Viúva Negra | L.S

By the_noemimutti

1.1M 128K 529K

Todos homens temiam seu nome. Idolatravam sua postura. Seguiam suas regras. Harry Styles era o braço direito... More

A Jornada Começa Aqui
01. Homem de Princípios
02. A Morte dá Tchau
03. Desafiando o Diabo
04. Quebrando a Banca
05. Louvado seja Satã!
06. A Deusa da Morte
07. Súplicas Perdidas
08. Fogo Cruzado
09. Com Unhas e Dentes
10. Lar Maldito Lar
11. O Pai da Mentira
12. Flores Álcoolicas
13. Onde Judas Morre Antes
14. Sob Rédeas Curtas
15. O Lobo Atrás da Porta
16. O Verdadeiro Alfa
16,5. Nargot
17. De Frente com o Diabo
18. Vestíbulo do Inferno
19. Chamas na Escuridão
20. Incendiado
21. Jardins da Babilônia
22. Deus e o Diabo na Terra do Sol
23. Corrida Contra o Tempo
24. Eu te Devoro
25. Entre a Cruz e a Espada
27. O Caos que nos Une
28. Quando a Luz Toca
29. A Solidão Que Nos Habita
30. Você Vai Me Destruir
31. Imortais & Fatais
32. Doce Criatura Cruel
33. Tudo por Amor
34. Como Atlas
35. Lobo em Pele de Cordeiro
36. Anaconda
37. Em conversa de malandro...
38...otário não se mete
39. Encruzilhadas
40. Bonnie & Clyde
41. De Volta ao Jogo
42. Romeu & Julieta
43. As Rosas Não Falam
44. Demônio Noturno
45. A Fúria
46. A Toca do Coelho
47. Afrodisíaco
48. Xeque-mate
49. Eu Sobre Mim Mesmo
50. O Amor Que Nos Destruiu

26. O Rei Renasce

16.7K 2.4K 11.3K
By the_noemimutti

Oi! Sim, att tripla para vocês não dizerem que eu sou malvada e não amo vocês.

Leiam com "Animals - Maroon Five"

Tenham uma boa leitura, y'all.

AVISO DE GATILHO: tortura física e verbal.

Por favor, não esqueçam de votar e comentar. Me ajuda muito!


A vida é como um sopro.

Quando você vê, esse sopro venta para o norte, bem mais além da vida e através dos panos da morte. Te leva para uma solidão obsoleta, onde seus ossos latejam em plena clemência.

Pedem socorro de um passado perdido e não visto.

Você morre, putrefa, vira osso, e depois cinzas.

Mas para os audaciosos, é das cinzas que renascem.

É do sopro da morte que a vida começa.

E desse processo de vida e morte, nasce um novo rei.

Nasce um novo líder.

LOUIS WILLIAM TOMLINSON - P.O.V

Memória Solta de um Passado Distante...

— LOUIS WILLIAM TOMLINSON, VENHA CÁ AGORA! — gritou minha mãe a pleno pulmões.

Retorci minha feição e encarei Liam que estava assustado, porque definitivamente minha mãe era muito assustadora quando queria.

Os cabelos para o alto davam a impressão de que ela iria surtar.

— Pipocamos, Lou — sussurra Payne e eu nego com a cabeça.

— Só acaba quando o último soldado for pego — declaro firme, até sentir um puxão no meu macacão amarelo, me impulsionando para cima com força. — AÍ, MEU BATMAN! ALERTA VERMELHO: ATAQUE DE ZÉ PULGUINHA!

Lili iria correr para acionar o alarme, mas meu padrinho Desmond tinha pego ele também. Olhei para cima e o cachorro enorme e preto segurava-me pela boca, babando minha roupa.

— Pad, minha roupa! MAMÃE, O Padfoot COMEU MEU AMARELO — gritei pedindo socorro, observando a mulher sair com o vestido florido de dentro da casa, absolutamente irritada. — Pad, rápido! Me engole. Minha mãe vai me matar.

Minha mãe me encarou, cruzando os braços e levantando uma das sobrancelhas.

— Dona Amber, mamãe querida para os mais amigos, eu juro que ia voltar para casa. — Me desculpei, levantando as mãos para o alto. Tirei meu distintivo de espião da Ordem que papai tinha me dado e entreguei na mão dela. — Em minha defesa, Liam que começou tudo.

