Astromélia || H.S || Complete

By loveficsgirl

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1960's and 1970's Aaliyah acaba de perder seu irmão em uma abordagem policial, ele era sua única família em... More

» Notes
» Epigraph and Cast
» Prologue
» 01
» 02
» 03
» 04
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» 06
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» 09
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» 37
» 38
» 39
» 40
» 41
» 42
» Epilogue
Agradecimentos
» Bônus Aaliyah I
» Bônus Aaliyah II
» Bônus Harry (Final)

» 43

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By loveficsgirl


Aaliyah

03 de Julho de 1976

Isabel não precisa mais de antibióticos, ela não teve mais febre desde o dia do hospital, mas nos últimos dias esteve com tosse recorrente. No entanto ontem ela não tossiu nada e hoje o Doutor Sullivan disse que minha filha não precisa mais de antibióticos e que ela está recuperada e saudável.

Minha menina linda se recuperou da pneumonia e esse é o meu melhor presente de aniversário.

Principalmente porque quando saio do hospital com Bruno, a minha garotinha está no meu colo balbuciando palavras sem contexto e enfiando o bico da mamadeira na boca e mordendo a borracha. Bruno está aqui comigo, ele não voltou para Los Angeles desde que soube de Isabel e me ajudou a cuidar dela.

Harry também veio me visitar nesses últimos dias e sempre que vinha trazia algo para mim e para Isabel. Em um desses dias Bruno brincou: Não tem nada para mim, Styles?

No dia seguinte Harry apareceu com uma garrafa de conhaque e eles beberam juntos enquanto eu estava dando banho em Isabel. Foi a cena mais estranha que eu assisti em toda minha vida, mas se Harry quer mesmo me ter de volta, ele sabe dessas linhas minúsculas sobre ter que voltar a minha vida.

A mesma coisa sobre Bruno, combinamos de ter uma separação amigável. O lado bom é que até agora não estou me esforçando para ficar de boa com Herrera. Nós nos damos bem e concordamos com quase tudo. Portanto, as coisas soam bem para nós dois.

E hoje, o dia que minha filha finalmente está recuperada da pneumonia. Bruno e eu estamos alegres, pois Isabel está bem e saudável e isso é tudo que importa.

— Coloca ela no chão, Honey — Bruno diz quando estamos no estacionamento. — Isabel precisa de mais confiança para conseguir andar.

Olho para o homem e ele me encara. Depois olho para Isabel e ela me encara e fecha a cara como uma tigrinha. Bruno que lhe ensinou isso. Eu sorrio e ajeito o laço azul em seu cabelo cacheado.

— Eu sei que é importante, mas olha só para ela, B — falo apaixonada. — Ainda é o nosso neném.

Bruno respira fundo e chega perto da gente.

— Você tem uma mamãe coruja, tigrinha — ele diz e Isabel sorri.

Ti-guinha — diz animada a única palavra que eu entendo do seu mar de balbucios.

Então, acabo cedendo ao pedido de Bruno e deixo Isabel no chão porque aprender a andar é mesmo importante e eu mimo demais minha menina. Se depender de mim ela vivia em meu colo, como se eu fosse uma mãe canguru.

Bruno pega a mamadeira dela e seguro as mãos de Isabel. Em seguida, ela joga a cabeça para trás me encarando.

— Vamos lá — sorrio e ela faz biquinho. Iria chorar.

— Vamos tigrinha, vamos até o carro — Bruno diz e ela olha para o pai. — Vai ser rapidinho.

Ela murrinha, mas quando começamos a andar ela começou a se divertir.

No fim, nós conseguimos fazê-la andar até o carro e quando chegamos lá eu noto que havia um fotógrafo. Um paparazzi e ele estava sorrindo para gente enquanto tirava as fotos.

Olho para Herrera e ele me encara.

— Dessa vez deixa passar, Aaliyah — diz e abre a porta do carro. — Iremos gostar das fotos.

Talvez Bruno tenha razão. Então eu entro no carro com Isabel.

O percurso para casa foi tranquilo, estava ansiosa para chegar em casa e brincar com Isabel até nos cansarmos. Esse seria meu aniversário ideal.

Não queria comemorar o meu vigésimo oitavo ano de vida em festas grandes como nas últimas vezes, festas essas que serviram apenas para encher o ego de pessoas famosas dando a elas espaços para se divertirem.

