Sua expressão estava séria, mas seus olhos ainda me olhavam com ternura e eu me aproximei dele com rapidez.
— Claro, pode falar. - Assenti como a cabeça e me sentei na poltrona.
— Vamos embora daqui, amanhã. - Diz sem demora.
— O que? - O olho confusa. - John eu sei que você está magoado com o Tommy... - Sou interrompida.
— Hanna eu e toda a família quase morremos por causa dele! Se existe uma pequena chance de eu o perdoar, eu primeiro preciso ficar um tempo longe daqui. - Diz de forma rancorosa.
— Acha mesmo que essa é a melhor escolha? - Suspiro mostrando o compreender.
— Eu literalmente tive uma segunda chance e vou aproveitar. - Afirma com a cabeça. - Mas eu só posso fazer isso se você estiver comigo. - Vem até mim e se ajoelha, segurando minhas mãos. - Por duas vezes eu te deixei escapar, vamos deixar de ter medo e arriscar, agora eu sei que posso te fazer feliz. - Olho no fundo de meus olhos.
O olhar de John estava diferente, era como se eu pudesse ver o jovem apaixonado que tinha se perdido a muitos anos atrás. Com o passar dos anos John foi mudando é amadurecendo, então seu jeito de olhar mudou. Mas agora ele me olhava da mesma forma que aquele garoto de 16 anos, que vivia comigo pra cima e pra baixo.
— Um novo recomeço...Agora seria pra valer. - Balanço a cabeça positivamente. - A vida nos deu uma segunda chance John, está pronto para arriscar e vê no que dá? - Olho em seus olhos fixamente. - É agora ou nunca.
— Estou! - Ele se levanta. - Porque mesmo que não dure, mesmo que tudo dê errado e eu fique sozinho e miserável... - Fala enquanto anda em círculos. - A menor chance, de uma vida perfeita com você...É infinitamente melhor do que uma vida agitada sem você. - Para e olha pra mim. - E a coisa mais importante eu já sei, eu te amo Hanna.
Ouvi suas palavras com a maior atenção do mundo, era como se eu estivesse me sentindo no céu ouvindo tais palavras tão profundas e significativas. Ele estava disposto, estava disposto a largar tudo e arriscar por nós, e eu também estava. Não me importava nada, se eu tivesse uma pequena chance de ter um recomeço com John, eu iria sem nem pensar duas vezes.
— Hanna, você aceita embarcar comigo nessa jornada? - Sorri para mim.
— É claro que sim! - Corro até ele e o abraço, logo o beijando.
— Prometo que não vai se arrepender... - Ele diz entre alguns selinhos.
— Eu sei que não. - Sorrio olhando para ele.
Ele então coloca suas duas mãos em meu rosto e me beija intensamente, sorrindo entre o beijo eu o retribuo. Nós então nos abraçamos e ficamos de frente para a janela olhando a lua por um tempo, agarrada em John eu recebia seus carinhos em meu cabelo e sentia a luz da lua refletir sobre nós. Eu estava animada, nunca tinha feito tamanho loucura, viajar do dia para a noite, sem data de volta.
Por um lado a ideia me assustava, mas por outro eu me sentia feliz só de pensar que finalmente eu e John seríamos felizes e possivelmente após um tempo colocando as ideias no lugar, ele perdoaria Tommy e nós voltaríamos. Após um tempo fomos para a cama e nos deitamos, John de maneira manhosa me abraçou rapidamente, me causando alguns risos.
Ficamos por um bom tempo conversando e fazendo planos, iríamos viajar de navio, aproveitando todas as suas paradas turísticas. Sempre sonhamos com isso, com o dia em que viajaríamos e conheceríamos vários lugares juntos, e finalmente iria se realizar. Após muitos planos e risadas, acabamos por pegar no sono...
[...]
Desperto de meu sono sentindo algo em meu rosto, e assim que abro os olhos dou de cara com John deitado ao meu lado, acariciando meu rosto e mexendo em meu cabelo.
— Bom dia Sr.Shelby! - Solto um riso preguiçoso.
— Bom dia! - Ele solta um riso. - Preparada para um novo começo?
— Preparadíssima! - Sorrio e levo minhas mãos até sua nuca, o puxando para um beijo.
