeria porque está preocupado em me ver lutando com um monte de gente hoje sozinho, mas eu ainda posso te foder, santinho. — Voltei a provocar — Não tenho tanta compaixão quanto você com seu futuro estado na arena.

— Tão romântico — suspirou falsamente, me arrancando uma risada. — Eu nunca... hm... fiz isso com outra pessoa. Só sozinho. Os ômegas que eu fiquei achavam meio estranho.

— Quem em plena consciência nega a chance de te foder?

— É muito engraçado você dizer isso depois de alegar várias vezes que jamais iria para cama comigo e a ideia te dava nojo.

— Eu estava alucinando. — Ele gargalhou, me puxando para um beijo muito intenso. — É sério que você nunca fez isso?

Harry negou e eu mordi seu lábio inferior, dando um tapa estalado em sua banda antes de acariciar de leve, ameaçando a conduzir meu dedo a sua entrada.

— Porra, santinho, você é tão sensível — observei ao ver como ele já tremia em meus braços e a pele eriçava quando minha respiração quente chicoteava. — Você está fodido, porque eu não sei ser carinhoso.

— Ah, jura? — rebateu sarcasticamente e eu mordi seu queixo, sentindo seus braços circularem nos meus ombros.

Levei meu dedo cautelosamente para entrada da bunda farta e rodeei devagar, só estimulando a região sem realmente ter intenção de fodê-lo propriamente. Harry segurou um suspiro e eu não desviei meus olhos dos seus que estavam embriagados, parecendo ansioso.

A posição não era nenhum pouco confortável, mas eu realmente não me importava em vê-lo sentir um pouquinho de dor.

— Assim que você gosta? — Sibilei, beijando seu peitoral e descendo pelas suas tatuagens. Fiz pressão com o indicador como se fosse mergulhar dentro, e ele gemeu em antecipação. — Você quer que eu te foda, doce?

— Porra, Louis, você sabe que eu não posso e temos quinze minutos para subir antes que nossos telefon... Ah! — Ele interrompeu a fala incessante quando eu meti a seco mesmo, sentindo as unhas cravarem nos meus ombros.

Harry mordeu os lábios, sem desviar os olhos dos meus e eu sorri sacana ao ver que ele já estava tão duro que seu pré-gozo pingava na minha coxa e podia sentir seus músculos se contraindo sob a ponta dos meus dedos.

— Sem lubrificante vai doer o dobro — avisei e ele me encarou com a expressão fodida que me deixava louco, me empurrando para trás e como ele estava no meio das minhas pernas em pé, eu tive que abrir um pouco mais, expondo toda minha entrada que escorria de tão excitado que eu estava.

A ideia dele era óbvia quando levou seus dedos à minha coxa, fazendo lentamente como ele costumava fazer, me temperando até chegar onde queria.

— Comigo é mais rápido e bruto. Sem enrolações — falei, pegando sua mão e levando ao local desejado, cortando a ladainha. — Vai logo.

Styles riu da minha evidente irritação e pressa, que por mais que eu queira ficar o dia todo com ele só fodendo e com uma pausa para beber água, eu ainda tinha que organizar muitas coisas lá em cima.

— Você é encantador — bajulou falsamente, melando os dedos na minha entrada, acabando por me arrancar um ofego ao ameaçar entrar apenas para provocar, logo levando até a sua, lubrificando o suficiente para eu conseguir meter sem ser tão doloroso.

Levei meus dedos até minha boca, sem desviar os olhos dos seus, babando o suficiente para facilitar mais ainda o processo. Sem delongas, enfiei dois de uma vez com força para impulsionar seu corpo em cima do meu.

O gemido mais delicioso do mundo rompeu no meu ouvido.

— Você geme que nem uma vagabunda, Styles — alfinetei, mordendo seu mamilo com força, porém não para fazer uma ferida como seu pescoço.

— Porra, Louis, vai devagar — reclamou quando eu comecei a tesourá-lo com uma brutalidade desnecessária, apenas para causar dor.

— É bom que você acostuma, porque com meu pau vai ser pior.

Ele estremeceu, perdendo aos poucos a força nas pernas e eu senti um pouco de dó, diminuindo o ritmo e dando um pouco de alívio.

— Vem cá.

O puxei até a cama e deitei de barriga para cima, tendo um momento só para avaliar seu corpo marcado pelos meus chupões e mordidas.

— Senta na minha cara.

Harry fez como eu ordenei, ficando de quatro com a bunda empinadinha para mim e eu não me contive em dar dois tapas seguidos, mordendo a pele branca que continha algumas estrias nas laterais. Abri a gaveta, tentando achar qualquer coisa que servisse de lubrificante porque aquela posição costumava machucar mais ainda.

— Na minha calça — sussurrou ofegante ao ver que eu procurava.

— Você carrega lubrificante com você? — questionei confuso e logo em seguida lembrei que ele iria sair com Margot para o boliche e provavelmente iriam beber depois. — Planejava comer alguém ontem, Harry?

Ele ao menos titubeou ao responder:

— Talvez.

— Você sabia que eu não iria ontem — acusei.

Então ele planejava comer outra pessoa.

— Você iria foder outra pessoa? — perguntei me sentindo já irritado.

— Sim.

A sinceridade foi como um soco e eu joguei para o alto a minha compaixão de alguns minutos atrás, cuspindo na sua entrada e metendo dois dedos de uma vez.

— Cacete! — gritou com surpresa e dor, encolhendo o corpo mas logo empinando mais ainda em minha direção. — Louis, eu...

— Cala a porra da boca. Só quero escutar sua voz quando for para gemer meu nome.

Só a imagem mental dele dando o meu laço favorito em alguém me deixou colérico, fazendo de tudo para achar sua próstata sem carinho nem piedade com meus dedos metendo com brutalidade. Harry gemia tão baixinho e rouco, tão manhoso que eu sentia quase gozar com aquilo.

— Você teria coragem de gozar dentro de outra pessoa, Styles? — Ele gemeu alto quando eu dei uma mordida profunda, sentindo meus caninos implorarem para sair e punir aquele rabo. — Era isso que você queria?