Ela continuou irredutível e eu suspirei, colocando a carinha que eu e papai tínhamos combinado de usar em uma emergência e bem...

Essa era uma emergência.

— Mãe, você é minha vida — persuadi, pedindo colo e sentindo os braços me levantarem. — Não fica brava com o Louis.

Minha mãe me encarou pesadamente, mas deixou um sorriso de lado soltar os lábios róseos e bonitos.

Mamãe era linda sorrindo.

Senti um beijo ser deixado na minha bochecha e soltei uma risada, abraçando ela pelo pescoço ao ver que eu já estava perdoado de ter riscado a casa toda com Lili atrás de mim.

Eu tinha usado uma pena e não sabia que estava com tinta e sai desenhando na parede.

— É, Amber, você está criando uma cobrinha — diz meu padrinho Desmond, beijando meus cabelos. — Pelo menos o desenho ficou legal.

Minha mãe fez uma careta e tio Desmond sorriu de lado, piscando de lado para mim.

— Ficou uma pintura abstrata — incentiva Pierre e eu assinto ferozmente, ouvindo a risada deles.

— Isso, mamãe, ficou uma pintura abatata — repito o que consegui entender da fala do padrinho e ele deu risada, me puxando do colo da minha mãe.

— Você anda muito espertinho para quem tem 6 anos — semicerrou os olhos, tocando meu nariz e me fazendo ficar vesgo por um minuto. — Vamos tomar banho porque seu aniversário vai começar daqui a pouco e você está pura tinta.

— A mamãe vai sair para receber uns amigos novos e já volta, querido — avisa minha mãe, beijando minha bochecha. — Eu quero você e Liam quietinhos sentados quando voltar como adultos.

Pisquei, sorrindo com meus poucos dentes e fingindo uma feição inocente. Eu ia roubar o chocolate que ela estava escondendo a manhã toda, isso sim.

Encarei Lili que sorriu compreendendo, sorrindo também para passar confiança.

— Se for preciso, eu prendo os dois na casa do cachorro — ameaçou, me fazendo estremecer. — Sem chocolates. Você com chocolate fica impossível, Louis.

— Pode deixar, minha vida — sorri expansivo, ouvindo a risada dela.

— Garoto, você é incrível, sabia?

Observei mamãe saindo pelo portão da frente e encarei meu padrinho que negou com a cabeça.

— Não — afirmou e eu amuei, assentindo apenas porque meu aniversário iria ter chocolate de montão.

Pierre me levou escada acima, e eu deitei no ombro dele, de repente me sentindo mais calmo com o cheiro do beta. Ele andou até meu banheiro com o Batman colado e muitos desenhos da Marvel.

Me colocou no vaso e tirou meu macacão, fazendo careta pela baba de Pad ainda estar na alça e negou com a cabeça, me fazendo rir. Fiquei nu e esperei a banheira encher, balançando para os lados.

Eu gostava de ver meu passarinho mexendo e ficava cantando para ele sempre que estava pelado.

— Louis, para de fazer isso — repreendeu, mas continha uma risada. — Garoto, você é insuportável demais para o seu próprio bem.

— Olha lá — apontei para meu passarinho, balançando meu bumbum e imitando o patinho que tinha visto no desenho com meu tio, pai de Zayn, na televisão. — Era um homenzinho torto...

Pierre arregalou os olhos, tapando minha boca e me pegando no colo entre risadas.

— Por que você estava assistindo um desenho gospel com seu tio?

Entrei dentro da água quentinha e vi minha pele arrepiando, achando graça.

— Ele disse algo de que apenas Deus Todo Poderoso para me exarciar — expliquei o que lembrava.

— Exorcizar?

— Isso mesmo — sorri, observando ele fechar a expressão.

— Vai contar para mamãe?

— Vou contar para sua mamãe — assente, me fazendo rir.

— Eu vou passar shampoo no seu cabelo, tudo bem? — concordo, sentindo a massagem gostosa com cheiro de morangos saindo dos dedos do beta e fechei os olhos. — Como é ter 6 anos agora?

— Me sinto um homem renovado — suspirei.

— Ah, é mesmo? Então com cinco anos você era um menino?

— Acho que não, Pi — nego com a cabeça. — Sempre fui homem. Agora tenho idade para falar que sou um.

Ele riu alto, beijando minha bochecha e eu senti cosquinha.

— Lou, vou passar sabonete no seu corpo. Posso?

— Pode.

