[ P.O.V HANNA ]
3 dias depois
3 dias já haviam se passado e desde então não consegui fazer absolutamente nada, era impossível me concentrar em qualquer coisa. Eles não me nos deixavam os visitar e isso estava me deixando louca, era praticamente 3 dias sem ter notícias confiáveis, talvez eles até já estavam mortos e estavam tentando esconder. Tommy tentava ao máximo me acalmar sempre que eu surtava, ele dizia que precisava da minha vida ajuda e que eu não poderia pirar naquele momento.
Sentada na mesa do escritório eu ficava, com um pensamento longe e uma pilha de papéis em minha frente. A porta então é aberta rapidamente, chamando minha atenção.
— Eles adiantaram a data do enforcamento! - Diz sem demora.
— O QUE?! - Me levanto e arregalo os olhos.
— Eles sabem que estamos nos movimentando e não querem mais perder tempo. - Explica.
— Quando vai ser?! - Pergunto desesperada.
— No fim da tarde. - Suspira.
— Não, não, não! - Começo a andar em círculos.
— Escuta Hanna, eu não vou deixar que isso aconteça! - Me segura. - Eu já tenho tudo planejado e esse enforcamento não vai ser concluído. - Balança a cabeça.
— Eu preciso ver eles Tommy, por favor! - Peço a ele com os olhos cheios de lágrimas.
— Você ainda não confia totalmente em mim. - Olha pra mim.
— Você mesmo disse que temos 50% e que teríamos que arriscar. Eu confio em você, mas 50% não é uma certeza! - Olho em seus olhos. - Eu preciso ver eles, sendo ou não a última vez.
— Tudo bem, vou tentar conseguir isso. - Assente. - Venho te buscar em breve.
Ele deixa um selar em minha testa e então sai pela porta. Me sento então no sofá e olho para o chão, respirando fundo e tentando manter a calma. Eu queria muito poder confiar totalmente em Tommy, mas nesse caso eu não poderia confiar totalmente em um 50% de chance.
— Por favor de novo não... - Digo olhando para o céu. - Eu não vou aguentar perder mais gente... - Deixo uma lágrima cair.
[...]
A manhã toda se passou e eu permaneci no mesmo lugar o tempo todo, esperando pela aparição ou ligação de Tommy, que parecia nunca acontecer.
— Hanna você precisa comer. - Emma insiste.
— Eu não consigo Emma. - Balanço a cabeça negativamente.
— Desse jeito você vai ficar doente. - Suspira.
— Não me importa, nada mais vai valer a pena se eu os perder. - Digo de forma vazia, encarando o nada.
Emma então me olha preocupada e segura em minha mão, sentindo seu toque eu entrelaço nossos dedos, ela conseguia me tranquilizar como ninguém. A porta então é aberta e Tommy aparece, sendo acompanhado por Ethan.
— Eles deram permissão pra apenas uma visita e eu escolhi a do John. - Tommy diz.
— Obrigada Tommy! - Pulo no mesmo e o abraço.
— Essa visita será boa para o plano também, vai atrasar um pouquinho as coisas e me dar tempo. - Me abraça.
— Por favor, faça o possível e o impossível. - Peço a ele.
— Pode deixar. - Assente. - O Ethan vai ir com você.
— Ethan! - Corro para os braços do mesmo.
— Vai ficar tudo bem, você vai ver. - Me abraça e deixa um selar em minha cabeça.
— Emma, você cuida de tudo por aqui? - Olho para ela.
— Claro! - Assente.
Saímos então do escritório e em frente ao The Empire me despeço de Tommy, eu não sabia para onde ele iria, mas sabia que estava prestes a dar sua cartada final, era tudo ou não. Entro então no carro com Ethan e o mesmo começa a dirigir em direção ao presídio. Eu estava arrasada por não conseguir ver todos, mas por outro lado aliviada por pelo menos ter a oportunidade de ver o meu Shelby, quem sabe pela última vez...
Sinto um grande aperto em meu peito, como se realmente eu fosse o perder. O medo tomava conta de mim e o ar me faltava, a mesma sensação que tive quando John foi para a guerra. Uma angústia que não passava nunca, uma desespero que tomava conta de meus pensamentos., eu não poderia pensar em perde-lo.