— Puta m-merda, Louis.

Dei três tapas ardidos, cuspindo em cima e enfiando mais um dedo dentro dele e vendo como deslizava fácil com a forma que sua bunda esfregava deliberadamente em meu rosto.

— Depois a putinha sou eu, quando é você que está de quatro enquanto pensava em foder outra pessoa que não fosse seu homem — rosnei, não me dando conta das palavras usadas, segurando suas pernas que ameaçavam ceder. — Agora aguente. Se cair vai ser pior.

— Eu não teria... Ah, caralho... coragem — respondeu entre gemidos, mordendo a fronha com força.

Soluços começaram a preencher o quarto e eu ri, amando ver a forma que seu ventre se contraia cada vez mais que eu metia sem piedade.

— Mas pensou, não? — Harry começou a chorar e as pernas tremerem, sem força para sustentar. — Responde, porra.

— Sim, sim, eu pensei, porém eu...

— Você, ô caralho, Styles. Quantas vezes vou precisar repetir que é meu? — frisei o pronome possessivo.

— Louis...

— Assume que você é meu e eu penso se serei mais bondoso quando te comer amanhã — barganhei, diminuindo as estocadas como forma de tortura.

— Eu não estou aguentando — soluçou, me encarando por cima do ombro com as orbes verdes marejadas de tanto prazer.

— Não dou a mínima. Assume.

— Louis...

— Sr. Tomlinson — corrigi rudemente, metendo mais fundo só para escutar seu gemido quebrantar de forma mais promíscua. — Isso, assume que é minha puta, Harry.

— Eu não-

Afiei minhas garras na banda gorda e rasguei a pele de sua bunda, observando os filetes de sangue escorrerem.

— Resposta errada — repreendi seriamente, sem parar de surrar em sua próstata. — Vamos. Assume que só eu te como desse jeito. Só eu deixo você chorando assim que nem uma vadia barata sedenta pelo meu pau.

— Por favor — observei seus olhos rolarem, implorando piamente. — Me deixa gozar.

A sensação e prazer que ele sentia passava pelo nosso elo, fortificando mais a minha teoria que ele era um masoquista, só não sabia disso ainda. Me concentrei momentaneamente e expus meus caninos de lobo, mordendo a pele branca e pintando de vermelho com seu sangue.

— Louis... por favor... — grunhiu em uma linha tênue entre dor e prazer, sufocando com os próprios gemidos.

Ele passava toda aquela sensação de prazer intenso pelo laço e até mesmo eu comecei a tremer. Harry tinha uma pouca resistência, diferente de mim, e era muito mais sensível a toques tão brutos quanto esse por estar desacostumado. Abri sua bunda, começando a lamber sua entrada sem parar de estocar por um minuto.

— Isso... Mais! Mais! — implorava sem pudor, libertando um lado que nem mesmo eu poderia imaginar que existia.

Ele tentou se tocar, porém eu dei uma mordida forte o suficiente para ele precisar de apoio com a dor que subiu e desviar da sua glande que pingava pré-gozo.

— Você vai gozar sem precisar tocar no seu pau. Quero que goze só com meus dedos.

— Tomlinson — gemeu meu sobrenome de um jeito que me deu calafrios, a pontada na boca do estômago quando minhas pupilas dilataram. — Está muito intenso, eu...

Harry soluçava enquanto eu investia cada vez mais forte, mais sedento, me divertindo com seus lamúrios. De repente, ele soltou um grito forte e eu soube que tinha acertado sua próstata pelo jeito que ele se esfregou mais ainda no meu rosto.

— Louis, para! — pediu e eu automaticamente parei tudo o que estava fazendo, ponderando se talvez tivesse sido demais para ele.

— O que foi, Harry? Peguei pesado demais?

— Não! Porra! Não era para você parar — praguejou irritado, parecendo perder a paciência e saiu da posição de quatro, se erguendo e enfiando a mão nos meus cabelos com força que fez meus olhos marejarem.

Segurei em sua cintura ao tempo que ele esfregou a bunda deliberadamente em meu rosto, como quem punisse o jeito que eu lhe maltratava. Comecei a penetrá-lo com a língua, apertando suas coxas e sentindo ele cada vez mais se enterrando no meu rosto ao ponto de tampar minhas vias aéreas.

A falta de ar começou a subir, porém eu nem ousei reclamar, principalmente quando Styles aproveitou a posição para pegar em meu pau e começar uma masturbação tão forte que meu pau latejou em dor.

— Seu pau é tão grosso — sussurrou parecendo inebriado, descendo até me engolir por inteiro e eu sufoquei um grito de prazer. — Mal cabe na minha boca sem machucar.

Ele tinha uma boca do caralho do jeito que deslizava e engasgava com a rapidez que me chupava. Era um meia nove tão fodidamente encaixado que minha visão ficou turva, a famosa sensação de asfixia subiu e eu estava tão perto de gozar com ele me deixando macetar seus lábios daquele jeito.

— Não para, Tomlinson! — exigiu com o tom de voz de líder e eu amoleci, perdendo a consciência aos poucos.

Meu pau nunca esteve tão duro na vida. Harry deslizou pela extensão e eu pisquei, sem conseguir respirar, porém minha língua não parou o trabalho de fazê-lo gozar.

Senti o comichão subir pelo meu estômago, e parecendo saber que eu estava quase desmaiando, o alfa mordeu a minha glande com brutalidade e eu mal soube segurar a respiração ao gozar tão forte que perdi os movimentos do corpo.

Uma onda de prazer subiu pelo laço e me atingiu como um baque, me deixando gozar tão, mas tão forte, que eu sofri de espasmos ao compartilhar do orgasmo dele de novo. Minha mente anuviou e Harry saiu de cima quase quando eu estava apagando pela tontura.

Não conseguia raciocinar ou respirar direito, sem mexer nenhum dos músculos do meu corpo.

Puta que pariu.

Parecia que eu tinha saído de dentro do meu corpo e cheirado dez carreirinhas de pó de uma vez só, deixando minha consciência longe e a euforia me baquear.

