Acordei com o despertador, tomei um banho e um bom café, fui até o elevador decidida, mandei uma mensagem para Bob.
Eu não vou aceitar, é uma coisa idiota, alguém pode sair machucado, e o pior, se a mídia chega a descobrir, estou ferrada, eu e a minha carreira que mal começou.
Sai as pressas para o estacionamento, peguei o carro e fui em direção ao estúdio, onde eu encontraria Bob, ele com certeza esperava pela resposta negativa, mas seria bem melhor assim.
Parei no semáforo, fiquei olhando para a pasta no banco do carona, olhei para frente de novo, um homem batia no vidro dos carros pedindo dinheiro.
É comum em Los Angeles, pelo menos desse lado da cidade, lastimável, peguei uma quantia de dinheiro, senti que deveria doar, ali, agora.
Baixei o vidro do carro e entreguei rápido a ele, faltava pouco para o sinal abrir.
- Senhorita. - Ele disse. - Nunca é tarde para mudar de ideia. - Olhei incrédula para ele.
- O quê? - Perguntei perplexa.
- Nunca é tarde para mudar de ideia. - Enfiou o dinheiro nos bolsos e começou a rir loucamente, estava falando da grana que eu dei ou...?
Fiquei observando ele se afastar, entrei em transe por um momento, fui desperta por carros buzinando atrás de mim, o sinal estava aberto.
Eu estava dirigindo desnorteada, um perigo para a humanidade, por sorte cheguei ao estacionamento.
Peguei o elevador para o terceiro andar, encontraria Bob no fim do corredor, eu estava com o não na ponta da língua.
Quando entrei na sala, Bob não disse nada, sentei ao lado dele e coloquei a pasta na mesa, ele tentou arrastar a pasta para ele, mas segurei com a minha mão, ele me olhou curioso.
- Eu aceito. - Arregalou os olhos. - O que eu tenho que assinar?
- Você aceita? - Ele ainda estava processando. - Assim, fácil? - Com certeza esperando por um não, mas eu não o culpava, nem eu mesma me reconheceria agora.
- É Bob, tá de boa, me dá logo um contrato oficial antes que eu mude de ideia. - Ele sorriu surpreso e saiu da sala avisando que já voltava.
Tive que assinar cinco vezes, eram cópias, e um oficial para ele.
- Quando vamos fazer isso? - Perguntei, assim que assinei tudo.
- Logo, vou avisar que você aceitou, da parte dele já foi resolvida, faltava a sua, vão querer fazer uma reunião imediatamente, não fique assustada se acontecer hoje mesmo. - Assenti, conversamos por mais alguns minutos e fui liberada.
Cheguei no carro e dei partida, mas logo desliguei, peguei meu celular na bolsa e liguei, dessa vez não só para Chloe, mas para Dylan também.
- Qual a emergência dessa vez? - Chloe perguntou, pude escutar o barulho do carro andando.
- Se puder ser rápido, estou no meio de uma coisa. - Meu irmão falou sussurrando, muitas vozes no fundo.
- Eu quero contar uma coisa, provavelmente vai aparecer na Internet, prefiro que fiquem sabendo por mim. - Escutei Chloe suspirar, ou sabe que eu aceitei, ou pensa que a imprensa já sabe
- Se envolveu em alguma polêmica? - Meu irmão perguntou, o tom de voz era preocupado.
- Bom, sim, ah...eu meio que estou saindo com alguém. - Escutei a risada da minha irmã.
- Com quem? - Ela perguntou, sinica.
- É famoso? - Dylan tentou, estava curioso.
- Sim, ele é bem famoso. - Fechei os olhos, eu odeio mentir, ainda mais para o meu irmão.
- Bem famoso, tipo quanto famoso? Muito famoso, ou meio famoso? - Precisei rir do jeito que ele falou.
- Muito famoso. - Falei entre risos.
- Você pode pelo amor de Deus dizer quem é? - Ele estava desesperado pela informação.
- Harry Styles. - Toci durante a fala.
