Astromélia || H.S || Complete

Od loveficsgirl

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1960's and 1970's Aaliyah acaba de perder seu irmão em uma abordagem policial, ele era sua única família em... Více

» Notes
» Epigraph and Cast
» Prologue
» 01
» 02
» 03
» 04
» 05
» 06
» 07
» 08
» 09
» 10
» 11
» 12
» 13
» 14
» 15
» 16
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» 18
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» 20
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» 30
» 31
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» 35
» 36
» 37
» 38
» 39
» 40
» 41
» 42
» 43
» Epilogue
Agradecimentos
» Bônus Aaliyah I
» Bônus Aaliyah II
» Bônus Harry (Final)

» 33

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Od loveficsgirl

Aaliyah

16 de Julho de 1971

O médico disse que eu tive descolamento da placenta e que é raro em mulheres sem nenhum fator de risco. A perda do meu menino foi algo que simplesmente aconteceu. O médico também disse que se eu quisesse poderia tentar outro filho depois. Isso não me fez ficar melhor, o jeito que ele havia falado me fez sentir mal.

Senti como se o bebê na minha barriga tivesse sido algo passageiro e facilmente substituível. O meu menino lindo que não teve a chance de respirar com os próprios pulmões por mais de uma hora, não é substituível.

O deslocamento da placenta estimulou um parto prematuro e Brian nasceu sem estar preparado. Nasceu vivo, apertou meu dedo quando segurei, mas pouco antes de Harry chegar ele apenas se foi.

A enfermeira disse que ele não teria chances, foi um parto bastante prematuro e a medicina ainda não tem tecnologia para salvar um bebê nesse estado. Eu sei que deveria superar isso, mas dói.

Eu queria esse bebê, queria Brian comigo, imaginava ele correndo e brincando nessa casa enorme que parece que foi feita para ter uma família maior. Não apenas Harry, eu e o império musical que estamos construindo.

Gostaria de uma família, crianças e Brian poderia ser o começo ou o fim. Não me importaria se fosse apenas ele, pois desde o momento que soube da sua existência, meu coração se alegrava e se enchia de ansiedade à espera da sua chegada.

No entanto, não foi isso e eu o perdi.

Isso me faz sentir amaldiçoada. Primeiro minha mãe, depois meu irmão e avó Teresa morreu ano passado, mas ela teve uma vida longa e boa. Ela morreu dormindo e tranquila. Vó Teresa ainda disse que tinha orgulho de mim.

Contudo, Brian não teve essa chance e isso acaba comigo.

Harry disse que as coisas vão ficar bem, que não acabou.

Ele disse: Somos jovens e teremos mais tempo, amor. Não é o fim.

Ouvi suas palavras e caí no conforto do seus braços, mas queria e ainda quero meu menino, o meu Brian.

Agora, eu apenas preciso de tempo para lidar com a realidade de que o meu primogênito foi tirado de mim antes mesmo de realmente ter a chance de viver.

— Trouxe banana com sorvete e sorvete com banana — Frank diz entrando no quarto. — Também tenho chantilly e morango.

Olho para meu amigo, estou deitada na cama e ainda sinto dor no corpo. Talvez a tristeza influencie nesse meu estado deplorável. Infelizmente, não consigo sair desse quarto e nem me sinto animada para fazer isso.

Desde a notícia da minha perda, Franklin está aqui comigo.

Harry passou os últimos dias comigo, mas ele precisa voltar a trabalhar no filme. Talvez ele distraia a cabeça, sei que ele ficou triste, foi ele que propôs o nome do nosso filho. Disse que se fosse menino chamaria Brian. Só que o nosso menino lindo se foi. E Styles está trabalhando, gravando o filme e sei que essa é uma forma de seguir em frente e também deveria fazer algo, mas estou com dor e entristecida.

Frank deixa a bandeja com sorvete na cômoda ao lado da cama e abre a cortina no quarto. O sol bate em meu rosto e a claridade aumenta dentro do ambiente.

Faço careta e Stuart sorri. Ele vem até mim, se senta ao meu lado e pega a bandeja.

— O que você quer, Banana com sorvete ou sorvete com banana? — Pergunta olhando para os dois copos.