[...]
Chegamos então no presídio e assim que entramos fomos guiados por dois policiais, andávamos pelos corredores daquele lugar que mais parecia o inferno e a cada passo eu sentia o meu coração acelerar. Quando passávamos em frente a algumas celas, alguns presos gritavam coisas nojentas para mim, o que irritou Ethan, fazendo com que andássemos abraçados por todo o caminho e ele ficasse em minha frente.
— Lá está a sala de visitas, vocês irão se falar pelas grades e faltando alguns minutos para a visitar acabar, poderão se falar sem elas, apenas para uma despedida. - O policial diz, apontando para a porta.
— Fica calma ok? Vai dá tudo certo. - Ethan diz me abraçando. - Só aproveita esse momento com ele.
Com os olhos cheios de lágrimas eu assinto e então começo a caminhar em direção a porta, com passos lentos e bastante receosos eu chego até lá. Assim que coloco a mão na maçaneta respiro fundo então abro a porta. Assim que entro na sala e vejo John, foi como se meu coração se partisse em mil pedaços, ele então se levanta e corre até a grande.
— Hanna! - Segura na grande.
— John! - Corre até lá. - Ta tudo bem com você? Eles te machucaram? - Pergunto rapidamente.
— Ta tudo bem, não se preocupa. - Segura minha mão.
— Nós vamos conseguir tirar vocês daqui John, eu prometo! - Olho em seus olhos.
— Hanna... - Ele suspira.
— O Tommy ta cuidando de tudo John, vocês vão vai sair daqui. - Tento ser positiva.
— Não é tão fácil assim meu amor... - Olho pro chão desacreditado.
— Você não vai morrer, eu não vou deixar. - Digo em negação, deixando as lágrimas caírem.
— Não chora por favor... - Passa a mão por meu rosto. - Essa não é a última cena que eu quero ter de você.
— John... - Sinto seu toque.
— Mesmo que eu quisesse me desculpar por tudo, você não me ouviria, então não vou. - Acaricia meu rosto.
— Por favor não me deixe! - Peço em prantos.
— Eu não tenho escolha, amor. - Balança a cabeça negativamente. - Você é a melhor coisa que já me aconteceu em meus 24 anos nesse mundo. - Diz olhando para mim, com seus olhos azuis cheios de lágrimas. - E morrer sabendo que eu fui amado, não por qualquer mulher, mas por você, Hanna Clarke. - Sorri levemente. - Já é a realização de uma vida completa.
— Eu nunca mais vou amar...! - Afirmo segurando seu rosto.
— Eu espero que não seja verdade. Por que existe um mundo enorme e maravilhoso esperando por você. - Sua voz falha. - E eu quero que você seja feliz!
— Eu não consigo dizer adeus. - Nego com a cabeça enquanto choro. - Não consigo, John!
— Não precisa dizer, eu sempre vou estar com você. - Limpa minhas lágrimas. - Eu sempre vou te amar Hanna, não importa aonde eu esteja! - Juntamos nossas mãos.
— 3 minutos para o fim da visita! - O policial avisa.
[ P.O.V JOHN ]
A cela é então aberta e com rapidez eu passo por aquelas grades e agarro Hanna com toda a força possível. Enquanto ela me abraçava eu a abracei com mais força e senti com cada fibra do meu ser. Eu a amava, eu era apaixonado por cada parte de sua alma e me despedir dela doía mais que todos os tiros que já levei na vida. Uma arma não me assustava, mas saber que nunca poderíamos construir uma família, que eu nunca mais iria vê-la, me assustava ao ponto de faltar o ar. A beijo com intensidade, sentindo seu gosto extremamente viciante.
Era mais que um simples beijo, era mais que um toque, era conexão de almas. Não importava o que acontecesse, nossas almas estariam para sempre unidas, talvez eu não fosse o seu destino, mas ela sempre foi o meu, até o meu último segundo de vida.
O tempo da visita então acabou e eu sou puxado pelo policial para voltar a cela, de forma impulsiva eu me solto e mais uma vez a abraço fortemente, a beijando repetidas vezes. Coloco então em seu bolso uma carta e lhe dou um beijo na testa. Me dou então por vencido pelo policial que me puxava. A assim que entro na cela, observo Hanna caminhar até a porta devagar enquanto chorava muito, ouvir o som de seu choro me quebrava por dentro.