- Puta que pariu. - Ele falou alto demais. - Desculpa gente, me empolguei. - Ele disse aos outros que provavelmente estavam na mesma sala. - Como você, quando...o que, meu Deus.
Chloe começou a rir loucamente, e logo nós dois a acompanhamos, e depois de responder algumas perguntas desligamos, com certeza receberei visitas mais tarde. Quando estava prestes a sair do estacionamento avistei Bob, correndo em direção ao carro, abriu a porta do carona e entrou.
- A reunião, me ligaram agora, um estúdio musical, não é longe daqui. - Ele estava respirando rápido por correr.
Provavelmente percebeu que não teve movimento do meu carro, não disse nada, apenas dei risada pelo estado dele.
Seguimos o caminho conversando, eu estava nervosa por algum motivo, não é novidade, todo mundo curtia a one direction, até os mais velhos sabiam quem eles eram.
Ter contato com um deles assim, é uma coisa que qualquer pessoa no meu lugar desejaria, mas eu não estava pensando nisso, uau, é uma celebridade, mas também é uma pessoa.
Eu continuava me questionando sobre o motivo de alguém como ele querer isso, por que precisa que todos pensem que está apaixonado? Namorando?
Como ele seria? Seríamos obrigados a nos ver, ele seria legal longe dos outros? Somente atuaria e nada mais?
Fiquei me perguntando como ele faria isso, e também como eu faria. O estúdio não era tão perto, quase meia hora de onde estávamos, mas foi bom, bom para pensar.
Chegamos no lugar, saímos do carro. Bob me contava como a reunião seria rápida, me deu conselhos, disse que não precisava ser difícil, pediu para que eu me divertisse.
Estávamos chegando na sala, estavam conversando espalhados pelo ambiente, eu consegui enxergar através do vidro escuro, mas quando entrei percebi que não conseguia ver o lado de fora pelos vidros.
Todos nos cumprimentaram, a equipe não era tão grande, cinco pessoas incluindo Harry, que se virou imediatamente para me analisar.
- Elisabeth Portman, é um prazer. - Ele disse me estendendo a mão. Apenas cumprimentei, estava nervosa demais para falar qualquer coisa.
Todos sentamos ao redor da mesa, a partir dali eles explicariam como tudo isso iria funcionar.
- Nós vamos vazar a notícia de que vocês dois estão saindo, vão ser muito comentados, já que ambos tem muitos fãs, estamos com expectativas grandes, provavelmente vão querer muitas exclusivas, pressionar para falarem sobre o relacionamento. - Um homem falava, não faço ideia de qual seja o nome dele.
- Se isso acontecer, e sabemos que vai, está ótimo, significa que estão interessados em vocês. - Mary falava em seguida, ela se apresentou quando cheguei, por isso sei quem ela é. - Vamos começar de uma maneira bem sutil, sem paparazzis, tecnicamente vocês estão tentando manter o relacionamento privado.
- Como nos conhecemos? - Perguntei, a história não poderia ficar confusa. Percebi os olhos de Harry em mim.
- Em uma festa de aniversário privada, os dois conhecem pessoas em comum. - Não, não conhecemos. - Trocaram os números e aconteceu, o clichê de sempre. - Bob informava.
- E como isso vai ser feito? - Harry perguntava, parecia atento a tudo.
- Pensamos em colocar vocês na mesma academia, um jeito sutil, os dois podem ir treinar no mesmo horário, não precisam nem ir juntos, apenas se encontrem lá, podem postar uma foto com um dos dois aparecendo no fundo, ou a voz do outro aparecendo em algum vídeo. - Mary voltou a informar.
- A Internet vai fazer o trabalho por si só, vão começar a fazer suas teorias, e para deixar essas teorias mais fortes, vão sair para jantar amanhã. - O homem ao lado de Harry informava.
- Pensei que não iam envolver paparazzis por enquanto. - Me referi ao mesmo homem, mas foi Mary quem falou.
- E não vamos, mas aposto que vai ter alguma fã no mesmo restaurante que vocês, com certeza vai tirar fotos, em um estalar de dedos vão estar nos sites.
- Ok, vamos fazer isso. - Harry falou com o sotaque carregado.