Ele retribui o beijo e me puxa pela cintura para si, colando nossos corpos. O beijo vai ficando mais quente e eu sinto as mãos de John descerem por minha coxa e irem até minha intimidade, aonde logo senti o seu toque, me causando um leve gemido. John foi me deixando cada vez mais excitada com seus toque repetitivos em círculos.
— Ah... - Falo baixo.
Soltando gemidos baixos eu jogo a cabeça para trás no travesseiro, sentindo os beijos de John por meu pescoço, enquanto o mesmo me agradava por baixo dos lençóis. Somos então interrompidos por alguém que batia de forma insistente na porta, tentamos ignorar, mas a pessoa não se calou.
— JOHN! HANNA! - Finn grita na porta. - Polly está chamando para o café! - O garoto avisa.
Ao ouvir os gritos insistentes do garoto, paramos o que estávamos fazendo e ao ver aquela situação broxante, comecei a rir.
— Que merda...! - John diz nervoso. - JÁ VAMOS FINN! - Ele grita.
— Continuamos mais tarde. - Digo o provocando com um selinho e me levanto.
Me levanto e vou logo fazer minhas coisas, John ficou por um tempo na cama de forma frustada, o que me fazia rir, mas logo se levantou também. Fizemos nossos higienes como de costume e trocamos de roupa. Enquanto eu colocava meus brincos sentada em frente a penteadeira, John arrumava a gola de sua camisa logo atrás de mim.
— Quem conta eu ou você? - Diz me olhando pelo espelho.
— Você conta e eu dou apoio. - Coloco o segundo brinco. - Acha que eles vão concordar?
— Eles vão entender, somos estão mais distantes depois do que aconteceu, cada um vai lidar com a situação da sua maneira. - John comenta. - Mas uma coisa é certa, vai levar um tempo pra tudo voltar a ser como antes, se voltar. - Suspira e coloca as mãos em meus ombros.
— Como alguém que já se decepcionou algumas vezes com o Tommy, eu entendo como estão sentido. - Coloco a mão por cima da sua. - Mas de uma coisa eu sei, Tommy ama essa família e nós somos tudo o que ele tem.
— Espero voltar a pensar assim também. - Diz olhando para o espelho.
Nos levantamos e então saímos do quarto, descemos as escadas e fomos em dinheiro a sala de jantar aonde provavelmente todos estavam. Assim que entramos todos nos olham e sorriem de forma singela, assim que vou passando por suas cadeiras eu os cumprimento com um toque e um sorriso. Assim que sento a mesa, levo meu olhar até Tommy que estava sentado na ponta, diante de todos.
— Bom dia! - Sussurro para ele e sorrio.
— Bom dia Hanna. - Ele sussurra de volta e sorri levemente.
O clima estava nitidamente estranho, nem parecia um café da manhã da família Shelby, poucas palavras e nenhuma sintonia sequer.
[...]
Já estávamos a um tempo ali e tudo continuava na mesma, por diversas vezes eu tentava descontrair, puxar assunto, mas as tentativas sempre eram falhas. John pareceu não aguentar mais aquela situação e resolveu contar tudo logo, me pegando completamente de surpresa.
— Eu tenho algo pra comunicar. - Ele diz.
— Diga John. - Arthur diz interessado.
— Eu e Hanna resolvemos viajar por um tempo, e não sabemos ainda quando vamos voltar. - Ele diz sem demora.
— Pra onde vocês vão? - Ada pergunta.
— Pegaremos um daqueles navios turísticos e iremos aproveitar cada parada. - Respondo.
Passei meu olhar por todos na mesa, Ada pareceu entender e por sua expressão achou uma boa ideia, talvez ela fosse fazer o mesmo. Arthur parecia apreensivo, provavelmente pela relação de seus irmãos que não estava muito boa, Polly também pareceu entender. Meu último olhar caiu sobre Michael que de canto me olhava, pareceu não quer gostado nada da notícia.
— Vai ser bom, vocês precisam de um tempo só para vocês. - Polly diz.
— Que bom que vocês entendem. - John responde enquanto leva sua xícara até seus lábios.
— Tommy? - Chamo pelo mesmo.
— Também não vejo mal algum, vocês merecem esse tempo. - Ele olha pra mim.