Fiquei cerca de cinco minutos tremendo e de olhos fechados, degustando o máximo daquela sensação avassaladora.

Caralho, santinho — sussurrei completamente rouco, encarando pela primeira vez Harry que parecia tonto demais na outra ponta da cama, as pernas dando pequenos tremeliques. — Você fode bem para cacete.

Styles ao menos riu ou disse alguma coisa, só fechou os olhos. Levantei de onde estava e fui até a outra ponta da cama, subindo em seu colo e me certificando que ele estava bem.

— Está tudo bem? — questionei ao vê-lo tremer tanto. — Quer água?

— Não... Só... — gemeu de dor ao mexer os quadris, e eu deixei escapar uma risada. — Vai rindo, seu filho da puta. Não se esqueça que eu ainda posso acabar com você na arena.

— E depois acaba comigo na cama? — completei lascivo, notando a risada cansada que saiu de seus lábios cheios.

Harry abriu os braços, como quem convidasse para que eu me deitasse. Mordi os lábios, me aconchegando em seu peito e sentindo as pontas dos seus dedos deslizarem pela minha pele suada. Beijei seu pescoço, observando os pêlos arrepiarem.

— Você tem um piercing — comentei aleatoriamente e ele riu, me encarando com aqueles verdes tão expressivos.

— Eu tenho um piercing — confirmou com divertimento.

— Eu gostei. Te deixa ousado e menos tradicional.

— Ser um alfa que dá a bunda já não me configuraria? — caçoou e eu gargalhei junto com ele, abraçando mais seu corpo de forma inconsciente.

— Nunca imaginei que você deixaria — fui sincero. — Você tem toda essa pose de liberal na economia e conservador nos ideais.

— Só quando preciso agir como o líder da Ordem — retificou. — No fundo, eu pouco me importo.

— Isso é bom — sorri expansivo e ele acompanhou, beijando minha testa e depois meus lábios. — Massagem?

— Vem. — Chamou para cima da sua barriga e eu deitei, enfiando meu rosto em seu pescoço e os dedos longos foram para os meus cabelos, fazendo uma massagem gostosa que me deixou mais calmo.

Não me atrevi a retribuir, partes por receio e partes por medo dele detestar meu jeito mais bruto. Nunca tinha ficado com ninguém daquele jeito depois de fazer sexo.

Foi a primeira vez.

— Hmm — gemi manhoso ao sentir um arrepio subir com a intensidade da massagem. — Amo suas técnicas japonesas.

Harry riu, beijando o topo da minha cabeça.

— Vou falar com Lauren. Avisá-la do que está por vir — contou Styles e eu tenciono. — Calma, ela não vai te dedurar. Só vai te ajudar a machucar de um jeito que não seja tão intenso ao ponto de perder o cargo.

— Harry...

— Confia em mim — pediu, me apertando mais ainda e meu coração acelerou daquele jeito que eu não entendia. — Vou te proteger.

Abri a boca para rebater, porém dei um voto de confiança. Não aguentava mais levar aquela carga sozinho.

— Quero que vá para o Japão.

O alfa congelou os movimentos e eu suspirei, erguendo meu rosto e fitando seus olhos da forma mais sincera que consegui.

— Você não merece viver aqui com pessoas como meu pai e eu — expliquei suavemente, dedilhando ao redor de sua boca e seus olhos. — A tendência é piorar e... não vale a pena. Não precisa ficar por mim. Seus pais estão com saudade e de qualquer forma sua sede é lá, não aqui em Londres.

— Você me quer... longe? — questionou com a voz falhada.

— Não. Pode ter certeza que não.

— Então por que está me mandando ir embora? Somos parceiros, se lembra?

Respirei fundo, sentindo meu peito comprimir com a dor ao ver os esverdeados marejados.

— Ei, santinho, você está se apaixonando por alguém que só vai te machucar. Não quero ser eu a arrancar o brilho dos seus olhos, huh?

— Louis, você realmente não sente nada por mim? Nada além do sexual?

Mordi os lábios.

— Eu... não sei — confessei cansado. — Não tenho espaço de tempo para pensar nisso. Em sentimentos.

— Você não gosta de mim — constatou sozinho, parecendo não ouvir o que eu dizia. — Tudo bem. Eu já esperava por isso, mas não irei te deixar carregar a Ordem nas costas.

— Harry...

— Não está aberto a discussões. É minha decisão como líder.

Encarei seus olhos decididos, não conseguindo soltar o enorme suspiro de alívio ao ver que ele negou. Puta que pariu. Ainda bem que ele tinha negado.

— Obrigado — sussurrei, beijando seus lábios docemente. — Obrigado por ter ficado quando ninguém tentou.

Harry me circulou com os braços fortes, sem quebrar a intensidade daquele momento. Eu sabia que daqui a pouco estariam nos procurando que nem loucos, porém eu queria eternizar aquele momento de vulnerabilidade entre nós dois.

— É minha cruz, Tomlinson.

— Está me chamando de fardo?! — exclamei ofendido e ele gargalhou, sugando meu lábio inferior antes de penetrar sua língua quente ao redor da minha.

A sensação era incrível.

— Um fardo que não me importo de carregar.

Ainda.

— Que bom que eu te conheci, Harry. Você é a pessoa mais colorida do meu mundo preto e cinza — disse sem esperar sua resposta, me deitando em seu peito de novo.

Ele era a porra de um arco-íris inteiro.

***

Encarei a pílula em minhas mãos, ponderando seriamente se seria oportuno me drogar ao ponto de conseguir lutar e não baquear no meio daquela arena cheia de gente.

Do vestiário eu conseguia ouvir os gritos pelo meu nome, os cochichos animados e as apostas de quanto tempo eu demoraria para apagar lá dentro.

Meu corpo estava sendo abrigado por uma calça de couro preta e cintura baixa e nada mais que isso além dos meus coturnos. As tatuagens estavam à mostra, assim como um lápis de olho preto forte circulava a marca d'água das minhas safiras. A adaga repousava na minha cintura no lado direito e meu chicote com ligas elétricas do outro.

