Astromélia || H.S || Complete

By loveficsgirl

17.2K 3.6K 7.4K

1960's and 1970's Aaliyah acaba de perder seu irmão em uma abordagem policial, ele era sua única família em... More

» Notes
» Epigraph and Cast
» Prologue
» 01
» 02
» 03
» 04
» 05
» 06
» 07
» 08
» 09
» 10
» 11
» 12
» 13
» 14
» 15
» 16
» 17
» 18
» 19
» 20
» 21
» 22
» 23
» 24
» 25
» 26
» 27
» 28
» 29
» 30
» 31
» 32
» 33
» 34
» 35
» 36
» 37
» 39
» 40
» 41
» 42
» 43
» Epilogue
Agradecimentos
» Bônus Aaliyah I
» Bônus Aaliyah II
» Bônus Harry (Final)

» 38

180 56 101
By loveficsgirl

Harry

23 de Março de 1975

No dia 13 de Março de 1975 Aaliyah deu à luz. Uma menina chamada Isabel em homenagem a sua mãe. Aquilo me destruiu completamente, porque desde que ela se foi, eu não consegui tirar ela da minha cabeça e ainda não consigo fazer isso. Porém, de alguma forma ela está seguindo em frente.

Enquanto eu estou certo de que nunca vou amar novamente como amei Aaliyah. O amor não vem assim espontaneamente como as pessoas dizem que vem, um amor à primeira vista e aquele clichê de conto de fadas. Não é exatamente assim.

O amor é uma construção, o amor é compartilhar a dor e a alegria, estar na saúde e na doença. Até que a morte nos separe. 

Eu não precisei entrar na igreja com Ally para saber sobre essas promessas, é isso que um casamento é, uma promessa de construir uma relação a partir do amor compartilhando toda uma vida de aprendizado, compartilhando experiências, tanto das quedas como das conquistas. Um casamento é sobre lealdade e honestidade.

E eu tive a capacidade de quebrar isso com Henderson, de rachar e quebrar aquilo que construímos e isso foi capaz de fazer ela ir. Com isso, eu me fechei ao amor, porque tudo que guardo sobre ele é sobre Aaliyah e ela é divina para mim.

Ainda me machuca um pouco ter ela aqui dentro. Portanto, eu estou trabalhando para machucar menos e manter ela aqui dentro como algo bom.

Ela sempre foi algo bom para mim, se Aaliyah se tornar o veneno, qual seria o sentido disso tudo?

— Baby, você é uma gracinha dormindo — escuto a voz de Ethan. 

Acordei faz pouco, mas continuei com os olhos fechados. Não queria abrir os olhos e ter que lidar com um arrependimento.

Porém, Ethan Coen já percebeu que eu estou acordado. O homem dos olhos azuis toca seus dedos no meu braço e beija minha bochecha.

— Eu estou de ressaca — resmungo, não é mentira. 

— Posso te ajudar com isso, rabugento — diz e distribui beijos pelo meu braço. Suspiro e logo Ethan está em cima de mim. 

Só que eu não quero nada disso agora, empurro o homem e ele se deita no colchão.

— Eu vou embora, não deveria ter passado a noite aqui — digo e me sento na cama. Vejo a cômoda de Ethan suja de cocaína e eu não usei ontem. Quer dizer, eu coloquei apenas uma das balinhas na boca, mas a cocaína não.

Isso não faz muita diferença agora e quando o Franklin souber disso vai acabar comigo. Bem, se ele já estiver de volta. Stuart tinha viajado e não me disse para onde iria. Sei muito bem que quando ele viaja assim, é porque vai ver Aaliyah e recentemente ela teve um bebê, a Isabel, então ele deve estar com elas.

Como Frank não estava por perto e tiramos semanas de folga das apresentações, devido ao Grammy que ocorrerá semana que vem.

De todo modo, eu aproveitei para ir em um clube gay e encontrei Ethan. Algumas bebidas e eu acabei na casa dele em Santa Mônica. Foi bom, mas me deixou mais chapado do que sóbrio e eu não posso afirmar se eu realmente gostei de ter feito sexo com ele. Na real, queria sentir qualquer coisa e acabei não sentindo nada.

Estou mesmo ferrado e me afogando nessa realidade drástica sem minha alma gêmea, mesmo me tornando membro da banda de Rock mais bem paga do mundo.

