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hartmannvieira: 🤫
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- Gabriel Narrando -
Hoje eu tive que vir para Vassouras, município aqui no Rio, a distância não era longo porém acordei bem cedo e no caminho fui revisando algumas coisas. O meu papel hoje aqui era tentar reduzir no número de querelantes no processo da farmacêutica, tinha que me encontrar com elas e oferecer uma proposta para a desistência do processo. Era fácil? Nem um pouco, algumas nem queriam falar comigo e me viam como um vilão por representar a farmacêutica.
- Os meus pais não deveriam participar da conversa? - perguntou receosa
- Na verdade não - falei olhando pra ela - Você já tem 18 anos e pode resolver os próprios assuntos
- Entendi - falou e eu abri a pasta pegando os papéis
- A proposta que estamos fazendo é essa - falei e ela pegou o papel, leu por um tempo e me olhou rindo sem humor
- Só isso? - perguntou incrédula - Eu tenho crises de epilepsia por conta do remédio de vocês
- Vocês não provaram isso - falei simples - Isso aqui é a prova do bom coração do meu cliente
- Bom coração? - arqueou a sobrancelha
- Sim, ele resolveu ajudar vocês - falei e ela assentiu - Ele não tem obrigação nenhuma de fazer isso e está fazendo em solidariedade
- Em solidariedade o advogado está cuidado muito bem da nossa ação - falou simples
- Ele não está cobrando agora, senhorita Torres, mas se vocês vierem a ganhar a causa o valor que ele irá pedir é exorbitante - falei olhando pra ela
- Isso é você que está dizendo - retrucou irritada
- Basta uma pesquisa - falei e recolhi os papéis - 250 mil e você desiste do processo, não aumentaremos o valor e você pode até não aceitar, mas caso perca a causa no tribunal não levará um real
- Nós podemos ganhar - falou e eu ri, guardei todos os papéis na minha pasta e me levantei
- Esse processo será longo, você não faz ideia do que é passar anos com um processo se arrastando, todo o desgaste que você terá - fechei o meu paletó e peguei a minha pasta - E mesmo que por uma obra divina vocês ganhem, o valor não será pago imediatamente, na verdade é tanto recurso e surpresas que vem em um julgamento que pode passar anos e anos até que vocês cheguem a receber algo - dei uma pausa - Sem falar na crise que o país está, né? Se a empresa falir aí mesmo que não ganham nada. Enfim, nos vemos no tribunal, obrigado pela atenção
- Não, espera - falou e se levantou rapidamente
- 250 mil? - perguntou e eu assenti - Será pago em quantas parcelas?
- Será pago em uma única vez - falei e ela suspirou
- Tudo bem - passou a mão no rosto e percebi que as mãos dela tremiam, era uma das sequelas além da crise de epilepsia, tremores e alguns tics no rosto - Eu aceito
- É uma boa escolha - falei e voltamos a nos sentar para ela assinar o acordo, apertei a mão dela após a mesma assinar e saí, vi o carro com o investigador do escritório e logo entrei
- É aí? - perguntou assim que eu entrei no carro
- De 15 reduzimos para 7 - falei e peguei o celular - E você? Conseguiu?
- Com certeza - me entregou a câmera e logo eu vi as fotos que eu queria
- Estão ótimas - sorri satisfeito - Vamos investigar a situação mais a fundo e assim que tivermos tudo nós iremos acabar com o julgamento
- Você vai expor uma adolescente de 15 anos em um tribunal - falou e eu devolvi a câmera - É uma lugar pequeno e todo mundo ficará sabendo
- Não, eu irei ganhar um caso - falei simples - E não tenho culpa se ela está mentindo
- Você é igual ao seu avô - riu baixo- Parece que eu estou ouvindo o próprio Tubarão falando e que Deus tenha piedade de quem cruzar o seu caminho em um tribunal
- Obrigado pelo elogio - falei e ele riu
- Azar dos adversários - concluiu rindo
Só fui chegar em casa na parte da noite, estava muito cansado, ainda precisei ir no escritório entregar toda a papelada e passar para o meu cliente o número de acordos que eu fiz. Assim que eu cheguei tomei um banho demorado, coloquei uma calça de moletom e peguei uma sacola com algumas coisas, meu celular e quando eu peguei vi o nome da Lara.
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Lara: o atleta nem sonha em conseguir isso
Lara: mas a sedentária aqui consegue
Gabriel: o que?
Lara:
Gabriel: CARALHO
Gabriel: me machuquei só de ver
Gabriel: voltou para as aulas?
Lara: sim, estava morrendo de saudades
Gabriel: fez bem, e caralho você manda bem
Lara: obrigada
Gabriel: vou tentar fazer as pazes com o meu irmão e depois te mando mensagem, tá?