Pierre começou a tirar a tinta do meu corpo e eu só me deixei ser embalado naquela aura de sossego.

Um homem quase não tinha sossego, como meu pai dizia, por isso eu sempre aproveitava.

— Eu te amo — disse para Pierre que sorriu expansivo, beijando meu nariz.

— Eu também te amo, cobrinha.

— Não chame meu filho assim, Sr. Black — diz meu pai, entrando no banheiro com um sorriso de lado. — Eu vi a pintura lá que você fez.

— Ficou abatata — me defendi, levantando o nariz pomposamente.

— Abatata? — perguntou confuso.

— Abstrata — corrige Pierre, me tirando da banheira e me enrolando na toalha. — Esse garoto fica cada vez melhor, Mark.

Meu pai sorriu orgulhoso, indo procurar uma roupa para o meu aniversário com a temática de espionagem. Papai começou a secar meu cabelo e eu odiava essa parte, pulei da cama e tirei a toalha, correndo dele.

— Louis William! — convocou meu pai e eu me esquivei, indo em direção ao corredor.

— Meu pipi tá de fora, pipipipipipi — cantarolei, abrindo os braços e fingindo que era um avião, trombando com Lili que me encarou estranho.

— Por que você está pelado? — perguntou com uma careta e eu sorri, passando o braço ao redor do ombro dele.

— Porque eu sou um homem livre — justifiquei, observando ele se tornar pensativo. — Tira também. Vamos correr pela... AÍ, PAI!

— Garoto, para de correr pelado pelos lugares — repreende meu pai, me pegando pelo colo e me prendendo, impedindo de me movimentar. — Louis, você vai ficar sem presente.

Parei na hora, me deixando ser levado para o quarto de volta e vendo meus padrinhos segurando a risada com o cinema nas mãos.

— Por que vocês estão com o cinema nas mãos?

— É câmera, Louis — corrige Anne, engolindo uma risada ao ouvir Des rindo alto. — Gravamos você correndo pela casa pelado e cantando.

Sorri animado.

— Deixa eu ver!

— Vai ver nada — nega meu pai, me pondo na cama. — Vamos pôr uma roupa, seu pestinha.

Fiz bico, aceitando a roupa de jogador de agente secreto, mas não deixando pentear meus cabelos porque aquilo doía muito.

— Lou, filho, só uma penteada — suplica meu pai e eu nego.

— Você pediria a um leão para pentear a juba dele?

Ele piscou, me encarando abismado.

— Nunca que com 5 anos eu iria conseguir ter essa capacidade de persuasão.

— Seis anos, papai! Eu sou um adulto formado — corrijo impaciente.

— Eu disse que está criando uma cobrinha — reafirma Des, me balançando para o lado e bagunçando meu cabelo. — Turbulência Tomlinson.

— Não adianta me balançar, eu não vou deixar arrumar meu cabelo.

Os dois suspiraram, me encarando com a expressão derrotada.

— Zayn e o pai dele vai vir para a festa — sopra Pierre, me fazendo ficar interessado.

— Zee vai vir? — questiono baixinho, balançando meus dedos.

Zayn era meu amigo do parquinho. Ele era muito bonito.

E me emprestava as barbies. E gostava de bater nos outros que mexiam com Lili.

Eu gostava dele.

— Vai, sim — confirma Pierre, passando o pente nos meus cabelos devagar e eu suspirei, deixando ele arrumar.

— O que seria de nós sem o Pierre? — questiona Mark.

— Nada — afirma meu padrinho.

Minha mãe entra no quarto com Liam no colo, arrumando a roupa dele e sorrindo abertamente para mim.

— Meu meninão está com os cabelos arrumados — elogia orgulhosa. — E hoje precisou só de três homens para conseguir essa proeza.

— A culpa não é nossa se você está criando o próximo furacão — diz Anne, me puxando e passando perfume. — Agora está cheiroso e garanhão como seu padrinho.

— Garanhão, nada — nega minha mãe. — Louis vai ser um cavaleiro.

Pisquei os olhos, confuso.

— Mas eu quero ser a princesa — rebato com um bico e meu pai deixa escapar uma risada.

— Ele vai ser a próxima Mulan.

— Eu prefiro a Tiana. Ela beija sapos que viram homens bonitos.

— Definitivamente, um garanhão — afirma meu pai. — Sua festa já está começando. Vamos ver seu presente?

Assenti fervoroso, agarrando no pescoço dele e cheirando os cabelos macios.