Me encarei no espelho, analisando todos os mínimos traços do meu rosto e por fim, joguei a pílula dentro da pia e observei ela descer pelo cano como uma pluma. Tinha feito a minha escolha.

— Louis! — exclamou meu pai, entrando no banheiro com um sorriso gigantesco. — Está bonito.

— Valeu. — Pus minha máscara desleixada e sorri preguiçoso, ajeitando mais uma vez minha adaga para ter certeza que estava ali comigo.

— Mas poderia ter pego mais leve nas marcas, não? Suas costas estão destruídas — resmungou com uma feição enojada. — O cheiro do Styles está impregnado em você.

Dei de ombros.

— Foi uma boa foda. Agora me fala, o que você quer?

— Olha a boca, Louis — repreendeu sem realmente estar bravo. — Quero que mostre seu lobo a todos.

Gelei, parando alguns segundos tentando controlar a respiração.

— Não quero me transformar. A graça é mostrar meu poder sem precisar do lobo — elucidei com calma, tentando persuadi-lo. — Além do mais, eu sozinho como lobo devoro todos em menos de trinta segundos. Não tem graça.

— Hmm, certo. Deixe para o final, então — decidiu por fim, e pela sua expressão, não teria nada que eu dissesse que pudesse contrariá-lo.

Só de pensar que no final seria Harry e ele morria de medo do meu lobo, me deixou apreensivo. Ele confiaria em mim, eventualmente.

— Compreendido.

— Boa luta, filho — desejou com um sorriso orgulhoso. — Seja incrível. Seja um Tomlinson.

— Seja um assassino.

— Muito bom.

Assim que a figura desapareceu da minha frente, eu despenquei na pia. Porra. Eu não tinha drogas comigo e não daria tempo de subir até meu quarto. Não poderia confiar em meu lobo depois de todos esses dias que decidi voltar a usar cocaína.

Alguns dias antes - Doncaster

Madrugada, 02:00

Acordei de madrugada com os dentes rangendo, sem conseguir sequer balbuciar algo sem morder minha língua. Meu lobo parecia ensandecido, e no fundo, eu sabia que não demoraria para ele se entediar de todo o laço e a persuasão feita por mim.

Ele queria sangue e implorava por isso. Mesmo com Harry deitado ao meu lado, ele mal se concentrava nisso. Cheirei o pescoço do alfa, tentando fazer meus dentes pararem de ranger, contudo, o máximo que eu senti foi a vontade de morder Styles e arrancar sangue de seu pescoço imaculado.

Porra.

"Sangue, sangue, sangue. Mate, mate, mate."

Sacudi a cabeça, pulando para fora da cama e correndo até minhas roupas. Tirei o pijama e vesti qualquer calça jeans e uma camiseta, pegando minha jaqueta e as chaves da moto de Lauren que ela tinha deixado aqui.

Abri nosso esconderijo de armamento e selecionei dois facões e uma tranquilizadora para caso necessitasse deitar alguém durante o caminho. Respirei fundo, dando um beijo na têmpora de Harry.

— Me desculpa — sussurrei sem forças, segurando a vontade de morder o pescoço dele e arrancar a maior quantidade de sangue possível. — Mas só você não é suficiente.

Saí de casa na pressa, colocando o capacete e subindo na moto, fazendo o caminho até os confins da cidade de uma forma acelerada e quase desesperada. Meus dentes cutucavam o capacete, e mesmo que eu tentasse fingir que não via, minhas garras começaram a arranhar as luvas.

Segurei mais um pouco a vontade, vendo a boate ao longe com os símbolos em neon vermelho e a música alta. Deixei a moto em um lugar seguro e caminhei para dentro, ponderando ainda se a ideia não poderia ser demais.

Por fim, empurrei a porta ouvindo a música eletrônica alta atingir meus ouvidos e os homens casados ou solteirões procurando uma foda. Ômegas e betas desfilavam em pole dances, no colo dos alfas e era muito raro ver outra coisa além disso.

Cheguei no bar, sentando e visualizando uma ômega que usava um vestido sensual preto com um decote abençoado por Deus. Desviei o olhar, pensando no que poderia beber.

— O que vai querer, senhor? — perguntou educadamente, a voz aveludada atingindo meus tímpanos.

— Uma dose de whisky com uma pedra de gelo — solicitei à garota que concordou, virando-se e abaixando de modo que a polpa de sua bunda apareceu.

Travei a respiração, acompanhando ela levantar-se e me entregar a bebida com um sorriso encantador nos lábios. Bonita e burra. Deveria saber que um ômega dentro desses lugares nessas horas, no mínimo, tinha um parafuso a menos.

— Obrigado, hã...?

— Linda — divulgou sem delongas, obviamente mentindo.

— Obrigado, Linda — frisei seu nome, mesmo sabendo que era falso. — Trabalha aqui apenas como bartender?

— Acompanhante de luxo e dançarina exótica nos finais de semana também — respondeu, se escorando no balcão e mostrando mais dos seus seios. Evitei morder os lábios ao encarar seu pescoço. — Por quê?

— Estaria interessado, talvez.

— Não parece alguém que precisaria pagar para ter uma noite incrível.

— Isso é um modo sutil de dizer que você me deixaria te foder de graça? — rebati sem me conter, observando o sorriso sacana surgir nos lábios contornados pelo batom vermelho.

— Dinheiro na mão e calcinha no chão, querido. Nada aqui é de graça.

— Menos você. — Dei essa péssima cantada, ouvindo ela gargalhar verdadeiramente. — Tem família, Linda?

Acho que a pergunta foi muito específica e direta, porque ela franziu o cenho. Rapidamente me pus a inventar qualquer besteira.

— Não gosto de ficar com meninas casadas — expliquei com todo meu charme, piscando meus olhos do jeito que eu sabia que deixavam todos caidinhos.

— Não sou casada — respondeu curtamente, sem abrir brechas para especulações. — Muito menos tenho filhos. Sou o que podemos chamar de fodida solitária.