— Harry, querido — Ethan me chama usando um tom suave. Ele beija minhas costas e fecho meus olhos.

Não vou conseguir continuar com isso, então me levanto.

— A gente se vê por aí, Coen.

{•••}

Quando cheguei em casa, eu simplesmente voltei a dormir. Fiquei em meu quarto até Kiuanne bater na porta e dizer que Franklin estava aqui.

Encontrei meu amigo na minha sala de jogos e ele estava olhando para minha prateleira com uma réplica de miniatura de carros. Principalmente de Mustang.

— Legal não é? — Digo e Frank se vira me encarando. — Amanhã vou comprar outro Mustang. O que acha do 67?

— Simon disse que te viu perto de um clube gay. Você tem que ser discreto, Harry.

— Simon me viu? Pensei que ele tivesse ido com você para servir de doula para Aaliyah também.

Franklin suspira.

Tenho noção do que falei depois de ter falado, então eu suspiro também. Puxo a cadeira e me sento.

Me sinto estressado e queria fugir dessa agitação que está dentro da minha cabeça. O trabalho ocupa minha mente, quase não penso sobre Ally quando estamos na estrada, mas ela teve um bebê e nós perdemos o nosso Brian.

O nosso menino lindo.

— Elas estão bem? — Minha voz quase não sai e escuto Stuart respirar fundo.

— Estão sim — responde simples, mas eu quero saber sobre mais coisas.

— Bruno, trata Aaliyah bem? Digo, ela reclama dele?

— Harry — Frank começa a falar e suspira desistindo. Olho para ele e esfrego meu rosto.

— Me responda, apenas isso.

— Eles se dão bem.

Aceno com a cabeça e me levanto.

— Vai aproveitar seus dias de folga com seu homem, Franklin.

Olho para meu amigos e seus olhos escuros me encaram preocupados. Ele se aproxima de mim e deixa sua mão em meu ombro.

Nós temos quase a mesma altura e apesar de tudo que passamos, de todos os meus erros. O olhar que Stuart tem para mim é de compaixão. Ele é o meu melhor amigo e eu estou sendo um pé no saco durante esses anos.

Entretanto, nem sempre eu tenho esses dias ruins. Algumas vezes, eu consigo ir bem pelo meu caminho. Só que eu pareço um viciado e quando a recaída chega. Me sinto insuportável, dói demais e sinto que estou apenas me afogando.

Hoje é um desses dias.

Ontem também foi.

Nunca pensei que o amor pudesse ferir tanto, mas eu vou encontrar um jeito de arrumar isso. Tenho que encontrar. Entretanto, hoje eu só consigo sentir saudades de Aaliyah e da vida brilhante que tínhamos.

— Harry, você não está sozinho — Stuart diz e um pequeno sorriso surge em seus lábios. — Vem ficar lá com a gente hoje. Semana que vem é o Grammy e estamos todos ansiosos.

Entendo isso eu estou ansioso também, afinal, fomos indicados. Aaliyah também foi. Inclusive, ano passado ela ganhou quatro das cinco categorias que concorreu. Ficou entre as mais premiadas da noite e eu me senti extremamente feliz e orgulhoso dela. Aaliyah está moldando a sua própria imagem como a primeira Musa do Rock and Roll.

Um império musical que apenas ela é capaz de fazer. As pessoas finalmente estão reconhecendo isso e esse ano ela foi indicada novamente. Ela recebeu seis indicações, a segunda artista mais indicada. No entanto, devido a Isabel é bem pouco provável que ela apareça na cerimônia. 

Aaliyah seguiu em frente, ele apenas seguiu.

— Frank, sabe às vezes imagino que se Aaliyah tivesse morrido. Eu poderia estar lidando melhor.

— Harry, não fala isso — meu amigo reprimi e eu nego com a cabeça.

— Eu estou tão cansado desse sentimento, Frank.

Desabafo, mas é a verdade. Saber que ela está bem, em outro lugar com outra pessoa é torturante. Porque eu não consigo me sentir pronto para nenhum relacionamento.

Franklin fica ao meu lado, ele é o ombro amigo que eu preciso nesse momento. Sem julgamentos e sem conselhos. Apenas o meu amigo ali para mim, sendo um amigo. Alguém que eu sei que não vai me deixar ir mais para o fundo.