Então então eu encosta na maçaneta e continua a chorar muito, ela então se vira e eu encaro seus olhinhos vermelhos.
— Eu vou sempre...com toda força...verdadeiramente...completamente...amar você! - Ela diz pausadamente olhando pra mim.
Ela então sai e assim que a porta se fecha eu caio em prantos no chão. Chorei desesperadamente, me perguntando porque tinha que acabar tudo assim. Sentindo uma dor enorme me consumir por dentro. Só de pensar que Hanna um dia se casaria, teria filhos e eu não faria parte disso, me doía imensamente, mas tudo que eu queria era que ela fosse feliz.
[ P.O.V HANNA ]
Assim que passo pela porta e a fecho, sinto minhas pernas tremerem e de imediato vou ao chão, me segurando na maçaneta nas costas. Caio em prantos e sem força alguma apenas apoio minhas costas na porta e choro sem parar.
Ethan então corre até mim e se abaixa, ele me ajuda a levantar e eu em desespero choro em seu ombro.
sem dizer nada o mesmo me pega no colo e me tira dali, me levando de volta para o carro.
— Eu não vou aguentar Ethan... - Digo baixo, encostando a cabeça no banco.
— Vai tudo tudo bem Hanna, você vai ver. - Ethan tenta me tranquilizar. - E independente de qualquer coisa eu vou estar com você.
— Eu sei que sim... - Olho para ele.
Com a cabeça encostada no banco, eu desvio meu olhar para a janela e viajo na paisagem, enquanto Ethan dirigia. Eu estava em uma espécie de estado de choque, não falava, não me mexia, apenas olhava fixava para a janela e permanecia com o pensamento longe.
[...]
Ethan finalmente para o carro e então vejo que estávamos na casa de Tommy.
— Tommy me dizer pra te trazer pra cá. - Diz abrindo a porta.
Ele então me ajuda a descer do carro e caminhamos abraçados até a porta, aonde a empregada já estava com a porta aberta. Pela insistência de Ethan aceitei subir e me levar, e até tentar descansar no quarto, o que provavelmente não seria possível. Me lavei rapidamente e vesti um vestido de Ada que estava ali.
Ainda calada e com o pensamento em um só lugar, caminhei pelo quarto e era como se diante de meus olhos estivesse se passando um filme. Olhei para a janela e vi que o sol já estava começando a se por, e com ele a minha vida toda iria junto. A angústia que estava em meu coração era imenso, eu poderia dizer que em breve morreria de tristeza, não seria tão diferente de minha mãe.
Sinto o ar faltar no peito e então decido sair dali e ir tomar um ar, antes de sair pego a carta que John havia colocado em meu bolso e saio. Vou até o jardim e ando pelo vasto local, até chegar perto do pequeno riacho, aonde me sentei em um dos bancos. Com a carta em minha frente, minhas mãos tremiam enquanto eu a abria com dificuldade. Respirei fundo algumas vezes e então comecei a ler.
{ Carta }
Eu já li centenas de romances, e a maioria deles diz que o amor é o centro do universo, que ele pode curar qualquer dor dentro de nós, que é só o que precisamos para sobreviver. Tanto Darci, quanto Heathcliee, eu achava que eram tolos...Achava que o amo era ficção , que só se via nas páginas dos livros antigos. Mas tudo isso mudou desde que eu conheci a minha Hanna, eu nunca pensei que eu fosse me sentir totalmente consumido por outra pessoa, até ela chegar. Ela pegou a minha mão e me afastou da escuridão , e me mostrou que não importa do que as nossas almas sala feitas, a minha e a dela são a mesma. A Hanna sabe qual é a verdade, ela não queria um milhão de admiradores, só queria um, e ela conseguiu e foi amada profundamente.
Tem algumas coisas que eu gostaria de ter dito, mas não pude, porque você iria começar a chorar e não ia me deixar tomar. Então, lá vai, viva intensamente Hanna, supere seus limites, não se acomode, use aquele batom vermelho com orgulho. Saber que você ainda tem oportunidades é um luxo, saber que posso ter presenciado algumas delas, me dá um certo alívio. Você está marcada no meu coração Hanna, desde o dia que você chegou, com o seu sorriso doce e a sua mãe meio doidinha, e suas manias, e sua total incapacidade de esconder o que sente. Não pense muito em mim, não quero que fique triste, apenas viva bem. Eu vou estar com você em cada passo do caminho,com amor, John...