* * *
- Então você vai ter que ir para a mesma academia que ele?
Eu estava falando com a minha irmã pelo celular, preciso compartilhar com alguém, e já que ela sabe sobre tudo isso, que seja.
- Sim, já que eu não vou à academia já faz um mês, decidiram que eu teria que mudar. - Revirei os olhos, mesmo que ela não pudesse ver.
- E ele é, legal? Sei la, ele parece ser. - Ela não sabe bem qual característica dar.
- Acho que sim, não conversamos, vou descobrir amanhã. - Fiquei observando minhas roupas no closet.
- Mudando de assunto, o que você acha sobre o bebê da Suzan? - Escutei um barulho, provavelmente ela estava deitando na cama.
- Eu acho que vai ser uma menina. - Sinceramente, eu falo isso desde que soubemos da gravidez.
- Não, vai ser um menino. - Ela sempre gostou de discutir.
* * *
Quando cheguei na academia, fiquei perdida, era muito maior do que a que eu frequentava, não quis nem saber quanto eu pagaria pela mensalidade.
Mas já que não foi uma escolha minha, espero que não seja mesmo eu quem esteja pagando.
Dei um breve "oi" para Harry, ele fez o mesmo, sempre sorrindo, caminhei com ele em direção a esteira.
Ele começou a correr loucamente, fiquei paralisada, jamais correria, andar é o suficiente.
Era simples, eu ia fazer um vídeo breve caminhando na esteira, e ele me chamaria pelo nome, nada de mais, como eu disse, simples.
- Ok, vamos fazer isso logo. - Abri a câmera do Instagram e comecei a gravar meus pés andando, o barulho de alguém correndo ao meu lado era alto.
- Você sabe que pode aumentar a velocidade não sabe? Parece que não está se mexendo. - Ele falou, olhei para ele, com raiva.
- Você que está muito rápido. - Falei debochada, era óbvio, estava ligada, ótimo, teríamos que fazer de novo. - Qual é o seu problema? - Perguntei irritada.
- O que eu fiz? - Ele perguntou sem entender, intercalando o olhar entre mim e a parede a frente, se concentrando para não cair.
- Você só precisava dizer o meu nome. - O informei mais óbvia possível.
- Você já estava gravando? Por que não me avisou? - Ele perguntou sorrindo, ou é um idiota, ou quer me provocar.
- Eu disse "vamos fazer isso logo". - Ele começou a rir debochado.
- E não era mais fácil dizer "vou começar a gravar agora"? - Olhei para ele com cara de tédio, estava prestes a descartar o vídeo. - Deixa eu ver. - Ele estendeu a mão, entreguei o aparelho a ele.
Depois de um tempo analisando o vídeo, ainda correndo, me entregou o aparelho e baixou a velocidade da esteira.
- Está ótimo, pode postar esse. - Fiquei olhando para ele incrédula. - Sua reação foi espontânea, assim como o meu comentário, vai funcionar.
Não disse nada, apenas joguei nas redes sociais, a Internet faria o resto.
Ficamos caminhando um ao lado do outros em silêncio, por vários minutos.
- Você fica bem nessas roupas. - Ele disse finalmente, fiquei sem reação.
- Obrigada? - Soou mais como uma pergunta.
- Ótima forma de agradecer. - Ele assentiu debochando.
- Sempre elogia as pessoas assim? - Perguntei porque entendi o comentário, não era bem da minha roupa que estava falando.
- Só a minha namorada. - Ele piscou para mim, revirei os olhos. - Ela parece meio brava, mas acho que é só charme.
- Ou ela realmente não é flor que se cheire. - Sim, começamos a falar de mim mesma como se eu não estivesse ali.
- Para a sorte dela, eu gosto bastante disso. - Fiquei sem reação de novo. - Você deve conhecer, Elisabeth Portman, uma gostosa de cabelos compridos e olhos castanhos, muito mais bonita do que me falaram quando a vi pela primeira vez.
Minhas bochechas coraram, ele me olhava fixamente com um sorriso debochado no rosto.
