My Golden Gangster.

By SofiaCaramelo7

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Thomas é forçado a viajar para Portugal numa tentativa derradeira de parar Oswald Mosley, que continua os seu... More

Personagens
Lisboa.
Helena.
O Plano.
Vulnerável.
Alfie.
O jantar.
Lastimável.
Tentação
Minha. (+18)
Manhã seguinte.
Pegasus.
Realidade pesada.
Egos esmagados.
Egos esmagados II
Voz da razão.
Demónio.
Sem saída.
Plano B.
Errado. (+18)
Devil's Game.
Força interior.
Sentada à mesa do Diabo.
Refúgio.
Entrega. (+18)
Enfrentar.
Broken Heart.
Perigo (+18)
Reencontro.
Verdades ocultas.
Teresa e Cassandra.
Ponto final?
Norte. (+18)
Cura.
Milagre.
666- Devil's Room.
Tempestade. (+18)

Reviravolta.

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By SofiaCaramelo7

Helena seguia a passos largos para a porta do hotel, a única coisa que queria era afastar-se de Mosley a todo o custo e um banho. Sentia-se suja com aquela presença perto de si. Os saltos denunciavam os seus passos no chão de mármore perfeitamente trabalhado enquanto atravessava aquele imponente salão que lhe parecia não ter fim. Aproveitou para estudar durante um segundo a forma como a segurança do fascista se movimentava, amadores pensou ela. Ao ponto de surgir um leve sorriso na sua cara que prontamente disfarçou. Olhou por breves momentos para a recepção do hotel, recebendo de seguida um pequeno aceno do empregado. Ouviu o som característico da porta, pensando estar a abrir-se para si mas parou repentinamente deixando o seu coração cair ao chão. Helena prendeu a respiração quando viu Thomas entrar no hotel, tirando a sua boina de imediato enquanto se dirigia a ela e um sorriso quase imperceptível aparecia por detrás da fumaça do cigarro.


-"Diz-me que não teve coragem de te tocar."- Disse Thomas mantendo uma certa distância de Helena.

-"Que raio estás a fazer aqui?"- Helena percorreu rapidamente o espaço com o olhar confirmando que ninguém se encontrava por perto.

-"Gostava de te responder mas não sei, recebi o convite de Mosley pouco depois de teres saído."

-"Achas que foi propositado?"

-"Nada acontece por acaso com ele."- Thomas abanou levemente a cabeça.

-"Então vai, qualquer coisa estavas apenas a cumprimentar-me e a desejar boa noite."

-"Aquece a cama por mim, love."- Thomas disse-lhe discretamente com um ar malicioso antes de se encaminhar para o restaurante. A mente de Helena fugiu navegando para sítios que não podia permitir estando ainda no hotel. Por segundos perdeu a noção completa ao ponto de deixar cair a bolsa no chão que prontamente apanhou, limpando a garganta. Quando finalmente saiu do hotel não resistiu em olhar uma última vez para trás. Foi quando sentiu o seu estômago apertar por completo. Ao longe, directamente no seu campo de visão podia ver a mesa de onde à pouco tinha saído e onde Thomas se encontrava lado a lado com Mosley. Mas não estavam sozinhos naquele momento, duas mulheres incrivelmente bonitas que deduziu serem prostitutas acompanhavam-nos. Uma delas sentada no colo de Thomas que o abraçava e brindava enquanto a outra fazia uma massagem nos ombros de Mosley. Os dois homens riam abertamente e trocavam ideias entre si. Helena quase falhou o primeiro degrau depois de virar costas aquela cena, correu para o primeiro beco que encontrou e mandou fora o pouco que tinha comido. Sabia que Thomas tinha de alinhar, o plano dependia também da sua abertura mas preferia não ter visto aquilo. Todos faziam sacrifícios, todos abdicavam de algo para aquele plano prevalecer. Tudo era justificado por um bem maior.

Voltou para casa lentamente, a brisa da noite fazia-lhe bem, acalmava o seu coração inquieto. Agradeceu internamente por o salão do pub se encontrar vazio e aproveitou para pegar na velha companheira garrafa de whisky. A última coisa que queria era falar com alguém. Subiu para o quarto e preparou um banho bem quente onde ficou horas tentando apagar a imagem que teimava em não lhe sair da cabeça, nem mesmo depois de esvaziar a garrafa. Tentou descansar mas contava os minutos olhando para o relógio e a noite acabou por se transformar em dia. Thomas ainda não tinha chegado, ainda não tinha dado sinal de vida. 


Precisava de manter a sua mente ocupada por isso, meteu um vestido leve e dirigiu-se aos estábulos. Estar perto de Pegasus era cura para muita coisa. Tirou o cavalo da box e escovou o seu pêlo, metendo-lhe a cela para o montar.