Tommy diz olhando pra mim e sorri, assim que ele desvia para olhar para John, os dois se encaram por meros segundos e depois desviam o olhar. Era ruim os ver assim, eles nunca tinham tido uma briga tão séria, mas eu sabia que tudo o que Tommy mais queria era o perdão de seu irmão.
Terminamos então de comer e como esperado cada um foi resolver seus assuntos. Olho pela janela e vejo que John já estava lá fora me espetando-nos em frente ao seu carro, mas antes de ir eu decido ir ao escritório de Tommy me despedir. Bato na porta três vezes e logo ouço um "entra" vindo de dentro do cômodo.
— Hanna? Pensei que já tivesse ido. - O mesmo me olha surpreso.
— Achou mesmo que eu iria sem me despedir? - Digo me aproximando com os braços abertos.
— Mesmo depois de tudo você ainda continua aqui. - Ele vem até mim e me abraça fortemente.
— Por favor se cuida, ta? Eu prometo que sempre que puder eu vou ligar. - Digo me aconchegando em seu abraço.
— Eu vou tentar. - Ele ri.
Ouço então John buzinar duas vezes me chamando e então separamos o abraço. Com mão em seu ombro eu o olho e suspiro em sinal de adeus, ele então sorri levemente e eu faço o mesmo. Me afasto então e começo a andar em direção da porta, mas antes que eu pudesse sair o mesmo me chama.
— Hanna. - Me chama e eu me viro. - Cuida dele pra mim, ta? - Se refere a John.
— Pode deixar. - Assinto sorrindo. - Em breve estaremos de volta.
Saio e caminho para o lado de fora da casa, vou em direção a John que estava encostado no capô do carro com os braços cruzados.
— Vou passar no The Empire? - Ele pergunta.
— Sim, marquei de encontrar o Ethan e a Tia Charlotte lá. - Assinto. - A Emma se ofereceu pra fazer a minha mala, então provavelmente de lá vamos porto.
— Enquanto isso eu vou resolver umas coisas também. - Se desencosta do carro e vem até mim. - Nos vemos lá então? - Coloca uma mecha de meu cabelo para trás.
— Nós vamos lá Sr.Shelby. - O provoco lhe dando um selinho.
Ele sorri me olhando de perto e então entramos cada um em seu carro. Saímos ao mesmo tempo e dirigimos juntos até certa parte do caminho, até seguimos estradas distintas.
[...]
Chego em frente ao The Empire e estaciono o carro na vaga de sempre. Adentro ao estabelecimento e subo para o meu escritório, assim que entro no mesmo vejo que todos já estavam lá, inclusive Emma com minha mala.
— Vai viajar? - Ethan pergunta.
— Sim, eu e o John. - Afirmo.
— Uii uma viagem de casal! - Tia Charlotte ri.
— Mas assim do nada? - Ethan pergunta confuso.
— Vocês sabem que os Shelby não estão muito bem. John e Tommy estão brigados e o John acha que vai ser bom passar um tempo longe de tudo. - Explico.
— Espero que eles se resolvam logo. - Ethan diz de maneira compreensiva. - E quando vocês voltam?
— Acredito que daqui a alguns meses. - Digo pensativa. - Tudo bem? - Olho para ele.
— Eu vou apoiar qualquer decisão sua. - Me abraça. - Só quero que você esteja feliz e eu sei que essa viagem vai fazer bem pra vocês dois.
— Os dois passaram por muitas coisas nos últimos meses, vocês merecem essa folga dessa loucura aqui. - Tia Charlotte diz.
— Ai eu vou sentir tanta saudade de vocês! - Puxo os três para um abraço.
— Vê se não some em! - Emma diz me apertando.
— Sempre que eu puder vou ligar. - Solto um riso.
Ficamos por um tempão ali conversando, Tia Charlotte me dava dicas de lugares para visitar, enquanto Ethan e Emma pareciam dois pais preocupados. Com a ajuda de tia Charlotte e Emma, eu troco de roupa. Opto por vestir um vestido lilás, que possuía algumas flores desenhadas por seu comprimento. Um par de sapatos cinza, que possuía um material um tanto brilhante e por cima visto um casaco de pele.