- Ok senhor Styles, eu vou praticar outros exercícios. - Já estávamos ali a dez minutos, não conseguiria mais ficar ali sem me sentir nervosa ao lado dele.
- Não vou durar se continuar me chamando de senhor Styles. - Ele cantarolou, ainda olhando para frente. Não respondi, apenas sai de perto.
Um clima tenso estava sobre mim agora, eu focava no que ele disse, e o motivo, estava treinando ou o que?
Quando terminei, ele estava me esperando no balcão, conversando com uma atendente, peguei as chaves, ele percebeu minha presença e entrelaçou nossos dedos, dando tchau para ela.
Óbvio, precisava ser bem feito, até na hora de sair da academia, fomos o caminho todo em silêncio, até chegarmos no meu carro.
- A reserva está marcada para às sete, é um restaurante italiano, você gosta? - Assenti. - Ok, eu vou te buscar, mas não sei onde você mora, então, por favor, anote seu número para eu poder mandar mensagem.
Peguei o celular dele para anotar.
- Obrigado Liz. - Ele disse sutilmente olhando para a tela.
- Liz? - perguntei segurando o riso, achei engraçado.
- Você não gosta que te chamem assim? - Ele pareceu não entender.
- Não é isso, é que ninguém me chama assim, geralmente é Eliza ou Beth. - Ele me olhou com um sorriso no canto dos lábios.
- Até mais tarde, Liz. - Ele piscou um dos olhos e se afastou, foi em direção ao carro.
Fiquei nervosa por um momento, eu estava sentindo um efeito diferente em mim, não sabia o que era ou que estava causando, talvez seja estresse.
* * *
- Harry Styles te chamou de gostosa? - Minha irmã falava animada, estávamos em chamada enquanto eu me arrumava.
- Exatamente com essas palavras, ele é nojento. - Falei ofendida, ofendida porque senti que ele falava o mesmo para todas.
- Pare com isso, Harry Styles te acha atraente, aproveite, você sabe o que eu quero dizer. - Absolutamente não, me envolver com ele seria o fim.
- Não Chloe, isso é um negócio, namoro por conveniência, não vamos nos envolver. - Não conseguia ver ela, mas posso apostar que revirou os olhos e fez uma careta.
- Eu dou dois meses para você, só porque é orgulhosa, se não eu daria menos. - Franzi o cenho, entendi certo?
- Dois meses para o que? - Perguntei séria.
- Para se apaixonar por ele, eu sei que gostou, ou não me contaria sobre hoje, e se vocês começarem a se curtir? Imagine só. - Ela falava animada.
- Eu já disse que não, não vamos começar a nos "curtir" - Fiz aspas mesmo que ela não possa ver. - Isso é um negócio, aposto que quando estivermos sozinhos ele não vai dizer nada. - Pelo menos é o que eu espero.
- Aposto com você que vai ser totalmente o contrário. - Ela se despediu e desligou.
Continuei me arrumando, eu tinha poucos minutos, só faltava a maquiagem, suave, nada muito exagerado.
Decidi usar um vestido azul-claro, todo colado no meu corpo, o tecido ia até metade das pernas, eu nunca usei, pensei que seria ótimo para a ocasião.
Nervosa, hoje as pessoas vão ter certeza, as fotos vão viralizar, isso é mais que uma suposição, todos vão saber que estamos juntos, e isso me deixa aflita.
Uma Lange Rover preta me surpreendeu, não sei porque, ele é rico. Não falamos nada durante o caminho todo, fiquei me perguntando se estava irritado.
Mas me surpreendi quando ele estacionou, virou seu rosto para mim e com um grande sorriso anunciou a chegada, parecia confortável, eu estava nervosa.
Ele entrelaçou nossos dedos e entramos, vai virar um costume durante os meses.
Fomos seguidos por olhares, nos sentamos na mesa encostada na parede, eu agradecia por isso, eu parecia escondida ali.
- Você já decidiu? - Ele perguntou depois um tempo mínimo.
- Ainda não, mas eu quero vinho. - Era mais uma sugestão do que uma exigência, ele pediu um vinho ao garçom.