Não quero me afogar nesse drama, não mais, pois eu quero voltar a me sentir para cima por mais tempo. Quero voltar a ser honesto comigo, eu estou em uma boa fase da minha carreira. Viajo pelo mundo com a banda, nosso disco fez sucesso e as pessoas realmente gostam da gente. Além disso, nesse ano iremos para Tóquio. Também vamos para Europa novamente, será um ano cheio de viagens e eu tenho que estar sendo honesto comigo para aproveitar esse momento brilhante que eu conquistei.

— Quando Aaliyah estava em trabalho de parto. Ela estava sentido muita dor, porque quis um parto em casa — Frank começa a falar e olho para meu amigo. — Nesse momento, ela te chamou.

Não acreditei. Então Franklin continua:

— Aaliyah te chamou chorando. Ela disse: Frank, por favor, eu preciso do Harry. Não vou conseguir sem ele. Eu amo ele e era para ele estar aqui. Frank chama ele, por favor.

— Ela se lembra disso?

— Não sei, não perguntei. A questão toda é que, vocês dois merecem o amor. E se Aaliyah estivesse morta, vocês não teriam a oportunidade de uma segunda chance.

Sinto meu coração acelerar escutando aquilo. Era uma sensação diferente, não era tão dolorosa, também não me sentia curado.

Na verdade, eu queria pegar o primeiro avião para o Havaí agora mesmo.

A ansiedade queima o meu peito e imaginar que Ally chamou por mim, apenas faz com que eu sinta arder mais ainda.

Contudo, ela acabou de se tornar mãe.

Não quero fazer bagunça e eu já estou aqui, esperando por quase quatro anos. Talvez eu possa esperar por mais um, sinceramente, posso esperar minha vida toda por ela.

29 de Outubro de 1975

Honestamente, eu demorei algum tempo para entender que não foi apenas o beijo de Cherry que magoou Ally daquele modo anos atrás. A falta de atenção que ela recebia nos últimos meses que estivemos juntos também a feriram, todos esses anos fingindo não estar com ela, porque a minha imagem de homem solteiro vendia e ainda vende mais, também foi algo que a magoou. Para mais, as revistas nunca elogiaram Aaliyah comigo na mesma frequência que suporão aquele relacionamento com Cherry.

Aaliyah foi a pessoa mais negligenciada da banda. Ela foi a mais desrespeitada e a menos protegida e eu não lutei com ela para mudar isso.

Não foi apenas o beijo que feriu Aaliyah e sim todas essas feridas que foram crescendo e ficando mais profundas ao longo dos anos e nós perdemos Brian. Perdemos nosso menino e essa é uma ferida que ainda sinto arder em mim, não cicatrizou totalmente. Me pergunto como essa ferida anda em Aaliyah.

Porém, eu a perdi por um acúmulo de feridas e sinceramente isso dói bastante em mim. Pois, a minha maior ferida é não tê-la.

Só que desde que Frank disse que ela chamou por mim quando foi ganhar Isabel. Me senti com esperanças de que talvez, quando nós nos encontrarmos novamente, seja daqui um ano ou dois. Quem sabe na próxima vida, as coisas possam funcionar como deveriam e se eu tiver essa segunda chance não vou ousar machucar ela como fiz antes.

Prometi que não a machucaria, quebrei essa promessa uma vez, quebrá-la pela segunda vez seria tolice minha.

— Tio Harry — Duncan me chama e olho para ele. — Podemos tomar chocolate quente agora?

— Podemos sim — digo e ele sorri para mim.

O meu sobrinho tem o mesmo sorrio que Gemma. O cabelo continua ruivo e os olhos da cor verde musgo são brilhantes. Duncan é um menino extraordinário que adora nadar. Só que nesse dia frio de outono eu estou com ele no parque.

Entretanto, para entender todo o contexto, a minha irmã se mudou para Washington, porque não estava tendo muitas chances na Inglaterra. Minha mãe veio com ela. Aqui eu comprei um lugar para elas. Gemma trabalha em uma empresa de móveis. O salário é bom e ela consegue se virar muito bem lá.

No início queria que elas fossem para Califórnia para ficarem mais perto. Porém, Gemma disse que em Washington teria um emprego garantido.

Não consegui convencer ela do oposto.