Neste ano, eu estava mais interessada em passar o meu aniversário com minha filha e celebrar que ela se recuperou da pneumonia depois de quase ter me feito morrer de amor.

Assim que Bruno entra com o carro na garagem, ele deixa a sua mão na minha coxa e me olha.

— O que houve? — Pergunto confusa.

— Eu sei que você não quer uma festa esse ano, mas eu não poderia deixar seu aniversário simplesmente passar e os seus amigos concordaram comigo.

— Concordaram com o que?

— Você vai ver, vamos — pisca para mim e sai do carro.

— Você é tão misterioso — brinco e e ele sorri.

Em seguida, ele abre a porta e eu saio com Isabel. Bruno pega nossa filha e ela deita a cabeça no seu ombro. Ajeito novamente o laço azul em seu cabelo que está frouxo e ela fica me olhando com os olhos castanhos e brilhantes cansados.

— Andar de carro te deixou com sono, amor? — Passo meus dedos na sua bochecha e ela esconde o rosto. Sorrio e olho para Bruno.

Ele sorri para mim e então nós entramos em casa. Quando entramos, Bruno disse que levaria Isabel para cima e que eu deveria ir até a área da piscina. Fui para lá e quando cheguei sou surpreendida por ver meus amigos lá.

Estavam me esperando.

Bailey, Chris, Sandy, Megan, Nayara, Simon, Franklin, Ezekiel e Amélie estavam lá. Os meus amigos mais íntimos e que estiveram comigo ao longo dos anos. Eles estavam arrumando a mesa para um almoço de aniversário. Eu sorrio e fico os observando até que Megan percebe minha presença.

— Aaliyah você já chegou! — Diz surpresa e eu solto uma risada.

— Cheguei muito cedo? — Pergunto divertida e ela vem até mim.

— De jeito nenhum.

Megan é a primeira a me abraçar. Logo, todos vem e me desejam feliz aniversário. No entanto, faltava pessoas e Frank, que foi o último a me abraçar, me puxou para longe dos nossos amigos.

— Harry foi buscar seu pai e a sua tia no aeroporto — diz e olho para meu amigo.

— E quem disse que eu estava procurando por ele?

— Você não me engana, Aaliyah Joanne Henderson — Frank pisca para mim e sorrio.

— Frank, Harry e eu... — digo mais baixo e meu amigo nega com a cabeça sorrindo.

— Eu já sei.

Óbvio que ele saberia.

Um sorriso se forma em meus lábios e meu amigo segura minhas mãos.

— Vamos aproveitar seu dia, musa do rock and roll — sorri e me balança. Faço careta com essa definição.

Contudo, meu amigo apenas liga o som e me puxa para dançar com ele. Eu gargalho e me sentia como se estivesse voltado no tempo em que Stuart me puxava para dançar na praia, quando tudo que tínhamos era sonhos e desejos ingênuos de jovens apaixonados. Um momento em que eu estava mais quebrada e mais perdida, onde não era capaz de imaginar um futuro como esse.

Eu me sinto tão diferente de antes, mas muita coisa mudou.

Nós conquistamos o mundo.

Nós amamos. Nós quebramos, mas nós nos recuperamos.

Eu ainda sinto que tenho mais coisa para mostrar para o mundo, mais músicas para criar, mais criatividade para expor e sentia uma vontade enorme de voltar para os palcos. Não faço isso há mais de um ano por conta da Isabel, mas é engraçado porque minhas músicas e meus discos continuam vendendo como se eu estivesse lançando coisas novas.

No entanto, posso pensar na minha carreira com mais cuidado depois. Nesse momento, eu apenas curto o meu aniversário com os meus amigos.

Harry não demorou muito para aparecer com minha tia e meu pai e tê-los visto rodeou meu coração de alegria. A última vez que nos vimos foi em Março no aniversário de Isabel.

Tanto meu pai como tia Denise perguntaram pela minha filha assim que chegaram e eu expliquei que ela estava tirando um cochilo porque ele ficou doente, eles se preocuparam, mas quando disse que ela está recuperada, eles se tranquilizaram.

Depois eu abracei Harry e ele me desejou feliz aniversário.

Eu sabia que todo mundo sabia que estávamos voltando ou já tínhamos voltado, não sei, mas estamos tendo isso. Harry contou para os meninos e mesmo que não tivesse contato, eu não acho que conseguiria esconder isso por muito tempo também.

Estava perto dele e estávamos de boa depois de anos, não queria reprimir meus sentimentos por ele para manter segredo. Além disso estava com meus amigos e não ao lado de pessoas com a confiança questionável.