Amava o cheiro do cabelo dele. Cheirava ao lar.

Chegamos no quintal e vi um monstro lindo verde parado no meu quintal. Era uma motoca gigante de apertar no pedal e de andar sozinha, cheia de cobras desenhadas. Era verde folha com preto dos pêlos de Pad, meu cachorrão, e eu soltei um gritinho, descendo do colo dele e correndo até a moto.

Sentei em cima dela, me sentindo um verdadeiro motoqueiro. Olhei para o lado e papai me deu um óculos escuro, colocando no meu rosto e ajeitando com uma jaqueta.

Eu tinha ficado idêntico a ele!

— Isso aqui é muito radical! — grito animado. — Eu vou poder ir para a escolinha de moto. Igual o padrinho.

Minha mãe ri, negando com a cabeça.

— Vocês incentivam ele a ser assim. Daqui a pouco ele vai virar aqueles meninos sem limite nenhum que ninguém aguenta.

Ela provavelmente estava certa.

— Ele já é, madrinha — diz Liam e eu o olho indignado. — Nem vem, Lou.

— Você não vai andar na minha moto. Aqui não aceitamos bananões — dou língua, acionando a minha moto e começando a andar pelo quintal.

E foi quando...

Eu o vi.

Ele tinha os olhos azuis acinzentados, os cabelos loiros que parecia neve de perto, a pele pálida e a feição chorosa na minha frente.

Era o menino mais lindo que eu tinha visto na vida.

— Louis, FREIA ESSA COISA — grita minha mãe e eu me toco que estava quase atropelando aquela obra da natureza.

Meu coração estava acelerado. Motos eram perigosas!

— Me desculpe, menino bonito. Foi sem querer. — Pulei da moto com rapidez, me desculpando. — É minha primeira vez pilotando.

Ele piscou, espantando as lágrimas para o lado, fungando logo após.

— Você tem carteira já? — perguntou interessado, a voz levemente arrastada parecendo que era de outro lugar, e eu sorri, me aproximando mais um pouco dele.

Tinha um cheiro gostoso.

— Tirei agora, mas daqui a pouco estou com ela em mãos — menti porque obviamente ele estava interessado. — Por quê?

— Gosto de motos.

— Gosto de você. Você é bonito.

— Todo mundo fala.

— Porque todo mundo tem olhos.

Ele abriu um sorriso, despontando uma leve covinha na bochecha.

— Pelo Batman! Você tem o cabelo amarelo que nem o sol! — exclamo entusiasmado, colocando a ponta dos meus dedos dentro do cabelo radical.

— E você tem a educação de um selvagem. — Faz piada, tentando tirar minhas mãos do seu rosto. — Gostei de você.

Sorri de lado.

— É o charme Tomlinson.

— Sou Niall.

— Sou Louis.

— Nome feio — diz enojado. — Muito simples.

— O seu que é muito estranho.

— Gosto de coisas estranhas — pontua com o nariz em pé.

— Eu sou estranho.

— Então eu gosto de você.

— Você já falou isso — relembro, ouvindo a risada dele. — Quer qualquer dia tomar um sorvete? Posso te levar na minha moto.

Ele colocou a mão na bochecha, pensativo.

— Tenho que falar com meus pais.

— Eu também tenho que falar com os meus.

— Mas eu aceito.

— Quer andar pelo quintal?

— Você vai deixar eu cair?

— Nunca.

Ele sorri, segurando na minha mão e andamos a tarde toda pelo quintal, comemorando meu aniversário de seis anos.

Naquele dia, eu tinha ganhado dois presentes:

A moto mais irada e meus três melhores amigos do mundo todo!

Doncaster - Laboratório Desconhecido

Momento Atual

...Uma luz vermelha caiu, iluminando o centro onde todos estávamos.

— Não adianta sua equipe tentar entrar porque temos bombas. Se cair um, vai cair todos — sorriu diabolicamente. — Estripe, Louis. Eu quero tudo.

Eu estava a um passo de libertar o pior dos demônios de mim.

E pela primeira vez na vida, eu tive medo.

Estava sem saída.

Encarei meu pai biológico ao mesmo tempo que escutei outro grito de Stacie. Eu não sabia o que fazer e eu nutria tanto medo, tanta insegurança, que eu mal percebi que estava tremendo.

Íris parecia se regozijar com a cena caótica que eu estava.