Enquanto isso, minha mãe fica cuidando de Duncan. Hoje, mas hoje ela tirou um dia para descansar e eu estou passeando com ele.

Estou em Washington devido a minha agenda de shows e por isso decidi visitar minha irmã, minha mãe e meu sobrinho. Está sendo bom passar esse tempo na estrada, estou distraindo minha mente e também estou escrevendo algumas canções novas.

Agora, eu estou curtindo um tempo com minha família, o que vem sendo bom também. Minha irmã e minha mãe são pessoas gentis e carinhosas comigo. Enquanto ao meu sobrinho, ele é um menino inteligente de sete anos. Dessa forma, é apenas divertido ficar com ele, principalmente porque Duncan me faz rir facilmente. Inclusive, quando ele não consegue dizer palavras difíceis ou quando ele confunde as palavras de forma uma frase engraçada.

É um bom menino.

Ao entrarmos na lanchonete, Duncan se senta perto da Jukebox.

— Tio, você gosta do seu trabalho? — Pergunta e sorrio.

— Eu adoro meu trabalho, Duck.

— Quá-Quá.

Sorrio.

— E se eu te chamasse de Duque?

— Vou poder ter um castelo?

— Oh sim! O maior que pudermos construir — falo e sorrio vendo os olhos dele brilharem.

— Que legal! — Grita empolgado e solto uma risadinha. Em seguida, peço para ele diminuir seu tom explicando que ele pode incomodar as outras pessoas.

Em resposta, meu sobrinho fica olhando para a janela da lanchonete. Fico olhando para ele, mas logo uma garçonete veio nos atender.

— Apenas o chocolate quente, Duque?

— Quero panquecas também.

— Está bem — digo e aceno com a cabeça e sorrio para a mulher.

Ela retribui o sorriso de um modo que eu sei que fui reconhecido. Apenas gostaria de passar esse dia com meu sobrinho como duas pessoas normais.

— O mesmo para mim.

— Sim, mais algo senhor Styles?

— Quem é esse Styles? — Me faço de desentendido e ela me encara confusa, suas bochechas coram e eu continuo a falar. — Eu sou Gregory, o mordomo do Duque de...

— Duque Duncan de Eroda — meu sobrinho fala entrando na brincadeira e sorrio para ele.

A mulher, felizmente, parece ter entendido o que está acontecendo.

— Vossa realeza deseja mais algo? — Pergunta olhando para o mais novo.

— Não, não. Obrigada.

Dessa forma, a mulher se afasta e encaro meu sobrinho com paixão. Ele é mesmo uma criança adorável.

— Onde fica Eroda, Duque?

— Minha mãe me conta as histórias de lá. Não podemos sair de lá em dias ímpares — explica e levanto minhas sobrancelhas curioso.

— Por que não?

— Sempre dá errado, uma vez um rapaz foi fazer isso e todos os homens de Eroda perderam o cabelo — ele coloca a mão na boca e ri divertido.

Porém, continuo a conversar com Duncan para saber mais sobre esse lugar que minha irmã inventou especialmente para ele. É brilhante.

Dessa forma divertida, em um dia frio de outono, onde eu tenho chocolate quente, panqueca e risadas de criança. Consigo me sentir muito bem, chega a ser um alívio poder rir assim depois de um tempo.

Continua...

Franklin jogando na rodinha o que a Aaliyah disse para ele. Apenas:

Notas: Oioi meninas como estão? O que acharam do capítulo de hoje?

E da interação do Harry com o Duncan, o que sofre por amor tava precisando de um pouco de paz ne?

O próximo capítulo vai ser da Ally, quais as suas expectativas sobre? Abraços. Anna. Xx

Continue Reading

You'll Also Like

1.4K 91 22
maninho*ouço me chama. que foi isaac*digo irritado. você ainda vai andar de cavalo??*pergunta. sim,por que?*digo,perguntando. vou com você*responde. ...
11.5K 947 56
Depois que Julie Plec anunciou que Klaus(Joseph Morgan) teria sua própria série (The Originals) e por isso não faria The Vampire Diaries mais. Muita...
2.2K 199 18
Eu sempre gostei de correr. Na verdade desde pequeno sempre assistia as corridas de Fórmula 1 e NASCAR. E desde então eu sempre sonhei em correr em u...
1.2M 75.5K 77
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...