DESTINY | Kim Taehyung

Da BlueHansen

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(운명) DESTINY era uma joia rara. Daquelas que muitos só tem uma oportunidade de conhecer e as chances de tocar... Altro

Sinopse
Prelúdio
1. Visitante
2. Um favor a retribuir
3. Companhia
5. Bar
6. Interesse
7. Hora marcada
8. Proposta
9. Preparativos
10. Ajuda inusitada
11. Palavras
12. Evento
13. Anúncio
14. Cuidados
15. Repercussão
16. Caminho para casa
17. Perdidos
18. Fogos de artifício
19. Alternativas

4. Bastidores

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Da BlueHansen

우린 결국 헤어졌지

서로 다른 길을 걸었지

시간이 우릴 감싸고

서로를 다시 찾았지

🎶Mamamoo, Destiny.*


PRESENTE.

PEARL DARLING SMITH.

O coração de Destiny agitou-se contra o peito, mas ela torcia para ele não ter reparado na forma como se remexeu na cadeira e seus lábios tremeram, contendo o ímpeto de exasperação que balançou seu corpo inteiro. Arrepiou seu corpo inteiro.

Ela não ouvia aquele nome faziam anos. Ela não era chamada assim faziam anos. Nem mesmo a única pessoa dali que sabia seu nome verdadeiro tinha autorização para pronunciá-lo. É claro que ele chegaria quebrando regras.

Encarou o reflexo no espelho após mais um show, havia cumprido com as obrigações de hoje: havia se apresentado para os hóspedes, dado uma breve entrevista para jornal do estado e autografado as fotos de alguns fãs — polaroides e fotos exclusivas que Niklaus muito comercializava em uma das cabines do salão luxuoso onde ocorria as apresentações, próximo ao bar. Destiny não possuía um álbum ainda, não havia assinado com uma grande gravadora ou marcado seu nome na indústria musical, mas torcia para isso acontecer em breve. Poder cantar para um público grande já era uma realização considerável, tendo em vista que fez isso tudo acontecer de três anos para cá.

Sem o apoio da sua mãe, embora tenha aprendido uma lição importante com ela: jamais confie seus sonhos nas mãos de outras pessoas.

De qualquer forma, enquanto isso não acontecia, ela deixava que Niklaus comercializasse sua imagem e sua história falsa de todas as formas possíveis. Confiava nele o suficiente para tanto.

Ela estava ciente da pessoa que a encarava do batente da porta de entrada do seu camarim carmesim, mas nada disse em resposta àquele chamado que a anos não ouvia.

Com a calma de um predador, ela retirou os brincos pesados e os guardou no porta-joias; retirou o chapéu e o deixou repousado sobre a penteadeira espaçosa e organizada; retirou as luvas vagarosamente e a gargantilha delicada que adornava a base do seu pescoço. Os adereços e a maquiagem marcante que a faziam ser Destiny iam sumindo pouco a pouco.

Vincent Kim assistia tudo atentamente, com os braços cruzados e o corpo encostado casualmente no batente da porta. Sorvia cada migalha da sua presença como se fosse o ar que respirava, necessitava para viver. Três anos atrás eles perderam contato, e agora parecia que ele havia achado seu oásis após anos vagando perdido pelo deserto. Não fora uma despedida amigável ou planejada, o que deixava o reencontro mais intenso.

Ao terminar o processo vagaroso de retirar a maquiagem e se desfazer de tudo que carregava as características de Destiny, Pearl Darling Smith encarou-o de volta pelo reflexo do espelho. Imaginou que a sensação seria diferente se olhasse aqueles olhos através do reflexo, mas estava enganada.

Nos bastidores de todo seu glamour, sem estar rodeada por seus bajuladores, ela se sentia mais vulnerável na sua presença.

Destiny não sabia exatamente o que dizer, assim como ele. As situações não resolvidas eles decidiram apenas varrer para debaixo do tapete, cúmplices indiretos de acontecimentos que jamais fariam menção de dizer em voz alta. Pelo menos não na presença de outras pessoas. Vincent guardava o segredo que poderia destruir sua carreira em um piscar de olhos; assim como ela guardava o dele, embora Destiny não soubesse exatamente o quê ele teria a perder. Já que ele havia perdido tanto, antes mesmo de tudo acontecer.

E assim ficou estabelecido por anos, uma parceria silenciosa e não declarada, marcada pela distância e velada por segredos e medos.