-"Menina Marques?"- Helena deu um leve pulo com a voz de um menino chamando por si nas suas costas. Não teria mais de 10 anos. Roupas rasgadas e sapatos gastos, deu-lhe dó olhar para uma criança naquele estado.

-"Sim, meu querido. Precisas de algo?"- Helena baixou-se à sua altura sorrindo calorosamente.

-"Mandaram-me entregar-lhe isto."- O menino estendeu a mão dando-lhe um envelope e desapareceu a correr para fora do estábulo depois de aceitar a moeda que Helena lhe deu.

 Nenhum nome ou morada estava visível no lado de fora do envelope, Helena abriu a ranhura e retirou de lá o que lhe parecia papel, até os seus olhos cairem sobre 3 fotografias. Deixou as suas costas embaterem contra a box e escorregar até ao chão. Nas fotografias Thomas encontrava-se na cama com as duas mulheres que tinha visto ontem antes de sair do hotel, completamente nus e envolvidos. Helena piscou os olhos várias vezes enquanto sentia as lágrimas formarem-se sem que nada pudesse fazer. Era por isto que nunca se tinha permitido amar. A possibilidade de lhe despedaçarem o coração. E Thomas seria o primeiro e o último. Permitiu-se chorar sozinha, Pegasus deitou-se com a cabeça no seu colo e acompanhou-a no seu choro insuportável. Não se recorda quanto tempo esteve assim. Quando voltou a ter uma réstia de coragem limpou a cara, pegou no envelope e montou Pegasus até ao pub. No salão encontrava-se Arthur, Finn e Thomas com a cabeça enterrada no balcão. Alguns homens do seu tio faziam a segurança normal mas não havia sinal de Joaquim.

-"Saiam todos."- Helena disse olhando para Arthur, Finn e os Raposas Vermelhas ali presentes. Thomas levantou a cabeça encarando Helena, que lhe parecia morta por dentro. Ele reconheceria aquele comportamento em qualquer lado porque também fazia parte das suas lutas diárias.

-"Helena.."

-"Como correu a noite?"- Helena perguntou num tom seco avançando lentamente para ele.

-"Não me lembro de merda nenhuma em relação a esta noite, só existe um vazio na minha cabeça." - Thomas esfregava os olhos com força.

-"Eu vi o que aconteceu antes de ir embora."

-"Se viste sabes que provavelmente era um teste de Mosley, tive de alinhar love."

-"Não te atrevas a chamar-me isso."

-"Que porra se passa contigo?"- Thomas franziu as sobrancelhas perante a atitude fria de Helena.

-"Todos temos de alinhar mas até para este plano há limites que não podem ser ultrapassados."

-"Foi apenas o que tu viste, nada mais amor."- Thomas tentou aproximar-se novamente de Helena que deu um passo para trás e lhe estendeu a mão com o envelope.

-"Ainda tens coragem de mentir na minha cara?"



-"Eu não minto fodasse!"- Thomas abriu finalmente o envelope para ver as fotografias. Apoiou-se no balcão respirando pesadamente. -"Que merda é esta? Não faz sentido."

-"Não? Onde acordaste Thomas?"

-"Quando acordei estava sozinho no quarto do hotel. É como se as últimas horas tivessem sido apagadas da minha mente. Helena, eu nunca te trairia. Não sei o que se passou nem como isto foi possível."

-"Podes garantir-me que não as fodeste?"

-"Não."- Thomas disse pesadamente abanando a cabeça. -"Não sei o que aconteceu. Num segundo estava com Mosley e no outro era de manhã. Não existe nada no meio entendes?"

-"Este plano vai para a frente e o meu tio não vai saber destas fotografias caso contrário matava-te. E eu só não o faço com as minhas próprias mãos porque Mosley cancelava o comício assim que soubesse da morte do seu braço direito."- Helena pegou no envelope e virou as costas a Thomas.- "Até lá só iremos falar o indispensável, porque não te quero ver à frente mais do que o necessário."

-"Helena eu amo-te, nunca te iria fazer uma coisa destas."

-"Estas fotografias são a maneira de mostrares o teu amor por mim?"- Helena virou-se gritando directamente para Thomas.

-"Não o deixes entrar na tua cabeça. Já pensaste que pode ser este o objectivo dele? Afastar-nos?"- Thomas meteu a mão no cabelo e olhou desesperadamente para Helena.

-"Se for esse o objectivo acabou de conseguir." - Helena empurrou novamente a porta do pub e montou Pegasus que se lançou como uma flecha por entre as ruas da cidade.

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