Minha casa estava repleta de pessoas que gosto e Sandy havia trago Emilly também e a garotinha está enorme. Emilly se parece fisicamente mais com Sandy do que com Bailey, porém ela é tão divertida como o pai. Sandy está grávida e me contou que a gravidez dela é de gêmeos. Aquilo me deixou surpresa, mas Bailey estava animado com aquilo e a minha amiga também.

A família estava aumentando.

Estávamos bem.

Bruno também participou do almoço e foi um momento muito bom. Tínhamos muito o que conversar e falar.

Apesar de ver cada um dos meus amigos e parentes com certa frequência, não era comum ficarmos mais de uma hora juntos e agora passando a tarde inteira com eles eu percebi que havia muita conversa para ser desenvolvida e muitas histórias para serem contadas.

Havia também muita diversão e quando Isabel acordou, Emilly gostou. Apesar da diferença de idade, elas não puderam brincar juntas sozinhas, mas foi bom ver que elas interagiram.

Foi bom ver que aquele ambiente era algo íntimo e familiar.

Nunca tive uma família grande e unida. Agora estava com uma família enorme em minha volta. Era assustador, ainda mais quando Chris e Bailey se desentendiam do nada, mas eles voltavam a amizade no mesmo segundo. A mesma coisa com Simon e Megan que discordavam de praticamente tudo.

Só que desde que eu lembro, sempre foi assim, sempre havia esses conflitos, mas quando o sol se punha, tudo parecia resolvido.

Os meus amigos foram embora no início do anoitecer, mas não todos. Frank, Harry, minha tia e meu pai ficaram.

— Aaliyah — Harry me chama e eu estava observando o mar e o nascer da noite. Continuo parada observando a bela vista a minha frente na área de lazer enorme da minha casa. Quando moreno fica ao meu lado eu o olho.

— Tivemos um bom dia — digo e ele sorri.

— O dia ainda não acabou e eu tenho um presente para você — diz e segura minha mão, ele me entrega algo.

Um anel.

— Se você ainda quiser se casar comigo algum dia. O que me diz? — Levanto minhas sobrancelhas surpresa e olho para o moreno.

Ele fica me olhando e me sentia nervosa.

Uma ansiedade percorria por todo o meu corpo e eu nem sei porquê. Styles dá um passo a frente para ficar mais perto de mim.

Eu sabia exatamente o que dizer, mas não quer dizer que isso é algo menos assustador. A minha mente voltou para todos os momentos que tive com Harry.

Lembro de quando ele chegou na lanchonete de Megan, mal humorado e sendo grosseiro comigo. Eu me lembro perfeitamente de como ele era atrevido e que não escondia que estava afim de mim, negando firmemente que não namorava com Franklin, como desculpa para me beijar. Lembro do beijo que demos no carnaval, nas conversas na praia, de todas as músicas que fizemos juntos, me lembro de quando ele ficou com ciúmes porque eu estava beijando um menino no beco. Dos bilhetes trocados e de como ficamos felizes com o nosso contrato, pelos shows, os olhares que trocamos quando cantávamos e dos toques que compartilhamos na cama.

Eu me lembro de tudo, de quando ele disse meu nome na rádio, a primeira pessoa que vem a mente dele. Me lembro de Brian e das vezes que Harry foi um idiota comigo, me deixando como segundo plano, não me dando atenção, ignorando o casamento que estávamos planejando e a nossa relação que ficou quebrada no pior momento para isso acontecer. Me lembro do beijo que ele deu em Cherry e quebrando a promessa que fez.

Entretanto, Styles sempre esteve ao meu lado e cuidou de mim. Quando Albert o pegou no flagra com Frank e ele se feriu, eu cuidei dele também.

Almas gêmeas de vidas passadas que se reencontram depois de um tempo. Passamos por tanta coisa e sinto que teremos mais coisas para enfrentar.

— Aaliyah, desculpa — Harry fala ansioso e olho para ele. — Desculpa, eu não deveria ter entregado agora — diz e se afasta de mim.

— Espera, não é isso — garanto e o moreno fica me encarando. — É apenas... — suspiro, não consigo falar e isso é vergonhoso.

Harry se afasta mais de mim.

— Se você não quer, não tem problema — engole o seco.

— Harry calma — digo e respiro fundo. — É que nós passamos por tanta coisa — digo e sorrio. Me aproximo dele. — Tanta coisa — repito e meus olhos se enchem de lágrimas.