Vincent desviou lentamente sua atenção dos olhos caramelos da garota que o encarava pelo espelho. Seu olhar vagou por todos os itens na penteadeira, alguns detalhes ele reconheceu como ensinamentos que Pearl Darling havia levado consigo quando partiu, o que quase fez com que ele sorrisse de forma nostálgica e orgulhosa.

Ele não havia partido completamente da sua vida, afinal. Vestígios dele remanesciam nela.

Subindo mais o olhar, ele reparou em uma das manchetes presas no canto do espelho. O papel pardo estava desgastado pelo tempo, as pontas recortadas estavam se partindo, pareciam mastigadas e frágeis pelo toque frequente da cantora. Não era uma manchete de primeira capa — grande o suficiente para chamar a atenção das pessoas que transitavam em seu camarim —, não era uma manchete de um grande jornal, mas era onde tudo começou.

A lembrança ainda ardia na memória de Vincent, tão vívida. Ela estava magnífica quando flertou com o jovem jornalista — que havia sido promovido recentemente naquele jornal e comemorava a promoção no bar próximo a sua casa — e conseguiu aquela matéria. Ainda lembrava exatamente das palavras que ela disse, e como aquilo fora excitante de assistir. À época, Vincent já havia lido edições anteriores, era um jornal focado em pequenas notícias locais — economia, esportes e ofertas de emprego basicamente —, mas ela havia conquistado um espaço ali.

Um espaço para sua arte. Para sua música e seu talento.

Mesmo que seu nome não tenha sido divulgado e seu rosto não estivesse estampado ali, eles sabiam que aquelas breves palavras foram escritas para ela, um primeiro convite aos moradores para comparecerem e presenciarem seu canto ao vivo.

— Eu lembro desse dia — sua voz grave cortou o silêncio. Enquanto Vincent estava observando a matéria grudada ao espelho, perdido em seu mundo particular, ela não deixou os olhos dele por um segundo sequer.

Vincent tinha essa dualidade nata, essa capacidade de se transformar em uma pessoa completamente diferente quando estava focado em algo. E quando seus olhos oblíquos estavam concentrados em algo, ela não conseguia parar de admirá-lo.

O coração de Destiny agitou-se novamente. Não por conta da sua presença — bom, isso também —, mas por saber que ele ainda lembrava daquele dia e estava se recordando dele, neste exato momento.

— O que você quer, Vincent? — Apesar das muralhas construídas ao seu redor, sua voz era suave como veludo.

Ele se desencostou do batente e começou a vagar pelo camarim, ciente de que a atenção de Destiny estava direcionada somente a ele. Seus dedos exploraram as prateleiras, havia um excesso de plumas e enfeites com penas. Imaginou imediatamente que aquilo era ideia de Niklaus, uma forma brega de chamar atenção do público, embora ela não precisasse disso.

— Vim ver como você estava. Estou de passagem pela cidade e vi uma reportagem sobre você em várias bancas, não resisti a vontade e a necessidade de vê-la — explicou, mexendo em uma boneca de porcelana em cima de outra prateleira.

— Quando irá embora? — Ela não deixou aquelas palavras enraizarem em sua mente. Suas noites já eram longas demais vagando pelas memórias dos dois, ela não queria criar novas.

Vincent parou de mexer nos objetos dispersos pelas prateleiras do armário aberto e fixou seu olhar nela. Enfiou as mãos nos bolsos das calças de linho, umedeceu os lábios cheios e disse:

— Já faz muito tempo. — A voz imparcial escondia seus verdadeiros sentimentos. Ele sabia exatamente por que estava ali, além das motivações mais nobres que o fizeram reaparecer em capítulos posteriores daquela história, sabia das motivações egoístas que o moveram até aqui. Se ele não se importasse mais seria muito fácil continuar longe, mas esse não era o caso.

— Não o suficiente para esquecer.

Destiny se referia a tudo. Não apenas os sentimentos teimosos que ainda guardava consigo, cravados sob sua pele, mas tudo que havia acontecido, o motivo da separação — cúmplices de acontecimentos que fugiram do controle dos dois e que eles nunca conversaram sobre ou tentaram esclarecer os fatos.

A verdade, para Destiny, era o que ela havia visto e se silenciado a respeito. A verdade, para Vincent Kim — ou Kim Taehyung —, era o que ele havia se convencido de que era desde muito antes: um monstro. E nada era pior do que a culpa que carregava em seu peito, manchava seu nome e os ensinamentos que sua avó passara para si.

