Astromélia || H.S || Complete

By loveficsgirl

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1960's and 1970's Aaliyah acaba de perder seu irmão em uma abordagem policial, ele era sua única família em... More

» Notes
» Epigraph and Cast
» Prologue
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» 43
» Epilogue
Agradecimentos
» Bônus Aaliyah I
» Bônus Aaliyah II
» Bônus Harry (Final)

» 21

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By loveficsgirl

Aaliyah

28 de Maio 1968

Existem poucas coisas que são capazes de me deixar tão perturbada quanto acordar com a notícia de que meu pai está me procurando.

Não o vejo desde o funeral do Kalil e isso foi no final de novembro do ano passado. Ele sequer me olhou ou conversou comigo, apenas lamentou que o filho morreu. Eu estava lá, precisando de consolo e ele estava com uma garrafa de cerveja na mão agindo como se tivesse perdido o único filho e eu era apenas a garota que vivia no mesmo ambiente que ele.

Meu pai nunca me viu, então o que ele pode querer comigo agora?

Aquele homem nunca gostou de mim.

Ele com certeza quer algo, mas não me vejo com nada que possa ter que ele queira. Nunca tive muito e tudo que a minha mãe tinha era alguns vestidos, acessórios e uma fotografia dela jovem. Depois, tudo que Khalil tinha era algumas dívidas que consegui ir pagando trabalhando para Megan e com essa mini tour.

Não tenho nada, então o que esse homem pode querer de mim?

O que ele pode querer se ele nunca se importou comigo?

— Aaliyah, você tem que respirar — Harry diz e coloca a mão na minha coxa, enquanto a sua outra está no volante. Estamos saindo de Los Angeles e indo para Astromélia.

Disse a Jack que tinha que resolver uma emergência familiar, o mais velho entendeu, mas disse que precisava da gente na primeira semana de junho.

Vou tocar por todo país, além disso, tem a possibilidade de irmos para rádio e televisão. Isso porque alguns radialistas que estavam no clube ontem, gostaram de quando subimos no palco com Ethan Coen.

Só que meu pai está na casa de Megan me esperando, ele está lá e eu não faço ideia do porquê. Será que ele está doente?

Ou ele quer dinheiro para continuar comprando bebidas e cigarros?

O que ele pode querer de mim?

— Ally, seu pai te procurando é mesmo algo ruim? — Harry pergunta e olho para o moreno. Seus olhos verdes estão prestando atenção na estrada que está vazia, mas ele me olha rapidamente.

— Quando eu tinha sete anos, minha mãe estava trabalhando. Khalil tinha doze e ia ajudar meu tio John na marcenaria — minha garganta fecha pela vontade de chorar e engulo a vontade de chorar. — Eu estava em casa com meu pai e ele bebeu e fumou tanto que dormiu no sofá. Ele apagou completamente e o cigarro que estava aceso caiu no tapete e pegou fogo.

— E então? — Harry pergunta e olho para janela.

— Eu fiquei olhando para o fogo, fiquei assustada e o meu pai acordou quando os dedos queimaram. Ele me olhou bravo e disse: Anda, menina. Pega um balde de água.

— Você pegou?

— E estava tão pesado — sorrio e sinto algumas lágrimas caírem do meu rosto. — Quando eu cheguei lá. Ele tinha vomitado, não tinha mais fogo, mas tinha fumaça. Khalil chegou bem na hora. Ele limpou a bagunça e meu pai ficou falando: Você é meu filho de verdade, essa menina queria deixar a casa pegar fogo. Ela me odeia como a mãe. Ela não é minha filha.

Suspiro e limpo meu rosto.

Não faço ideia do que meu pai possa querer, ele nem é meu pai. Nunca me assumiu como filha, mas se eu não sou filha dele. Sou filha de quem?

— O que aconteceu depois? — Harry pergunta depois de alguns minutos de silêncio.

— Khalil passou a me levar a marcenaria, ficávamos lá até minha mãe chegar. Tio John e meu irmão me fizeram uma casa de boneca — sorrio, era uma lembrança boa. Mas doía, como eu sinto saudades deles e principalmente do meu irmão. — Eu brincava bastante, o tio John sempre trazia doces para mim. Algumas vezes eu ajudava carregando a madeira. Era bom, mas então, as brigas entre Tio John e meu pai começaram e talvez seja por isso que meu tio foi embora.

— Seu tio, cuidava de você e do seu irmão como pai e seu pai odiava — Harry murmura e nega com a cabeça. — Ele é um babaca, Ally.

Fico calada e olho para a estrada.