Ri baixinho, tendo certeza da minha isca.

— Quer subir...?

— Lewis. Meu nome é Lewis.

— Quer subir, Lewis?

— Depende de quanto for seu programa.

— 150 dólares trinta minutos para você. Costumo cobrar 300, mas gostei de você.

Não gostaria mais.

Sorri cafajeste, bebendo todo meu copo em cinco segundos e acompanhando seu corpo fenomenal subir as escadas da boate enquanto me carregava segurando minha mão.

— Não quer, sei lá, ir para um motel? — questionei como quem não quer nada.

— Não sou estúpida de sair daqui para atender um cliente sem ao menos saber se é seguro. Não sou prostituta de rua, Lewis — retorquiu duramente e eu fiquei em silêncio, a seguindo até o final do corredor e entrando no último quarto.

Era simples e meio cafona. Cama king size, luzes neon vermelhas e uma hidromassagem que eu com certeza jamais entraria. A ômega tirou suas botas, demonstrando uma feição leve de dor e eu tirei minha jaqueta, expondo minhas tatuagens.

— Não vai ser problema nenhum dar para você mesmo — comentou mordendo os lábios ao analisar meu corpo. — Que delícia.

Ela copiou meu movimento, tirando seu vestido e eu quase me deixei levar e a fodi ali mesmo. Ela era linda demais, de uma forma que eu realmente comecei a me sentir excitado; porém, meu disfarce ainda estava para jogo e não poderia pôr em risco que Harry sentisse cheiro de sexo em mim.

Não demorou muito para ela querer beijar meu pescoço e iniciar, contudo, eu já estava num estado de abstinência, e a joguei com força na cama e tampei sua boca ao compasso que envolvi minhas mãos ao redor de seu pescoço.

Ela tentou gritar, espernear ou qualquer coisa que pudesse a salvar, mas eu era treinado e muito mais eficiente. Não queria ser maldoso o suficiente para fazer algo com ela acordada, então assim que os olhos pretos se fecharam, eu retirei minha adaga e comecei o trabalho.

Mordi seu pescoço com força, sentindo o gosto de sangue saciar meu desejo e quando vi, já tinha destruído tudo praticamente. Meus olhos negros completavam o cenário diabólico, e o prazer era tão intenso.

— Não se deixe cair pelos lobos em peles de cordeiro, Linda — sussurrei ao seu cadáver, lambendo o rastro de sangue de sua garganta. — Me desculpe por isso, mas era você ou meus soldados. E sendo bem sincero, ninguém vai sentir falta. Aqui te deixo, lá te ilumine.

Matar era meu pior vício desde que eu abri o lacre do meu lobo.

Esquartejei seu corpo e escondi em algumas partes do quarto, limpando os traços de sangue e limpei meus lábios que estavam em carne viva. Saí da boate às pressas, sabendo que não demoraria muito para irem procurá-la.

Fui correndo até o beco onde estava minha moto e de roupas, jogando álcool e queimando ali mesmo perto da lixeira. Meus olhos ainda estavam naquela negritude e eu observei uma sombra acompanhando meus movimentos no meio do beco escuro.

Não tive medo, na realidade, poderia até ser divertido matar mais um.

Era um senhorzinho morador de rua, os lábios num sorriso como se soubesse o que eu tinha feito escondido, totalmente alucinado com as pupilas dilatadas. Não dei importância e subi em cima da moto, ouvindo sua voz ressoar:

— Achei que vocês estavam extintos — comentou o senhor. — Fazia tempo que um lobo sanguinus aparecia por aqui.

Congelei na moto, sem respondê-lo.

— Filho do Austin, suponho. É a única família que ainda tem essa genética por Doncaster — continuou, ignorando que eu poderia muito bem matá-lo. — Essa vontade só vai crescer. Você sabe.

Não respondi, e ele pôs a continuar seu monólogo:

— Droga ajuda. Cocaína entorpece seu lobo e o mantém sob controle, porém tem que ser em doses altas — aconselhou. — Você não parece querer fazer isso.

Revirei os olhos, assentindo.

— Todos acham isso. Parece que é fácil iludir qualquer um só demonstrando ser vulnerável — bocejei entediado. — Obrigado pelo conselho. Se eu precisar, vou me lembrar disso.

— De nada, Louis.

E ao chegar em casa, eu lembrei que em momento algum eu tinha dito meu nome a ele.

Momento Atual - Luta de Iniciação

Teria que ser sem drogas mesmo e eu rezei para que eu não matasse ninguém naquela arena com meus dentes, mesmo se fosse da minha vontade.

A pressão em ter que machucar alguém que era não só importante para mim, mas para a minha Ordem, sacolejou meus sentidos. Meu lobo não podia acordar.

Mordi a ponta da adaga, furando minha língua apenas para sentir o gosto metálico de sangue e acalmar meus instintos que se sacudiam dentro de mim. Andei até a entrada da arena, ouvindo os gritos ensurdecedores quando comecei a caminhar em direção ao enorme tatame no meio.

"Tomlinson, Tomlinson, Tomlinson"

Fechei os olhos ao sentir o poder me subir, a vontade suprema de ser o dono de tudo aquilo e aclamado pela minha genialidade. Eu era uma lenda ali.

E seria até o final. Principalmente ao derrotar o Viúva.

— VAMOS DAR ENTRADA A LUTA DE INICIAÇÃO DO MAIS NOVO LÍDER DA ORDEM, LOUIS WILLIAM TOMLINSON! — exclamou o locutor, me dando brecha para subir no tatame.

Ouvi alguns burburinhos a respeito da minha roupa — ou a falta dela — e comentários maliciosos surgindo sobre a minha postura centrada e séria. Contive o sorriso, caminhando até o meio e acenando para a multidão que me assistia.

Eram investidores políticos, a Ordem em massa, as famílias fundadoras e até mesmo os intelectuais que se atolavam nas bibliotecas pelo mundo tinham vindo me ver lutar.