— Aaliyah, eu errei com você na última vez, não quero te perder de novo. Me perdoa.

Eu devolvo o anel para Harry e o seu corpo fica tenso.

— Um dia vamos nos casar e você tem que estar com esse anel bem guardado porque ele é lindo demais e você sabe que eu sou boa em perder coisas — sorrio e olho para Harry. — Esse anel é lindo demais, Harry. Eu não posso perder ele.

Harry me abraça forte e eu relaxo nos seus braços.

— Eu também quero me casar com você — digo e o moreno me beija.

Os seus lábios me tocam com intensidade e no início pressiono meus lábios contra os deles também.

Dizem por aí que o perdão é o maior ato de amor. Abdicar do direito de ferir alguém em prol da segunda chance e o amor é a maior arma contra o rancor e a dor. Eu amo Harry e sobretudo eu amo tudo aquilo que estávamos construindo nos anos que passamos juntos. Da troca que tínhamos ou do silêncio que compartilhamos durante as noites na praia observando as estrelas.

Tudo, eu me lembro de tudo, do amor doce que nascia quando minha amargura pela dor e pela perda se amenizava.

Ser almas gêmeas de vidas passadas não significa que possamos ser almas gêmeas de vidas futuras e meu ser é despertado pelo o ser de Harry. Esse sentimento tem que ser eterno, porque tudo que sinto por ele, o amor, a felicidade e a dor ultrapassam a atmosfera e vão de encontro a infinidade do universo.

— Eu te amo — Harry sussurra no meu ouvido e segura minha cintura. — Eu te amo, Aaliyah.

Deito minha cabeça em seu peitoral e fecho meus olhos.

— Eu te amo com todas minhas forças, Harry.

Sabia que não tínhamos apenas nós dois na casa, mas por um momento eu senti que o mundo inteiro tinha deixado de existir e era apenas Harry e eu. Por um curto momento, era apenas isso que eu precisava. Até escutar os murmúrios de Isabel e ao abrir meus olhos vejo minha garotinha no chão, andando desengonçada em minha direção.

Eu me sinto completa.

07 de Maio de 1982

Astromélia é uma cidade que surgiu no fim da escravidão. Dizem que as pessoas escravizadas se reuniram aqui e criaram um esquema de proteção, alguns fazendeiros brancos e pobres também vieram para cá e ajudaram nesse esquema de proteção contra ataques racistas e assassinatos. Essa foi a última cidade fundada nos Estados Unidos e talvez seja a única cidade do Sul em que pessoas negras realmente se sintam seguras para serem negras.

Apesar de existir cenas de racismo, algo que não mudará tão cedo, Astromélia é a minha cidade dos sonhos, aqui existe uma energia diferente sobre união e a maior parte das pessoas são amigáveis. Além disso, diferente de Nova Orleans ela não me tirou nada, por outro lado, esse lugar me deu pessoas e uma segunda chance.

Franklin me contou que Astromélia é uma flor nativa da América do Sul, meu amigo me contou que demorou a entender do porquê terem decidido colocar um nome latino em uma cidade norte-americana até que Megan contou a ele que Astromélia significa amizade duradoura. Não ficou difícil de entender o motivo da escolha desse nome depois de descobrir a história da origem da cidade.

Além disso, Astromélia é uma flor belíssima para um buquê de flores e foi por esse motivo que decidi entrar com eles no meu casamento. Também tinha arranjos enormes de Silver Lupine com margaridas, uma referência a banda, foi um casamento florido na primavera em 1980.

Harry e eu nos casamos na praia e foi lindo. Isabel estava com cinco anos e entrou com as alianças.

O meu pai entrou comigo e antes de me entregar a Harry ele disse: O amor sempre encontra um jeito de voltar para seu ninho.

Eu usei essa frase para uma música e foi o maior sucesso. Meu pai ficou todo animado e sempre que via alguém ele dizia que foi ele quem disse aquilo para mim e Harry e quando admiti isso em uma entrevista o meu pai me ligou no mesmo dia falando que tinha mais frases para mim. Eu nunca ri tanto.

Agora, dois anos depois de me casar com Harry sinto que estou no lugar certo. Sentada na praia, vendo Isabel brincar com Billy, o cachorro que Bruno deu para ela — ele mima demais essa menina —, e ela está se divertindo e tal como o pai e eu a nossa filha ama dias de sol, areia, o mar e notas de violão.