Um tinha mais banana do que sorvete e o outro mais sorvete que banana. Isso é algo nosso, ele fazia isso comigo quando tinha acabado de chegar em Astromélia anos atrás apenas e me sinto grata por ter Franklin comigo.

Realmente sou grata por isso, porque poderia ter perdido Frank anos atrás quando o pai dele o obrigou a ir para a guerra e se isso tivesse acontecido, eu poderia estar pior. Porém, tenho que focar no sorvete, afinal, sorvete sempre melhora as coisas e meu melhor amigo quer me animar. Talvez fosse melhor tentar.

— Quero banana com sorvete — digo e me sento na cama. Franklin sorri e me entrega o copo e a colher.

— Hoje o dia está lindo, o que você acha de pegar um sol na área da piscina?

— Quero continuar aqui por enquanto.

Franklin acena com a cabeça e deixa a mão dele em meu tornozelo. Meu amigo me encara e sorri para mim.

— Podemos ficar aqui então — diz e deita a cabeça na minha perna. Ele me encara. — Nesse quarto grande e sem ânimo, com certeza é algo bom.

Respiro fundo e olho para o sorvete.

— Esse quarto que você não queria que entrasse sol — meu amigo continua e olho para ele. — A luz é a melhor arma contra a dor, Ally.

Mordo meus lábios e sinto vontade de chorar de novo. Frank segura minha mão.

A outra verdade sobre isso, é que eu não consigo falar muito e Frank fica conversando e eu só falo o essencial. Não sei explicar isso, mas eu penso demais e as palavras fogem da minha boca e as minhas cordas vocais não vibram. O tempo passa e eu fico calada.

É horrível, porque quando eu percebo tudo está em silêncio e as pessoas ficam esperando uma resposta minha. Eu não tenho o que falar.

Na verdade, tenho sim, mas dizer em voz alta que meu filho se foi parece ser mais doloroso do que deixar essa realidade apenas para mim, dentro da minha cabeça. Porque pode ser apenas um pesadelo.

Eu não contei para o meu pai sobre isso, nem para minha tia, muito menos Chris e Bailey. Talvez Harry tenha contado, porque eu não tenho forças. Eu não sei.

E eu tenho noção que isso é errado, mas eu não consigo falar. Não tenho forças. Quero apenas continuar nesse quarto, deitada e esperando que a dor passe ou que eu apenas acorde em um cenário em Brian ainda esteja aqui comigo.

— Aaliyah? — Frank me chama e olho para ele. Meu amigo se aproxima de mim e limpa meu rosto.

Eu estou chorando?

— Aaliyah podemos ficar aqui então — sorri gentilmente para mim, mas o seu olhar está repleto de compaixão e ele está sendo um bom amigo para mim, como sempre foi.

Contudo, tudo apenas doi.

— Frank, eu acho que quero ficar sozinha — digo baixinho e meu amigo nega com a cabeça.

— Já esteve sozinha por tempo demais — diz e morde os lábios. — Mas eu posso ir embora se eu ver que você comeu sua banana com sorvete. De acordo?

— Uhun — murmuro e então começo a comer minha banana com sorvete.

Faço isso devagar e Franklin ri. Meu amigo começa a falar comigo sobre Simon. Ele também me contou que decidiu que vai se casar com Megan e que Nayara se casará com Simon, apenas para manterem as aparências heteronormativas e que ninguém desconfie mais da sexualidade do meu amigo.

Frank decidiu fazer isso para se proteger de futuras ameaças do pai. É uma proteção valiosa, além disso, é uma proteção para Megan e Nayara também. Afinal, elas estão juntas faz quatros anos e apesar de não serem pessoas públicas, ser gay é um risco e observo isso pelos meus amigos. O que é lamentável.

Depois que terminei minha banana com sorvete e Stuart terminou o seu sorvete com banana. Meu amigo estava disposto a ir embora e cumprir sua parte do acordo, mas eu não queria mais isso. Gostaria do meu amigo comigo.

— Frank — chamo ele quando meu amigo se levanta. — Não quero ir tomar sol, mas tem outro lugar que gostaria de ir.

— Onde você quiser, minha musa — sorri para mim.

— Podemos ir para o estúdio?

— Com certeza.