— A regra é simples: bater até chegar à inconsciência. Lesões são permitidas desde que não ocasionam a morte da pessoa — explicitou o locutor, a voz assertiva. — Proibido o uso de tranquilizantes ou de armas de fogo, apenas armas brancas serão permitidas dentro da arena. Quem for o último a restar, ganha. A meta é derrubar no menor tempo possível.

Os gritos acompanharam ensurdecedoramente, acariciando meu ego inflado.

— Louis William terá que lutar com um ômega ou alfa a cada rodada! Eles serão... RUFEM OS TAMBORES!

O pessoal começou a bater palmas e eu acompanhei, observando os cabelos loiros e os olhos azuis entrarem na arena. Niall estava com dois facões cruzados nas costas, uma roupa de couro flexível e nada mais que isso.

— NIALL JAMES HORAN! O neurocirurgião da Ordem, maior sniper e o famoso por ser um dos futuros líderes do Círculo. — A multidão explodiu ao vê-lo com sua expressão séria e reservada, parando em minha frente com os braços cruzados.

Pisquei em sua direção e ele ao menos me olhou na cara. Acho que alguém ainda está irritado pelo bolo...

— EM SEGUIDA, A MAIOR CAÇADORA DA ORDEM, A GENIALIDADE E LÍDER DE UM DOS MAIORES CÍRCULOS.

Tive vontade de gritar: "ex-líder", porém me mantive neutro.

— LAUREN MICHELLE JAUREGUI! A FAMOSA ÁGUIA.

Lauren subiu ao ringue com um sorriso animado, os cabelos pretos em uma trança e um arco-e-flecha nas costas com suas facas gêmeas presas nas pernas. Ela vestia uma calça camuflada e uma regata preta com luvas de couro, mandando um beijo para mim assim que parou ao lado de Niall.

Os olhos verdes transmitiam uma mensagem clara: "eu já sei."

Evitei o sorriso aliviado, escutando o locutor continuar:

— MARGOT HORAN, A NOSSA ALFA DESCENDENTE DA PRIMEIRA LINHAGEM DE LOBOS DO MUNDO E FAMOSA ASSASSINA!

Mar subiu séria, do jeito que ela era antes de entrar em qualquer luta. Vestia uma roupa de couro toda rosa chiclete, uma bota cano alto preta e não carregava nada além de uma faca pequena tipo agulha.

— E por último, mas não menos importante... HARRY EDWARD STYLES, O FUTURO LÍDER DA ORDEM E CONSORTE DE LOUIS WILLIAM!

Harry subiu com sua blusa social de botões meio aberta, exibindo todas as marcas que eu fiz durante a madrugada, inclusive a mordida deliciosa. Os cabelos que batiam na nuca estavam meio bagunçados, a calça era de couro também com uma bota simples da mesma cor. Carregava uma espada de samurai nas costas e uma faca na cintura, totalmente centrado e com a expressão neutra.

— Oi, alfinha — impliquei ao vê-lo parar em minha frente. — Pronto para apanhar?

A plateia não conseguia nos ouvir, pois estávamos muito embaixo enquanto eles nas arquibancadas, e eu aproveitei isso para instigar.

— Oi, amor — soprou de volta, usando o apelido que sabia que me deixaria tenso. — Apanhar de você é minha maior felicidade. Pena que dessa vez, você quem vai levar a pior.

Semicerrei os olhos, percebendo que não sabia se me sentia irritado ou excitado. Acho que um pouco dos dois.

— Sua sorte é que você é gostoso — disse por fim, escutando a risada dele. — Se não eu pegava mais pesado. Você conhece seu futuro marido, Styles.

— E é por conhecê-lo que eu não vou pensar duas vezes antes de descer a porrada — sorriu abertamente, me dando um beijo na bochecha rápido antes de se afastar. — Boa sorte, lobinho. Te vejo no final.

— Quem vai precisar de sorte vai ser você.

A plateia parecia meio tensa e uns burburinhos sobre o fato dos dois líderes estarem lutando entre si ressoou, porém não dei muita atenção ao ouvir a sirene tocando e alertando que tinha começado.

Niall foi o primeiro.

Eu sabia que ele não estava nos melhores estados, então mentalizei em pegar leve o suficiente para não deixá-lo em coma. A arena parecia muito uma Espartana, onde continha nada mais que nós dois, vazia e sem chances de correr.

O ômega não pensou muito em desferir um soco na minha boca totalmente desprevenido, me deixando subitamente surpreso. Achei que ele iria pelo modo de defesa, porém era Niall. Ele atirava antes de cair.

— Porra — cuspi o sangue, sentindo meu queixo latejar.

— Estava louco para poder fazer isso — divulgou com um sorriso malicioso, caminhando até mim e tentando dar outro soco pela dianteira, porém eu desviei.

Niall começou uma série de socos e um deles acertou minha barriga em cheio, me fazendo ficar com falta de ar. Esperei ele continuar vindo com os socos e tapas, porque essa sempre era a estratégia dele: bater sem pensar direito onde e para onde estava indo.

Assim que encostei na parede de concreto da arena, sorri ao vê-lo se sentindo o maior como quem tivesse ganhando a luta. O soco tentou vir, porém segurei seu pulso e rodei, a ponto de ouvir o estalo e o joguei com força contra a parede, ouvindo o som da sua cabeça batendo no concreto.

Peguei meu chicote e rodeei ao redor de seu pescoço, começando a estrangulá-lo para levar a insconciência, ouvindo o som dos engasgos e a falta de ar.

Eu ainda estava pegando leve, poderia muito bem surrá-lo.

— Louis! — gritou em desespero ao ver que o laço estava muito apertado e dando choques.

Um corte na minha perna foi desferido com sua adaga e eu me impulsionei para trás, desviando e consequentemente largando o chicote. Começamos a duelar furiosamente com as lâminas, lançando um corte aqui e acolá quando conseguíamos acertar.

Vi que já tinha passado dois minutos daquilo, dando uma rasteira em sua perna e observando ele pular como um gato, parando certinho no chão. Comecei a ficar irritado, avançando com ataque agora e acertando um soco que o fez cuspir sangue. Não esperei que ele se recuperasse, dando uma rasteira que foi concluída e subindo em cima de seu peito, sentando com todo meu peso e levei meus dedos até sua traqueia, apertando com força.