— Eu voltei por um motivo — explicou, deixando o charme elegante de lado e adotando uma postura mais séria. Não que agora ele não estivesse charmoso de toda forma. — Se estiver disposta a conversar, me encontre no bar do hotel amanhã, pela manhã. — Havia escolhido o caminho direto, aquele que talvez pusesse um fim mais rápido no vínculo que perdurara entre os dois durante esses três anos, mesmo com eles afastados. Era como um akai ito, uma linha vermelha do destino, mas a corda estava envolta dos seus pescoços, pronta para estrangulá-los.

Se tudo terminasse bem, eles estariam resolvidos. Finalmente livres. Embora os laços atados ao coração fossem mais delicados e difíceis de cortar. Mas Vincent estava disposto a abdicar dos seus sentimentos se Destiny fosse a pessoa que escrevesse o ponto final daquela história. Porque ele jamais seria capaz de o fazer por conta própria.

— Por que eu deveria? — Pigarreou. — Não acredito que seja prudente sermos vistos juntos.

— Não haverão fotógrafos à espreita tão cedo, não precisa se preocupar. Seu romance com Niklaus restará intacto no final do dia. — Ele não tinha a intenção de deixar qualquer ponta de ciúmes transparecer através das rachaduras da muralha que havia construído envolta de si, mas lá estava. Os três anos afastados não foram suficientes para construir paredes fortes, afinal.

Destiny sorriu de lado, expirando sua indignação e lisonja com um sopro leve pelo nariz.

— Não era do seu feitio ter ciúmes dele — alfinetou, virando o corpo na cadeira acolchoada para observá-lo diretamente. A confirmação explícita de que ela ainda o afetava fez sua confiança se elevar um pouco. O coração ainda estava retraído; a mente ainda estava bloqueada aos seus instintos, mas sua língua se permitiu dizer aquela provocação.

Vincent estalou a língua e empertigou o corpo esguio e magro. Seu corpo parecia mais forte do que antes.

— Não até ele roubar você de mim. Aquele bastardo. — Vincent revestiu de intensidade palavras que, na verdade, perfuravam como navalhas em seu coração, mas supôs que fizera um bom papel em mascarar a outra face daquela frase.

Destiny entreabriu os lábios estreitos e afiados, mas ela se calou quando ele começou a andar em sua direção, como um felino majestoso e digno de sua atenção.

Vincent parou diante dela, que apenas ergueu a cabeça para manter o olhar fixo em seus olhos — profundos como o oceano noturno. Então, puxou um cartão do bolso das calças e deslizou com o indicador e o médio pela superfície lisa da penteadeira, parando quando o cartão estava bem de frente para sua cadeira. Ele inclinou o corpo no processo, e Destiny pôde sentir de perto o cheiro cítrico do seu perfume, que emanava do seu pescoço como um dia ensolarado nos jardins da sua antiga casa. Após conceder-lhe uma visão proposital da clavícula exposta, através dos dois primeiros botões entreabertos da sua camisa social, ele recuou um pouco, apoiou a mão no encosto de sua cadeira e disse próximo aos seus lábios:

— Como, ao que me parece, você me deletou completamente da sua vida, pode me encontrar através desse cartão. Sempre estarei a uma ligação de distância.

Ela queria focar no que ele estava dizendo, mas sua mente traiçoeira apenas pensava que seu hálito ainda tinha gosto do seu vinho predileto. Uma bebida que ela passou a apreciar também.

Sem mais delongas, Vincent Kim quebrou aquela nuvem densa que nublava seus pensamentos ao voltar a sua postura original. Ele deu uma última olhada no rosto angelical de Destiny, com o pescoço longo e exposto arqueado, inclinado para cima, de modo a manter o contato visual a todo custo. Com essa visão — cuja qual sentira mais falta —, ele partiu.

Destiny esperou seu coração se acalmar até finalmente pegar o cartão. Leu todas as informações contidas ali, escritas com a caligrafia desenhada corriqueira dele.

Vincent havia pensado em tudo antes de encontrá-la oficialmente. Sabia que lançar informações ao ar com palavras não adiantaria, então escreveu, pois, mesmo que sua razão não quisesse, Destiny não se privaria de ler e reler aquele cartão minúsculo.

Lá, ela tinha um ponto de encontro, uma data, um horário, um número de telefone e... Ela só não queria pensar nos motivos que o levaram a informar em qual dos quartos ele estava hospedado naquele hotel também. Se o objetivo era despertar na jovem cantora a tentação de visitá-lo, ela faria questão de jamais se permitir ir tão longe nas suas ideias.