{•••}

Quando cheguei no estúdio, Felipe, o engenheiro musical, deixou com que Franklin e eu ficássemos em uma sala de gravação. Comecei a tocar violão e Stuart ficou no piano.

Ele não sabe tocar tanto quanto Chris sabe, mas foi me ajudando e eu não tinha a intenção nenhuma de criar algo extraordinário nesse dia.

Honestamente, queria apenas me conectar com a música para poder desabafar minha dor de alguma forma e foi o que fiz.

Passei o dia no estúdio com Franklin e mesmo que não tenha sido o melhor dia da minha vida, nem mesmo um dia normal. Esse dia foi um dia menos doloroso.

Encontrei a música e ela me ajudou e me aliviou.

Além disso, meu melhor amigo estava ao meu lado e eu soube que não estava sozinha, como Stuart havia afirmado mais cedo.

Quando retornei para casa, notei que o carro de Harry já estava na garagem. Franklin preferiu voltar para sua que não é tão longe da minha..

Ao entrar em casa encontrei Harry no quarto do bebê. Ele não estava pronto. Tinha um berço e um guarda roupas, estava faltando uma cortina na parede e pintá-lo. Além de estantes, brinquedos e um fraldário. Estava faltando bastante coisa, agora esse quartinho de bebê é só uma lembrança do que tínhamos no passado e do que estávamos planejando para o futuro.

Eu entro no quarto e sinto uma sensação estranha, involuntariamente coloco minha mão na barriga. Esperava algo, mas não tenho nenhuma outra vida sendo nutrida por mim além da minha. Não venho nesse quarto desde que Brian se foi e imaginei que fosse demorar mais tempo para entrar aqui, mas Styles está aqui e a única vez que eu vi ele chorando foi no hospital. Vou até ele e fico ao seu lado, deixo minha mão em cima da sua que estava segurando o berço.

— Oi — digo baixinho.

— Ei — diz e passa seu dedo no meu. — Onde estava?

— Sai com Frank — deito minha cabeça no ombro de Harry e fico olhando para ele.

O moreno me olha, seus olhos verdes estão entristecidos e apesar de ter desabafado minha dor pela música o dia inteiro. Eu ainda me sentia triste. Para mais, eu fiquei quieta por quase quarenta e oito horas. Calada.

Sei que tenho que dizer algo para Harry e talvez o britânico queira me dizer coisas também.

— E como você está? — Pergunta e acaricia minha bochecha.

— Estou aqui — respondo e ele suspira impaciente. — Não sei se estou melhor, mas não estou pior. Quanto a você?

— Tranquilo — responde baixinho. Depois ele coça os olhos.

— Cansado — digo e ele me olha confuso. — Você está cansado.

Harry lambe os lábios e fica me encarando. Os olhos verdes mais escuros e conseguia notar as lágrimas lá. O moreno olha para as próprias mãos e eu as seguro com a minha.

— Eu também estou cansada e triste.

O moreno levanta a cabeça e me encara. Sorrio para ele, curiosamente não sinto dificuldades em fazer isso.

Apesar da dor, o conforto que sentia perto de Harry é algo real. Se ele está aqui por mim, estou por ele.

— Podemos apenas ir para o quarto e deitar? — Pergunta, havia uma necessidade em sua voz. Então eu vejo uma lágrima escorrendo no seu rosto, seguro as nossas mãos com mais força.

Ele quer descansar e eu também quero isso.

— Com certeza.

Ao chegar no quarto, apenas nos deitamos e o moreno me agarra pela cintura. Eu deito minha cabeça em seu peitoral e escuto seus batimentos enquanto a sua mão acaricia meu corpo.

Estávamos em silêncio, mas havia algo de bastante íntimo e barulhento naquilo. Parecia que estávamos em telepatia, talvez nossas almas estejam.

Eu sentia que algumas feridas estavam diminuindo e sendo aparadas apenas por estar perto de Harry.

Ele e eu, no quarto e o silêncio que era preenchido perfeitamente por sua presença.

Juntos.

Estamos juntos e aquilo bastava. Dessa forma nós ficamos assim até cairmos no sono.

17 de Julho de 1971

Quando estamos feridos, desabando e cansados de todo o peso que carregamos. Precisamos de alguém que nos segure e impeça que as partes mais valiosas dentro de nós se quebrem.