Os olhos azuis começaram a atingir a tonalidade vermelha, e meu lobo se revirou por dentro em prazer com a forma que ele se debatia e tentava me esfaquear de volta.

— Desiste ou eu te espanco — barganhei, observando os azuis reviraram-se sem ar. — Vamos, Nini. Aceite.

Obviamente ele não iria, por isso meu punho beijou seu maxilar como um beijo da morte e ele perdeu o poder nas pernas, parando de investir contra. Peguei minha adaga e rocei em sua bochecha, abrindo um corte embaixo do seu olho até o início de seus lábios.

A face branca começou a ficar roxa, perdendo o ar de vez e eu fiquei em cima até que desmaiasse.

Menos um.

— LOUIS TOMLINSON GANHA A RODADA UM EM CINCO MINUTOS, PESSOAL! — exclama o locutor e eu levanto, estalando o pescoço e dando pulos de adrenalina.

"Sangue, sangue, morte, morte"

Silenciei meu lobo ao ver um enorme vulto passar voando ao meu lado e me jogar do outro lado da arena, fazendo minha cabeça bater na parede e provavelmente abrir alguma ferida.

Margot.

O lobo com pele branca acinzentada e olhos vermelhos rosnava para mim, me tirando de cima de Niall que foi levado na maca com o rosto ensanguentado.

Não demorei muito para fraturar duas costelas, quebrar um dedo e abrir provavelmente um quadro de hemorragia em Margot que parecia atordoada demais com o fato de Niall ter saído muito machucado.

Casais podiam ser muito burros em campo juntos, e eu sabia disso.

A alfa estava desmaiada no chão em meio a uma poça do seu próprio sangue quando eu guardei a adaga na cintura e limpei o líquido viscoso do meu chicote, ouvindo o locutor ensandecido gritar que eu ganhei o round dois em sete minutos.

Um silêncio recaiu sobre o ambiente quando Lauren entrou no ringue. Ela era extremamente articulada e sorrateira, e mesmo que sua vontade fosse me estraçalhar e dar seu nome, ela sabe que precisava ser assertiva no corte em sua perna. Por isso, a postura veio relaxada e tão descontraída que eu realmente achei que seria muito fácil.

Os olhos verdes estavam frios como eu nunca vi antes e seu arco-e-flecha foi tirado do ombro, colocando uma flecha simples e mirando bem acima de mim. Não tive tempo de correr para o lado ao ver que ela tinha preparado a porra de um arsenal inteiro de bombas de efeito moral, jogando uma bem perto do meu ouvido e fazendo eu voar com o impacto.

Ainda não era arma de fogo segundo as regras, porém doía para cacete.

O sangue começou a descer da minha testa e eu pisquei aturdido, notando a alfa me rondando como se faz com uma presa indefesa. Eu não conseguia respirar com o cheiro de pólvora e o que parecia algo que deixou meu lobo irritado, e meu peito doía toda vez ao fazer o esforço de tentar puxar ar.

Uma flecha foi atirada no meu flanco direito e eu segurei o grito de dor, mordendo os lábios. Tinha esquecido que ela era uma caçadora e normalmente os caçadores rondam e não atacam.

Era uma armadilha.

— Fácil, fácil — suspirou lentamente. — Por isso, um caçador é importante. Ele prepara a armadilha. Nem sempre os punhos são necessários quando se tem estratégia.

Me virei de lado, aproveitando que ela não via pela posição e lançando a minha adaga de longe, acertando perfeitamente sua mão que se abriu e deixou o arco-e-flecha cair.

Levantei com meus músculos a protestos, chutando com tudo seu rosto e pegando impulso para rodar minhas pernas ao redor de seu pescoço e jogá-la no chão com um mata-leão nas pernas. Me lembrou a primeira vez que ela entrou na minha casa e eu evitei o sorriso, recebendo a cotovelada em uma das minhas costelas.

Senti a falta de ar, a tontura me abraçando. Jauregui me jogou e subiu em cima do meu corpo, prendendo meus braços em cima da cabeça com os pés e pressionando seu joelho em cima da minha barriga estrategicamente impedindo a passagem de ar.

Era a posição perfeita. Ela me deu de mãos beijadas o local certo para quebrar suas pernas.

— Faça. Evite cortes na vertical e faça na horizontal. Primeiro vá com o cotovelo, vai atingir o fêmur e eu vou inclinar pela posição. Enfie a faca até ouvir meu grito e rasgue doze centímetros para baixo, dando uma pisada só com força na tíbia. Será o suficiente para me aleijar por um mês — orientou com o tom de médica, sussurrando mal que seus lábios se mexiam.

Assim que a cabeça dela deu um aceno curto, fiz exatamente como ela mandou, sem dó nem piedade.

Antes eu do que eles. Minha alma já estava condenada.

Foi um corte limpo, sem muita sujeira, e assim eu enchi o chão de vermelho. Denso, metálico e espelhando meus pecados. Um grito de dor que me fez dar o golpe final.

Ouvi os gritos de pânico e assustados com a intensidade que eu tinha desferido, pessoas na arena tampando a boca com o tanto de sangue que escorria e principalmente a família Jauregui totalmente chocada com a brutalidade.

— Bárbaro!

— Esse menino é um demônio!

— Meu Deus, ele quebrou as pernas dela!

— Por isso ele é essa lenda. Coitado de quem entrar no caminho dele!

— ¡Santa madre, es un demonio!

Uma infinidade de indignações em várias línguas diferentes ressurgiram e eu observei tirarem ela totalmente desmaiada da minha frente. Minhas mãos tremiam e eu cheirei meus dedos, sentindo o gosto de sangue me deixar tonto.

Olhei para meu pai que esbanjava um sorriso orgulhoso, e parecendo para afrontar, chupei meus dedos de puro sangue enquanto o fitava com ódio. Como quem comprova que o trabalho estava feito.

Foi uma péssima ideia, porque assim que o sangue dela tocou minha língua, eu senti.