Infelizmente, sendo bacaca ou não. Esse homem é o meu pai.

{•••}

Quando chegamos na casa de Megan, a minha amiga disse que meu pai estava na cozinha. Fui sozinha até lá, disse a Harry que era melhor e o moreno concordou.

Quando cheguei naquele cômodo da casa, vi o homem de costas para mim observando o pé de limão enquanto sentia o cheiro de café. Um terno de alfaiate e um chapéu na cabeça.

Travis Henderson está parecendo como alguém que eu nunca vi na vida. Mais arrumado do que nunca.

— Papai — chamo e imediatamente o homem se vira.

Não era Travis Henderson ali. É o meu tio John.

— Aaliyah — o mais velho diz meu nome e dou um passo para trás. Não esperava por ele e faz tanto tempo desde a última vez.

— Tio John — digo baixinho. — Megan disse que o meu pai estava aqui.

Ele tira o chapéu.

A vontade de chorar volta a crescer em mim.

— Você se tornou uma mulher belíssima — diz e mordo meus lábios, não sei o que responder e o mais velho continua. — Seus olhos são iguais aos da sua mãe.

— Tio John, o que está fazendo aqui?

— Fiquei sabendo da morte de Isabel e Khalil. Aaliyah eu sinto muito.

— Faz cinco anos que minha mãe morreu — digo e isso parece machucá-lo. — E alguns meses que Khalil... — não consigo falar porque a dor cresce em mim. — O que você está fazendo aqui?

— Eu sinto muito — diz e respira fundo. Noto algumas lágrimas em seus olhos e meu coração acelera. É uma dor que volta ao meu peito e eu odeio ela, a preferia quieta, me incomodando pouco. — Aaliyah, você se lembra do vestido que dei? — Pergunta e aceno com a cabeça.

Eu guardo esse vestido até hoje.

— Estava indo para Washington aquele dia, porque meu irmão e eu não estávamos nos dando bem — explica e parece que ele estava usando cada palavra com cuidado.

No fundo, eu acho que já sei o que estava acontecendo e isso me deixa mais confusa ainda.

Quando minha mãe morreu, eu tinha quatorze anos, minha tia Denise e minha avó materna, Teresa, acolheram Khalil e eu. Só que elas percebiam que eu não estava mais alegre desde que meu irmão morreu, eu mal saia do quarto.

Khalil sempre esteve perto de mim e então eu comecei a trabalhar com ele em um restaurante. Estávamos juntando dinheiro para irmos a Nova Iorque, mas tudo isso acabou.

Estar em Nova Orleans se tornou doloroso demais, minha tia Denise chamou Megan, ela se lembrava de como éramos amigas e concordei em ir para Astromélia com ela. Parecia melhor do que continuar em Nova Orleans, passando por ruas que passavam com meu irmão, ou pela linha trem que passeava com minha mãe. Aquela cidade me fazia sentir a dor e eu me quebrava mais. Quando decidi ir, tanto minha tia quanto minha avó me deram apoio. Algumas vezes recebia cartas da tia Denise e enviava também, mas muitas coisas aconteceram que perdi esse contato.

Só que quanto a Tio John, eu acreditava que ele tinha morrido.

Não o via desde que ele se foi me deixando apenas com um vestido amarelo e um punhado de dinheiro.

— Aaliyah — tio John me chama e mordo meus lábios.

— O que está fazendo aqui?

— Quando fui para Washington, eu enviei cartas para sua mãe — ele coloca a mão dentro do terno e havia um bolo de cartas em sua mão. Nego com a cabeça. Não me lembro disso. — Travis, escondeu elas de Isabel.

— O que essas cartas querem dizer? Eu não posso responder elas por minha mãe.

Sinto meu coração acelerar. O passado deveria ficar no passado e principalmente o meu que é cheio de demônios e dores.

Não quero voltar a me sentir machucada e eu encontrei a música, me sinto bem com ela.

Encontrei amigos, encontrei Harry e apesar de Frank não estar aqui agora. Encontrei ele também e estou com saudades do meu amigo.

Não penso em Nova Orleans e tudo que aquele lugar me tirou. Não quero ter que lembrar de lá. Só que o tio John está na minha frente como um fantasma do meu passado. E com isso, todos esses sentimentos dentro de mim que me machucavam voltaram a me ferir.

Tio John se aproxima mais de mim e quase não respiro. Ele tem olhos castanhos, o rosto dele é parecido com meu pai, mas o queixo dele é como o meu. A boca também se parece com a minha e apesar dele ser mais retino que eu, consigo ver essas semelhanças e outras mais. Mas ele é meu tio, é natural que a gente se pareça.