— Lobinho, estou escutando gritos. Já saíram? — perguntou Lottie, a voz afobada. — Já cheguei no Palace e fiz a reunião de emergência com os líderes. Permissão para ir até o local de combate.

Stacie deu um grito tão alto que eu fechei os olhos, me sentindo ser puxado para aquela terra úmida do processo de despersonalização. Eu me via, me sentia, mas não sabia exatamente onde eu estava.

Eu precisava de uma corda. Alguém. Só...

— Lou? Essa é a Stacie? — A voz de Lottie vacilou, como se estivesse temerosa.

Não conseguia responder minha irmã.

Mal conseguia respirar.

— Tomlinson, seu tempo está acabando. Tic-tac. Tic-tac — provocou Ingrid, rindo alto enquanto bebia algo que parecia ser um vinho tinto.

— Desconfiguramos o Tomlinson — debochou a ômega. — Será que agora ele e a moral patética de santo vai funcionar? Não tem saídas. Ou você mata, ou ela morre.

— NÃO! — gritou Stacie em meio a gemidos. — Louis, não mate. Mantenha a sua integr... AH!

O grito gutural me fez fechar os olhos de agonia, assim como os outros ao meu lado. De cima da escada, Íris pressionava um controle na mão com uma expressão culpada.

— Ops! Parece que não é o da televisão — gargalhou alto. — Vamos, Loulou, me deixe excitada. Me dê um show. Talvez a sua recompensa seja eu depois.

Respirei fundo, enfiando minhas mãos dentro do bolso e a fitei com o maior olhar assassino em anos com meus olhos completamente negros. A vi recuar, derrubando um pouco do vinho em seus seios.

— Ah, mas eu vou te devorar. Só tenho a sensação que você não vai gostar de como vai ser comida.

Ela estremeceu e eu desviei meu olhar até minha equipe, completamente perdido do que fazer e que decisão tomar. Eu tinha oito minutos para decidir o futuro da Ordem e da minha família.

Matar não era um problema para mim e ela ter escolhido meu pai biológico e meu irmão assediador foi uma colher de chá, porém eu queria mesmo era saber controlar meu instinto em cima dos meus amigos.

Assim como Margot teve descontrole, eu poderia ter.

Foi Harry que tomou as rédeas da situação, andando até estar do meu lado.

— Louis vai completar o Corte. Vamos fazer nosso ritual de iniciação agora e para isso, preciso que absolutamente todos vocês se transformem em lobos — exigiu seriamente. — Como ele é o líder, irão ajoelhar diante dele. Menos eu, obviamente.

Minha equipe concordou, ainda receosa.

— Nós temos como prioridade máxima Stacie. A tirem de lá e fujam. Não estou brincando quando digo que assim que Louis se transformar, vocês precisarão correr. Independente do instinto ou não, ele vai avançar em qualquer organismo vivo — informou Liam, olhando o noivo com a expressão de desespero. — Entendeu, Zayn? Não tente o ajudar.

Malik assentiu, assim como Margot parecia meio estática ao perceber que eu iria completar o ritual que fugi durante anos da minha vida patética.

— Não adianta lutar com o meu lobo. É fugir ou rezar para não ser morto — fui sincero. Com relutância, fitei Harry. — Podem começar.

Margot foi a primeira a tirar as botas e andar para trás, fechando os olhos e se concentrando no lobo dela. Demorou cerca de dois segundos para um lobo de pelagem marrom-clara e olhos vermelhos assassinos aparecerem, quase três metros de altura.

Liam foi o segundo, logo em seguida Zayn se transformou. Encarei aqueles monstros amedrontadores, me sentindo meio recuado com a energia que eles emanavam. Lauren nem precisou de muito, só rosnou tão alto que eu vi Íris estremecer diante do tom altivo.

Harry caminhou até mim devagar, jogando o cabelo para trás e sorriu mais ou menos.

— Me dê sua mão — pediu baixinho, ignorando o grito de Stacie que me fez rosnar.

Dei minha mão esquerda, sentindo ele tirar a aliança de casamento falsa e jogar no chão. Foi com calma que Styles retirou seu colar que eu nem percebia que tinha, beijando com carinho antes de pôr ao redor do meu pescoço.

Era um pingente com uma âncora, bem bonito de prata simples. Atrás tinha a assinatura de suas iniciais e eu percebi que parecia seu amuleto da sorte.