Enquanto li cada parte da carta, era como se eu pudesse ouvir a voz de John soar em meus ouvidos, como se ele mesmo estivesse lendo pra mim. Era as suas palavras, não tinha como negar que ele havia escrito cada parágrafo dali. Chorando muito eu levo a carta até meu rosto e continuo a chorar.
Realmente talvez Margaret e Anne estivessem certas, eu era amaldiçoada e a dor parecia me perseguir não importava aonde ou quando. Essa poderia ser a cartada final, eu não iria suportar perder as pessoas que pra mim eram minha família, preferia que me levassem junto. Olhei então para o céu e vi que já estava praticamente escuro, a aquela hora talvez John e os outros nem estivessem mais nesse mundo.
Enxugo o choro e ainda sem muita reação, vou caminhando até dentro da casa. Assim que entro na casa, vou até a sala que vejo que Ethan estava lá. Sem dizer nada me sento ao lado do mesmo e ele me abraçando, logo me amparando.
[...]
Ficamos um bom tempo ali, até Emma acabou indo para lá, tentei por diversas vezes descansar mas todas foram falhas. A ansiedade tomava conta de meu coração e a única coisa que eu queria saber era se o plano de Tommy havia dado certo. Vejo então a porta finalmente ser aberta e em questão de segundos nós já nos colocamos de pé. Vejo então Tommy entra pela porta pausadamente e seu olhar ir diretamente para mim, ele então suspira e entra.
O olho desesperadamente esperando alguma resposta e aonde mesmo dele dizer alguma coisa, a porta é aberta novamente e a melhor visão da minha vida estava ali. John entra pela porta e com rapidez eu corro até ele e o beijo.
— JOHN! - Colo nossos lábios.
Ele retribuiu no mesmo instante e me agarrou como se nunca mais fosse me soltar.
— Me diz por favor que isso não é um sonho... - Seguro seu rosto.
— Não é! - Ele sorri com os olhos cheios de lágrimas.
— Eu nunca mais vou te deixar escapar, me ouviu John Shelby?! - O encho de beijos.
A porta é então aberta novamente e os outros entram também. De maneira eufórica eu corro até eles o abraço um por um.
— ARTHUR! - Pulo no colo do mais velho.
— Opa! Achou mesmo que ia se livrar tão fácil assim de mim?! - Me abraça.
— Polly... - Falo com uma voz chorosa e vou até ela.
— Minha menina... - Ela me abraça.
— É bom ter você também de volta Michael. - Coloco a mão em seu ombro.
— É bom ver seu rosto de novo. - Ele sorri levemente.
— Encare isso como uma segunda chance e encontre o seu verdadeiro amor. - Lhe aconselho com um sorriso no rosto.
Por último e não menos importante procurei Tommy com o olhar e vejo o mesmo no canto da sala, corro até ele e pulo em seu braços ele logo me agarra, me abraçando fortemente. Desde o começo Tommy sempre esteve ao meu lado, tentando me acalmar e dizendo que eu poderia confiar nele, ele foi leu maior alicerce.
— Você conseguiu. - Sorrio.
— Eu disse para você confiar em mim. - Ele sorri.
— Eu sempre vou confiar em você! - Olho para ele.
Ficamos por um tempo ali, mas algo estava estranho ainda, principalmente entre os três irmãos Shelby. Arthur era mais maleável, então Tommy estava praticamente perdoado pelo irmão mais velho. Mas John era diferente, era mais cabeça dura, não esquecia com tanta facilidade e parecia distante de Tommy.
No fim da noite cada um foi para um quarto e eu e John fizemos o mesmo. John parecia com pressa para subir, como se estivesse aguardando para falar algo. Sentada na cama eu termino de colocar minha camisola, enquanto observo o Shelby sentado perto da lareira calado.
— O que você tem John? - Pergunto a ele.
— Precisamos conversar... - Olha pra mim.
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