Mamãe era miscigenada, meu avô era britânico e minha avó negra, filha de pessoas que foram escravizadas. Mamãe era tão linda, o cabelo dela tinha cachos grossos, não tinha cabelo crespo. O rosto era tão lindo, a pele dela sempre brilhava no sol, os olhos eram escuros e brilhantes. Uma boca carnuda, seios avantajados, um corpo magro e um sorriso apaixonante. Ela era uma mulher esbelta e sempre se comportou com classe, mesmo quando as suas patroas a tratavam mal quando ela não merecia. Minha mãe era uma mulher elegante e linda, a mulher mais linda do mundo e para mim, ela era uma rainha do bem em um desses conto de fadas que lia quando pequena.

Sinto saudades da minha mãe.

Sinto saudades de Khalil.

Também sinto saudades de todas as poucas memórias com tio John, a casa de bonecas, os sorrisos e pirulitos que ele me dava. O dia do vestido amarelo, essas lembranças fragmentadas me fizeram sentir saudades dele em um momento ou outro. No entanto, para mim ele tinha morrido e Megan disse que meu pai estava aqui.

— Aaliyah — meu tio me chama e me dou conta que mal respiro. Respiro fundo.

O que ele está fazendo aqui?

— Megan disse que meu pai estava aqui — digo baixinho e olho para tio John. Meus olhos estão cheios de lágrimas e os dele também. — Por que você foi embora?

— Travis queria te matar, matar a mim e a sua mãe. Ele estava revoltado porque — ele para de falar e respira fundo e algumas lágrimas caem de seus olhos. — Aaliyah você é a coisa mais linda desse mundo, a coisa mais linda que eu fiz.

Tio John me abraça e eu choro.

— Desculpe ter passado tanto tempo fora, eu não tinha a intenção — diz e afaga minhas costas. O homem se afasta um pouco de mim e segura meus ombros. — Eu mandava cartas para Isabel e ela não respondeu nenhuma. Estávamos combinando de fugir. Levar você e Khalil para longe. Para um lugar melhor.

— E depois? — Pergunto chorona.

— Depois recebi a oportunidade de trabalhar na Inglaterra. Um arquiteto gostou das coisas que eu fazia com a madeira e fui para lá. Pensava em mandar cartas para sua mãe, dizer a ela que poderíamos ir para outro país. Talvez você e Khalil fossem gostar da neve — suspira. — Só que ela nunca me respondeu.

— E você foi para outro país.

Ele acena com a cabeça.

— Eu voltei a pouco, fui direto para Nova Orleans porque ficar sem notícias de vocês era a pior parte e eu não me importava mais com as ameaças do meu irmão. Queria ver a mulher da minha vida e a minha filha.

— Mamãe morreu quando eu tinha quatorze anos — falo e ele morde os lábios.

— Sinto muito.

— Khalil também e meu p... Travis nunca gostou de mim — as lágrimas escorrem em meu rosto e eu me sinto tão triste e confusa. Isso não é algo pela qual eu estava esperando.

Estava esperando um homem que não gostava de mim e que esse homem fosse me pedir dinheiro ou algo que não tenho para dar. Estava esperando isso e não tio John dizendo que é meu pai e que Travis queria me matar, porque não era a filha dele. Eu não estava esperando isso e agora eu estou confusa e enjoada.

— Aaliyah, Travis está doente. Ele teve um derrame — diz e prendo minha respiração por um instante.

Não sabia como me sentir em relação a isso, triste por um cara que nunca teve afeição por mim?

Tio John continua a falar:

— Ele me disse onde você estava e eu precisava de te ver. Jamais deveria ter ido embora para tão longe, mas pensei que Isabel tivesse mudado de ideia — ele suspira e me olha nos olhos. — Eu sinto muito ter te deixado sozinha, ter deixado sua mãe e Khalil sós. Eu errei e sinto muito.

Ouvi ele. Só que minhas lágrimas não paravam de escorrer em meu rosto e eu não sabia o que falar.

— Eu... —soluço e não consigo falar instantaneamente. — Eu perdi eles — digo chorona e o homem volta a me abraçar. — E pensei que você tivesse morrido.

— Me desculpa — pede me olhando. — Me desculpa, Aaliyah — sua voz sai como uma imploração.

— Eu preciso ficar sozinha — digo e saio de casa.

Continua...

Capitulo acabou e eu to como:

Notas: Heey amores como vocês estão?

Gostaram do capítulo? E aí, o que acharam dessas revelações sobre a vida da Aaliyah?

Espero que tenham gostado, vejo vocês em breve. Anna. Xx

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