— Nosso laço de parceiros de negócio — explicou rapidamente o motivo. — Lembre-se que sua âncora é você mesmo. A deixe leve para flutuar e não afundar em si mesmo. Se leve pelo instinto e não pela raiva. Vai ser mais fácil de conter.

Diante daquele momento tenso, eu empurrei as palavras como navalha na garganta:

— Eu estou com medo — sussurrei.

Ele sorriu de lado.

— Seria um tolo se não tivesse.

Harry retrocedeu alguns passos, me fazendo sentir toda aquela adrenalina quando os olhos verdes de seu lobo negro me encararam. Ele era enorme e tão assustador que eu desviei minha visão para Íris que parecia extremamente entretida.

— Vamos, Louis. Você tem cinco minutos — avisou Malterra.

Respirei fundo, me virando aos dois alfas que choravam copiosamente.

Seria fácil matá-los se eu estivesse com raiva ou até mesmo ter sido atacado antes, porém eles pareciam com tanto medo quanto eu. Não consegui ao menos sentir irritação o suficiente para atacar.

Peguei o facão nas minhas mãos trêmulas, ponderando sobre qual corte seria o mais rápido possível. Eu não tinha drogas por perto e por isso, não conseguia me deixar levar por ela no meu sistema e facilitasse a transformação.

Era matar ou matar.

Andei até os dois com a faca em punhos, preparado para decepá-los, porém tudo o que eu consegui foi travar no meio do caminho. Puta merda.

Eu não conseguiria.

Fechei os olhos, respirando fundo e tentando ignorar as lamúrias que proviam dos lábios deles. Me irritava ao invés de me deixar com pena. O queria quietos, assim dava para eu pensar melhor. Nem mesmo os gritos de Stacie estavam me deixando tão ansioso quanto eu pensava.

Malterra se inclinou na cadeira, parecendo me avaliar.

— Um gatilho — concluiu ao me observar bem. — Preciso de um gatilho. Traga o mais novo.

Franzi o cenho, observando uma das alas piscar e uma porta de metal se abrir com fúria total e logo após fechar tão rápido. Pelo caminho, percebi que vinha da ala oeste.

Onde... Niall estava.

O ômega estava acorrentado e com a visão tapada, sendo carregado por Connor que esbanjava um sorriso psicopata. Senti minha visão ficar turva, principalmente quando Margot se aproximou de forma ligeira rente a mim, avaliando a situação.

Ele parecia bem. Sem sinais de roxos pelo corpo.

— Por que trouxe ele? — perguntei friamente.

— Não fazia sentido ter todos aqui e deixar ele lá fora — brincou Íris. — Niall sempre foi o mais divertido.

Connor concordou ao ler os lábios dela, deixando um selinho demorado no pescoço de Horan que se rebateu contra, tentando tirar a venda e entender o que estava acontecendo. Sem o lobo para sentir o cheiro e dado que Connor era surdo e não gostava de falar também, ele devia estar mais perdido que cego em tiroteio sem saber quem era.

Margot rosnou tão alto que até meu ouvido zuniu.

— Quem é você, maldito?! Responde! — exigiu de sua forma temperamental.

Íris gargalhou, estalando os dedos novamente como se estivesse chamando os soldados de novo. O mesmo portão abriu e de lá, saiu apenas uma maca com objetos de tortura.

— Connor não torturaria Niall — afirmei convicto. Quer dizer, eu achava.

— Connor? — murmurou Horan ao se debater nos braços, sentindo um beijo na sua bochecha. — É você?

O corpo do ômega começou a tremer e eu estava vendo a hora que Margot destruiria toda aquela arena em três segundos para resgatá-lo. O problema era que ele estava em cima junto com Íris e como estávamos cercados, nada adiantava pular.

Era realmente uma arena onde nos encontrávamos no fosso.

— Connor tem pendências com o ômega dele. — Margot avançou um passo, como se fosse reivindicar tudo o que ela dissesse. — É só uma liçãozinha de moral.

Foi questão de segundos até rasgar a blusa preta que ele estava usando, expondo o tronco assim como as calças foram rasgadas. Maldito. Ele iria machucar Niall inteiro daquele jeito.

Quando um Carniceiro tira as vestimentas, é porque realmente queria machucar.

Antes que ele puxasse a cueca box, Horan murmurou de volta:

— Por todo o amor que um dia você sentiu por mim, não — implorou praticamente, e eu observei Connor parar, ponderando o pedido.