Fiquei observando ele preencher nossas taças.
- Você mora em Londres? - Perguntei, ele parecia surpreso com a minha vontade de conversar, mas ficar calada não é uma coisa que eu costumo fazer.
- Sim, estou em um apartamento alugado em Los Angeles, resolvendo algumas coisas por aqui. - Ele pegou a taça para bebericar o vinho. - E você? Sempre morou em Los Angeles?
- Não, eu era de Boston, meus irmãos foram se mudando aos poucos, agora estamos todos aqui. - Quando digo todos me refiro apenas aos irmãos.
- Irmãos? - Ele parecia interessado na família, mas é claro que ele precisava saber.
- Dois, Chloe a mais velha, Dylan o do meio, e eu, a bebe da família. - Ele deu uma gargalhada discreta. - Apesar de ter perdido o cargo a um tempo.
- Tem sobrinhos? - Os olhos dele brilharam, deduzi que gosta de crianças.
- Minha irmã tem um filho de dois anos, e meu irmão vai ter um filho em breve.
- Não sabia que sua família era tão grande. - Ele me analisava. - Seus pais ficaram em Boston?
O garçom chegou com as nossas entradas antes que eu pudesse responder, esperei que ele saísse.
- Sim, moram em uma fazenda. - Ele fez uma cara de surpresa. - E a sua família? - Estou realmente interessada, nesse momento ele não parecia ser um babaca.
- Tenho uma irmã mais velha, Gemma, ela é irritante, mora bem perto de mim em Londres. - Revirou os olhos, fazendo piada, óbvio. - minha mãe mora na Inglaterra, em Holmes Chapel.
- Nunca ouvi falar. - Me concentrei no vinho, me sentindo uma idiota por ter dito isso.
- Fica em Cheshire. - Continuei olhando para ele, que abriu um sorriso ao perceber que eu ainda não sabia onde ficava. - Já esteve na Inglaterra?
- Não, mas pretendo um dia, é um país interessante. - De fato, sempre tive vontade de viajar para a Inglaterra.
- Prometo te levar um dia, talvez possa conhecer minha casa. - Com certeza aconteceria.
Ele não falou do pai, obviamente, todos sabiam, eu sabia.
- E você as visitas bastante? - Perguntei, já que saiu da turnê e veio direto para Los Angeles.
- Sempre que posso, eu não fico muito nos Estados Unidos. - Significaria uma viagem.
Ficamos nos encarando por alguns segundos, depois focamos a atenção para a comida a nossa frente.
- Tem uma garota tirando foto. - Eu estava tensa, mas foi como um aviso.
Minha mão estava sobre a mesa, ele a pegou com delicadeza, estava suada.
- Está nervosa? - Ele perguntou percebendo o suor nas minhas mãos. - Não precisa, são só fotos idiotas. - Ele me lançou um sorriso tranquilizador, sorri de volta, involuntariamente, ele deu um beijo no topo da minha mão.
Fiquei me perguntando se ele fez aquilo por que queria, ou para a garota poder tirar uma boa foto. Ele parecia ler os meus pensamentos.
- Fiz por você, não pela foto. - Ele não quebrou o contato visual, deu uma risada nasal ao perceber meu nervosismo.
Ele fez questão de pagar a conta, não discuti, ele estava me levando a um jantar e ficaria estranho se me vissem passando o cartão, já que em um encontro de verdade eu apenas concordaria.
Silêncio de novo, o caminho inteiro, eu não sabia bem o que dizer, e penso que ele também não.
Olhei para ele em forma de agradecimento antes de descer do carro, mas não disse nada.
Quando eu estava prestes a sair, ele tocou meu braço delicadamente, virei meu rosto para olhá-lo.
- Ficou linda com esse vestido, desculpe não ter dito antes, você me deixou tímido. - Harry Styles tímido? Ou melhor, eu o deixei tímido?
- Conta outra. - Falei rindo, ele não disse nada. - É sério? - Eu ainda custava a acreditar, ele estava flertando?
- Eu não costumo mentir. - Um sorriso sutil apareceu, apenas sai do carro e agradeci pela noite.
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