"Hora de brincar, Louis"

Meu lobo despertou totalmente, assumindo minhas escleras no tom negro no mesmo momento que Harry entrou na arena. Eu já estava estropiado e quase desisti e me entregando a insconciência, porém meu lobo parecia levar tudo com ele.

O alfa estava tranquilo, parecendo se divertir com os gritinhos das meninas em sua direção e o quanto era aclamado pelo público como o herdeiro mais querido de todos.

Ele sorriu, lançando um beijo para a platéia e me fitando por fim.

— Acabaram com você, lobinho — caçoou, me puxando pela cintura e beijando o canto da minha boca com malícia.

Os gritos pareciam lotar a arena e eu retribuí seu olhar, tirando vagarosamente minha adaga da perna. Meu lobo parecia agitado por mais sangue, porém Harry brilhava daquele jeito que o deixava receoso.

"Meu", rosnou.

— Não vai sobrar nada para você comer depois, doce — respondi escondendo a risadinha, levando meu nariz para o seu pescoço e levando um baque para trás.

Literalmente Harry tinha acabado de me eletrocutar.

— Puta que pariu! — gemi de dor com o impacto, tremendo levemente.

— Nunca te ensinaram para não se deixar distrair? — provocou, chutando minha costela com tudo e eu fechei os olhos. — Vamos, maridinho, você está tornando a luta sem graça.

Um zumbido zunia no meu ouvido e muito perdido, enrolei meu chicote no pulso e joguei em sua perna, puxando com tudo e o vendo bater a cabeça no chão surpreso.

Corri até minha adaga que tinha caído, porém ele levantou do chão como um verdadeiro samurai e totalmente calmo. A calmaria dele me deixava ansioso e eu respirei fundo, mirando a faca em seu rosto e ele desviou, segurando meu pulso e chutando meu joelho.

Cai ajoelhado, mordendo os lábios pela dor e Harry agarrou meus cabelos e me fez encará-lo.

— Dessa posição você me dá pensamentos promíscuos — destilou com um sorriso sacana, me lançando um soco no maxilar que me deixou zonzo e em seguida um chute na barriga.

Ele não estava pegando leve, eu sabia disso.

Styles pegou meu chicote e enrolou ao redor do meu pescoço, sem misericórdia nenhuma ao tentar me apagar como mandava a tarefa designada pelo meu pai. Não esperei que conseguisse, fazendo a primeira coisa que aquela posição me dava:

Mordi o pau dele. Com força.

Harry pulou para trás e gemeu de dor, me dando brechas para lançar uma rasteira e subir em cima do seu corpo, posicionando meu joelho em cima da sua garganta e esperando que ele apagasse.

— Meu pau, Louis! Golpe baixo! — exclamou indignado, me fazendo rir.

— Me desculpa. Doeu mais em mim do que em você fazer isso.

O alfa segurou no meu joelho, me encarando com as orbes verdes marejadas e sem ar, e eu já estava cantando vitória quando ele lançou a faca no meio da minha perna.

Dei um grito de dor alto que ressoou por todo o ambiente. A plateia fechou os olhos ao ver a lâmina cravada no músculo com tudo.

Harry fez uma manobra com meu braço que eu nunca vi na vida, me jogando no chão e batendo minha cabeça com força. Eu vi pequenos pontos pretos, tentando colocar a mão no pescoço dele ou arranhar seu rosto, porém estava totalmente sem forças.

Ele começou a me estrangular.

"— Hmm, certo. Deixe para o final, então — decidiu por fim, e pela sua expressão, não teria nada que eu dissesse que pudesse contrariá-lo."

Lembrei da ordem do meu pai, perdendo totalmente a consciência aos poucos com a dor e a força da asfixia.

— Quando você se recuperar, nós podemos brincar assim, só que com você cavalgando em mim — sussurrou de forma suja no meu ouvido e eu senti meu corpo incendiar.

Encarei seus olhos, ficando levemente vesgo.

— Me perdoa, doce — Sibilei antes de concentrar no meu lobo.

— Louis? — perguntou com receio, soltando meu pescoço aos poucos quando eu rosnei. — Lou-

Me transformei no lobo enorme e ele se jogou para trás.

Não lembro o que mais foi marcante: as pessoas completamente assustadas e algumas saindo da arquibancada, tio Des gritando lá de cima, meu pai gargalhando, as pessoas me ovacionando ou meu sobrenome sendo louvado dentro da arena.

"TOMLINSON, TOMLINSON, TOMLINSON"

— ELE TEM QUATRO METROS!

— Meu Deus, um ômega desse tamanho?

— A pelagem é vermelha!

— Os olhos dele parecem a entrada para o inferno.

Harry ia para trás conforme eu avançava, rosnando e babando no chão.

— Voc-cê prometeu não se transformar, Louis — exclamou em desespero, as mãos tremendo. — Volta. Volta. Volta.

Era tarde demais, porque eu já tinha avançado contra sua perna e ele se transformou em lobo rapidamente, desviando da minha direção e eu rosnei.

"Sangue, sangue, sangue"

— Eu te odeio — bradou pela telepatia. — Você prometeu não se transformar em luta comigo. Seu mentiroso.

Ele começou a destilar comentários ofensivos e eu sentia seu coração cada vez mais acelerado e a forma que o lobo parecia completamente traumatizado comigo.

"Meu, meu, meu"

Enquanto ele me xingava, eu parei bem rente a sua frente, dez vezes maior e com certeza mais amedrontador. A arena parecia mergulhada no silêncio quando eu exibi meus dentes, e Styles fechou os olhos esperando o golpe.

— Você é meu — disse através do laço. — Meu alfa.

E eu me ajoelhei perante a Harry em frente a Ordem inteira.

NOTAS DA AUTORA: Aiai...

Tem noção do peso de Louis Tomlinson ajoelhando perante ao Harry? Não? Pois tenham!

Quem quiser me acompanhar para avisos, memes, surtos ou interagir; meu twitter é the_nohmutti.

VEJO VCS NAS FIGURINHAS!!

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