»🎙️«

Seu corpo estava inquieto, mesmo duas horas depois daquele encontro, ela não conseguia parar de pensar no seu retorno. Não havia passado nem trinta minutos no mesmo cômodo que Vincent, mas Destiny parecia uma adolescente tola, andando de um lado para o outro na sua suíte com a cabeça fervilhando em teorias. O banho gelado e demorado não conseguiu esfriar seu corpo, sua mente, e a jovem cantora acreditava que se continuasse nesse ritmo, faria um buraco no carpete cinza após virar a noite andando. Ela não dava sinais de cansaço, aquilo poderia durar para sempre enquanto sua mente estivesse desordenada.

Agora, mudando de foco, ela estava indo em direção a única pessoa com quem compartilhava a vida atualmente.

Destiny se protegeu do frio ao atravessar o corredor na ponta dos pés, apertando o robe de tecido fino contra seu corpo como se isso fosse ajudar, de alguma forma, a protegê-la. Naquele andar, só haviam o quarto dela e de Niklaus ocupados, então não se preocupou com olhares indesejados. Se sentia péssima por estar indo ao encontro do homem que a amava enquanto sua cabeça estava presa em outra pessoa, mas precisava de uma distração. E não é como se Niklaus não soubesse quais eram suas intenções com aquele romance não oficializado.

Ela bateu na porta duas vezes. Não demorou muito até ele aparecer.

Seus olhos grandes esquadrinharam o rosto dela, descendo pelo seu corpo coberto por camadas ínfimas de pano, até retornarem ao ponto inicial.

Niklaus usava seus óculos de grau, provavelmente estava lendo enquanto esperava o sono chegar — ou enquanto esperava por ela, se permitisse admitir ocupar um espaço importante em seu coração. Ele estava sem camisa, expondo os músculos que vinha adquirindo gradativamente ao longo dos últimos meses, e exalava um cheiro bom e quente, parecia ter saído recentemente de um banho quente.

Destiny não queria explicar o que a trazia ao seu quarto tão tarde da noite, ainda mais pela forma como ela parecia mais vulnerável do que das outras vezes — bom, para falar a verdade, não das primeiras, quando suas noites eram preenchidas por pesadelos daquela noite e memórias cruéis do seu relacionamento interrompido tão precocemente. Mas aquela versão parada diante dele agora era quase tão patética quanto. Precisava apagar a imagem que via de si mesma agora.

Antes que Niklaus tivesse a oportunidade de perguntar o que Destiny fazia ali, as palavras finalmente saíram da armadilha em sua garganta:

Eu preciso de você — ela resfolegou, rouca, o mais audível que conseguia se expressar sem parecer miseravelmente desesperada e patética.

Demorou apenas alguns segundos de assimilação, mas logo ele sorriu. As covinhas profundas apareceram e seus olhos encolheram até quase sumir. Niklaus não era um homem de muitos sorrisos quando estava administrando seus negócios, mas ele sempre tinha um guardado especialmente para ela.

Ele sabia exatamente o que deixara sua joia rara tão perturbada, porém, estava ciente que ela não queria tocar no assunto. Do contrário, ela queria seu toque, suas ações mais do que quaisquer palavras que ele poderia oferecer. Em parte, isso feria os sentimentos prematuros e conflitantes que a relação dos dois despertara nele, no entanto, eles tinham um companheirismo e parceria que valia mais do que tudo isso.

Por isso, ele ainda não se importava tanto em ser usado por ela.

Sem dizer uma palavra, Niklaus agarrou sua cintura com firmeza e embrenhou a mão em seus fios loiros e longos, colando o corpo dela ao seu. A privacidade que os dois tinham naquele andar permitiu-lhe roubar um beijo de tirar o fôlego. Destiny ficou na ponta dos pés na tentativa de equiparar suas alturas discrepantes, porém, rapidamente enlaçou a cintura dele com as pernas quando ele fez menção de erguê-la no ar.

Niklaus estava sempre disponível para ela. E Destiny sabia que a relação não definida dos dois era importante quando ela esqueceu do mundo ao seu redor e apenas deixou que ele lhe guiasse durante o resto da noite — e vice-versa.

Assim, esqueceu das recordações e da conversa que teve com Vincent.

Não reparou o tempo passar enquanto partilhava a cama de Niklaus.

Mas, acima de tudo, não reparou que eles não estavam sozinhos naquele corredor, enquanto conversavam minutos atrás.

»🎙️«

*Tradução:

"Nós eventualmente terminamos

Percorremos caminhos diferentes

O tempo nos envolve

E nos encontramos novamente."

Atualmente, esse é um dos capítulos que mais gostei de escrever heheh. O que vocês acharam, meus amores? Não esqueçam de votar e comentar, por favorzinho. 🥺

Beijos da Blue e até o próximo capítulo! 💙

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