O beta rasgou as vendas, expondo os azuis claros que estavam embargados com uma frieza extremamente calculada. Niall não abaixaria a cabeça, mas eu sabia que ele tinha feito porque Margot iria se machucar muito o vendo ser torturado e ,principalmente, nu diante de Connor totalmente ferido.

Connor sorriu de lado, chegando bem rente aos lábios rachados de Horan e o ômega virou o rosto, recebendo um tapa tão ardido que o lábio inferior abriu.

Meu coração acelerou e eu pisquei os olhos, focando só no loiro que ao menos gemeu. Segurou como um verdadeiro soldado.

Quatro minutos. Por Deus.

"Ele abriu um sorriso, despontando uma leve covinha na bochecha.

— Pelo Batman! Você tem o cabelo amarelo que nem o sol! — exclamo entusiasmado, colocando a ponta dos meus dedos dentro do cabelo radical.

— E você tem a educação de um selvagem. — Faz piada, tentando tirar minhas mãos do seu rosto. — Gostei de você."

Um soco tão forte na barriga foi escutado que ele perdeu o ar, recebendo mais dois em seguida e vomitando um pouco de sangue, meio perdido. Connor nem deu espaço-tempo, só o jogou na cadeira e amarrou os pés e as mãos.

Uma poça de baba escorria da boca de Margot de tanto que ela rosnava, os olhos saindo do vermelho para mesclar com algo parecido com amarelo.

Ela estava ensandecida, porém mesmo assim, respeitou minha Ordem de ficar quieta e se ajoelhar quando eu matasse.

— Connor, seja mais duro. Eu sei que você consegue fazer ele implorar para parar — exigiu Ingrid.

O beta terminou de ler os lábios dela, olhando para a maca e pegando algo parecido com carregador de bateria de carro e pondo nos mamilos de Niall que sorriu maniacamente.

— Vai em frente, seu corno filho da puta. Está com ódio por que eu te troquei por uma alfa que trepa melhor? — provocou Horan de forma ríspida, levando dois tapas seguidos no rosto.

Margot soltou um chiado de dor absurdo ao vê-lo ligar a bateria, dando choques em Niall que ao menos abriu a boca para gemer. Ele não iria dar o braço a torcer, porém o vermelho mesclado com roxo já se apoderava da pele pálida.

— Que chatisse. Ele não sente nada — resmungou Íris. — Louis ao menos se sentiu incomodado.

Era uma verdade. Niall foi treinado para aquilo, afinal, ele era o médico oficial da Ordem.

— O que poderia fazer Louis surtar de ver? — ponderou de forma pensativa. — O que acha Josh? Se tiver uma ideia criativa, posso soltar você.

O alfa me encarou assustado e logo em seguida Niall, parecendo muito amedrontado para dar uma ideia decente. Eu lembrava dele assediando Horan no boliche e já premeditava o que ele sugeriria.

Só esperava, do fundo do meu coração, que Íris não fosse adepta a meios de torturas sexuais.

Ele deu de ombros, secando o corpo de Niall com uma forma bem explícita de tortura.

Meu sangue esquentou tão rápido que eu empunhei minha faca de forma sutil, prestando bem atenção nos lábios que insinuaram:

— Ele é um ômega bem bonito, porqu...

— Nem termine a frase — rosnei tão alto que eu percebi que tinha ativado a voz de ômega. — Não cogite terminar essa porra de frase.

Dois minutos e meio.

Porra. Porra!

"— Sou Niall.

— Sou Louis.

— Nome feio — diz enojado. — Muito simples.

— O seu que é muito estranho.

— Gosto de coisas estranhas — pontua com o nariz em pé.

— Eu sou estranho.

— Então eu gosto de você."

Respirei fundo, focando no ômega que sangrava.

Connor era fiel a Ordem até antigamente e nós tínhamos um código de conduta que proibia qualquer tortura sexual. Permitíamos o canibalismo e o vampirismo dos torturadores — que chamávamos de Carniceiros —, porém sexo não-consensual era considerado traição.

Eu sabia que Connor não faria, e nem teria vontade de fazer. Mesmo que Niall tenha terminado com ele, eu tinha absoluta certeza que esse tipo de dor ele não traria a Horan.

— Ah, não, Joshzinho — suspirou dramaticamente Íris. — Termine. Me diga o que faria se tivesse a oportunidade de pôr a mão nesse corpinho lindo.