— Você acha que ela vai aceitar bem? — Pergunto enquanto Harry faz massagem nas minhas costas.

— Quando ela tinha quatro anos ela vivia pedindo irmãos — diz e fico olhando para Isabel.

— É, mas aí Bruno conheceu aquela cantora de esquina e Isabel odiou — falo e Harry ri.

— Aaliyah não fala assim.

— Uê, ela engravidou de um bebê que não era do Bruno. Enganou ele e o fez ficar triste e Isabel ficou traumatizada. Agora, ela pode continuar odiando a ideia de irmãos.

— Ela não vai odiar, Ally — Harry beija minha nuca e me arrepio. — Vamos conversar com ela com calma.

Respiro fundo e fico olhando para minha filha.

— Estou entrando no quarto mês e ela já percebeu que estou ficando gordinha. Ontem ela disse para eu parar de comer demais — suspiro. — Isabel! — Grito e logo ela vem até mim com Billy.

— Mamãe, eu estou conseguindo fazer Billy pular bem alto, você viu? Ele gosta de mim — diz animada.

— Ele ama você — sorrio e o cachorro vem até mim e faço carinho dele. — Isabel eu tenho que te contar uma coisa.

— É sobre o seu colar? Olha mamãe, eu só peguei o colar para brincar e aí ele caiu no mar e não conseguimos pegar, não foi o tio Frank. Ele disse que foi ele porque não queria que eu ficasse encrencada por ter perdido ele, mas eu estou juntando dinheiro, vou comprar outro. Eu já tenho cinco dólares.

— O que? — Pergunto confusa.

Eu perdi esse colar faz meses, foi um dia que eu saí e deixei Isabel com Franklin. Ele me contou que deixou Isabel brincar com o colar e que esqueceu de guardar. Quando ele acordou, Billy já tinha engolido a corrente. Só que isso foi mentira e eu nem tinha achado ruim ter perdido o colar.

— Ops — ela coloca a mão na boca. — Agora eu estou encrencada pela mentira?

— Você e o seu tio Franklin estão, mas vamos conversar com calma depois — digo e respiro fundo negando com a cabeça. — Eu quero te contar outra coisa, eu estou grávida, tigrinha.

Isabel fica em silêncio e torce o nariz exatamente como Bruno faz. Ela fica olhando para Harry e depois para mim com aquele olhar curioso que ela costuma ter, é uma menina inteligente, mas isso começa a me deixar preocupada. Será que ela está com raiva?

— Quantos beijinhos vocês deram?

— Como Isabel?

— Quantos beijinhos vocês dois deram para o bebê chegar na sua barriga? É que o papai disse que vocês estavam dando muitos beijinhos e por isso logo eu teria irmãos para brincar. Só que demorou.

— Eu e a sua mãe demos muitos beijinhos, Isabel — Harry responde e deixa as mãos em meus ombros.

— Entendi — ela olha para minha barriga. — Muitos beijinhos.

Puxo Isabel para perto de mim e abraço ela.

— Você é perfeita, Isabel — dou um beijo estalado na bochecha dela, mas minha menina foge do meu abraço logo em seguida.

— Mamãe, você pode entrar no mar comigo?

— Com certeza.

Sorrio e me levanto. Seguro a mão de Isabel e ela sorri animada.

— Cuida do Billy, Harry — Isabel pede olhando para o moreno e ele acena com a cabeça e pega o cachorro no colo. — E obrigada por ter dado beijinhos na mamãe.

— Isabel! — Reprimo e o moreno gargalha.

— Sempre vou dar beijinhos na sua mãe — Harry fala e dessa vez minha filha faz careta.

Olho para Harry e ele está sorrindo para mim.

Sinto minha barriga vibrar, o bebê estava mexendo e eu me sentia assustada, era a primeira vez. Confesso que às vezes tinha medo de perdê-lo como foi com Brian, mas honestamente, dessa vez, eu tinha a sensação de que dessa vez daria certo e logo eu estaria com esse bebê em meus braços, que ele iria brincar na praia quando for maior, assim como Isabel faz. O meu lindo bebê vai vir para esse mundo.

E como meu pai disse, o amor sempre encontra um jeito de voltar para seu ninho. As coisas acontecem no momento que devem acontecer e todos os dias eu oro que esse seja o momento para esse bebê vir ao mundo também.

Continua...?

Casamento, gravidez, eles juntos...

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