Lara: tá bom
- Whatsapp Off -
- Posso entrar? - perguntei ao abrir a porta porém o mesmo nem se mexeu, continuou com os olhos no celular, entrei e fechei a porta, me sentei na cama e olhei pra ele - Eu sei que vacilei contigo, prometi e não cumpri, e sei também que você está magoado e saber disso me deixa triste e puto comigo mesmo
- Se você não queria era só ter falado, eu ia entender de boa - falou dando de ombros e me olhou - Sei que deve ter um monte de coisas mais interessantes pra fazer do que ficar comigo
- Não, não tem - falei sincero - Por mais que eu odeie admitir eu comecei a entrar numa especial de sexo e bebida que se eu não frear vai dar merda, e por um prazer momentâneo eu deixei algo que eu realmente gosto de lado
- Deve ser muito bom sexo e bebida - falou e eu ri fraco
- É sim - concordei - Mas tem que ser na medida
- Pode ser - falou pensativo
- Me desculpa? - perguntei olhando pra ele
- Desculpo - falou e eu me levantei abraçando ele
- Comprei pra você - falei e entreguei a sacola
- O tênis da Prada que eu queria? - perguntou e logo abriu - Caramba é o tênis
- Eu tenho 24 anos e vou ter que mentir para o papai por causa desse tênis - falei e fiz careta - Se ele vier te perguntar você apostou comigo, ganhou e eu te dei o tênis
- Por causa do meu limite mensal, né? - falou e eu ri baixo
- Sim, ninguém mandou você se empolgar - falei e o mesmo negou com a cabeça
- E aquela menina? - perguntou de repente
- Que menina? - perguntei e ele colocou o tênis
- Que você disse que se virasse algo a mais iria me contar - falou e eu lembrei da Lara
- Nós estamos ficando - falei e ele se levantou, foi até o closet, provavelmente para se olhar no espelho, e voltou rapidamente
- Sério? - perguntou e eu neguei
- Nem conversamos sobre isso - falei e ele se sentou para tirar o tênis - Tá cada um vivendo a sua vida
- Eu acho isso meio estranho - opinou e eu ri baixo
- Eu? - perguntei e ele negou
- Todo mundo - falou simples - Se conhece, começa a ficar e simplesmente faz de tudo para não virar algo sério
- Nem sempre as pessoas querem um namoro - falei óbvio - Ou preferem se conhecer primeiro
- Mas e aqueles que vivem como namorados e nem são namorados? Aqueles que eu digo é a mamãe e o papai - falou e eu ri - A história deles até o pedido de namoro é isso
- Uns não querem firmar pra não ter o lado ruim de um namoro e outros acham que não precisam de um pedido - falei e ele assentiu - O papai era o segundo
caso
- E tem que ter pedido? Loucura - falou e eu ri
- Segundo a dona Alice tem que ter - falei simples
- Bobeira - negou com a cabeça
- Lara Narrando -
A minha bisa voltou ontem de viagem e hoje ela veio passar o dia aqui em casa e dormir com a gente, era incrível como a saúde dela tinha melhorado.
- Deu certo - gritei animada quando virei o bolo e o Vi riu alto
- Depois de quase incendiar a casa - falou e pegou a panela com a calda de brigadeiro
- O importante é que deu certo - nossa bisa falou e eu peguei a panela da mão dele e despejei a calda
- Espero que esteja bom - Vi falou e eu peguei prato com o bolo, saímos da cozinha e fomos até o jardim, coloquei em cima da mesa
- Não é que deu certo - minha mãe falou sorrindo e nos sentamos
- Ela fez direitinho - bisa falou sorrindo
- Pelo menos o dom de fazer bolos herdou da mamãe - Vi falou rindo e o meu pai apareceu
- Era o quê? - minha mãe perguntou e ele se sentou
- A mamãe chamou a Clarice desesperada e disse que elas precisavam preparar a minha festa surpresa de aniversário - falou e a bisa começou a cortar o bolo
- O ponto positivo é que esse dia será muito feliz pra ela - bisa falou olhando pra ele - O aniversário de um filho é muito especial pra gente
- Isso é verdade - concordou - Pelo menos isso
- O bom da vovó é que o único problema dela de fato é o esquecimento - Vi falou e eu concordei - Hora ou outra muda de época
- As vezes fugir da realidade deve ser bom - falei e a bisa concordou
- Ah, me lembrei - falou de repente - Luan falou que antecipou a volta
- Desde dezembro que vejo ele - Vi falou - Saudades
- Tomara que ele fique mais tempo - falei e comi um pedaço do bolo
- Tomara que ele me dê logo um bisneto e vocês lá na frente um tataraneto - bisa falou e eu ri
- O Luan não vai ter filho nem tão cedo - falei rindo
- Sim, está curtindo a vida e se vier é no susto, e será o susto - minha mãe falou rindo
- Tem que aproveitar mesmo - Vi falou óbvio - Além de milionário o cara tá famoso, queria eu um monte de mulher em cima de mim
- Claro - ironizei e eles riram