Ontem eu senti que fui uma coluna para Harry e ele para mim. Nós nos curvamos, para impedir uma queda que poderia nos destroçar. Devo salientar que a presença de Franklin foi valiosa e o meu amigo também ajudou para que eu não desmoronasse mais.

Apesar da dor, da angústia e do luto. Não me senti só.

E quando acordei nessa manhã ensolarada de um verão californiano, Harry ainda estava na cama, dormindo feito anjo.

Ele havia acordado no meio da noite, foi para varanda do quarto e quando retornou eu já estava dormindo pois não me lembro dele tirando a camisa e retornando ao meu lado.

Aproveitando que ele está aqui, eu deito minha cabeça para perto do seu peitoral e fico ouvindo seus batimentos enquanto sinto seu peito subindo e descendo. Meus olhos observam a janela e eu vislumbro o céu azul e as nuvens que parecem de algodão.

Logo, sinto a brisa fresca bater em meu corpo e os dedos de Harry percorrem minhas costas. Beijo seu tronco e o moreno agarra o meu cabelo.

— Bom dia, Ally — diz rouco.

— Bom dia — digo e olho para o moreno. — Vai gravar hoje? — Pergunto e ele nega com a cabeça.

— Dia de folga — coça os olhos.

Começo a passar meu dedo no tronco de Harry descendo até sua barriga e subindo.

— Você acordou cedo, conseguiu dormir?

— Sim e você?

— Também, só acordei porque senti calor — explica e escuto a barriga do moreno roncar. Sorrio e olho para ele. Harry sorri para mim.— Eu estou esfomeado — diz e solto uma risada.

— Não me diga.

O moreno me agarra pela cintura e beija minha testa e depois inverte os nossos corpos ficando em cima de mim. Styles distribui beijos pela minha bochecha e sorrio.

Não sentia vontade de fazer nada, sei que Harry sabe disso. Por isso ele beija minha testa e se levanta da cama. Fico olhando para ele e o moreno me encara.

— Vamos?

— Não podemos comer na cama hoje?

— Podemos, eu já venho.

Harry sai do quarto e eu respiro fundo. Agarro o lençol de seda e a vontade de chorar volta, mas não queria gritar. É um avanço, um pequeno avanço.

Um dia depois do outro é a única maneira de deixar nossas feridas cicatrizarem e melhorarem.

Não é como se eu estivesse cem por cento, não é isso, mas eu estou melhor. É um dia bonito e me sinto mais disposta do que ontem.

Eu estou melhorando e talvez eu vá para área da piscina e tome um pouco de sol.

Logo, Harry aparece com uma bandeja e me sento na cama. O moreno se senta ao meu lado e vejo o jornal na bandeja.

Uma notícia sobre mim, sobre Harry também.

— O que é isso?

— Achei melhor vermos juntos — diz e pega o jornal. Ele abre na página e tinha notícia lá.

A notícia dizia que eu estava com ciúmes de Harry com Cherry. De que as gravações vinham tomando muito tempo dele e isso me enlouqueceu. O artigo também disse que eu estava desesperada para casar com Harry, que eu estava sendo uma possessiva ciumenta. Enlouquecida para prendê-lo. Isso que estava escrito lá.

Isso é um absurdo.

Também disseram que eu não via a hora de engravidar para poder prender Harry a mim. Me senti mal.

Pois, na verdade, eu acabei de perder um filho do Harry.

— Isso é um absurdo — Harry fala indignado e rasga aquela página. O moreno amassa o resto do jornal e joga para longe enquanto xingava todo mundo. Ele se levantou da cama e foi até a varanda.

Lá ele simplesmente gritou.

Não consegui falar na hora, mas é realmente um absurdo.

Mais um escândalo.

Uma fofoca sem cabimento e não estou com cabeça para lidar com isso.

Ainda estou sentindo e passando pelo luto da perda do meu filho com Styles.

Um bebê que não veio de uma atitude desesperada para prendê-lo, eu sei disso, Harry também sabe. Isso que tem que importar.

Continua...

Sobre as mídia:

Notas: Hello meus amores, como estamos hoje?

Vai ter atualização tripla, mas não deixem de votar e comentar porque isso é extremamente importante. Vamos aproveitar que o wattpad dá essa chance!

Abraços e boa leitura (:

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