Se ele falasse, não seria nem eu que o mataria. Seria Margot.

Olhei para o telão e percebi que restavam dois minutos. Porra.

Dois minutos.

"E foi quando...

Eu o vi.

Ele tinha os olhos azuis acinzentados, os cabelos loiros que parecia neve de perto, a pele pálida e a feição chorosa na minha frente.

Era o menino mais lindo que eu tinha visto na vida."

— Hã... — Ele gaguejou, encarando o lobo de olhos avermelhados com fundos amarelos com receio.

— Não tenha medo dela. Se te atacar, daqui mesmo eu dou um tiro de laser e ela cai na hora — disse Ingrid, fazendo pouco caso. — Pode prosseguir.

O alfa deu de ombros, como se o que ele estivesse prestes a dizer não fosse a coisa mais nojenta do mundo:

— Foda ele — sugeriu sem preocupação. — Nem vai ser tortura, todo mundo iria querer a chance de come–

Meu facão passou tão rápido na garganta dele que eu só senti o sangue respingando e a cabeça rolando até parar nos meus pés. Meus olhos estavam negros, meu coração acelerado ao ponto de eu ouvir batucando e veias saltitavam do meu rosto.

"— Quer andar pelo quintal?

— Você vai deixar eu cair?

— Nunca."

Respirei fundo, ouvindo o rosnado do lobo tão alto dentro de mim que gargalhei roucamente, reduzindo para um tom grosso que parecia aquelas vozes manipuladas de filmes de terror.

Ninguém mexe com a minha família — grunhi.

Eu sentia meus ossos sendo quebrados e tudo incendiando ao ponto de eu parecer que tinha virado lama. Era intenso e puramente agonizante, quase como ser queimado vivo. Me comia de dentro para fora. Com um uivo alto, meu lobo de cerca de quatro metros explodiu para fora com a pelagem vermelha sangue e os olhos negros como as camadas mais profundas do inferno.

Minha visão tinha virado só vermelho e quando vi, meu lobo implorava por mais sangue.

Por mais morte.

Fitei meu pai que sorriu como se encarasse a consequência das suas ações, murmurando antes de eu avançar em si:

— Me perdoa, filho.

Eu arranquei sua cabeça nos dentes, lambendo o sangue do cadáver e sentindo molhar a minha pelagem vinho e embebedar minha língua. O cheiro era tão alucinante e gostoso.

Eu precisava de mais.

Encarei Íris, a vendo fascinada por mim e rosnei tão alto que os ouvidos de todos os alfas estremeceram bem diante de mim. Diante do grande Rei.

"Matar, matar, matar, matar"

— Ajoelhem — exigi ensandecido, a voz grave como um pensamento que passava na cabeça deles.

Os lobos automaticamente ajoelharam diante de mim, menos Harry que permaneceu em pé ao meu lado. Eu tinha completado o Corte. Eu era o mais novo membro ativo da Ordem de Hórus.

Da Ordem que a primeira lei era ser um assassino.

"Me escondeu por muito tempo, Louis" sussurrou meu lobo interior, enraivecido. "Agora está na hora de estripar. Mate todos. Engula as entranhas. Eu quero sangue."

E eu já sabia quem era meu próximo alvo quando eu tive certeza de um pensamento:

Só poderia existir um líder. Meu lobo não iria abaixar a cabeça para alfa nenhum.

E foi quando o pandemônio iniciou.

E eu tinha destronado o próprio Diabo.





NOTAS DA AUTORA: Deus que me perdoe, mas eu dava para esse diabão, ein.

Esse capítulo está dividido em duas partes, a última TÁ ENSANDECIDAMENTE LOUCA. Prevejo muita gente querendo me matar e outras me beijar (lembrem-se que se eu morrer, vocês não descobrem o final!)

Quem adivinha o que acontecerá no próximo?! FAÇAM SUAS TEORIAS NO TWITTER E ME MARQUEM! SE ACERTAREM, EU ATT O CAPÍTULO NO DOMINGO! Meu user é the_nohmutti.

Desafio aceito?

VEJO VCS NAS FIGURINHAS!!

Continue Reading

You'll Also Like

970K 59.3K 72
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...
531K 61.5K 43
Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.
65.6K 5.7K 39
Almas que não foram feitas para a paz, mas feitas a mão para a morte e assassinato, sangue e ossos... Almas gêmeas forjadas no fogo, sob o olhar aten...
171K 9.2K 100
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...