Olho para o relógio e vejo que já estava na hora de ir, o navio sairia no final da tarde. Ethan se ofereceu para me levar até lá e eu aceitei, em frente ao carro eu me despeço de tia Charlotte e Emma, enquanto Ethan colocava a mala no carro. Após toda aquela despedida eu entro no carro e Ethan segue para o porto, que ficava um tanto afastado dali.
[...]
Chegamos então até a entrada, aonde os carros ficavam e Ethan me ajuda a descer a mala do carro.
— Se cuida, ok? Qualquer coisa me liga. - Passa a mão por meu casaco, o arrumando.
— Pode deixar, você também trate de se manter bem e saudável! - Sorrio. - Qualquer coisa me liga.
Nos abraçamos e ele me aperta fortemente, como se não quisesse me deixar ir, Ethan era muito protetor. Nos despedimos e eu pego minha mala, seguindo pela ponte que me levaria até o navio que estava a alguns metros de distância. Quando vejo que já estou a uma boa distância do mesmo, olho para trás e aceno para ele, e ele retribui acenando e sorrindo.
Chego então até o lugar que o navio estava e sigo a grande multidão que fazia uma fila. Como combinado eu e John iríamos nos encontrar lá dentro, como se estivéssemos "nossa conhecendo" novamente, um novo começo. Fiquei por um tempo na fila até finalmente minha vez de entrar chegar.
Sigo então pelo corredor do navio com minha mala, até me distrair pela linda visão do mar, me aproximo da proteção e me apoio, olhando para o horizonte, aonde o sol estava se pondo. Minha atenção então é chamada por um assobio e assim que olho vejo John se aproximar. A luz do por do sol batia contra o seu rosto, fazendo com que ele ficasse ainda mais bonito e o azul de seus olhos ficassem mais brilhantes.
— Olha ai, o mundo girando e gente se esbarrando outra vez. - Abre um sorriso de ponta a ponta.
— E cá estamos nós de novo. - Abro os braços sorrindo.
— Eu confesso, quando te vi a paixão veio a tona, o meu corpo tremeu. - Fica de frente pra mim. - O tempo passou, a vida mudou, mas eu continuo seu... - Levo sua mão até meu rosto. - Ainda sou o mesmo garoto apaixonado. - Sussurra, colando nossas testas.
— Ainda não acredito que estamos fazendo isso. - Sorrio.
— A partir eu prometo nunca mais sair do seu lado, nunca! - Fecha os olhos.
— Eu te amo, John Shelby! - Afirmo e o beijo.
Enquanto nos beijávamos entrelaçamos nossos dedos, estávamos tão felizes, aquilo tudo parecia um sonho e eu jamais queria acordar.
— Vamos, eu vou te mostrar o nosso quarto! - Diz animado.
O mesmo então permanece com nossos dedos entrelaçados e com a outra mão pega minha mala. De forma animada ele então me guia pelo navio, que já era conhecido por ele. Chegamos então em nossa suíte, assim que entro olho ao redor e admiro cada detalhe, ela era grande e espaçosa, seus móveis eram finos e pareciam ser caros, e possuía até uma área externa.
— Olha essa vista! - Corro para o lado de fora.
— Gostou? - Ele pergunta.
— Eu amei John! Eu amei! - O abraço animada.
— Já estava praticamente de noite, a melhor parte é quando anoitece. - Ele se encosta na porta. - Vou sair e deixar você se arrumar.
— O quer dizer? - O olho desconfiada.
— Ouvi dizer que as noites por aqui são agitadas, vamos aproveitar como se não houvesse amanhã! - Sorri de forma travessa e abre a porta. - Te vejo daqui a pouco no salão principal Sr.Hanna. - Imita um sotaque nobre.
— Estarei lá Sr.Shelby! - Faço uma reverência.
Caíamos então na risada e ele sai do quarto. Entro novamente no quarto e fecho a porta da área externa. Pego minha mala e a coloco em cima da cama, eu precisava escolher meu melhor vestido para essa noite, digno de uma noite no navio...
E ai? Gostou? O que está achando da história até agora? Por favor, vote e comente!🥰
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⚠️Lembrando que pela história estar em sua reta final, as coisas podem acontecer mais rápido e podem haver constantes quebras de tempo nos próximos capítulos!✨